A primeira etapa de divulgação do livro “Vozes do Anjo: do alto-falante à Bacanga FM” foi pauta em duas matérias da TV Mirante.
Emissoras AM e FM, blogs, sites, Agência Tambor, Sistema Mirante de Comunicação, rádio Timbira e o vereador Marcial Lima também repercutiram o lançamento da obra.
Fica o nosso agradecimento a todos(as) os(as) profissionais e meios de comunicação que ajudaram a publicizar a obra, fruto de uma pesquisa iniciada em 2016, resultando no livro publicado pela Editora da UFMA.
A obra é uma realização do Observatório da Mídia no Maranhão (OMMAR), tem apoio do ObEEC (Observatório de Experiências Expandidas em Comunicação) e do Serviço Social do Comércio (SESC).
“Vozes do Anjo: do alto-falante à Bacanga FM” tem organização de Ed Wilson Araújo e Saylon Sousa, em coautoria de Rodrigo Mendonça, Rodrigo Anchieta e Robson Correa.
Uma obra para ler e ouvir. Assim é o livro “Vozes do Anjo: do alto-falante à Bacanga FM”, que será lançado hoje (27 de agosto), a partir das 19h, na igreja Nossa Senhora da Penha, no bairro Anjo da Guarda.
Todas as entrevistas do trabalho de campo realizado na pesquisa sobre comunicação radiofônica no Anjo da Guarda podem ser acessadas no podbookdisponível na plataforma Spotfy.
A iniciativa de disponibilizar as entrevistas tem o objetivo de ampliar a oferta de consumo do livro e possibilitar o conhecimento detalhado sobre as entrevistas da pesquisa que resultou na versão impressa.
Durante cinco anos de apuração, estudos teóricos, redação e revisão, os pesquisadores Ed Wilson Araújo, Saylon Sousa, Rodrigo Anchieta, Rodrigo Mendonça e Robson Correa (foto destacada) entrevistaram várias personagens atuantes na emissora de alto-falante denominada “Rádio Popular”, que funcionou de 1988 a 1998; assim como os protagonistas da rádio comunitária “Bacanga FM”, inaugurada em 1998 e até hoje em funcionamento.
Ao todo são 33 anos de História da comunicação popular e comunitária em um dos bairros mais pulsantes cultural e politicamente na região metropolitana de São Luís.
Foto destacada / Autores de “Vozes do Anjo” / da esquerda para a direita: Robson Correa, Rodrigo Mendonça, Ed Wilson Araújo, Rodrigo Anchieta e Saylon Sousa / Imagem: Benedito Junior
A entrevista coletiva do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, encerrando hoje (20 ago 2021) sua visita ao Maranhão, foi marcada por críticas à postura das grandes redes de comunicação no processo de criminalização do PT.
“William Bonner devia abrir o Jornal Nacional com um pedido de desculpas para nós”, cravou Lula na sua fala de abertura da entrevista, ao ressaltar que foi vítima de sucessivas mentiras da cobertura das Organizações Globo no curso das acusações que o levaram à prisão.
Uma das perguntas da coletiva questionou o petista sobre eventual vitória na eleição de 2022 e quais diretrizes seriam tomadas para uma reforma na legislação das comunicações no Brasil. Lula começou a sua resposta fazendo mea culpa sobre a falha dos governos petistas quanto à implantação de um novo marco regulatório na mídia. Veja abaixo:
Endossado pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, o discurso de Lula sintoniza a crítica pública da cúpula do partido ao enquadramento da grande mídia nos últimos cinco anos, desde o impeachment de Dilma Roussef.
Hoffman apresentou aos jornalistas o livro e plataforma Memorial da Verdade, contendo um apanhado dos equívocos jurídicos da Operação Lava Jato e das ações comandadas pelo ex-juiz Sergio Moro com o objetivo de condenar Lula e impedi-lo de concorrer à eleição de 2028.
Produção do professor Matheus Gato traz os contos de Astolfo Marques (1876-1918), autor crítico da Abolição da escravidão e abre caminho para uma nova compreensão do 13 de Maio no Brasil
Entre os primeiros lançamentos da editora Fósforo, está o inédito livro O Treze de Maio: e outras estórias do pós-Abolição, de Astolfo Marques, organizado por Matheus Gato. A obra confronta dois imaginários opostos e persistentes sobre os significados do 13 de Maio no Brasil. De um lado, a velha e influente narrativa que concebe o fim da escravidão como uma espécie de dádiva da Princesa Isabel, anulando o protagonismo das camadas populares e dos movimentos sociais, para edulcorar a ação do estado e das elites dirigentes. Mas também questiona a narrativa da Abolição enquanto “farsa” e “mentira” que constituiu a política cultural dos movimentos negros brasileiros desde a segunda metade do século 20.
Astolfo Marques fez literatura a partir da matéria viva de uma República jovem e da derrocada dos sonhos pós-Abolição ao escrever na virada do século 19 para o 20, na periferia do Brasil. Uma literatura daqueles que ansiavam pela liberdade e encontraram um Brasil desigual e hierárquico. Homem negro e livre de um tempo em que libertos e escravizados conviviam em todo o país, Astolfo escreveu histórias capazes de flagrar o momento e seu caráter cambiante sem poupar contradições e complexidades
O Treze de Maio reúne uma seleção de 17 narrativas breves concentrada no retrato das reverberações do fim da escravatura em uma região especialmente vitimada pela brutalidade, como foi o Maranhão. Publicada na tinta fresca da imprensa nacional, a ficção de Astolfo chegou a ser entendida pela crítica de seus dias como um mero espelho irrefletido dos tempos. E, não à toa, por pouco não foi completamente apagada, permanecendo restrita aos arquivos históricos da imprensa maranhense até que o sociólogo e pesquisador Matheus Gato resgatasse e reunisse pela primeira vez os contos desse grande escritor brasileiro, cujo humor e sagacidade machadianos já deveriam há tempos integrar nosso repertório literário, ou como diz o escritor Paulo Lins, que assina o prefácio dessa edição, um autor que “deve figurar como um clássico”.
Os personagens de Astolfo empregam a língua falada, a língua viva, maranhense e brasileira. Mostram-nos, em suas andanças narrativas, um escritor interessado nas “alegrias, frustrações e desafios da vida cotidiana da gente negra e pobre”, mulheres que fazem da praça pública sua casa e domínio, operários nordestinos e militantes abolicionistas que desejam, mais que tudo, a quebra de estruturas, “pessoas para quem a cidadania também se exerce na festa”, como escreve Matheus Gato, “quando a música e a noite tomam o lugar das rotinas do trabalho diário, nos chinfrins e pagodes dos arrabaldes, mas também naqueles momentos de devoção e de fé”.
Em seu retrato pulsante da vida anônima, Astolfo Marques denuncia um Brasil que flerta, em discurso e ação, com uma república urbana e importada, mas que abriga em sua cartografia humana as marcas e as consequências de um passado que ainda se faz presente.
Sobre o autor: Raul Astolfo Marques nasceu em São Luís do Maranhão em 1876 e morreu em 1918 na mesma cidade. Escritor, jornalista e tradutor, publicou contos e crônicas nos principais periódicos maranhenses à época e os livros A vida maranhense (1905), De São Luís a Teresina (1906), Natal (quadros) (1908) e A nova aurora (1913). Autodidata, trabalhou como contínuo na Biblioteca Pública do Maranhão, foi um dos fundadores do grupo de intelectuais Oficina dos Novos, que deu origem à Academia Maranhense de Letras, da qual foi membro.
Sobre o organizador: Matheus Gato nasceu em Campinas, São Paulo, em 1983, e viveu até a juventude em São Luís do Maranhão. Em 2002, ingressou na Universidade Federal do Maranhão onde se dedicou à mobilização estudantil por ações afirmativas e políticas de cotas. Com doutorado e pós-doutorado pela Universidade de São Paulo, foi visiting fellow no Hutchins Center for African and African American Studies da Universidade Harvard em 2017 e 2018. É professor do Departamento de Sociologia da Unicamp, pesquisador do Núcleo Afro\Cebrap e coordenador do BITITA: Núcleo de Estudos Carolina de Jesus (IFCH-Unicamp). É autor do livro O Massacre de Libertos: sobre raça e república no Brasil (Perspectiva).
Ficha técnica Título: O Treze de Maio: e outras estórias do pós-Abolição Autor: Astolfo Marques Organização: Matheus Gato Prefácio: Paulo Lins Número de páginas: 208pp Formato: 13,5 x 20 cm Acabamento: brochura ISBN: 978-65-89733-04-1 ISBN Ebook: 978-65-89733-05-8 Preço: R$54,90 Preço ebook: R$34,90 Data de livraria: 13/05/2021 Editora: Fósforo
Versões ebook e pdf de “Conferência Nacional de Comunicação, 10 anos depois: os desafios das Políticas de Comunicação no Brasil” estão disponíveis gratuitamente
O Laboratório de Políticas de Comunicação (LaPCom) da Universidade de Brasília publicou versões ebook e pdf do livro “Conferência Nacional de Comunicação, 10 anos depois: os desafios das Políticas de Comunicação no Brasil”. As duas versões da publicação estão disponíveis de maneira gratuita em: www.intervozes.org.br/confecom e sites.google.com/ccom.unb.br/home/confecom
O livro nasceu de um duplo imperativo. Primeiro, o de resgatar a memória de um importante evento, o único em seu gênero, realizado até agora em nosso país. Segundo, fazer com que esse resgate sirva de inspiração para a retomada da luta para dotar o Brasil de um marco político-normativo para a comunicação social, um caminho aberto pela Constituição Federal de 1988, mas até hoje só percorrido muito parcialmente. E a duras penas.
Emoldurada por depoimentos, documentos e entrevistas de pessoas e instituições que participaram da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), o livro também traz a íntegra do anteprojeto de lei que “dispõe sobre os serviços de comunicação eletrônica, os serviços de comunicação social eletrônica e dá outras providências”.
O anteprojeto, balizado pelas propostas da Confecom, foi elaborado por grupo de trabalho governamental, sob a coordenação do ex-ministro chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins.
O documento foi deixado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que sua sucessora, presidenta Dilma Rousseff, lhe desse consequência. Porque isto não ocorreu é ainda matéria de pesquisa histórica, mesmo que o livro, por esforço do pesquisador Camilo Vannuchi, já tenha dado um primeiro passo nessa direção.
Entretanto, o que, do ponto de vista da equipe de pesquisa do LaPCom tem precedência neste momento, é levar o livro e, com ele, o anteprojeto de lei, ao escrutínio crítico da sociedade – em particular, da academia e do movimento social –, fazendo com que o seu conteúdo sirva de ponto de partida para a construção do marco político-normativo, regulatório ou lei geral.
Um desafio que, por já velho em nossa história, continua, não obstante, premente. Desafio agora potencializado pela convergência dos meios de informação e comunicação tradicionais com os novos, mais complexos, mais invasivos, meios que, nas plataformas de internet, nos libertam e nos avassalam quase que simultaneamente, e que são, por conta desse paradoxo, até mais ameaçadores.
A Confecom ocorreu em 2009 e foi um marco nas políticas de comunicação do setor ao ser o único espaço institucionalizado deste tipo que reuniu Executivo, Legislativo, empresários e sociedade civil para debater propostas de políticas públicas de comunicação no Brasil. O processo mobilizou cerca de 30 mil pessoas e gerou um caderno de resoluções com mais de 600 recomendações.
Publicado pela Ulepicc-Brasil (capítulo Brasil da União Latina de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura), o livro “Conferência Nacional de Comunicação, 10 anos depois: os desafios das Políticas de Comunicação no Brasil” está estruturado em artigos, analisando o período da Confecom e buscando conectá-lo com a realidade atual.
Os textos são de autoria de Murilo César Ramos, Fernando Oliveira Paulino, Jonas Valente, Marcos Urupá, Octavio Penna Pieranti, Lara Haje, Cecília Bizerra Sousa, Camilo Vannuchi e Carlos Henrique Demarchi
A obra também traz depoimentos de personagens essenciais à realização da Confecom: Ana Néca, André Barbosa Filho, Bia Barbosa, Cesar Rômulo Silveira Neto, Érico da Silveira, Indira Pereira Amaral, Jeronimo Calorio Pinto, Jonas Valente, José Carlos Torves, José Luiz do Nascimento Sóter, Juliana Cézar Nunes, Juliana Soares Mendes, Luiza Erundina de Sousa, Mariana Martins de Carvalho, Octavio Penna Pieranti, Paulo Miranda, Renata Mielli, Romário Schettino, Walter Vieira Ceneviva e Yuri Soares Franco.
O livro igualmente conta com entrevistas com Franklin Martins e Evandro Guimarães e traz documentos importantes como anexos.
Além do anteprojeto de lei citado acima, foram incluídos no livro o decreto de convocação da Confecom, as portarias do Ministério das Comunicações com a composição da Comissão Organizadora da Conferência e a aprovação do seu Regimento Interno, a Resolução da Comissão Organizadora que define seus eixos temáticos e a metodologia para encaminhamento e aprovação das propostas e o Cadernos com as propostas aprovadas.
“Em 41 anos de vida política, no Maranhão, em vez de borboleta, o estado ficou em um permanente estágio de crisálida, com a passagem do arcaico para o moderno e o desenvolvido incompleto”, afirma o pesquisador Robison Pereira, maranhense de Viana e atualmente professor na Universidade Estadual do Piauí (UESPI)
Autor do livro “Maranhão crisálida?: práticas discursivas e redes de relações sociais no governo José Sarney – 1966/1970”, Robison Pereira revela o germe da desigualdade social e econômica no Maranhão, alicerçada na entrega de terras públicas e grilagem de tantos outros territórios.
Segundo o pesquisador, a modernidade anunciada e aplicadas em ilhas de desenvolvimento, deslocou milhões de seres humanos a mais absoluta pobreza.
Robison Raimundo Silva Pereira é sociólogo (UFMA), especialista em História do Maranhão (UEMA) e mestre em Ciências Sociais (UFSCAR). Atua como pesquisador no Campus Drª. Josefina Demes, é membro do NEPA (Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro) e do CEPEX (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UESPI), autor de “Pesquisa e Formação: mediando a produção de saberes no Curso de Pedagogia”.
Veja abaixo detalhes sobre a pesquisa geradora da publicação.
Qual o objeto de estudo da pesquisa que resultou no livro?
O objetivo central desta publicação é estabelecer uma análise das práticas discursivas, entendidas por Bourdieu (1989) como “sistemas simbólicos”, apoiadas na ideia de desenvolvimento e produzidas a partir do governo de José Sarney, na década de 1960. Este livro enfoca não apenas o âmbito discursivo, mas também aquele relativo aos resultados práticos das estratégias políticas de governo, tratando das consequências que tais políticas trouxeram para os setores populares.
O que motivou teus estudos nessa área?
Depois de uma boa provocação do Prof. Dr. José Ribamar Caldeira, elaborei um projeto de pesquisa que agora se apresenta plasmado em forma de livro, cuja pretensão é retratar as redes de relações estabelecidas pelos agentes políticos, no período, a fim de registrar as estratégias de alianças e as oposições existentes, no período em que José Sarney foi governador do estado.
Qual o significado da crisálida na pesquisa?
O discurso modernizante de José Sarney sugere um planejamento desenhado com o objetivo de confirmar que o proclamado “Maranhão Novo” funcionaria como um novo paradigma político, o qual romperia, definitivamente, com práticas políticas consideradas arcaicas e próprias de uma velha concepção oligárquica, como a metamorfose da lagarta (“feia”) em borboleta (“bonita”). No entanto, constata-se que não se completou essa metamorfose. Em 41 anos de vida política, no Maranhão, em vez de borboleta, o estado ficou em um permanente estágio de crisálida, com a passagem do arcaico para o moderno e o desenvolvido incompleto.
Quais os principais resultados da pesquisa apresentados no livro?
Como resultado, desvela-se que no denominado “Maranhão Novo”, a cultura política reinante parece ser uma eterna crisálida que, por mais nova que se mostre, é a velha repetição do passado que teima em não passar. O resultado mais importante revela o germe da desigualdade social e econômica no Maranhão, alicerçada na entrega de terras públicas e grilagem de tantos outros territórios; ou seja, a modernidade anunciada e aplicada em ilhas de desenvolvimento, deslocou milhões de seres humanos a mais absoluta pobreza.
Como você avalia a eleição e a composição do governo Flávio Dino na eleição e na reeleição?
A eleição do governador Flávio Dino em 2014 foi resultado de um conjunto de fatores de ordem conjuntural promovido por forças que atuaram por dentro das relações políticas estruturadas no Maranhão a partir da montagem da denominada Oligarquia Sarney. Neste sentido, podemos identificar alguns desses vetores: o desgaste político do grupo Sarney ocasionado pelo fortalecimento de um discurso de oposição, que estabeleceu como estratégica simbólica, a possibilidade de derrota do atraso e da vitória do novo, o discurso repetindo-se em uma circularidade característica da história política maranhense; as disputas intraoligárquicas que culminaram com um reordenamento do grupo Sarney a partir da ruptura com o governador José Reinaldo Tavares; a inserção do político Flávio Dino na disputa eleitoral, a partir de práticas tradicionais na política do Maranhão (Flávio Dino se elege Deputado Federal com grande poder econômico, tendo como padrinhos políticos o ex-prefeito de Caxias, Humberto Coutinho e o também ex-prefeito de Tuntum (Cleomar Tema), estruturando a eleição e composição do seu governo.
Na gestão de Flávio Dino houve ruptura com as práticas entranhadas no Maranhão por José Sarney? Ou o Maranhão segue sendo uma crisálida?
Penso que é relevante identificar o governo de Flávio Dino a partir de duas dimensões: a primeira, é entender que no Maranhão está inserido em um processo de desenvolvimento capitalista periférico e, portanto, as relações políticas institucionais no Estado não estão fora dessa ordem estrutural. Neste sentido, o governo Flávio Dino preservou grande parte das relações políticas criadas pelo grupo Sarney, caracterizada pelo apadrinhamento político, pela congregação institucional, pela propaganda midiática e acima de tudo pela construção simbólica e discursiva de morte do passado.
A segunda questão a ser destacada é entender que as relações políticas que sustentam o governo Flávio Dino, não foram marcadas pelo apoio substancial do governo federal. Outra concepção, é que o grupo político que dá suporte ao governo estadual, não exerce uma intervenção direta na economia do Maranhão, objetivando o enriquecimento particular a partir das relações patrimonialistas.
Começou a circular essa semana uma das novas publicações do Grupo de Pesquisa (GP) Rádio e Midia Sonora, vinculado à Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação).
A ideia da publicação surgiu nas discussões e planejamento do GP Rádio e Mídia Sonora, durante o Congresso da Intercom, em 2018, quando a Lei de Radiodifusão Comunitária nº 9.612/98 completava 20 anos.
Um dos textos da obra, com o título “Do alto-falante à rádio comunitária Bacanga FM: comunicação e organização popular no bairro Anjo da Guarda, em São Luís-MA”, tem autoria do professor do curso de Rádio e TV da UFMA, Ed Wilson Ferreira Araújo, do mestrando em Comunicação (UFMA) Jefferson Saylon Lima de Sousa, e dos radialistas Robson Silva Correa, Rodrigo Augusto Mendonça Araujo, Rodrigo Anchieta Barbosa.
O comitê editorial selecionou oito textos que retratam a história das rádios comunitárias, a reaproximação com os movimentos sociais, as falsas rádios comunitárias, a cidadania e autonomia nas emissoras, as culturas populares e massivas na programação e as re-existências das rádios em alto-falantes.
A pesquisadora Denise Cogo prefacia a obra. “Esta coletânea representa um registro histórico da luta pela democratização da comunicação que, nas décadas de 1990 e 2000, estava centralizada na ‘reforma agrária do ar’ e atualmente se expande para as redes digitais, inclusive com as resistências destas estações nos novos ambientes”, pontuou o coordenador do livro, professor Ismar Capistrano Costa Filho, da Universidade Federal do Ceará.
VEJA A LISTA DE ARTIGOS DO LIVRO
Sobre comunas comunicacionais radiofônicas: uma análise crítica do processo histórico de formulação da Lei n. 9.612 (João Paulo Malerba)
Rádios Comunitárias: a retomada do ideal comunitário no processo do fortalecimento da organização popular (Márcia Vidal Nunes)
Cidadania Comunicativa e Autonomia Comunicativa: lutas pelo direito à comunicação nas rádios comunitárias (Ismar Capistrano Costa Filho)
Do alto-falante à rádio comunitária Bacanga FM: comunicação e organização popular no bairro Anjo da Guarda, em São Luís-MA (Ed Wilson Ferreira Araújo, Jefferson Saylon Lima de Sousa, Robson Silva Correa, Rodrigo Augusto Mendoça Araujo, Rodrigo Anchieta Barbosa)
Os receptores das rádios comunitárias em Fortaleza (Catarina Tereza Farias de Oliveira)
Rádios comunitárias só no nome: um panorama das rádios comunitárias no Agreste de Pernambuco (Giovana Borges Mesquita, Sheila Borges de Oliveira, Diego Gouveia e Rodrigo Barbosa)
Salada Sonora: o que dizem as paisagens sonoras e a rádio de poste sobre viver em comunidade em um Bairro Popular de Salvador (Andrea Meyer Medrado)
Rádio GAC: uma análise da participação dos moradores da Quadra no processo de criação da rádio poste (Milena de Castro Ribeiro)
Transas da Contracultura Brasileira, organizado por Isis Rost e Patrícia Marcondes de Barros, reúne artigos, poemas, entrevistas, depoimentos e ensaios. Traz nomes como Chacal, Jards Macalé, Luiz Carlos Maciel e os maranhenses Murilo Santos e César Teixeira, além de pesquisadores de diferentes locais do país.
Transas da Contracultura Brasileira resulta do encontro de duas pesquisadoras ligadas na efervescência cultural dos anos 1960 e 1970, Isis Rost, gaúcha radicada em São Luís, e Patrícia Marcondes de Barros, paulistana que vive atualmente em Londrina. Elas reuniram vasto material, que alinha entrevistas e depoimentos de personagens expressivas daqueles anos – tempos de explosão criativa, transformações comportamentais profundas e também de muita repressão política – com textos de pesquisa.
“É um passeio por nomes da literatura, do jornalismo alternativo, da música, das artes cênicas e do audiovisual, quase sempre mais próximos do lado B e da experimentação, numa linguagem direta, sem os excessos teóricos e insossos dos textos acadêmicos”, afirma o professor Flávio Reis, que responde pela coordenação editorial do projeto.
Na primeira parte, temos entrevistas e depoimentos de Luiz Carlos Maciel, Ricardo Chacal, Jards Macalé, Helena Ignez, ao lado dos maranhenses Cesar Teixeira e Murilo Santos, integrantes da primeira turma do Laborarte, e de Edmar Oliveira, participante da cena que se desenvolvia em Teresina, além de uma entrevista realizada por Joca Reiners Terron com Régis Bonvicino sobre Walter Franco.
A segunda parte reúne pesquisadores e colaboradores de diferentes cidades como Teresina, São Luís, Londrina, Rio de Janeiro e São Paulo. Os textos enfocam aspectos diversos da efervescência cultural entre os anos 1960 e 1980, da Tropicália ao movimento Punk, nas áreas de poesia, música, cinema, imprensa alternativa e teatro. Entre os poetas convidados, Celso Borges, Cesar Carvalho e Durvalino Couto Filho.
“A concepção gráfica do projeto se aproxima do universo das publicações alternativas, ponto em comum entre eu e Patrícia, que conheci em 2018. Desde o ano passado existia a urgência de um projeto que resgatasse, neste período sufocante que atravessamos, os elementos transgressores da contracultura. O livro teve seu pontapé inicial quando nos encontramos pessoalmente pela primeira vez no Rio de Janeiro, em fevereiro, já no dia da entrevista com Chacal”, afirma Isis Rost, que assina o projeto gráfico e a diagramação de Transas da Contracultura Brasileira”.
O e-book é mais um lançamento da Editora Passagens e estará disponível para download gratuito a partir do dia 26 de julho no blog da Editora Passagens editorapassagens.blogspot.com
O livro abre com um poema de Celso Borges anunciando os ingredientes e o sabor do caldeirão da contracultura.
Olhali Olhalá Wally alado No colo de Jorge Salomão Tresloucado No caldeirão da contracultura Meu poema também cabe? Quem sabe Deitando e rolando no Gramma No Drops de Abril de Chacal Que tal No coração samurai de Catatau E coisa e tal meu poema Olé olá No parangolé Tropicália de Oiticica Que delícia Meu poema enfim Nos paletós de Francisco Alvim Quem sabe Maio 68 nos muros de Berlim Meu poema lero lero Ainda cabe até o fim Na boca de Cacaso eu quero Dentro de mim um anjo da contracultura Que nas asas de Ana C. César Sobrevoe aquela manhã azul de Ipanema Queda para o alto Meu poema Meu treponema não é pálido nem viscoso na fumaça de um fino meu poema panamérica de Agripino colírio no olho do sol quem sabe nas bancas de revista Warhol na capa mijando no urinol de Duchamp Roda, roda e avisa Um minuto pros comerciais Alô, alô, Tristeresina Vai ver Torquato Na discoteca do Chacrinha Vai, Drummond, ser guache Nas aquarelas da contracultura Quem sabe! Quem sabe desfolho a bandeira Na parte que me cabe Quem sabe? Quem sou? Eu sei Eu não sei Por isso Meu poema vai e voa em vão meu poema nem Seu Sousa vai e vem e vaia o caldeirão da contracultura não Me segura que vou dar um traço
SERVIÇO
Transas da Contracultura Brasileira
Organizado por Patrícia Marcondes de Barros e Isis Rost
BOI reúne poemas e letras de música que o poeta Celso Borges escreveu, principalmente, nos últimos dez anos. Obra tem o projeto gráfico de Isis Rost e faz parte da coleção Livrinho também é livro, da editora Passagens.
O poeta e letrista Celso Borges homenageia o boi do Maranhão no primeiro ano em que essa manifestação não estará nas ruas e arraiais da cidade, por causa da pandemia do corona vírus.
“Este livrinho nasce dessa não voz, ou da poesia dessa voz na memória, ou do afeto que vislumbro a partir da falta do boi e suas zoadas essenciais”, afirma o escritor que tem ligação com o bumba-meu-boi desde criança, quando via e ouvia os grupos se apresentarem em frente à sua casa, no Largo de São João, centro da cidade.
BOI é o terceiro trabalho da coleção Livrinho também é livro que estreou com A rua morta (Luís Inácio Oliveira), seguido de O declínio da narrativa (Isis Rost). Assim como os dois primeiros livrinhos, BOI vai sair também no formato digital.
“É claro que a gente quer publicar esses trabalhos no papel, mas por enquanto eles estão disponíveis de forma gratuita apenas virtualmente”, afirma Isis Rost, da editora Passagens, que já publicou, além das obras dessa coleção, quatro outros livros: Penúltima Página (Zema Ribeiro); O Risco do Berro – Torquato, neto, Morte e Loucura (Isis Rost), Vaia de Bebo Não Vale (Helen Lopes) e Ruminações – cultura e política (Flávio Reis), todos em 2019.
A capa de BOI foi feita a partir de um quadro do pintor Ciro Falcão, da geração de artistas plásticos maranhenses que começou a expor nos anos 1970. As outras páginas do livrinho trazem ilustrações, quadros e fotos de vários artistas nacionais e internacionais, entre eles Pablo Picasso, Cícero Dias, Aldemir Martins, Marcos Palhano, Ribamar Rocha, Militão dos Santos e J. Borges.
BOI
Livro de Celso Borges
Projeto gráfico de Isis Rost
56 páginas, editora Passagens
A partir do dia 20 de junho, disponível gratuitamente
No site da editora: https://editorapassagens.blogspot.com/
Fruto da tese de doutorado da professora do curso de Teatro (UFMA), Michele Cabral, o livro “Processos comunicacionais no teatro de rua: performatividade e espaço público” será lançado dia 29 (terça-feira), às 19 horas, no Espaço Amei/shopping São Luís.
A pesquisa apresentada no livro propõe-se a investigar os processos comunicacionais no teatro de rua, tendo a cidade como espaço de conexões entre estes dois universos: a comunicação e o teatro. O trabalho procura entender, especificamente, o modo pelo qual estas encenações teatrais são vistas, compreendidas e ressignificadas pelo público da rua, no ato de sua recepção no espaço público contemporâneo.
Entendendo a intervenção teatral de rua como um ato de comunicação complexo, que envolve diferentes campos sociais, a pesquisa privilegia os processos comunicacionais desenvolvidos em sua prática, ressaltando a relação deste teatro com o público consumidor e o espaço público na contemporaneidade.
“Compreendemos que este encontro inusitado, do teatro com o indivíduo, habitante ou transitório naquele lugar, é um momento singular, onde o discurso estético, apropriando-se do espaço público, vai desencadear um processo dialógico intenso, proporcionando um momento de múltiplas interações. Empreendemos nossa análise dos processos comunicacionais no teatro de rua em sua relação com o espectador, o espaço público e as interações geradas a partir destas experiências”, explica Michele Cabral.
Ainda segundo a autora, a investigação permite compreender as redes tecidas neste lugar simbólico, que é a fruição da arte teatral em relação ao organismo concreto da cidade. Esta conexão leva a perceber que transformações efetivas se dão na apropriação cultural e estética, por meio de um processo comunicacional, que subverte a ordem linear e simplificada de “emissão – mensagem – recepção” propondo um jogo de transições e superposições, que provocam o empoderamento do sujeito receptor, e que, neste processo, se encontra com o sentido da cidadania.
Sobre a autora
Michelle Cabral é artista-docente do curso de Licenciatura em Teatro do Departamento de Artes Cênicas (Dearc) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ela é atriz, palhaça e diretora teatral, doutora em Comunicação Social pela PUC/RS, mestra em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), bacharel em Artes Cênicas/Direção Teatral pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
Michelle Cabral coordena o Grupo de Pesquisa Encenação e Corporeidades (CNPQ/UFMA), onde desenvolve o projeto de pesquisa “A cidade como palco: jogo, texto e espaço no teatro de rua”. Tem experiência na área de Artes Cênicas com ênfase em Teatro, atuando principalmente nos seguintes temas: teatro de rua, circo, espaço público, política, comunicação e história.
Serviço
Lançamento do livro “Processos comunicacionais no teatro de rua: performatividade e espaço público”