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Rádio das Tulhas: som na feira da Praia Grande roda música, afetos e resistência

Texto: Vanessa Aguiar, estudante do 1º período de Jornalismo da UFMA

Revisão: Ed Wilson Araújo

Os sábados na feira da Praia Grande ou Mercado das Tulhas ganharam um tom especial há dois anos, quando o economista e agitador cultural Luiz Noleto instalou uma emissora alternativa no local.

A ideia surgiu no período da pandemia, em 2021, apenas com um celular e uma pequena caixa de som. Perseverante, aos poucos a caixinha foi carinhosamente nomeada de Rádio das Tulhas. Por dois anos, Noleto fez com que a música ecoasse pelo mercado e preenchesse o vazio que a pandemia provocou.

O projeto nasceu com o objetivo de reproduzir a produção musical de artistas maranhenses e de outros bambas do cenário nacional e internacional. No começo, teve o ouvido amigo da produtora cultural Juliana Hadad, do jornalista Zema Ribeiro e do DJ Vitor Hugo, incentivadores para a consolidação do projeto.

Na discotecagem, o DJ Vitor Hugo pilota a rádio em parceria com Luiz Noleto, que cuida também da produção, junto com Filipeza. A marca que contem a identidade visual da emissora (veja detalhe na imagem destacada) foi criada pelo design Regis Chaves. Além da música eletrônica, a rádio conta com a presença de artistas convidados e homenageados fazendo som ao vivo.

Vitor Hugo e Luiz Noleto agitam os sábados pilotando a Rádio das Tulhas

Ao longo de dois anos, dezenas de fazedores e fazedoras de cultura ecoaram no microfone da Rádio das Tulhas, registrados em fotos expostas em um painel que ornamenta o cenário da emissora. “É uma rádio feita para cultura e os feirantes”, define Noleto.

Homenagem ao Samba

Uma data marcante na história da Rádio das Tulhas foi o Dia Nacional do Samba, celebrado em 2 de dezembro, quando uma trupe de artistas lotou o mercado na festa denominada “Kizomba da Rádio das Tulhas”, tendo como homenageado especial o cantor e compositor Joãozinho Ribeiro.

Diante da importância desse gênero musical contagiante, a Rádio das Tulhas e seu anfitrião Luís Noleto prestaram uma grande homenagem ao samba.

Centro Histórico

A palavra tulha significa um local para venda de grãos. É sinônimo de celeiro público onde se comercializam gêneros alimentícios. O Mercado das Tulhas, conhecido também como Feira da Praia Grande, é uma construção do século XIX, localizada no coração da cidade de São Luís, no Centro Histórico.

No passado teve grande importância para o desenvolvimento do Maranhão, por ser o entreposto utilizado pelos principais comerciantes do estado e, portanto, uma referência do poder econômico. Hoje, marca da cultura e história do Maranhão, a Feira da Praia Grande ou Marcado das Tulhas é um ponto turístico obrigatório.

Apesar de o projeto contar com muitos ouvintes e afetividade do público, a Rádio das Tulhas é uma iniciativa independente. Não conta com apoio dos órgãos públicos, mas reivindica apoio para funcionar como equipamento cultural de interesse coletivo na cidade.

A falta de apoio governamental não impediu que a continuidade da rádio. O projeto é mantido com patrocínio dos feirantes e a solidariedade dos freqüentadores do mercado, assim como dos apreciadores da boa música.

Todos os sábados, das 12h às 18h, a rádio atrai muitos visitantes, como Cristina Salazar, aposentada e frequentadora assídua da feira. “Eu espero que o governo e a prefeitura invistam nesse projeto lindo”, reivindica.

Além de atrair visitantes de fora, “a rádio se torna uma atração muito boa para rotatividade dos turistas”, afirma a pedagoga Carla Lima.

E não são apenas os visitantes que se usufruem da boa música e do agradável ambiente. Com tantas atrações no Centro Histórico de São Luís, os feirantes se beneficiam pela quantidade de clientes, que estão cada vez mais interessados em conhecer e provar da nossa cultura. “A rádio traz alegria para as barracas e ajuda nossas vendas”, registra a comerciante Maria Raimunda Mendes.

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Cadê o Circo da Cidade? Espaço cultural foi desativado para a implantação do VLT, que nunca saiu do papel

Uma nova onda de protestos e reivindicações de artistas e produtores culturais de São Luís ganha força para cobrar a reimplantação do Circo Cultural Nelson Brito, o Circo da Cidade, desativado em setembro de 2012, na gestão do ex-prefeito João Castelo (PSDB), a pretexto de instalar um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).

Segundo o Ministério Público, a compra do VLT, em torno de R$ 7 milhões, foi irregular.

À época, parte do Aterro do Bacanga foi utilizada para fixar trilhos e exibir um vagão do VLT com o objetivo de turbinar a campanha à reeleição do tucano. Então, um dos equipamentos sacrificados foi o Circo da Cidade, retirado da área contígua ao Terminal da Integração, no Centro Histórico de São Luís.

O projeto do VLT foi abandonado após a campanha eleitoral de 2012
Foto: Biné Moraes / O Estado do Maranhão

João Castelo perdeu a eleição e no final da primeira gestão (2013-2016) do prefeito Edivaldo Holanda Junior, então candidato à reeleição, houve a apresentação de um projeto para reativar o circo, inclusive com a divulgação de maquetes.

A nova estrutura prometida teria lona tensionada, palco moderno, público de até 500 pessoas sentadas, arquibancadas empilháveis, banheiros, escritório e bilheteria, mas nada foi concretizado.

Maquete do novo circo não foi concretizada
na gestão de Edivaldo Holanda Junior

Desde 2012 ocorrem diversas cobranças, com atos presenciais e na web, pedindo a volta do Circo da Cidade.

Neste janeiro de 2022, a luta continua. A comunidade artística retomou as manifestações nas redes sociais, através de vídeos, com uma pergunta: cadê o Circo da Cidade?

A ideia foi ganhando força através de comentários e compartilhamentos, questionando o fim de um dos mais importantes equipamentos culturais da capital maranhense, onde circularam variadas atividades artísticas, sob a lona que virou ponto de encontros e de afetos em um período muito produtivo no panorama estético de São Luís.

Um ato para reiterar a cobrança está marcado para segunda-feira (24 de janeiro), às 19h, na Feira da Praia Grande (Mercado das Tulhas), no Centro Histórico.

“O Circo da Cidade representa uma democratização cultural imensa e tão necessária que a gente fica tentando entender o que foi que passou pela cabeça dos senhores em seus gabinetes, em salas com ar condicionado, quando decidiram que São Luís poderia abrir mão dele, ainda mais numa cidade rica em expressões culturais e tão carente de espaços para apresentações artísticas.”, avalia o cantor e compositor Beto Ehongue.

A batalha pela retomada do espaço cultural já dura uma década, marcada por indignação. “O Circo da Cidade, espaço absolutamente democrático e acessível aos artistas e ao público,  só poderia acabar sendo alvo do desprezo das “autoridades” que deveriam cuidá-lo. Nós artistas vivemos à mercê dos desmandos desses políticos que trocam de lugar no poder e além de não fomentarem políticas de incentivo, ainda nos tiram as poucas conquistas que obtivemos com muita luta. Em 2012, já cobrávamos a volta desse importante espaço cultural. E dez anos depois,  continuaremos cobrando. Cadê o Circo da Cidade?”, insiste a atriz Rosa Ewerton Jara.

O Circo Cultural Nelson Brito foi inaugurado em 1999, na gestão do prefeito Jackson Lago (PDT), vinculado à Fundação Municipal de Cultura. O espaço serviu de palco para produções cênicas e musicais locais, nacionais e internacionais, revelou talentos, difundiu novas gerações e reafirmou nomes consagrados, gerou oportunidades e formou plateia.

Fachada do Circo da Cidade. Foto: kamaleao.com
Circo homenageia o artista Nelson Brito, uma referência
na cultura popular do Brasil / Foto: Facebook do Laborarte

A localização próxima ao terminal de ônibus facilitava o acesso do público de todas as classes sociais e bairros da cidade, alcançando diversas faixas etárias, inclusive crianças.

Músicos, atrizes, gestores(as) de projetos sociais, atores, cantores, cantoras, produtores e produtoras culturais e o público estão órfãos de um dos espaços mais vibrantes da cidade.

O projeto do VLT desperdiçou dinheiro público
em obras inúteis. Foto: Ed Wilson Araújo
Fim da linha para o VLT. Foto: Ed Wilson Araújo

No lugar vazio do circo, rastejou no palco morto do Aterro do Bacanga uma peça grotesca. O vagão do VLT, comprado por R$ 7 milhões, nunca saiu do lugar e o plano eleitoreiro passou a ser motivo de chacota na cidade, visto como um golpe publicitário fracassado, infelizmente pago com dinheiro público.

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Música é alimento: festival BR135 tem ação solidária em 2021

O BR135 2021 chega em forma de ação solidária para arrecadar cestas básicas que vão beneficiar a comunidade do Desterro, no Centro Histórico da capital maranhense. A proposta é reunir o Boi de Maracanã, Dicy Rocha, Núbia, Enme, Butantan&Fuega, Criola Beat, Pantera Bl4ck e a banda paraense Os Amantes neste sábado, 27, no Convento das Mercês.

Os melhores momentos desse grande encontro, que contará ainda com discotecagem de Vanessa Serra e Selecta Groove e performances de Áurea Maranhão e do artista africano Josef Osei, serão exibidos para todo o Maranhão no especial BR135 – Música é Alimento, pela TV Mirante.

A iniciativa da dupla Criolina, formada por Alê Muniz e Luciana Simões, realizadores do Festival BR135, se dá em função das limitações impostas pela pandemia de covid-19. “Em tempos normais nós enchemos as praças da cidade, mas agora é diferente. Estamos voltando, mas precisamos voltar devagar, com todo o cuidado”, afirma Simões.

“Entendemos que a arte, e em especial a música, cumpre um papel fundamental para a saúde de corpos e mentes, mas pode ir além, contribuindo para melhorar a situação de muita gente que tem fome, por isso a ação solidária para arrecadação de cestas básicas”, completa Muniz.

Fazer parte do BR135 neste ano significa contribuir com a ação, doando uma cesta básica ou 1 kg de alimento não perecível para quem mais precisa. A doação, no entanto, é voluntária. Quem não puder contribuir pode também participar do evento, obedecendo o limite de 400 pessoas no local, conforme decreto do Governo do Estado para eventos culturais (nº 37.176, de 10 de novembro de 2021).

Há duas formas de contribuir: levar a doação ou adquirir uma cesta no Convento das Mercês (haverá um ponto de venda lá). Uma equipe da produção do BR135 fará plantão no local, das 9h às 17h da sexta-feira, para receber as doações e entregar o voucher de acesso.

Além da doação de cestas básicas, o BR135 articulou uma parceria com a comunidade do Desterro para gerar renda no bairro. Parte do comércio de alimentos e bebida dentro do Convento das Mercês durante o evento será feita por comerciantes da região, organizados pela União de Moradores do Centro Histórico, Praia Grande, Portinho e Desterro e pela Coletiva Por Elas Empoderadas – de luta pelos direitos da mulher.

O BR135 2021 – Música é Alimento tem patrocínio da Equatorial por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura da Secretaria de Estado da Cultura, Governo do Maranhão.

PROGRAMAÇÃO

Entrega de voucher de acesso

Sexta, 26, das 9h às 17h, no Convento das Mercês

BR135 2021 – Música é Alimento

Sábado, 27, 19h, no Convento das Mercês

18h Boi de Maracanã

19h Dicy

20h Núbia

21h Butantã + Enme + OnlyFuego

22h Criola Beat

23h Os Amantes

+ Informações: (98) 98179-1113 (Assessoria de Comunicação)

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Beto Ehong lança álbum ‘PAN’

O novo trabalho do músico é resultado das produções realizadas durante o período de pandemia, tem nove faixas autorais e participações de Rita Benneditto, Flávia Bittencourt, Emanuele Paz, Biodz, Tâmara Pessoa.

‘PAN’ será lançado no site oficial do artista dia 9 de setembro de 2021, às 10 horas. A plataforma www.betoehong.com  recebeu visual novo e design temático, além de rádios e DJs.

As faixas do álbum vão contando cada momento dessa fase vivida pelo artista e em sua diversidade abordam o amor, o cotidiano caótico, as essências locais e as batidas do mundo: reggae, trap, folclore e coisas ainda sem nomes.  

Faixa a faixa

O disco com Choque da Lamparina feat Emanuele Paz uma produção do maestro Ubiratan Marques e SekoBass, ambos produtores do Baiana System que trouxeram mais os temperos de Tâmara Pessôa nos vocais e a guitarra de Theo Silva da terra do Senhor do Bonfim. Em São Luís a canção de abertura recebeu gravação de voz, mix, master e a percussão do maranhense Kadu Galvão na Raflea Music.

Carta ao Mundo traz uma mensagem positiva sobre a vida e a beleza das coisas, unindo o beat de Nairon Botão com a música de concerto de Joaquim Santos.  

Na sequência as conhecidas e sucessos Tribo Futurista e Na Fita reúne participações de Rita Benneditto e Flávia Bittencourt, respectivamente.  

A quinta faixa São Luís Déjà-vu é uma homenagem à ilha de Upaon-Açu, viveiro de cultura ancestral e moderna, com produção e feat de Nairon Botão.

Em seguida a marcante e necessária Procurando a Mãe tem participação de Emanuele Paz.   

Adiante o álbum traz Falha no Sistema feat Biodz, uma hipnose analítica atual com sentimento trap, e produção de Adnon Soares da Casaloca Estúdio.

Para fechar o álbum roda Menina Boa e a dançante Orchestrap.  

Mais informações  

www.betoehong.com  

098 988052001  

mundioca@outlook.com  

@betoehong – Instagram  

@betoehong – Twitter  

Breve também nas plataformas musicais populares.  

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Rádio comunitária Ieshuá FM revela artistas na região do Alto Turi

Tudo começou no ano 2005, quando a emissora comunitária Ieshuá FM entrou no ar e realizou um festival de música para incentivar e valorizar os cantores e compositores da cidade a divulgarem suas produções.

A rádio fica localizada no município de Nova Olinda, na região do Alto Turi, no Maranhão. Ouça aqui

Depois do festival a direção da emissora decidiu criar um horário fixo na grade de programação, o “Talentos da Terra”, todos os domingos, das 12h às 14h, com a participação dos artistas da cidade.

Aos poucos o “Talentos da Terra” cresceu, ficou mais conhecido e atraiu atenção de músicos de outras cidades. “Somos um programa regional. Hoje em dia recebemos cantores e compositores de Araguanã, Zé Doca, Governador Nunes Freire (Encruzo), Maracaçumé, Centro do Guilherme e outras cidades da região. Artistas de Carutapera já estão agendados”, destacou Cícerro Ferraz, diretor da Ieshuá FM.

Transmissão ao vivo do Talentos da Terra é sucesso na região do Alto Turi

Antes da pandemia tinha um fluxo intenso de artistas na programação ao vivo do Talentos da Terra, mas atualmente, mesmo presencial, a emissora adota todos os cuidados para não aglomerar dentro da rádio. “A tecnologia facilitou a divulgação. Muitos cantores de várias regiões do Maranhão mandam músicas pelo celular para lançarmos no programa. Além disso temos lives com os músicos acompanhados do maestro “Zé do Violão”.

Durante a semana o maestro ensaia com alguns cantores para fazer a apresentação caprichada.

Edinho dos Controles e Gilvan Nascimento são sucesso na Ieshuá

“Cada domingo participam em média 3 a 4 cantores. O Talentos da Terra tem ainda muita interação, participação da audiência e transmissão ao vivo no Facebook e no You Tube da emissora. A audiência é grande. Os estilos mais tocados são reggae e brega, mas o programa é aberto a qualquer ritmo”, explicou Cícero Ferraz.

Ao longo do tempo o programa “Talentos da Terra” vem acumulando boas memórias e vitórias no trabalho de divulgação dos artistas locais e regionais. “Desse projeto alguns cantores já se profissionalizaram, como Wallison Love, Mauro Sérgio, Tony Nascimento, Lucas Monteles, entre outros artistas”, comemorou Ferraz.

Cantor Marciano, de Santa Luzia do Paruá, é um
dos talentos revelados na rádio Ieshuá

O diretor da emissora também registrou, com pesar, alguns cantores que participaram do Talentos da Terra e já estão falecidos, alguns acometidos da pandemia covid19, como o saudoso Psica, Geny, Marcos Antonio e os maestros Frank Silva e Sebastião Medeiros, que acompanhavam os cantores.

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Freddie Mercury nasceu em Zanzibar. Onde fica esse lugar?

Batizado Farrokh Bulsara, o lendário vocalista do Queen, Freddie Mercury, nasceu em 1946, no arquipélago de Zanzibar, formado por duas ilhas localizadas na costa leste da África, nas águas do oceano Índico.

As ilhas pertencem ao território da Tanzânia, país unificado em 1964 após uma série de conflitos e milhares de mortos, passando a ser denominado oficialmente República Unida da Tanzânia e faz limites com Uganda, Moçambique, Ruanda, Burundi e Congo, entre outras nações.

Imagem de Stone Town ou Cidade de Pedra, onde nasceu Freddie Mercury
Imagem: iStock capturada nesse site

Os pais de Farrokh Bulsara eram “parsis”, um povo indiano de origem persa. Eles mudaram para Zanzibar quando a ilha ainda era o Protetorado Britânico de Zanzibar, onde Farrokh nasceu, em 1946. Na infância, ele foi enviado à Índia para estudar.

Antes de ser incorporada à Tanzânia, o território de Zanzibar foi dominado por vários povos e recebeu diversas influências culturais de africanos, árabes, indianos, alemães e ingleses.

O azul de Zanzibar

Uma das letras mais famosas do compositor Fausto Nilo e Armandinho, gravada pelo grupo A cor do som, faz referência à ilha de Zanzibar. (leia aqui)

Eu uma entrevista à rádio Senado, Fausto Nilo (foto), autor de letras clássicas da Música Popular Brasileira (MPB), celebrizadas por diversos intérpretes em versos cravados na nossa memória fonográfica, revela curiosidades sobre a música Zanzibar.

Veja letra abaixo:

“No azul de Jezebel no céu de Calcutá, feliz constelação
Reluz no corpo dela, Ai tricolor colar!
Ás de Maracatu no azul de Zanzibar
Ali meu coração zumbiu no gozo dela”

[…]

Aliás, bazar da coisa azul, meu only you
É muito mais que o azul de Zanzibar
Paracuru, o azul da estrela, o azul da estrela

[…]

No bairro Stone Town, reduto histórico da ilha de Zanzibar, foi construído um museu em memória de Freddie Mercury. Outras informações sobre a vida e a obra do artista podem ser vistas no filme Bohemian Rhapsody.

Breve vamos escrever sobre um memorável espaço cultural de São Luís denominado Zanzibar. Aguarde.

Imagem destacada / Freddie Mercury / capturada neste site

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Banda Acústico Brasil lança a música “Sem censura”

Já está circulando nas redes sociais o mais novo som produzido pela banda Acústico Brasil, composta por músicos maranhenses profissionais com anos de estrada, tocando em bares, festas e restaurantes, além de eventos familiares no Maranhão e em outros estados.

A música “Sem censura” é o destaque do CD em fase de produção da banda.

Clique abaixo para ouvir.

Veja abaixo os integrantes da Acústico Brasil:

Ernildo # bateria

Josiel # guitarra e teclado

Catatau # percussão

Ray # vocal

Cléo # vocal

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Comunicação popular e pandemia

Claudia Santiago
Jornalista e Coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação

A pandemia desencadeada pelo novo coronavírus no ano de 2019 nos fez pensar em muitas coisas. Coisas que já sabíamos, como é o caso da tremenda desigualdade social no nosso país. Para quem vive em becos nas favelas não dá para não aglomerar. Não há distância de dois metros entre as janelas sempre abertas das casas. O espirro forte atravessa a viela enquanto se assiste à TV.

Mas tudo isso foi relevado por duas palavras mágicas:

. Auxílio emergencial. Segurou a onda dos 14 milhões de desempregados e dos que, mesmo fazendo bico, precisaram do auxílio do Estado para se manterem minimamente

. SUS (Sistema Único de Saúde). Um sistema sem preconceito. Atende gente de qualquer país, de qualquer idade, cor, sexo. O SUS é mulher. O SUS é mãe.

Uso esses dois exemplos para dizer que não dá mais para negar a importância do Estado, como fazem todos os dias os meios de comunicação. Apenas o Estado é capaz de enfrentar uma pandemia, porque que isto custa caro. E quando se fala em custo, patrão não gosta.

A nossa comunicação

Só temos uma maneira de conversar com os trabalhadores e trabalhadoras sobre pandemia, pobreza, papel do Estado, lucros altíssimos dos mais ricos. Unirmos a ligação honesta, amorosa, solidária com o povo à comunicação popular. Feita de baixo para cima, ouvindo os reclames dos despossuídos, com a participação de crianças, jovens e adultos.

É ela, através da rádio ou o podcast, do celular, do jornal de papel, das redes sociais que vão nos formar e nos informar dos assuntos que interessam à nossa classe. Ela é muito importante para a organização das pessoas em luta por seus direitos. Sem comunicação não há organização popular. E sem organização, também não há comunicação popular. Elas precisam andar juntas.

Para encarar esses desafios, temos que usar todos os meios. Nosso povo gosta de telefone celular, vídeo, de música, de novela. Se é assim, assim façamos. Sem nos esquecermos do jornal impresso que, por mais que alguns o olhem com desdém, é feito em favelas cariocas por ser considerado a melhor forma de estar em contato direto e físico com os moradores, muitos com fraco acesso à internet e dados móveis.

A organização da nossa classe no século XXI passa pelo local de moradia. 50% da PEA (População Economicamente Ativa) não está representada por um sindicato formal de trabalhadores. A atuação dos sindicatos nas periferias é urgente e necessária. Vamos investir na comunicação popular assim como o Brasil de Fato vem fazendo no Paraná?

Texto publicado na edição comemorativa do número 200 do Brasil de Fato-Paraná, em 25 de fevereiro de 2020.

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Claudio Lima lança single, coleção de camisetas e faz live na Casa D’Arte

O samba “Ser o Mano”, de sua autoria, estará disponível em todas as plataformas digitais a partir do próximo dia 3 de outubro. Na semana seguinte, dia 10, Cláudio Lima volta a apresentar o espetáculo “Qualhira em live”, no projeto Quintal Cultural, na Casa d’Arte, Raposa, às 17h, com participação especial de Zeca Baleiro. O repertório de “Qualhira” reúne canções que buscam uma representatividade homoafetiva.

Claudio Lima será acompanhado por Japona e Luís Cruz (violão, guitarra, percussão e bateria). No repertório, além de composições de Johnny Alf, Renato Russo, Milton Nascimento, Chico Buarque, Gilberto Gil, Cazuza, Ângela Rorô e Caio Prado, Claudio Lima vai interpretar a canção nova, “Ser o mano”, e “Qualhira”, de Zeca Baleiro, feita especialmente para a estreia do show, em 2019. Zeca também vai cantar a música. Ele enviou uma versão em voz e violão, que será mostrada na live.

“O show será basicamente o mesmo do ano passado, com alguns retoques no repertório e na interpretação. Ele conta a história dos meus 47 anos de qualhiragem por meio de canções que fizeram parte da minha vida numa época em que ninguém falava sobre o assunto. Mas a música popular falava, embora através de códigos, não abertamente como hoje”, afirma o artista.

O novo single “Ser o Mano” é um dos novos sambas do artista, que cita Caetano Veloso e Torquato Neto. “Fala sobre desigualdade, discriminação, crueldade, mas também sobre ser gente que é pra brilhar e pra desafinar o coro dos contentes”.

Camisetas – Cláudio Lima criou novas camisetas, máscaras e ecobags da coleção Qualhira. A venda dos produtos servirá para cobrir os custos do show, além de funcionar tanto para a construção de uma identidade visual como para promover engajamento. “As camisetas que estampam em letras grandes a palavra qua-lhi-ra são um sucesso… várias pessoas já me falaram que vestiram a peça e se sentiram empoderadas”. Vendas pelo whatsapp 88442173.

O clipe – “Ser o Mano” também ganhou um clipe com direção de Emanuell Rebelo, Mateus Rizoka, Tairo Lisboa e Thaís Lima. As imagens mostram o cantor em sua própria casa em tom intimista e diante do contexto da pandemia.

Qualhira

“Qualhira” é mais uma faceta de uma carreira marcada pela diversidade. Em seus três discos, Cláudio Lima cantou clássicos da música americana, como MyFunnyValentine e grandes compositores brasileiros, entre eles Tom Zé, Tom Jobim e os maranhenses Josias Sobrinho, Cesar Teixeira e Bruno Batista, entre outros.

O título do show faz uma brincadeira com o termo pejorativo local “qualhira” atribuído a homens afeminados, delicados ou gays. Um dos destaques é a música título – Qualhira – composta por Zeca Baleiro. Foi a primeira vez que Claudio Lima interpretou uma música de Zeca. “A canção tem tudo a ver com aquilo que eu quero dizer nesse momento”, afirma o cantor. 

CLAUDIO LIMA

Lançamento do single SER O MANO

Dia 3 de outubro em todas as plataformas digitais

Live Qualhira

Dia 10 de outubro – projeto Quintal Cultural -Casa d’Arte, Estrada da Raposa

Lançamento do clipe

Dia 16 de outubro

Ser o Mano (Claudio Lima)

o que adianta ser humano

se os mano não tá bem

nem mesmo pra lutar?

o que adianta ter dinheiro

e ser um prisioneiro

morando numa bolha

de falsos privilégios?

dia após dia resistindo

contra essa crueldade

de quem só quer ver à margem

os que lhe são diferentes

olho no olho, gente é gente

e gente é pra brilhar

e pra desafinar

o coro dos contentes

o que adianta ser humano

se os mano não tá bem

só mesmo pra lutar

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O machado afiado da poesia e do reggae em canção e clipe

Os poetas Fernando Abreu e Celso Borges juntaram seu amor ao reggae e a música de Bob Marley para fazer uma versão livre da canção Small Axe, do cantor e compositor jamaicano.

O reggae Machado Afiado foi gravado no mês de junho e virou clipe pelas mãos de Inácio Araújo, da Carabina Filmes. O lançamento acontece no próximo sábado.

Na primeira etapa do projeto, em junho, os poetas gravaram a parceria no Estúdio Zabumba Records. A produção musical foi assinada pelo percussionista Luiz Claudio que, também, tocou na sessão. Fernando Abreu fez os violões e dividiu os vocais com Celso Borges; Jesiel Bives tocou teclados e baixo; e George Gomes, bateria. Jailton Sodré gravou, mix e masterizou a faixa.

No mês seguinte, a dupla saiu às ruas, acompanhada pela câmera de Inácio Araújo, da Carabina Filmes, e gravaram imagens na Praia Grande. A edição final do clipe terá também a participação especial do artista plástico Edson Mondego tocando berimbau.

“Nos divertimos muito nas gravações, tanto no estúdio quanto nas ruas do centro. A gente sabe que não é cantor nem tem pretensões de seguir carreira ou algo parecido.  Machado Afiado é antes de qualquer coisa uma homenagem a Bob Marley, um  cara que admiramos muito”, afirma Celso Borges.

Para o poeta Fernando Abreu “o reggae e Bob Marley estão misturados com a poesia da gente desde o começo. Estamos muito felizes de cantar uma letra que é uma leitura livre mas reverente de um poeta do povo, que sempre será farol e referência”.

MACHADO AFIADO

Versão livre de Fernando Abreu e Celso Borges
Para a música Small Axe, de Bob Marley

Se é tarde eu não sei
Resistimos
Somos Davi
Se você é Golias

A gente vai pra cima de ti
É inútil fugir
Tu queda é pra já
Cadê tua coragem?

Você me dá pão e circo
Querendo se dar bem
Mas o pau que dá em Chico
Dá em Francisco também

Você cavou sua cova
Se envenenou com seu ódio
Eu já disse e vou repetir
Sai fora, man
Sai fora
É capoeira pra cima de ti
Não corre man
Não corre

Você me dá pão e circo
Querendo se dar bem
Mas o pau que dá em Chico
Dá em Francisco também