Uma das maiores aberrações da campanha eleitoral para a Prefeitura de São Luís, em 2012, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) volta à pauta da disputa de 2020. E dessa vez vai respingar no candidato a prefeito Neto Evangelista (DEM)
À época, o então prefeito João Castelo (PSDB), candidato à reeleição, enfiou uns metros de trilhos e um vagão às pressas no Aterro do Bacanga, mediante a promessa de que iria implantar o VLT.
Neto Evangelista, candidato a vice-prefeito na chapa de João Castelo, participou da propaganda eleitoral respaldando a promessa. “Com o VLT São Luís ganha um transporte público igual das principais cidades do Brasil e do mundo. Parabéns, povo de São Luís. O VLT é nosso”, dizia Evangelista na TV.
O prometido VLT virou chacota na cidade e nem os próprios eleitores de Castelo acreditaram. Ele acabou perdendo a eleição para Edivaldo Holanda Junior (PDT), que governa a cidade por dois mandatos (2013-2016 e 2017 – 2020).
Cerca de um ano depois da eleição, em pronunciamento na Assembleia Legislativa, o mesmo deputado Neto Evangelista voltou a defender o VLT e disse que o então prefeito João Castelo tinha um projeto técnico elaborado para implantar o equipamento.
Evangelista aproveitou a oportunidade para cobrar o prefeito Edivaldo Holanda Junior sobre a execução do projeto. A pergunta, agora, é: Neto Evangelista, candidato a prefeito, vai implantar o VLT, ressuscitando o mencionado projeto que ele garantiu ter sido preparado por João Castelo?
Há
mais de uma década a prefeitura de São Luis adquiriu o prédio onde funcionou o
extinto Banco do Estado do Maranhão – BEM, na rua do Egito, Centro. E, até
hoje, esse prédio continua em reforma. A previsão para conclusão da obra, de
acordo com a assessoria de comunicação da prefeitura, é para o ano que vem,
antes do final da atual gestão.
Arrematado
por R$ 1.543.236,50 em um leilão, o edifício de 12 andares tem passado por
reformas e adaptações que já consumiram cerca de R$ 30 milhões do erário
municipal. Dinheiro que possivelmente daria para construir um novo.
A
aquisição se deu em 2009 na gestão do então prefeito João Castelo. O objetivo
da compra era transformá-lo num Centro Administrativo, para abrigar secretarias
e órgão municipais, reduzindo assim despesas com locações, além de revitalizar
o Centro Histórico da cidade.
Mas o que era para ser solução, virou um problema. Em 2010, teve início uma reforma que desconsiderou o fato do prédio ser tombado como patrimônio histórico pelo Governo do Estado, pelo Governo Federal e pela Unesco.
Beleza arquitetônica manchada pelo mau uso do dinheiro público. Imagem capturada neste endereço eletrônico
A
reforma descaracterizava as fachadas do prédio, o que levou o Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, a embargar a obra, exigindo
da prefeitura um projeto executivo de reabilitação das fachadas.
A
prefeitura providenciou e apresentou o projeto, no entanto, para que a reforma
continuasse, o IPHAN aplicou na prefeitura um Termo de Ajuste de Conduta – TAC,
que passou por sucessivas prorrogações e aditivos.
De
2010 a 2014, as obras de reforma e adaptação não pararam, porém ficaram lentas.
Durante esse período, a prefeitura adiou o prazo de conclusão da reforma por 5
vezes. Uma das empresas contratada em 2012, para tocar a obra, foi a Cristovam
S. Santos pelo valor de R$ 530 mil.
Em
2013, já na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, a prefeitura lançou o
programa Avança São Luis, que incluía ações de desenvolvimento do Centro
Histórico. Uma dessas ações era a conclusão da reforma do prédio.
Na
época, o secretário adjunto da Secretaria de Urbanismo e Habitação (Semurh),
Diogo Lima, anunciou um orçamento em torno de R$ 5 milhões para restauração do
edifício, e, prazo para a conclusão até o primeiro trimestre de 2014. O que não
aconteceu.
Já
em 2016, a prefeitura decreta que o prédio se tonará a nova sede da Secretaria
Municipal de Fazenda – Semfaz. A empresa Fonmart Tecnologia Ltda é contratada
por R$ 6.952.846,17 para o serviço de implantação dos sistemas elétricos de
informática, cabeamento, telefonia, datacenter, segurança patrimonial e serviços
de montagem, instalação, configuração e garantia.
Em
2017, o prefeito determina que o prédio passe a se chamar Edifício João
Castelo Ribeiro Gonçalves. Isso, dois meses após a morte do ex-prefeito.
Oficialmente o nome do prédio era Governador Matos Carvalho. São também comprados,
nesse ano, dois elevadores no valor de R$ 30.000,00 da Hexcel Ltda.
No
ano de 2018, no valor de R$ 2.128,000,00 a prefeitura contrata para prestação
de serviço de piso elevado, com regulagem de altura, confeccionado em
resina temoplástica e revestimento em placa vinílica, a empresa SMS Engenharia
e Comércio.
Ainda
em 2018, foi contratada a empresa Ambianch Industrial LTDA para serviço de
instalação de divisórias, incluindo portas e quadro de vidros. Valor do
contrato: R$ 1.699,647,00 . Nesse ano também foi adquirido 5 datashows e 25
smarts TV de 48 polegadas por R$ 64.969,75.
Em
2019, já foram contratas as Empresa Carry Refrigeração LTDA
por
R$ 4.181.962,67 para serviços de climatização. E, a empresa de engenharia
Junior Ferreira por R$ 555.325,69 que tem prazo de 120 dias para concluir a
reforma.
Para
cuidar da segurança e vigilância desse patrimônio, a prefeitura tem contrato
desde 2017, com a Empresa Clasi Segurança Privada LTDA, que somam R$
1.148,021,04.