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Sesc realiza a 1ª Semana Nacional do Livro e da Biblioteca

A indígena guajajara Aliã Wamiri (imagem) é uma das palestrantes no evento

Valorizar o conhecimento e contribuir para o enriquecimento da experiência literária, esse é o objetivo da 1ª Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. Realizada de 23 a 25 de outubro, a rica programação formativa e cultural acontece no Sesc Deodoro e inclui exposições literárias, mesa redonda, oficina, lançamento coletivo de livros e performance artística. O evento é gratuito e aberto ao público.

Serão três dias voltados para o incentivo à leitura, além de destacar o papel essencial das bibliotecas como espaços de acesso à informação, educação e cultura, visando fortalecer a ideia de que leitura é um direito de todos.

Na abertura do evento, dia 23 de outubro, no Cinema do Sesc Deodoro, a Performance artística “Y`: desenhando a sabedoria Guajajara” realizada por Aliã Wamiri (Índígena Guajajara, cacica da Aldeia Ukait, arte educadora e coordenadora da Educação Escolar Indígena – Seduc/PI), seguida de Mesa Redonda com a temática “Bibliotecas antiracistas: formando leitores críticos”.

No dia 24, às 18h, está agendado um lançamento coletivo de livros com os autores Zeca Melo (O Elefante de Pernas Tortas), Amanda Amorim (As Entranhas do Meu Ser), Luzinete Silva (Eu, Ela e Todas Nós), Ray Brandão (Penélope: uma odisseia interior), Joizacawpy Costa (Embalos Infantis), Maura Luza (Era uma vez uma Mamãe Rolinha), Ernesto Dias (Poesias Brasileiras de Combate).

Para a programação de encerramento no dia 25, das 17h às 20h, uma vasta programação que une literatura, gastronomia, música e poesia. No Sarau Literário, com a “Exposição Sabores Literários, o público poderá degustar alguns quitutes que são citadas em obras literárias, um convite para conhecer o livro, uma vez que comida é história. Acompanhando os pratos serão disponibilizados minitextos com informações e curiosidades sobre os pratos no contexto das obras literárias. A “Premiação Leitor Top” é voltada ao incentivo à leitura e visita na biblioteca, um reconhecimento ao cliente (adulto e infantil) que mais realizou empréstimo de livros literários no decorrer do ano. A “Apresentação musical” fica por conta de Walter Rodrigo (flautista e saxofonista).  

Oficina

oficina “Diálogos Da Aldeia: Construindo Saberes Interculturais, Etnoeducacionais E Antirracistas”, ministrada por Aliã Wamiri/PI, visa promover um espaço de trocas de saberes, discussões e reflexões sobre diversas manifestações culturais e práticas educativas, focado na cultura indígena como integrante do processo de formação do nosso país. Na oficina ministrará orientações e encaminhamentos didático-metodológicos que apoiarão o educador e o agente cultural para uma aprendizagem que favoreça a construção de saberes, letramento étnico racial e antirracista.

Aliã Wamiri é índígena guajajara piauiense, educadora artística, produtora cultural, escritora, ilustradora de literatura infantil, contadora de histórias e cacica da Aldeia Índígena Ukair em Teresina (PI). Fala 04 (quatro) idiomas: português, tupi-guarani, inglês e espanhol. Faz parte das etnias Guajajara (MA), Timbira e Tabajara (PI). É graduada em licenciatura plena em Artes Visuais pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), especialista em Educação Profissional pelo Instituto Federal do Piauí (IFPI) e cursou também Artes Plásticas no IFPI. É autora de vários  projetos de arte-educação voltados à cultura indígena tais como “No tempo da minha avó” e “A escola cabe no cocar”, de vivências na aldeia onde mora.

PROGRAMAÇÃO

Dia 23/10 (quarta)

·  9h às 12h – Exposição Literária “Narrativas Ancestrais: tecendo a nossa identidade”

Local: Hall de entrada do Cinema Sesc Deodoro

·9h30 – Performance artística “Y` : desenhando a sabedoria Guajajara” com Aliã Wamiri/PI

·10h – Mesa Redonda: Bibliotecas antiracistas: formando leitores críticos.

Convidadas: Aliã Wamiri/PI (Índígena Guajajara, cacica da Aldeia Ukait, arte educadora e coordenadora da Educação Escolar Indígena – Seduc/PI)   e Luanda Martins Campos/MA (educadora, escritora e contadora de histórias).

Mediação: Profª Dra. Leoneide Brito Martins (UFMA/ GEPPLEM; CRB13)

Local: Cinema Sesc – Sesc Deodoro

·14h às 18h – Oficina “Diálogos da Aldeia: construindo saberes interculturais, etnoeducacionais e antirracistas” – Aliã Wamiri/PI

Local: Sala de Reunião do Sesc Deodoro

Dia 24/10 (quinta)

·14h às 18h – Oficina “Diálogos da Aldeia: construindo saberes interculturais, etnoeducacionais e antirracistas” – Aliã Wamiri/PI (Índígena Guajajara, cacica da Aldeia Ukait, arte educadora e coordenadora da Educação Escolar Indígena – Seduc/PI)  

Local: Sala de Dança do Sesc Deodoro

·18h – Lançamento coletivo de livros

Autores: Zeca Melo (O Elefante de Pernas Tortas), Amanda Amorim( As Entranhas do Meu Ser), Luzinete Silva (Eu, Ela e Todas Nós), Ray Brandão (Penélope: uma odisseia interiror), Joizacawpy (Embalos Infantis), Maura Luza (Era uma vez uma Mamãe Rolinha), Ernesto Dias (Poesias Brasileiras de Combate)

Local: Área de Vivência do Sesc Deodoro

 Dia 25/10 (sexta)

·14h às 18h – Oficina “Diálogos da Aldeia: construindo saberes interculturais, etnoeducacionais e antirracistas” – Aliã Wamiri/PI

Local: Sala de Dança do Sesc Deodoro

· 17h às 20h – Sarau Literário

– Exposição Sabores Literários (com degustação)

– Premiação do leitor literário da Biblioteca Rosa Castro (Adulto e infantil)

– Apresentação Musical com Walter Rodrigo, flautista e saxofonista

– Declamação de Poesias

– Microfone aberto

Local: Área de Vivência do Sesc Deodoro

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Conheça os vencedores do 46º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e DH

Acesse aqui todos os trabalhos premiados

Portal Intercom – Criado para estimular jornalistas e artistas do traço a tratarem do tema da Anistia e dos Direitos Humanos, a edição de 2024 do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog definiu os vencedores das sete categorias. A decisão aconteceu na última quinta-feira (10), durante sessão pública.

Na categoria Arte, o trabalho “A Cultura do Estupro“, de Cau Gomez, publicado no A Tarde, foi o vencedor. Já o trabalho Genocídio em Gaza, de autoria de Quinho e publicado no Estado de Minas, recebeu uma menção honrosa.

A categoria Fotografia teve como vencedor Paulo Pinto, com a fotografia “Passe Livre faz manifestação em São Paulo contra aumento da tarifa“, que foi publicado pela Agência Brasil. Eduardo Anizelli, com a fotografia “Cachoeira de Sangue“, publicada na Folha de São Paulo, recebeu uma menção honrosa.

Já na categoria produção jornalística em áudio, a matéria “Fincar o pé” foi a grande vencedora. Publicada na Rádio Novelo, a produção é de autoria de Tailane Muniz, Branca Vianna, Paula Scarpin, Flora Thomson-Deveaux, Guilherme Alpendre, Marcela Casaca, Juliana Jaeger, Vitor Hugo Brandalise, Évelin Argenta, Bia Guimarães, Sarah Azoubel, Bárbara Rubira, Natália Silva, Julia Matos, Luiza Silvestrini, Bia Ribeiro, Gilberto Porcidonio, Mateus Coutinho e Pipoca Sound.

A categoria também teve menção honrosa, destinada para Leno Falk, da Agência Radioweb, com a matéria “Brigada Militar: assédio e suicídio entre policiais militares no RS“.

Quem ganhou o prêmio de melhor produção jornalística em texto foi Marcelo Canellas, da Revista Piauí, com o texto “Triste Bahia – como age a polícia que mais mata“. Já a menção honrosa da categoria foi para Catarina Barbosa, com o texto “Maria Júlia tem medo de ser queimada viva pelos ‘homens maus‘”, publicada na Sumaúma.

A sexta categoria premiada é de produção jornalística em vídeo. Os vencedores foram Ana Passos, Gabriel Penchel, Adaroan Barros, Caio Araujo, Carlos Junior, Alex Sakata, Caroline Ramos, Eric Gusmão, da TV Brasil/EBC, com “Inocentes na prisão“.

A menção honrosa foi para Simão Scholz, Gabriel Priolli, Jorge Valente, Ricardo Ferreira, Leão Serva, Leandro Silva, Luiz Turati, Jerônimo Moraes, Vanessa Lorenzini, Marco Galo, Euclides Conceição, Alexandre Tato, Jorio Jose da Silva, Valdecy Messias de Souza, Celso Macedo, Nestor Dias, Marilia Assef, José Vidal Pola Galé, Marici Capitelli, Eugênio Araújo, Silviano Floriano Filho, da TV Cultura SP, com a produção “Os caminhos da Democracia 1932 – 1977 – A história do movimento estudantil no Brasil“.

A última categoria é a de livro-reportagem, que em 2024 premiou Luiza Villaméa, com o trabalho “A torre: o cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura”. A menção honrosa ficou para Rafael Soares, com o livro “Milicianos – como agentes formados para combater o crime passaram a matar a serviço dele”.

Premiação e roda de conversa

A premiação oficial dos vencedores desta edição do Prêmio acontecerá no dia 29 de outubro, das 20h às 21h30, no Tucarena, em São Paulo.

No mesmo dia acontece a 13ª Roda de Conversa com os Ganhadores, das 14h às 17h, também no Tucarena. A roda de conversa é um momento em que os premiados fazem uma troca de experiências no campo do fazer jornalístico, com o objetivo de colocar à disposição dos estudantes e estudiosos do jornalismo o conhecimento sobre métodos e procedimentos que estão na construção de algumas das reportagens reconhecidas como das mais importantes da imprensa brasileira na área dos Direitos Humanos.

Além da Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), fizeram parte da Comissão Organizadora do 46º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog, outras 16 instituições da sociedade civil, além da família Herzog: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); Artigo 19; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Geledés; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Instituto Vladimir Herzog, Instituto Socioambiental (ISA); Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Coletivo Periferia em Movimento; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e União Brasileira de Escritores (UBE).

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Núcleo Piratininga de Comunicação completa 30 anos e homenageia Frei Tito

Brasil de Fato – O Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) completa 30 anos em 2024 e terá Frei Tito como homenageado de seu tradicional Curso Anual. O evento acontecerá nos dias 5, 6, 7 e 8 de dezembro no Rio de Janeiro, no Clube de Engenharia (Avenida Rio Branco, 124). 

Durante quatro dias, o evento vai abordar a importância da comunicação de esquerda para organização da classe trabalhadora. É voltado para sindicalistas, jornalistas, radialistas, fotógrafos, professores de Comunicação. “Não há direitos sem luta. Não há luta sem comunicação. Logo, sem comunicação não se conquista nada”, ressalta Claudia Santiago, que idealizou o NPC ao lado de Vito Giannotti, metalúrgico e grande lutador pela comunicação dos trabalhadores, que faleceu em 24 de julho de 2015.

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Sonora Brasil: ‘Seu Risca’ e Ana Paula fazem shows em São Luís e Caxias

Espetáculo inédito mostra a riqueza da música afro-brasileira de Santa Catarina e de manifestações culturais de povos caboclos do estado catarinense

O mestre quilombola Antônio Bernardino, Seu Risca, e a premiada pesquisadora e cantora Ana Paula da Silva encerram a programação do Sonora Brasil no Maranhão com um espetáculo inédito apresentado ao público em São Luís no dia 17 de outubro, às 19h30, no Teatro Napoleão Ewerton  e em Caxias no dia 19 de outubro, às 19h, no Auditório do Sesc Caxias. No show, a dupla de artistas mostrará a riqueza da música afro-brasileira de Santa Catarina, explorando também manifestações culturais de povos caboclos do estado catarinense.

A conexão de Ana Paula da Silva com o Seu Risca parte de vivências dos artistas na Baía da Babitonga, localizada no norte do estado catarinense, onde os artistas nasceram. “Com cânticos originais de algumas das manifestações populares de Santa Catarina, o show passeia através da fonte original, que é a representação e a presença ancestral do Seu Risca, com 80 anos, e as minhas composições, realizadas a partir da pesquisa em campo com as práticas culturais do nosso estado”, contou Ana Paula.  

Para Ana Paula, o Sonora Brasil valoriza e apresenta ao público manifestações culturais que, muitas vezes, são invisibilizadas em seus estados de origem e no país. “O projeto traz esse Brasil profundo e imenso e faz essa ponte com o público. A gente apresenta e revela essa diversidade cultural do nosso país e apresenta também o nosso lugar”, destacou.

 A programação do Sonora Brasil circula pelo país, com a participação de 10 grupos. Dos dez, cinco estiveram presentes na programação do Maranhão em 2024. Em sua 26ª edição, com a temática “Encontros, tempos e territórios”, o projeto apresenta shows inéditos, montados a partir da mistura entre diferentes ritmos e vivências de artistas de diversas gerações.

SONORA BRASIL – MARANHÃO

SÃO LUÍS
17/10 – Quarta
Ana Paula e Seu Risca (SC)
Horário: 19h30
Local: Teatro Sesc Napoleão Ewerton

CAXIAS
Dia 19/10 – Sábado
Ana Paula e Seu Risca (SC)
Local: Sala De Cultura Martinha Cruz – Auditório Sesc Caxias
Horário: 19h

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A extrema direita não está rachada e sim multiplicada

Engana-se quem comemora uma suposta divergência entre a família do ex-presidente e as suas variadas imitações degeneradas.

Jair Bolsonaro é uma espécie de ratazana de esgoto que pariu um monte de bichos imundos da política, entre eles a pior das espécies, até agora – Pablo Marçal.

Digo até agora porque podem surgir tipos mais degenerados, ainda.

Não se iluda com a verborragia de Silas Malafaia. Esse falso pastor não passa de um mercenário preocupado com a perda de dinheiro nas suas igrejas caça níqueis.

No fundo, a suposta “briga” entre as diversas facções do bolsonarismo é um péssimo sinal.

Cada novo(a) rato gerado no útero maléfico de Jair Bolsonaro é um aditivo na extrema direita, que se multiplica rapidamente.

Então, nada de comemorar o “racha” na extrema direita. Ao contrário de uma impressão imediata sobre divisão no submundo da política, a escória está é se multiplicando.

Como bem definiu o jornalista e professor Juremir Machado da Silva, Bolsonaro “é uma mentalidade”, uma visão de mundo negacionista, degenerada, armamentista, intolerante, violenta e desumana.

Pablo Marçal é um dos ratos dessa barrigada que apodrece a política e tenta jogar a democracia no esgoto.

No final das contas, todos os ratos vão se juntar e multiplicar contra qualquer candidatura do campo democrático.

Essa é a matemática.

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Filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho” tem sessão especial seguida de debate

Transcriação do clássico da literatura brasileira “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, o filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, com direção de Bia Lessa, estrelado por Caio Blat (Riobaldo) e Luiza Lemmertz (Diadorim), chega em São Luís nesta terça-feira, 15 de outubro, às 19h, no Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) – rua Henrique Leal, 149, Centro Histórico.

Após a exibição haverá debate aberto com Bia Lessa, Clara Lessa, Isis Rost, Jurandir Eduardo, Luiza Lemmertz e Michele Cabral.

Com distribuição da Filmes do Estação, dentro do projeto Mãos à Obra, o filme já foi exibido em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, entre outras cidades.

O título do longa-metragem é retirado do livro, assim como as falas do filme, que narra a trajetória do jagunço Riobaldo, enfrentando demônios pessoais entre guerras pelo Sertão. O lançamento do filme se multiplica através do projeto Mãos à Obra, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, São Luís, Fortaleza, Salvador e Porto Alegre, onde estão sendo promovidos encontros com a diretora e o elenco, e desenvolvidas diversas atividades em torno do universo de criação do filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”.

Fazem parte deste projeto a apresentação do making off da peça dirigida por Bia Lessa em 2017, além do documentário “Onde Nascem as Ideias”, de Carolina Sá, e do filme “A terceira Margem do Rio” (1994), de Nelson Pereira dos Santos.

No dia 15 de outubro, às 19h, assista ao filme, seguido por um diálogo com a diretora Bia Lessa e parte do elenco, incluindo Caio Blat, Luiza Lemmertz, Luiza Arraes e Leonardo Miggiorin.

Além dos filmes, será oferecida a oficina Processo Criativo, onde Bia Lessa abordará todas as faces da criação, desde a elaboração até a realização, passando pelo percurso que transforma uma ideia em obra. Clara Lessa e Luiza Lemmertz, do elenco do filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, também participarão da oficina.

Todas as instruções sobre inscrições na oficina, assim como a programação completa estão no link da página do filme no Instagram:

https://www.instagram.com/odiabonaruanomeiodoredemunho

“O Diabo na Rua no Meio do Redemunho” é o resultado de um longo trabalho de Lessa com a literatura de Guimarães Rosa. Bia Lessa diz: “Este filme vem do desejo de dialogar com a linguagem cinematográfica da mesma forma que Guimarães estabeleceu um diálogo com a língua portuguesa escrita e oral.” Ela fez uma exposição em 2006 no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, com textos de Guimarães Rosa.

Depois, transformou o livro em peça de teatro, com a parceria do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em montagem de enorme sucesso de público e de crítica, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio, no SESC, em São Paulo e em várias capitais brasileiras. E, durante a pandemia, entre 2020 e 2022, retrabalhou as histórias de Riobaldo, desta vez para o cinema, com os mesmos atores da peça.

O elenco reúne Caio Blat, Luiza Lemmertz, Luisa Arraes, Leonardo Miggiorin, Clara Lessa, José Maria Rodrigues, Lucas Oranmian, Daniel Passi, Elias de Castro e Balbino de Paula.

Sinopse:

Riobaldo, um jagunço (cangaceiro ou pistoleiro) revive sua vida turbulenta no sertão. Ele relata suas experiências como membro de dois bandos inimigos entre si, um bando liderado por Joca Ramiro e o outro, por Zé Bebelo. Posteriormente, assume a liderança do bando após a morte de Ramiro. O enredo é marcado pela presença de um personagem enigmático chamado Diadorim, que se torna o grande amor de Riobaldo e despertando neste inúmeras questões: “Aonde está o Demo? Está fora ou dentro do homem? Como um homem pode amar outro homem? Coração da gente – o escuro, escuros…” Diadorim é um mistério constante para Riobaldo e a verdadeira identidade de Diadorim é revelada apenas no clímax da história.

A narrativa é não linear, com reflexões filosóficas entrelaçadas com cenas detalhadas da vida e das batalhas sangrentas no sertão, incluindo crenças populares, lendas e tradições. No cerne estão as questões de dualidade, ambiguidade e conflito interior. Riobaldo constantemente lida com escolhas morais e dilemas éticos, enquanto busca entender seu lugar no mundo e sua própria natureza. A relação entre Riobaldo e Diadorim simboliza muitos desses temas, explorando a complexidade da identidade, gênero e afetos profundos.

Sobre Bia Lessa

Bia Lessa, artista multimídia brasileira, autodidata, realizou trabalhos nas áreas de cinema, teatro, música, ópera, instalações, exposições, museus e arquitetura. Em cinema, realizou três longas-metragens: “Crede-mi”, a partir da obra “O Eleito”, de Thomas Mann, “Então Morri”, prêmio de melhor longa-metragem na categoria Novos Rumos do Festival do Rio, e o filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, a partir da obra de João Guimarães Rosa, com o qual participou do Festival do Rio 2023.

Realizou a minissérie “Cartas ao Mundo”, a partir da obra de Glauber Rocha, um documentário intitulado “Scar”, sobre a violência contra a mulher, para o Southbank Centre em Londres, e “Casa de Bonecas”, de Ibsen. Seus espetáculos e filmes foram apresentados no Centre Georges Pompidou em Paris, no Festival de Outono de Madri, no Festival Theater der Welt na Alemanha, no Festival de Cinema Berlinale em Berlin, no SommerTheater Festival, em Hamburgo, no Sigma Festival, em Bordéus, no ZurcherTheaterSpektakel, em Zurique, no Festival Internacional de Teatro de Caracas, no Festival desAmeriques, em Montreal, no Festival Dumaurier, em Toronto, no Festival de Cadiz e no Festival de Cinema de São Francisco, Biarritz, Shangai, Jerusalém, Calcutá, Praga, Brisbane, Munique, Colônia, Dusseldorf, Nova York etc.

Seus primeiros trabalhos em teatro não tinham nomes, e sim números: “Ensaio Número 1”, “Ensaio Número 2” e assim sucessivamente, reforçando a ideia de um pensamento que se desenvolve a partir do raciocínio anterior. Sua trajetória cênica foi calcada por espetáculos experimentais, desenvolvendo um trabalho de pesquisa rigoroso que privilegiou levar à cena obras literárias. Montou, ao longo de sua trajetória, grandes obras literárias, como “Os Possessos”, de Dostoiévski, “O Homem Sem Qualidades”, de Robert Musil, “Orlando”, de Virginia Woolf, “A Terra dos Meninos Pelados”, de Graciliano Ramos, “A Tragédia Brasileira”, de Sergio Sant’Anna, “Viagem ao Centro da Terra”, de Júlio Verne, “A Cena da Origem”, transcrição de Haroldo de Campos de trechos da Bíblia Sagrada (Eclesiastes e Gênesis). Recentemente, montou “Macunaíma”, de Mario de Andrade, “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, e “Pi – Panorâmica Insana”, a partir das obras de autores contemporâneos.

Realizou importantes exposições, entre elas “Grande Sertão: Veredas” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a exposição “Claro e Explícito” e “Itaú Contemporâneo”, no Instituto Cultural Itaú e a exposição “Barroco Brasileiro”, na Bienal do Redescobrimento. Realizou no Salão Nobre da ONU a performance “The SecondUnveiling”, a partir do painel “Guerra e Paz”, de Candido Portinari. Fez a exposição-manifesto “Cartas ao Mundo”, um tríptico dividido em três capítulos – “Asfixia”, “Mercadoria” e “O Comum” –, a partir da obra de Glauber Rocha.

Criou o “Pavilhão do Brasil” na Expo 2000 em Hannover, Alemanha e o “Pavilhão Humanidade 2012”, com Carla Juaçaba, durante a Rio +20, no Rio de Janeiro. Participou da criação dos museus Paço do Frevo, em Recife, e do Museu Casa de Cultura de Paraty. Inaugurou o Museu da Língua Portuguesa, com a exposição “Grande Sertão: Veredas”. Montou as óperas – “Il Trovatori”, “Aida”, “Don Giovanni”, “CavalleriaRusticana”, “Pagliacci” e “Suor Angelica” nos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo.

O projeto MÃOS À OBRA

O projeto Mãos à Obra acontece nas cidades com intervenções artísticas, palestras, oficinas, vídeos e filmes a partir da obra “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, com concepção de Bia Lessa. As palestras e debates abordarão diferentes aspectos da obra, como sua linguagem, temáticas, além de explorar o processo criativo de Bia Lessa. As oficinas, por sua vez, oferecerão oportunidades de aprendizado e experimentação para os participantes.

Os filmes exibidos que compõem a Mostra Mãos à Obra serão “Onde Nascem as Ideias”, de Carolina Sá, produzido pela Samba Filmes, viabilizado pelo Curta! com financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), “Mutum”, de Sandra Kogut, as obras de Suzana Macedo “Poema desentranhado de uma nota de rodapé” e “Seres, Coisas, Lugares”, “A Terceira Margem do Rio”, de Nelson Pereira dos Santos, e “Outras Estórias”, de Pedro Bial. As palestras, os debates, as oficinas e exibições de longas, curtas, documentários e making of serão gratuitas.

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SBPJor divulga resultado do Prêmio Adelmo Genro Filho

Portal Intercom – O Prêmio Adelmo Genro Filho, organizado pela Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor), apresenta os vencedores da edição deste ano. O objetivo do prêmio é reconhecer a excelência de trabalhos acadêmicos voltados para o estudo do jornalismo no Brasil, desde a graduação aos pesquisadores mais consolidados.

Os trabalhos destaques são, segundo a organização, de alta qualidade e relevância acadêmica.

Na categoria doutorado foram 20 trabalhos inscritos e o vencedor foi Frederico Ramos Oliveira, do Programa dePós-graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneada Universidade Federal da Bahia (UFBA), com o trabalho: “As fake news e a produção jornalística de referências”, orientado por André Luiz Lemos. A categoria também teve uma menção honrosa para Andressa Kikuti Dancosky, do Programa de Pós-graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que escreveu “Risco biográfico e trajetórias profissionais de jornalistas no Brasil: uma análise longitudinal feminista de 3 mil currículos do LinkedIn”, e foi orientada por Jaques Mick.

26 trabalhos foram inscritos na categoria mestrado. O trabalho vencedor é do Programa de Pós-graduação em Jornalismo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Mateus Costa Nunes escreveu o trabalho “Algoritmos e humanos, parceiros de redação: a cobertura do portal G1 nas eleições municipais de 2020, sendo orientado por Stefanie Carlan da Silveira.A menção honrosa da categoria foi para Germana Plácido de Carvalho Mendes, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com o trabalho “Jornalismo e controle social: abordagem de transparência legislativa pelos portais de notícias do Nordeste”, sob orientação deIsabele Batista Mitozo.

A categoria Iniciação científica, que teve 34 inscritos, premiou Caroline de Souza Silva, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que escreveu “Ativismo e engajamento no jornalismo: uma análise das estratégias mobilizadas pelo veículo O Joio e O Trigo”, e teve orientação de Laura Strelow Storch. A menção honrosa da categoria ficou para Lívia Kelly Labanca Ferreira, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), com o trabalho “Quantas vezes se pode matar uma mulher morta? Mulheres com deficiência e a cobertura jornalística sobre seus feminicídios”, orientado por Karina Gomes Barbosa.

O prêmio da categoria Pesquisa Aplicada é destinado a Guilherme Carvalho, do Centro Universitário Internacional (Uninter/PR), com o trabalho “OPAJor: plataforma de publicações de pesquisa aplicada em jornalismo no Brasil”.

Já na categoria Sênior, uma homenagem referendada pelo Conselho Científico e pela Diretoria Executiva da SBPJor quem ganhou o prêmio foi Marcia Benetti Machado, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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Aberto o período de votação do 15º Festival de Música Rádio Nacional

Portal Intercom – Está aberta a segunda etapa do 15º Festival de Música Rádio Nacional, promovido pela Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). As músicas selecionadas pela Comissão Julgadora na segunda etapa do Festivaljá estão sendo veiculadas na programação da Rádio Nacional e podem ser votadas pela internet até 11 de novembro deste ano. A votação pela internet é restrita a um voto por IP. A votação online terá o peso da nota de um dos jurados da Comissão Julgadora e também será utilizada como critério para desempates na definição dos finalistas.

Conforme o regulamento, a música mais votada na primeira etapa de votação na internet já estará classificada entre as 12 finalistas do Festival. Para caracterizar o Festival, as músicas veiculadas na programação da Rádio Nacional são acompanhadas de uma vinheta de identificação do Festival, com os devidos créditos de intérpretes e compositores.

Encerrado esse prazo da votação pela internet, na etapa final do Festival, a mesma Comissão Julgadora voltará a se reunir e selecionará as outras 11 músicas finalistas, que serão veiculadas na programação da Rádio Nacional entre os dias 12 de novembro e 30 de novembro de 2024.Um novo processo de votação no site do Festival será aberto para as finalistas. O prêmio da Música Mais Votada na Internet será definido pela soma dos votos nas duas fases de votação.

O Festival nasceu em 2009 com o intuito de revelar ao Brasil cantores e compositores da Música Popular Brasileira. Nesta edição de 2024 o Festival abriu pela primeira vez as inscrições para músicos de todo o Brasil.

Após a divulgação das 12 músicas finalistas, em 12 de novembro, os concorrentes se comprometerão a participar de uma reunião geral sobre o Show da Final com a Coordenação do Festival, Direção Musical, TV Brasil e equipes de som e iluminação. Para a escolha dos vencedores do Festival nas diversas categorias, a Rádio Nacional organizará o Show da Final, em Brasília (DF), que contará com a apresentação ao vivo das 12 finalistas, no dia 30 de novembro deste ano. Os finalistas de outros estados do país, terão suas viagens para Brasília custeadas pela organização do Festival, com passagens aéreas e diárias.

Os vendedores nas categorias de premiação receberão troféus e todos os finalistas receberão os certificados de participação na Final do Festival. Esta edição do Prêmio conta com as seguintes categorias: Melhor Música com Letra, Melhor Intérprete, Melhor Letra,Melhor Arranjo e Música Mais Votada na Internet.

Para votar pela internet, clique aqui.

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PT cresce em todo o país e elege 247 prefeitos

O partido registrou um aumento de 35% no desempenho eleitoral de 2020 e passou de 183 prefeitos para 247; quatro cidades ainda terão segundo turno

Fundação Perseu Abramo – A presidenta Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), realizou, neste domingo (6), um balanço do saldo da legenda nas eleições municipais. Mais uma vez, o PT provou sua capacidade de resiliência no processo político do país, um claro sinal de recuperação em relação a eventos trágicos também para a própria democracia brasileira, como o golpe de 2016 e a Operação Lava Jato. 

Nas cidades com mais de 200 mil eleitores, as prefeitas de Contagem, Marília Campos (PT), e de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), foram reeleitas para mais um mandato. A legenda disputa segundo turno em pelo menos mais 12 cidades.

Outros quatro candidatos petistas disputam o segundo turno em capitais: as deputadas federais Maria do Rosário (PT-RS), em Porto Alegre, e Natália Bonavides (PT-RN), em Natal, e os deputados estaduais Evandro Leitão (PT), em Fortaleza, e Lúdio Cabral (PT), em Cuiabá.

Gleisi Hoffmann e Paulo Okamotto comentam resultados

Em entrevista à TV PT, a Gleisi Hoffman comentou o pleito. “Nós já tínhamos avaliado que iríamos nos sair melhor do que saímos em 2020, que foi uma eleição muito difícil para nós. Aliás, a eleição de 2016 foi difícil, a de 2020 foi difícil e agora a de 2024 mostra um processo de reconstrução do PT no processo eleitoral local, o que é muito importante”, reconhece.

O presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, também à TV PT na tarde de domingo (6), salientou o papel da militância. “A militância que foi às ruas defender as nossas causas, defender as nossas bandeiras, é muito importante porque um partido político tem que ter gente disposta realmente a conversar” disse ele. Okamotto comemorou os candidatos que foram reeleitos, significando um desejo de continuidade do modo petista de governar. 

FPA nas eleições

No trabalho pré-eleitoral, a FPA intensificou, durante a jornada de formação de candidatos, a importância do trabalho de base, além de cartilhas temáticas para auxiliar candidaturas a formar planos de governo alinhados ao modo petissta de governar. O projeto FPA nas eleições pode ser acessado aqui.

Time de Mentoria

Desde o início de julho, centenas de pré-candidatos e candidatas do PT de todo o Brasil ganharam um providencial auxílio para elaborarem os seus programas de governo e afinarem seus discursos antes do pleito. Às vésperas das Eleições Municipais, marcadas para o mês de outubro, o Time de Mentoria da Fundação Perseu Abramo já foi acionado quase 200 vezes para tirar dúvidas sobre as mais diversas áreas de centenas de candidatos e candidatas.

Vídeos temáticos

A Fundação Perseu Abramo lançou 25 vídeos com propostas temáticas para colaborar com a construção de programas de governo das candidaturas petistas ao Executivo e Legislativo nas eleições municipais.

Os temas abordados dizem respeito a problemas e desafios a serem superados nos municípios brasileiros.

Trabalho de base

A Fundação Perseu Abramo lançou um site 100% dedicado ao trabalho de base. A iniciativa foi feita por dezenas de mãos, das mais variadas áreas e foi compilado após inúmeras reuniões. 

.Visando contribuir para atualizar o Trabalho de Base, a FPA propôs a elaboração de estudos conduzidos por um grupo de voluntários que se engajaram, sob a coordenação do Presidente Paulo Okamotto, na tarefa de refletir e produzir conhecimento acerca do Trabalho de Base realizado hoje.

O principal material disponível no site é uma cartilha, que pode ser baixada e impressa, com o passo a passo para realizar o trabalho de base.  Com 32 páginas, o guia mostra com detalhes, e de maneira totalmente didática, pontos como “onde acontece o trabalho de base” e como “identificar militantes” e saber se o trabalho está apresentando resultados positivos.

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Justiça obriga empresa a instalar cinco ecopontos para coleta de lixo reciclável

Empresa São Luís Engenharia Ambiental (SLEA) teria descumprido obrigações contratuais

A empresa São Luís Engenharia Ambiental (SLEA) deverá implantar, no prazo de seis meses, cinco ecopontos para coleta de lixo reciclável previstos em aditivo de contrato de limpeza urbana e manejo de lixo com o Município de São Luís. Em caso de descumprimento da medida, deverá pagar multa diária no valor de R$ 5 mil ao Fundo Estadual de Direitos Difusos.

A determinação é do juiz Douglas de Melo Martins, titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, que acolheu parte dos pedidos feitos em Ação Popular ajuizada contra a São Luís Engenharia Ambiental, o Município de São Luís, a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos e Antônio Araújo Costa.

A Ação Popular questionou a ausência de gestão no Contrato Administrativo de Parceria Público-Privada, em regime de Concessão Administrativa, para executar serviços de limpeza pública urbana, que teria resultado em perdas de valores astronômicos aos cofres municipais.

OBRIGAÇÕES DESCUMPRIDAS

Teriam sido descumpridas obrigações contratuais, a exemplo do subsídio fornecido aos Grandes Geradores de resíduos sólidos, da afronta à Lei Municipal n.º 4.653/2006 e à Resolução n.º 307/2002 do Conama, ausência de decisão política na repactuação de cláusulas contratuais abusivas e pagamento de serviços não prestados.

O autor da ação pontuou que foram pagos, mensalmente, desde maio de 2012, serviços não implantados, tais como: destinação final de resíduos em aterro sanitário privado, em Rosário; operação de Pátio de Compostagem; amortização de investimentos ainda não aplicados; remuneração de capital de investimentos ainda não aplicados, dentre outros.

Na contestação da ação, a SLEA alegou que as unidades previstas inicialmente não foram abandonadas, mas apenas realocadas no tempo devido à falta de pagamento pela administração municipal. Segundo o Ministério Público, o Município de São Luís possui, atualmente, apenas 25 ecopontos manejados pela concessionária, quando deveria haver 30, pelo contrato.

“Assim, os cinco ecopontos faltantes equivalem ao montante de R$ 1.940.000,00, o que, além de significar um expresso descumprimento contratual, vai de encontro com o disposto na Lei n.º 12.305/2010, em razão da coleta seletiva constituir um dos principais instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)”, diz a sentença.

LAUDO PERICIAL

Laudo de perícia realizada no processo indicou que não houve qualquer ilegalidade na utilização do modelo de contratação por tarifa global fixa no contrato. A perícia constatou também que os repasses mensais contratuais à empresa foram prejudicados pela não criação do Fundo Garantidor previsto no contrato, cláusula descumprida pelo município.

Os investimentos não realizados teriam sido causados pela inadimplência do Município de São Luís em relação à empresa contratada SLEA, que gerou revisões contratuais por meio de 10 Termos Aditivos Contratuais firmados entre as partes.

A sentença concluiu que os investimentos não realizados foram prejudicados pela inadimplência por parte do Município de São Luís, e isso desobrigou a empresa de sua responsabilidade, bem como prejudicou o fluxo de caixa previsto, o que foi sanado por meio de diversas repactuações, em que foram compatibilizados os prazos de implementação e operação de investimentos, considerando o valor devido da contraprestação reequilibrado por essas causas.

REALIDADE E DINÂMICA DOS FATOS

Na decisão, o juiz considerou que -, embora o 9º Termo Aditivo Contratual que previa os 30 ecopontos tenha sido publicado em 2020 e a ação ajuizada em 2016 -, o princípio da busca pela justiça efetiva impõe ao juiz tomar decisões que reflitam a realidade e dinâmica dos fatos no momento da sentença.

Nesse sentido, a sentença argumenta que o Código de Processo Civil reconhece essa necessidade ao estabelecer que o juiz deve considerar os fatos supervenientes — aqueles que surgem após a proposta da ação e que influenciam diretamente o julgamento do mérito.

“O contexto de um contrato de concessão de serviço de coleta de resíduos sólidos, como o presente caso, esses fatos podem incluir alterações no próprio contrato, em novos dados sobre o impacto ambiental e em políticas públicas voltadas à proteção do meio ambiente”, conclui a sentença.