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Pastores picaretas inflacionam o mercado eleitoral

A Bíblia Sagrada está repleta de ensinamentos sobre o significado de pastor, que não se refere apenas à figura do líder dentro da igreja, mas a todo tipo de pessoa que cuida do seu rebanho, aqui entendido como coletividade.

As virtudes do bom pastor, segundo a parábola bíblica, são o cuidado, a atenção, a solidariedade, o compromisso, a benevolência, o sentimento de justiça e igualdade, mesmo nas diferenças.

O bom pastor toma conta das suas ovelhas, ou seja, trata com dignidade o seu rebanho.

A antítese do bom pastor é o mercenário ou o ladrão, segundo a Bíblia.

De uns tempos para cá, muita gente oportunista vem se passando por pastor para iludir, enganar, extorquir, vilipendiar e violentar (até sexualmente!) as suas ovelhas.

Essa gente é “formada”, ou melhor, deformada, no pior tipo de covil, tendo como deformadores figuras abjetas como Silas Malafaia, Edir Macero, Marco Feliciano, Waldomiro Santiago etc.

Esses piratas do evangelho criaram monstros que se espalham por todo o Brasil, em lugares mais remotos, nos grandes centros urbanos e até dentro das universidades.

A dita escória se apossou de uma deturpação do evangelho para militar na teologia do domínio e “entrar na política”.

Eles não só são candidatos, como também agenciam ovelhas inocentes para votar de acordo com os interesses mercenários das igrejas neopentecostais.

Em outros tempos, para um(a) candidato(a) acessar um bairro ou comunidade e fazer campanha, precisava dialogar com as lideranças das comunidades, agentes de pastoral, presidentes de associações, grupos de jovens, clube de mães, times de futebol etc.

Hoje, os pastores falsos e picaretas são os agenciadores de votos. O mercado eleitoral ficou muito caro a partir do momento em que essa escória se espalhou no país.

O voto, que já estava com o preço elevado, ficou um absurdo.

Diante dessa maldição, precisamos retomar a parábola do bom pastor e acreditar nas pessoas que verdadeiramente praticam os princípios cristãos.

A política é lugar de boas pessoas e práticas construtivas da justiça, igualdade e solidariedade.

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Joãozinho Ribeiro faz pré-lançamento do livro “Safra de quarentena”

O poeta, cantor e compositor Joãozinho Ribeiro anuncia o pré-lançamento do seu livro de poemas “Safra de quarentena”.

Para adquirir a obra e colaborar na produção, acesse: https://caravanagrupoeditorial.com.br/produto/safra-de-quarentena/

Sobre o autor

Joãozinho Ribeiro é poeta e compositor, titular da cadeira nº 26 da Academia Ludovicense de Letras. Autor de mais de cem músicas gravadas por renomados artistas brasileiros, como Zeca Baleiro e Chico César, é detentor recente dos prêmios mérito cultural, pela Universidade Federal do Maranhão (2022) e medalha comemorativa do bicentenário do poeta Gonçalves Dias (2023), outorgada pela Academia Maranhense de Letras.

Veja abaixo os comentários, respectivamente, de Salgado Maranhão e Silvana Pantoja:

“Manejando as palavras com a leveza e a paixão de um servidor público do amor e da poesia, Joãozinho Ribeiro traduz neste poemário “Safra de quarentena” os ares do mundo atual, onde os limites da vida se esgarçaram para o conflito. Trata-se do versejar de um notável cultor da canção maranhense, que tem também, no livro, uma vital extensão de sua voz:

‘Minha esperança é urgente

Felicidade pra agora

Que seja a meta do dia

Presente a toda hora

Que chegue com toda alegria

E nunca mais vá embora’.”

Sobre a obra, diz Silvana Pantoja “Todas essas abordagens, universalizadas, são necessárias e atuais nesses tempos modernos, cujas palavras de ordens são a pressa e o afrouxamento dos laços comunitários, que resultam no mito do individualismo, gerando isolamento e solidão em um mundo fragmentado e disperso, como nos é lembrado nos versos: “Entre muros de silêncio/vai selando um pacto/com a mudez das horas’.”

Para adquirir este livro em pré-lançamento, acesse: https://caravanagrupoeditorial.com.br/produto/safra-de-quarentena/

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Linchamento e tortura de negros em São Luís! Agressores serão investigados e vítimas terão apoio

Agência Tambor – O linchamento e a tortura de dois jovens negros, ocorridos em São Luís no último dia 2 de junho, tiveram consequências.

O festival de covardia aconteceu próximo a um shopping center, no bairro da Cohab. A sequência de crimes foi filmada e divulgada pela internet.

Os jovens foram acusados de assalto. Um grupo de aproximadamente dez homens os prendeu, espancou, deu socos e pontapés, e raspou suas cabeças. Um deles é menor de idade.

O governo do Maranhão informou sobre as primeiras providências diante da barbárie evidente.

Foi aberto um inquérito para identificar os integrantes do grupo que cometeu o atentado. E foi dito que os dois rapazes sacrificados receberão apoio do poder público.

Leia também: Quais as consequências? Negros linchados e torturados em São Luís!

Durante o linchamento, jovens tiveram suas cabeças raspadas

Sobre as consequências

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) informou que “todas as providências sobre o caso, que envolve duas vítimas, dentre elas um adolescente, foram adotadas para apurar responsabilidades criminais”.

Também foi informado que “a Polícia Civil instaurou inquérito e que os depoimentos das vítimas e testemunhas, previstos para ocorrer ainda nesta semana, vão auxiliar no esclarecimento do caso”.

A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) também se manifestou.

Leia também: Histórico! OIT recomenda titulação de quilombos em Alcântara

Atendimento psicológico às vítimas

A Sedihpop informou que, ao tomar conhecimento do caso, “prontamente mobilizou equipes do Centro Estadual de Apoio às Vítimas (CEAV) e da Comissão Estadual de Combate à Tortura”.

Ainda sobre o caso, a Sedihpop afirmou que “tem feito busca ativa das vítimas e familiares para coletar demandas de acesso à informação e à justiça”.

Além disso, a Sedihpop garantiu que está promovendo “articulação de atendimento psicológico, assistência social e jurídica”.

Monitoramento

A Agência Tambor também ouviu a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH).

Fomos informados que a SMDH está atenta ao problema e já fez contato com o poder público estadual.

Em breve, traremos mais informações sobre o assunto e sobre as medidas que estão sendo adotadas.

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OIT recomenda titulação de quilombos em Alcântara

Imagem destacada: Comunidade rural quilombola no Maranhão | Foto: Luís Henrique Wanderley / Agência de Notícia do Governo do do MA

Agência Tambor – Pela primeira vez na História, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) emite recomendações ao Brasil para titular o território das comunidades quilombolas do município maranhense de Alcântara, respeitando o direito à consulta prévia, livre e informada, previsto na Convenção 169.

Essa decisão da OIT representa uma esperança na luta pelos direitos dessas comunidades.

É importante ressaltar que o município é o terceiro maior em número de quilombolas do Brasil, segundo o Censo do IBGE de 2022. Os dados informam que 84,6% dos moradores, cerca de 15.616 pessoas, se autodeclaram quilombolas.

Para falar sobre esse assunto, o Jornal Tambor de segunda-feira (08/07) entrevistou Danilo Serejo.

Ele é quilombola de Alcântara, cientista político e coautor da Ação na OIT.

(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Danilo Serejo)

Segundo Serejo, diante da recomendação da OIT, agora o Brasil está encurralado. “Mesmo com esse constrangimento internacional, o Estado ainda se dá ao luxo de manter essa situação da forma como está, de um projeto que já se mostrou falido”, afirmou, referindo-se à forma como os quilombolas vêm sendo tratados no contexto do projeto espacial implantado desde os anos 1980, em Alcântara.

Há décadas, 200 comunidades quilombolas aguardam a titulação do seu território no município.

Leia também: As comunidades quilombolas de Alcântara continuam na luta por titulação

Desde da instalação da base aeroespacial na região, durante a década de 1980, sem a devida consulta e consentimento prévios, 312 famílias foram deslocadas de suas comunidades originais.

Elas foram reassentadas em sete agrovilas em condições que não lhes garantiu a mesma qualidade e quantidade de terras que possuíam anteriormente.

No entanto, esta realidade pode mudar com a recomendação histórica da OIT.

Danilo destacou que a deliberação da OIT trará para essas comunidades impactadas autonomia e poder de negociação com o governo federal, permitindo a participação dos quilombolas nos processos de planejamento e tomadas de decisões em relação ao seus territórios.

Pedido de desculpas

Em 2023, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (IDH) julgou o Estado brasileiro por violações de direitos humanos contra comunidades quilombolas, durante a construção do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), ainda nos anos 1980.

Na ocasião, o Brasil reconheceu que violou direitos de prioridade e de proteção jurídica aos quilombolas.

Base de Alcântara | Foto: Evaristo Sá / AFP

Em declaração, o advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, apresentou um pedido público de desculpas pelas violações. O documento reconhece 152 comunidades representadas no caso como sendo remanescentes de quilombos.

“Houve violação estatal ao direito de propriedade nesse caso porque o Brasil não promoveu a titulação do território tradicionalmente ocupado pelas comunidades até o momento. Houve também violação à proteção judicial em decorrência da demora processual e da ineficiência das instâncias judiciais e administrativas para permitir às comunidades quilombolas de Alcântara o exercício do direito à propriedade coletiva das terras por elas ocupadas”, disse ele.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Danilo Serejo)

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Bancários entregam pauta de reivindicações à Federação dos Bancos

Agência Tambor – O Sindicato dos Bancários do Maranhão (SEEB-MA) entregou à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) uma pauta alternativa de reivindicações da categoria.

O ato, realizado em 26 de junho em São Paulo (veja imagem destacada), contou também com a participação de representantes dos sindicatos dos Bancários do Rio Grande do Norte e de Bauru.

Na pauta de reivindicações alternativa estão o reajuste de 34,47%, a reposição das perdas salariais acumuladas desde a implantação do Plano Real e a volta do acordo anual.

Também fazem parte das reivindicações um índice de 25% na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) do lucro líquido dos bancos, distribuídos de forma linear, a defesa do emprego, o fim da terceirização, do assédio e das metas abusivas, além da melhoria na assistência à saúde dos trabalhadores.

Na opinião do coordenador-geral do SEEB/MA, Rodolfo Cutrim, a pauta alternativa representa os verdadeiros anseios da categoria, diferentemente da pauta da Contraf-CUT, que mais uma vez pede índices rebaixados, inflação + 5%, e ignora a reposição das perdas salariais.

Rodolfo afirma que “essa postura omissa achata os salários e prejudica os bancários, que deveriam obter novas conquistas diante do lucro crescente dos bancos nos últimos anos. Em 2023, os ativos das instituições financeiras chegaram a R$ 9,8 trilhões, valor bem próximo ao PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil”.

O coordenador-geral do sindicato maranhense refletiu ainda que, nesse sentido, a entidade cumpre o seu compromisso de apresentar os anseios dos bancários maranhenses junto aos bancos.

“Vamos trabalhar para mobilizar a categoria, para que estejamos preparados para lutar por uma campanha salarial forte, por nenhum direito a menos, por condições dignas de trabalho e por um salário justo para todos e todas”, assinalou Rodolfo.

Gerlane Pimenta, também dirigente do Sindicato dos Bancários do Maranhão, complementou que essa alta lucratividade não tem se revertido em benefícios para a categoria.

“Esse acordo bianual desmobiliza e impede os bancários de tratarem pautas urgentes, como o assédio, os ataques aos planos de saúde, entre outros problemas que crescem a cada dia e, por isso, deveriam ser analisados todo ano. Reivindicamos a volta do acordo anual”, enfatizou a dirigente.

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Escuta Ciência 9º ep: filósofo analisa a poética de Nauro Machado

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O Escuta Ciência recebeu o filósofo Marco Rodrigues e conversamos sobre o seu mais recente livro “Hermenêutica da angústia: frequências existenciais a partir da poética de Nauro Machado”, publicado em 2022.

A obra analisa especialmente a construção poética machadiana em “O anafilático desespero da esperança.”

Na entrevista, o filósofo detalha o sentido de esperança como antecipação, as relações entre a angústia e criação, a morte/vida na poesia e o esclarecimento sobre o significado de São Luís como uma “Tróia arrasada” em Nauro Machado, ao contrário do conceito de “Atenas Brasileira”.

Marco Rodrigues é natural de Teresina (PI), mas está radicado há 40 anos em São Luís, Maranhão.

Graduado em Filosofia e mestre em Letras (Teoria Literária) pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), é tradutor do grego antigo pela editora Madamu, de São Paulo, docente da rede pública de Educação Básica no município de Paço do Lumiar e do Programa Ensinar, da Uema.

O entrevistado tem três livros publicados:

“O absoluto: mudança dos tempos e o desvanecimento do ser”, de 2011;

“Fragmentos da angústia: crise, decadência e contemporaneidade”, obra de 2017;

“Hermenêutica da angústia: frequências existenciais a partir da poética de Nauro Machado”, de 2022;

Escuta Ciência é um programa de divulgação científica que tem o objetivo de popularizar trabalhos acadêmicos ou da cultura popular. A produção tem apoio da Apruma Seção Sindical e é fruto da Oficina de Divulgação Científica realizada durante a greve dos docentes e técnicos administrativos da UFMA, no primeiro semestre de 2024.

O programa tem produção e apresentação dos professores Carlos Agostinho Couto e Ed Wilson Araújo. Os trabalhos técnicos são de Jorge Sousa.

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Reportagem do Blog do Ed Wilson sobre contaminação da areia em praia repercute na TV

Pelo menos quatro matérias em canais de TV aberta sediadas em São Luís, Maranhão, repercutiram a contaminação por agentes patogênicos na areia da praia do Olho d’Água, na capital maranhense.

As matérias na TV começaram a ser veiculadas após a reportagem especial publicada no Blog do Ed Wilson, em 25 de março de 2024.

O trabalho jornalístico deste blog revelou os resultados de uma pesquisa inédita do mestrado de Osmar Luís Silva Vasconcelos, com o título “Avaliação da contaminação microbiológica em praias de macromaré: uma proposição de metodologia”, sob orientação do professor doutor Jorge Luiz Silva Nunes, coordenador do Laboratório de Organismos Aquáticos do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFMA.

Até então, o noticiário sobre poluição na praia estava limitada apenas aos indicadores da água superficial (praia de banho), sem mencionar a contaminação da areia e da água intersticial.

Osmar Vasconcelos analisou o material coletado na praia do Olho d’Água. Os resultados apresentam contaminação por Escherichia coli, Enterococcus spp. e Vibrio spp., com indicadores até 22 mil vezes maiores que os parâmetros do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)

Veja aqui o texto completo do Blog do Ed Wilson

Após a publicação da reportagem, as emissoras de TV começaram a repercutir a descoberta.

Clique nos links e veja abaixo as matérias de TV já publicadas:

https://globoplay.globo.com/v/12476094/

https://globoplay.globo.com/v/12475145/

https://www.youtube.com/live/5I5NPt9eDHk?si=DNtz3GwNbMOytcYt

https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2024/03/29/areia-das-praias-de-sao-luis-esta-poluida-apontam-pesquisadores.ghtmlhttp://www.suacidade.com/noticias/sao-luis/estudo-aponta-contaminacao-por-bacteria-na-areia-das-praias-de-sao-luis

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Letras, palavras & ideias

Eloy Melonio é professor, escritor, letrista e poeta.

Um passeio pela passarela alfabética da nossa língua para destacar palavras e soletrar ideias.

A

“A” e “A” (alfa) são primas parecidas. E balizas, puxando uma turma de enfileiradas que se tornaram personagens lexicais.

B (bê)

Igualmente, essa também tem um primo parecido (B/β [beta]). As duas se juntaram para formar “alfabeto”. “B” puxa uma boa lista de bobagens, mas brilha na inicial do nosso país.

C (cê)

“C” é do c*.” E do coração, do caminho. Na linguagem informal, fantasia-se de pronome: “Cê pode pensar o que quiser, mas o C DE ASA é só um bloco carnavalesco da minha cidade”. Aos noivos, um conselho: “quem casa quer casa”. E aos crédulos, “Colher de chá não é só uma segunda chance, é presente de amigão”. Caramba, “C” é mesmo do cacete!

D (dê)

“D” é demais. Uns pensam logo em dinheiro, outros em doidos. É que antigamente esses rasgavam cédulas. Hoje, mais coerentes, guardam-nas em cuecas, e ainda declaram: “Pouco dinheiro eu tenho é muito”. Os compenetrados dizem: “Tá certo, ou Tá legal”. Mas a galera digital tá dizendo mesmo é “De boa!”

E (é)

“E” traz em si a essência de “ser”, de “unir”, de “explicar”. Acentuada ou não, é, respectivamente, tônica ou átona. E se é assim,… Mesmo curta, a espertinha é tão empoderada quanto “energicamente”.

F (efe ou fê)

“F é f*.” Se inferiu outra coisa, você “se ferrou-se” (sim, duplamente), porque essa letrinha funcional faz frutas renderem frutos. Antes do ponto final, fique frio, pois “o fim de um ato pode ser o começo de outro”.

G (gê ou guê)

Essa me lembra de meu pai, que gostava de dizer: “Gente é bicho complicado”. Gravei esse ditado e hoje sei por que governantes gulosos se parecem com gaivotas gordas. E aí, uma constatação: a gente, às vezes, se parece com os bichos.

H (agá)

“H” habitana canção de Ney Matogrosso. Também jogo no time do “H” (honesto e honrado). Haja o que houver, na hora “H”, acho inadiável impetrar um habeas corpus. É que, hoje, a balança pesa mais do lado da vantagem oportunizada. Se a hora é agora, que tal uma “hode ao odierno”?

I

Isto e isso e mais isso. Infinito, imagético. Ih! Lembrei-me de John Lennon (“Allthepeople living life in peace”). Com ele, é impossível não se inspirar para “imaginar” o inadiável.

J (jota)

Essa “joia” sempre jogou no meu time. J. Alves (repórter de TV) entrevistou-me quando passei em primeiro lugar para Direito, em 1974. Jocelyn, a primeira filha, é homenagem a uma professora de inglês. Josy, a nora que me deu dois netos. Desde jovem, já sabia que a vida joga a nosso favor quando jogamos o jogo do amor.

K (cá)

“K” não é uma qualquer, como o “Q” de “quadrilha”. É presente de King, e é tão versátil que ri à toa: “KKK”. Se, por acaso, um dia você acordar e tudo estiver de K para baixo, não se desespere. É só um pesadelo kafkiano.

L (ele ou lê)

Literalmente levado, lava a jato a roupa suja de ladrões levianos. Na mesma vibe de Chico Buarque, eLe “vai levando”. Seja essa vida, seja lá o que for: a lama, a dinheirama. Lembro, aqui, que “lero-lero” não é nome de pássaro. É conversa mole, sem lenço e sem licença poética.

M (ême ou mê)

Você lembra do “Mr. M”, o ilusionista que fez muito sucesso no Fantástico (Rede Globo/1999)? É que o “M” manda ver mesmo, porque mandar é como diz o ditado: “Manda quem pode, …”. “M é M”, dizem seus amigos. E, oportunistas medíocres, concluem: “O resto é merda mole”.

N (êne ou nê)

Muita gente nega que “N” seja um zé-ninguém. E que “Nadinha” seja nome de mulher. Nadinha é nada, nadica de nada. A galera do circo político aprendeu com Pedro, o apóstolo, a negar, negar e negar. Felizmente o Zezé de Camargo entrou nessa onda.

O (ó)

Essa é uma letra com obstinação! Está na “hora” do relógio, no “hoje” do calendário, na “oração” do crente. Ora bolas! Quem disse que o “O” é um zero à esquerda?!

P (pê)

Essa tem paixão por “podres poderes”. E faz uma festa pornográfica: pn, fdp, pqp. E é desaforado: “Que porra é essa?!” Agora peço licença à norma culta para “consertar uma pescada”. Nada de errado com a “peixinha”. Vou apenas “escamá-la e tirar suas vísceras”. Pesquei essa do livro “How to Speak Maranhês“, de Jáder Cavalcante, que, por sinal, está no prelo.

Q (quê)

Esse é craque em questionar— desses que não se deixa quedar. E que se queixa com qualidade: “Que que isso, minha gente?!” “E aí, cara, que qui tá pegando?” “Qual é tua?” e, enfim, o “q” da questão é que esse queridinho sempre bota pra quebrar. “Pqp!”

R (érre ou rê)

Rio rios de alegria quando dizem que “rir é o melhor remédio”. Seja um riso suave ou rasgado. Não sei se Jesus era de dar risadas (como a “Irene”, do Ivan Lins), mas sei que “chorou” o versículo mais curto da Bíblia (Jo 11:35).

S (esse)

Salve-se quem souber! Muita gente não sabe se sobreviveria entre “ser ou não ser”. Se tivesse de escolher parceiras em abreviaturas, o respeitável “S” fugiria do “F” e do “T” como o diabo foge da cruz. Por quê? Sei lá, pura intuição! Talvez porque o “S” não seja só isso que se sabe.

T (tê)

“T” é do trabalho. Mesmo cansado, não larga do trampo. E é “duro”, tipo o José do Drummond. Também pode ser a tristeza de Alegrete, cidade do Rio Grande do Sul, ao ver seu poeta na “Poeira ou folha levada/ No vento da madrugada”. Aí, talvez, Quintana seja apenas “um pouco do nada”.

U

Um “urro” e eu já me lembro de Coxinho, saudoso cantador de toadas do bumba meu boi do Maranhão. Não precisava dele (U) para expressar o pretérito perfeito: “Urrô, urrô/ Meu novilho brasileiro/ Que a natureza criô”.

V (vê)

Pura vivacidade, vigor para viver a vida. Com a força do “V”, você viaja na velocidade da imaginação. Em janeiro, virada de ano em Veneza. Só não vale vacilada, nem Valentine’s Day em fevereiro.

W (dáblio)

Essa tem cara de gringa, não tem? Washington, Warner Bros., White House. Walker, o Johnny, vive bebendo por aí. E induzindo seus seguidores a trilhar seus passos: Keep walking.

X (chis)

Acho que a cantora Lexa (léa Cristina) sabe que “X” serve para checar, dizer que algo já está resolvido. Se faltar alguma coisa, aí temos o “X” da questão. Avexado, meu amigo Xavier grita: “Xá comigo”.

Y (ípsilon)

Primo legítimo do W, acho que, originalmente, procedem de Wysconsin (EUA). Sempre me encanto com as águas melodiosas de “Yellow River” (Christie), que não saem da minha mente.

Z (zê)

Um “Z” sozinho não acorda ninguém, mas três (ZZZ) já dão um soninho, não dão? Zagueirão da última linha, ele “zofre” com o analfabetismo e “zonha” um dia ver nosso país na linha de frente no campo da alfabetização e do letramento, porque é um direito humano. Finalmente, uma conversa entre dois caipiras:
— Cê sabia que o Zé já é prisidente?
— Qual Zé, cumpade?
— O Zé Lensque, da cumade Ucrânia
— É mermo?! Ah, meu Deus! A coisa tá é russa!

Com todas as letras, quero expressar minha admiração e gratidão aos saudosos Zagalo (1931 – 5/1/2024) e Ziraldo (1932 – 6/4/2024).

(*) Eloy Melonio é professor, escritor, letrista e poeta.

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Os filhos do empregado da Ulen

Fonte: Agenda Maranhão

“Dois amiguinhos de ATHENAS, Aroldo e Walter, filhos do sr. João Costa, finccionario da ULEN”.

O texto entre aspas acima é a legenda desta fotografia quando a imagem foi publicada, na edição de julho de 1940, da Athenas Brasileira, revista que circulou, no Maranhão, em meados do século XX, no tempo da administração do interventor (governador indicado pelo presidente da República) Paulo Ramos.

Lembrando que a imagem foi captada de uma página de papel de uma revista de mais de 80 anos.

Autoria da foto ainda é desconhecida.

Ulen & Company

Há poucas pesquisas sobre a presença da ULEN no Maranhão, que aconteceu até a década de 1950.

A Ulen & Company foi uma empresa, com sede em New York, EUA, contratada pelo Governo do Maranhão, na década de 1920, para efetuar a “construção das redes de abastecimento de água e de esgoto, fornecimento de energia elétrica para luz, tração e força, inclusive a instalação de maquinismo para prensagem de algodão” (Contrato ULEN, de 26 de março de 1923).

A empresa Ulen, possivelmente, iniciou, a partir deste contrato no Brasil, uma experiência internacional que se estendeu ao Irã, Polônia e Grécia e a outros países da América do Sul, como Colômbia, Bolívia, Chile e Uruguai.

Em São Luís, ofereceu serviços públicos urbanos em áreas como energia e transporte (bonde elétrico). Isso porque, até a década de 1920, a cidade ainda tinha iluminação pública de suas ruas e praças feita com base no azeite em lampiões instalados nos postes.

Fato de grande notoriedade para a época foi, justamente, a chegada da empresa norte-americana Ulen Company, com promessas para atender aos anseios da população, por meio de acordo com o Governo do Maranhão para a oferta de distribuição de energia e outros serviços.

Os serviços oferecidos pela Ulen na cidade foram objetos de elogios, mas, também de críticas. Jornais e periódicos da época não pouparam opiniões negativas sobre a gestão da empresa internacional.

Apontavam o que consideraram “o descomedido empréstimo realizado pelo Governo do Maranhão para honrar o contrato com a Ulen”.

“Repitamos ao exmo. Sr. Dr. Godofredo Mendes Vianna, Presidente do Estado do Maranhão, a publicar as cláusulas do empréstimo externo celebrando com a casa Ulen & Company” (Jornal Combate em 1925).

A Ulen primava pela prerrogativa de ter seu capital negociado no mercado internacional, gerando vantagens financeiras para acionistas nas bolsas de valores de Londres, Nova York, Toronto ou Paria.

Alguns pesquisadores avaliam que “o projeto Ulen configurou-se num verdadeiro oligopólio, concentrando uma miríade de nichos de serviços, denotando uma gestão administrativa bastante duvidosa, desconhecimento da realidade maranhense, contrato com vantagens nababescas e sérios prejuízos para a população beneficiária dos serviços”.

Crime da Ulen

Um pouco mais investigado por pesquisadores, mas, ainda com muita especulação e pouco empirismo, é o chamado “Crime da Ulen”, episódio ocorrido em 30 de setembro de 1933, na rua da Estrela, em São Luís, quando um bilheteiro de bondes da multinacional, José de Ribamar Mendonça, “matou, com dois tiros, um tal de John Harold Kennedy, suposto tio de John F. Kennedy, ex-presidente dos EUA, por motivo de honra pessoal e ódio de classe”, segundo algumas versões.

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Revista Jabuti Erudito chega à 5ª edição

A Távola dos Escritores e Escritoras Alcantarenses realizará o lançamento do 5º número da Revista Literária Jabuti Erudito, na próxima quarta-feira, dia 10 de julho, às 19h, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alcântara, localizado na rua Direita, nº 216, Centro, em Alcântara-MA.

A revista reúne literatura e arte (entre poemas, contos, crônicas, textos de caráter filosófico, entrevista, biografia, ilustrações e fotografias) de pessoas que residem, trabalham ou são afetivamente conectadas com Alcântara.

O periódico trimestral é desenvolvido com o objetivo de estimular a produção literária e artística na comunidade. A Távola, coletivo de escritores e escritoras sem fins lucrativos, responsável pela revista, atua desde 2022 em Alcântara com ações de estímulo à leitura, escrita e valorização da cultura local.