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Unicef entrega estação de lavagem de mãos em terreiro de São Luís

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em parceria com o Instituto Alok e a Fundação Josué Montello, entrega hoje a primeira Estação de Lavagem de Mãos instalada em terreiros no Maranhão. Será no Terreiro Nossa Senhora da Vitória, de Mãe Nonata, no Cajupe. As estações fazem parte do programa nacional do Unicef de prevenção e resposta humanitária à pandemia da covid-19, promovendo a proteção de crianças e adolescentes, especialmente as mais vulneráveis.  

Mãe Nonata é coordenadora da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileira e Saúde e seu Terreiro forma parceira com o Unicef há cerca de dois anos, através do projeto Empoderamento de Meninas, que tem trabalhado com meninas adolescentes e jovens da comunidade para fortalecer sua autoestima e autoconsciência. “Esta parceria só vem para agregar um esforço coletivo e preventivo de combate à Covid-19, fazendo com que crianças e jovens se sintam, valorizados e assistidos por meio destas ações. Que projetos como esse possam se tornar corriqueiros em nossos terreiros e comunidades menos assistidos do nosso estado, valorizando assim a comunidade de matriz africana”, enfatizou a mãe de santo Nonata.  

Na continuidade da parceria, as estações de lavagem de mãos representam estratégias de sensibilização e mobilização de lideranças para o enfrentamento da pandemia e seus efeitos diretos e indiretos. O programa de implantação das estações começou no Maranhão no início de 2021 e entregará cerca de 75 estações. A primeira delas em terreiros teve início em junho, junto com a Fundação Josué Montello e o Instituto Alok. Outras estações similares também serão instaladas em escolas e comunidades quilombolas em Alcântara.  

“Temos a satisfação de entregar a primeira estação de lavagem de mãos em um terreiro de São Luís, em parceria com Mãe Nonata e as lideranças da comunidade. O Unicef tem se articulado com os diferentes agentes mobilizadores para dar respostas humanitárias à pandemia. Esse é parte de nosso compromisso na garantia e na defesa de todo o respeito aos direitos de crianças e adolescentes afrodescendentes”, reforçou a chefe do escritório do Unicef em São Luís, Ofélia Silva.  

No total, o programa do Unicef de apoio à resposta humanitária à covid19 implantará as 75 estações de lavagem de mãos desta fase, em São Luís e no município de Alcântara, nas escolas municipais e nas áreas de uso comum de comunidades quilombolas, numa parceria local com as Secretarias Municipais de Educação de São Luís e de Alcântara, Cesjo e Fundação Josué Montello.

“A parceria da Fundação junto com o Unicef vem de longas datas e é motivo de honra participar da grandeza desse projeto. Lavar as mãos se tornou uma ação fundamental na luta contra a Covid-19 e ajudar a tornar esse comportamento uma prática é muito importante para nós. Estamos deixando uma marca construída entre o Unicef e a Fundação e isso nos deixa muito felizes”, comemorou a Presidente da Fundação Josué Montello, Maria de Jesus Jorge Torres.  

Atividades formativas com jovens líderes, rodas de conversa nas comunidades, debates sobre saúde e higiene menstrual, entrega de material educativo e kits de higiene para famílias prioritárias serão realizadas para fortalecer as práticas de autocuidado nas comunidades.  

Na entrega da estação do Terreiro da Mãe Nonata, na manhã deste sábado, será realizada oficina de Saúde Menstrual e uma celebração à Oxum, a Senhora das Águas, pelas Mães de Santo do Terreiro. 

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Uema divulga medidas sanitárias para a realização das provas do Paes 2021

A Universidade Estadual do Maranhão (Uema), por meio da Assessoria de Seletivos e Concursos, divulgou documentos com medidas de biossegurança para realização das provas do Processo Seletivo de Acesso à Educação Superior – Paes 2021, que é o vestibular da instituição.

Por causa da pandemia da Covid-19, os 43.956 candidatos inscritos no vestibular da Uema foram divididos em dois grupos. Desse modo, cerca de 23.685 candidatos irão participar das provas no primeiro dia e os outros 20.271 no segundo dia.

Dentre as medidas de biossegurança a serem adotadas pela Uema que constam no documento estão: disponibilizar álcool gel 70% em vários pontos dos locais de prova; afastamento mínimo de 2 metros entre mesas e cadeiras individuais; realizar marcações em cada prédio para que seja mantido o distanciamento social durante o fluxo de pessoas nos dias das provas; dispor colaboradores para organizar as filas dentro ou fora de cada prédio; aferição da temperatura, na entrada de cada local da prova; restrição do número de candidatos por sala que não ultrapassará 40% de sua capacidade máxima.

Já para o candidato as orientações são: utilizar máscara, de forma a cobrir a boca e o nariz; submeter-se a aferição da temperatura corporal para permissão de acesso ao local de aplicação da prova; higienizar as mãos com álcool gel 70% que será disponibilizado nos locais de prova; substituir a máscara de proteção facial a cada 2 horas; evitar aperto de mãos, beijos e abraços; obedecer às demarcações de distanciamento (2 metros) e às orientações dos fiscais e coordenadores de prova sobre as medidas de segurança; levar sua própria garrafa, transparente e sem rótulo, devidamente abastecida com água; e apenas consumir alimentos secos durante a realização da prova.

Sobre o Paes 2021

O vestibular em etapa única irá ocorrer nos dias 4 e 5 de julho para evitar aglomerações. A prova consiste em 44 questões objetivas de múltipla escolha e uma produção textual.

O Paes 2021 irá selecionar candidatos aos cursos de graduação, na modalidade presencial, para o primeiro e o segundo semestres. Estão sendo ofertadas 4.080 vagas para os campi da Uema e 855 vagas para a UemaSul.

O cartão de confirmação de inscrição estará disponível no site www.paes.uema.br, no período do dia 28 de junho a 4 de julho.

No cartão de confirmação de inscrição, o candidato poderá conferir local, data e horário da prova, além das medidas de biossegurança que devem ser seguidas no dia do certame.

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Combate à covid19 precisa de propaganda de guerra sobre medidas preventivas

Usar máscara, lavar as mãos, vacinar e manter o isolamento social devem ser repetidos exaustivamente no coração e na mente de cada brasileiro(a).

Sem uma ampla campanha educativa nos meios de comunicação convencionais e nas redes digitais não haverá conversão do povo às medidas sanitárias.

Informação qualificada tem de ser uma obsessão permanente, no sentido de disseminar conteúdo como se estivéssemos fazendo propaganda de guerra.

Nesta guerra todas as armas são válidas. O velho panfleto, carro de som nos bairros, investimento nas emissoras comunitárias, FMs, AMs e webradios, propaganda no horário nobre da televisão e todos os recursos das novas tecnologias precisam ser arregimentados em uma convocação para a defesa da vida.

É preciso inundar o imaginário do povo com informações de combate à pandemia.

Se não podemos esperar quase nada do governo federal, cabe às administrações estaduais elaborar e colocar em prática um plano estratégico de comunicação sobre a pandemia covid19.

O Consórcio de Governadores do Nordeste, experiência exitosa em vários aspectos, precisa refletir sobre uma ação conjunta de comunicação pública.

Há muito dinheiro investido em propaganda de obras e outros feitos dos governadores(as). Todos os dias as telas são inundadas com anúncios fartamente exibidos ao longo de toda a programação da TV, principalmente no horário nobre, além da vastidão de informes publicitários nas redes digitais.

O escritor Eugênio Bucci já advertia para um vício da comunicação institucional denominado narcisismo dos gestores. Isso ocorre quando o dinheiro da comunicação pública serve para turbinar a promoção pessoal dos governadores, presidentes e prefeitos.

Nos períodos mais próximos das eleições esse vício é ampliado em dimensões gigantes.

A razão é simples. O Brasil virou um grande necrotério. É hora de dar um tempo na propaganda narcísica e pensar mais na vida de milhões de brasileiros.

Estamos falando de mortes que podem ser evitadas com informação.

A fortuna investida na promoção pessoal dos gestores precisa ser convertida em propaganda educativa sobre as medidas sanitárias. O dinheiro público das verbas publicitárias deve retornar à sociedade no formato de comunicação institucional para proteger a vida.

Atravessamos o momento mais perigoso, quando a população, ameaçada por uma terceira onda de contaminação, acha que a pandemia está acabando e abre a guarda.

O perigo de uma tragédia ainda maior está posto. Para combate-lo é necessário forte investimento na persuasão do povo brasileiro para absorver o sentido protetivo das medidas sanitárias.

Comunicação é vida.

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Rádio Abraço Saúde: novo episódio aborda pandemia e comorbidades

Já está disponibilizado para as rádios comunitárias de todo o Maranhão e de outros estados a nova edição do programa “Rádio Abraço Saúde”. Nesse episódio o tema abordado é a influência do novo coronavírus e das suas variantes nas pessoas diabéticas, hipertensas e obesas, além dos outros tipos de comorbidades.

A produção do programa é da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão.

Para falar sobre esse tema a entrevistada é a médica infectologista Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco, doutora em Medicina Tropical e Saúde Internacional, pesquisadora e professora associada na Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

A série de programas Rádio Abraço Saúde tem o objetivo de orientar e educar a população através de conteúdos simples e objetivos veiculados nas rádios comunitárias, levando informação confiável para as populações localizadas nos municípios mais distantes dos grandes centros urbanos.

Clique abaixo e ouça o programa.

As edições anteriores podem ser acessadas aqui e aqui.

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O rádio AM está morrendo: Galinho Maravilha, Roberto Fernandes e os silêncios …

Abril despedaçado no rádio do Maranhão. Em 21.04.2020 faleceu Roberto Fernandes. Pouco mais de um ano depois (28.04.2021) perdemos Carlos Henrique, o popular “Galinho Maravilha”. Ambos tombaram na batalha contra a covid19.

O sentido da perda é coletivo. Familiares, amigos, colegas de profissão, pesquisadores e a imensa audiência ficaram órfãos de duas vozes marcantes na comunicação de massa.

O “Programa do Galinho” foi uma das experiências mais longevas no rádio com o mesmo apresentador – Carlos Henrique – atuando durante 50 anos na rádio Educadora AM 560 Khz.

Memórias do Galinho Maravilha: uma lenda do rádio

Em meio século, das 6h às 7h da manhã, ele comandou um programa preservando quase todas as características do rádio antigo: música, recados e avisos para os ouvintes espalhados pelo Maranhão afora, utilidade pública e umas pitadas de humor.

Carlos Henrique manteve sua audiência fiel ao longo de toda uma vida. Qual o segredo de tanto sucesso? Muitos fatores podem ser listados, mas um deles era perceptível: a linguagem simples. Galinho conversava com seus ouvintes. Era espontâneo. Só isso.

Roda Viva e Ponto Final

Roberto Fernandes tinha uma carreira profissional consolidada no Jornalismo. Ele foi um dos criadores do formado de programa radiofônico aberto à participação dos ouvintes, quando ainda trabalhava na rádio Educadora AM, onde passou longa temporada ancorando o “Roda Viva”, antes de mudar para a Mirante AM.

Na época, a mudança de emissora foi motivo de comoção por parte da audiência. Muitos ouvintes chegaram a cogitar que Roberto Fernandes não teria a mesma liberdade editorial se trocasse a emissora católica progressista pela rádio sob controle da oligarquia liderada por José Sarney.

Mas Roberto soube manter equilíbrio profissional e brilhou também como âncora no “Ponto Final”, onde a sua voz ficou eternizada na crônica diária denominada “Mensagem do Dia”, transformada em podcast e exibida atualmente na abertura do programa.

Silêncio e migração

As partidas de Carlos Henrique (78 anos) e Roberto Fernandes (61 anos) ocorrem no curso de novas transformações no rádio. Os locutores emblemáticos estão indo embora junto com as emissoras AM, em fase de migração para a FM.

Das seis AM outrora sediadas em São Luís (Educadora 560 Khz, Mirante 600 Khz, Difusora 680 Khz, Capital 1180 Khz, Timbira 1290 Khz e São Luís 1340 Khz) restam apenas três: Educadora, Mirante e Timbira.

A Difusora migrou para a Nova FM e a São Luís agora é Massa FM. A rádio Capital foi desativada após a destruição dos transmissores.

O rádio AM chegou a ser homenageado pelo grupo carnavalesco Turma do Saco, em um samba muito criativo.

Alô! Alô! Bom dia!
Um aviso pro interior
No programa do “Galinho”
Carlos Henrique anunciou
Me traz um cavalo com cela e outro na cangalha
Pra levar a carga
Que a Turma do Saco mandou.

Ouça o samba completo aqui

A letra dessa música traduz o papel fundamental do rádio na integração geográfica e afetiva da sua audiência. Nos anos 1960 e 70, quando muitas pessoas saíram do continente para morar em São Luís, em busca de trabalho ou formação profissional, uma das formas de “falar” com os parentes do interior era através do rádio, por meio de recados, cartas e avisos locutados nas vozes das “lendas” como Roberto Fernandes e Carlos Henrique.

Daqui a alguns anos o rádio AM ficará apenas na memória dos seus protagonistas. A migração é uma realidade como tantas outras mudanças processadas nas comunicações ao longo do tempo.

No entanto, o rádio vai sobreviver de outras formas. Ele não morre, apenas muda, faz adaptações e ressignificações, incorpora as novas tecnologias e segue em frente.

Viva Roberto Fernandes! Viva o Galinho Maravilha!

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Rádio Abraço Saúde e as vacinas: novo programa esclarece dúvidas sobre a imunização contra a covid19

A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão começa a circular hoje nas emissoras filiadas mais um programa da série Rádio Abraço Saúde com o tema vacina.

No formato de entrevista, o programa tem como fonte a médica infectologista Maria dos Remédios Freitas Carvalho Branco, doutora em Medicina Tropical e Saúde Internacional, pesquisadora e professora associada da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Ouça abaixo o programa

Rádio Abraço Saúde é uma produção que tem o objetivo de informar a população sobre a pandemia covid19, destacando a importância das medidas sanitárias e os cuidados no dia a dia para evitar a contaminação.

O tema vacina já havia sido abordado no programa de fevereiro de 2021, mas diante do crescimento do número de casos e do surgimento de variantes do vírus causador da doença, a Abraço Maranhão está retomando o tema.

“Através do rádio temos a responsabilidade e o compromisso com a informação confiável para orientar e educar a população, levando conteúdo verdadeiro sobre um aspecto tão importante como a imunização”, destacou o engenheiro Fernando Cesar Moraes, dirigente da Abraço Maranhão.

Equipe do programa Rádio Abraço Saúde

Roteiro: Ed Wilson Araújo

Locução: Marcio Calvet e Lanna Gatinho

Produção: Fernando Cesar Moraes

Edição: Marcio Calvet

Direção: Ed Wilson Araújo

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Luto no Apeadouro: pandemia leva vizinhos históricos do bairro

O bairro do Apeadouro, um dos mais tradicionais de São Luís, perdeu hoje o aposentado José Braga Cantanhede, o popular “Caju” ou “Seu Braga”, aos 87 anos de idade.

Morador da rua Sousândade, era um assíduo leitor de jornal impresso e ouvinte de rádio AM, flamenguista roxo e torcedor do Maranhão Atlético Clube, o MAC, em São Luís.

“Seu Braga” era leitor assíduo de jornais e admirava a “Coluna do Sarney”

“Seu Braga” trabalhou durante muito tempo na Oleama (Oleaginosas Maranhense SA). Deixa filhos, esposa, netos e uma saudade imensa.

Um dos seus assuntos prediletos era a política. Antes da pandemia, foi entrevistado pelo repórter Thiago Bastos, do jornal O Estado do Maranhão, para a produção de uma das suas belas reportagens especiais sobre memórias de São Luís.

A família Braga é muito querida no Apeadouro, território afetivo de São Luís, visitado em 2020 para uma das produções do teatro multimídia “Pão com Ovo”. Durante o bate-papo com os moradores, os artistas conheceram “Seu Braga” ou “Caju” e o primogênito José Braga Cantanhede Filho, o também popular “Braga” ou “Braguinha”.

A pandemia covid19 já fez várias vítimas no bairro. No primeiro semestre do ano passado faleceram, na mesma rua Sousândrade, o querido casal Norberto Guimarães (89 anos) e Maria da Conceição Ferreira Guimarães (89 anos), muito conhecidos, respectivamente, como ‘O Bala” e “Dona Cocota”, moradores lendários que deixam filhos e netos com raízes no Apeadouro.

Dona Cocota e “O Bala”, duas lendas no Apeadouro

Perdemos também Terezinha de Jesus Coutinho, aos 82 anos, uma das moradoras igualmente querida e antiga, ainda com familiares morando na mesma rua.

Terezinha Coutinho deixa saudades

Todos os óbitos mencionados acima foram por covid19 de moradores da mesma rua Sousândrade.

Em janeiro de 2020 foi a óbito a minha mãe, Terezinha Ferreira Araújo, aos 89 anos. Ela não foi vítima de covid19, mas era uma das residentes mais antigas do bairro, na famosa Sousândade, juntamente com meu pai, Raimundo Nonato Araújo, falecido em 2002.

Em outras vias do bairro tivemos perdas muito sentidas. Nas ruas Astolfo Marques e Manoel da Nóbrega perdemos “Zé do Bar”, proprietário de um dos botecos mais frequentados no bairro e ainda hoje em funcionamento.

A pandemia covid19 tem sido devastadora no Apeadouro, ficando nas nossas lembranças os bons tempos da convivência que atravessaram a infância, juventude, maturidade e as atualidades tristes.

Terezinha Araújo e “Dona Cocota”, amizade da vida inteira, agora no céu

Vamos rezar pelos entes queridos perdidos e pedir mais proteção, saúde e esperança de reencontro para que possamos nos encontrar quando tudo isso passar.

Leia mais sobre o Apeadouro aqui, aqui e aqui.

Imagem destacada: turma do Apeadouro na porta da antiga quitanda do Bala. Na sequência da esquerda para a direita: Bala, Eduardo, Maria, Cocota, Neilma, Ernildo, Solange, dona Silvia, Apolo e Lady Laura. Ao fundo: Benigno, Gugu, Guimarães e Danilo.

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Tributação dos super-ricos propõe redução da desigualdade no Brasil

Reportagem publicada recentemente em uma rede nacional de televisão revelou que a venda de coberturas de luxo nos condomínios mais caros do país segue aquecida e com mais expectativa de crescimento.

Em meio à pandemia, quando milhões de brasileiros passam fome, uma parcela privilegiada faz fila para comprar apartamentos de altíssimo padrão.

A concentração de renda, que já era elevada no Brasil, cresceu na pandemia.

Para minimizar esse enorme abismo, uma campanha lançada por economistas, parlamentares e organizações da sociedade civil com o mote “Tributar os super-ricos para reconstruir o país” apresenta propostas para enfrentar a crise econômica e construir uma política fiscal mais equilibrada no país.

O conteúdo da campanha, disponível nesta plataforma, explica as diretrizes gerais da iniciativa: “Tributar os super-ricos é um projeto popular elaborado por um conjunto de entidades, que propõem alterações nas leis tributárias, para criar condições de enfrentamento emergencial da crise da covid-19. A ideia central das propostas é cobrar mais impostos dos mais ricos para poder diminuir os impostos dos mais pobres e das pequenas empresas, fortalecer o Estado e retomar a atividade econômica”.

 A plataforma é um dos meios de divulgação da campanha. No site estão disponíveis os objetivos, as propostas para reduzir a desigualdade através do ajuste tributário e a íntegra dos projetos de lei da campanha e material publicitário da proposição “Tributar os super-ricos”, entre outros conteúdos.

Acesse o link abaixo e veja todos os detalhes

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Novo episódio da série Rádio Abraço Saúde aborda a importância da vacina contra a covid19

A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão começa a distribuir para as emissoras o novo episódio da série de programas Rádio Abraço Saúde.

Nesse episódio a pauta é imunização contra a covid19, com a participação da médica infectologista e pesquisadora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Maria dos Remédios Carvalho Branco.

Durante a pandemia covid19, a Abraço Maranhão vem produzindo programas educativos com orientações e esclarecimentos sobre medidas preventivas, cuidados e todas as orientações que a população deve tomar diante da pandemia.

Clique abaixo para ouvir o episódio VACINA.

Ficha técnica do episódio VACINA:

Produção e roteiro: Fernando Cesar Moraes e Ed Wilson Araújo

Locução: Marcio Calvet e Lanna Gatinho

Edição: Marcio Calvet

Veja nos links abaixo outras produções da Abraço Maranhão ao longo da pandemia covid19

Abraço Maranhão lança programas educativos sobre o novo coronavírus

Abraço Maranhão divulga novos programas educativos sobre a pandemia covid19

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Asfixia Brasileira

Luiz Eduardo Neves dos Santos[1]

O poder de hoje se baseia em relações abstratas entre entidades numéricas. Enquanto a esfera das finanças é regida por algoritmos que conectam fractais de trabalho precarizado, a esfera da vida é invadida por fluxos de caos que paralisam o corpo social e abafam e sufocam a respiração”.

Franco Berardi, Asfixia, 2020, p. 9.

“Em tempos de terror, escolhemos monstros para nos proteger”

Mia Couto, O bebedor de horizontes (2018)[2].

O italiano Franco Berardi, em sua obra Asfixia[3], nos ajuda a compreender como as relações sociais, pertencentes à esfera da linguagem, estão sendo sufocadas por um tipo de inteligência artificial impiedosa, comandada pela economia financeira global, visando única e exclusivamente a acumulação. Ela tem transformado as formas de comunicação social e nossa cognição de tal forma, a ponto da cultura humana abandonar o humanismo, deixando de lado também o diálogo, a tolerância, o bem comum e a solidariedade.

Berardi chama esse processo de Semiocapitalismo, caracterizado como abstração máxima do capital, que interfere sistematicamente na vida de grupos sociais, cada vez mais submersos nas realidades virtuais, incapacitados de perceberem o mundo real porque são desprovidos de reflexão e de crítica, por estarem conectados de forma permanente a dispositivos automáticos que obnubilam suas visões.

A partir da leitura um tanto catastrófica do filósofo italiano, é possível tecer alguns comentários sobre a ascensão da extrema direita no Brasil, que chega ao poder em 2018 muito em função da linguagem do capitalismo semiótico, por meio dos chamados disparos em massa nas redes sociais, como o WhatsApp e Facebook.

Milhões de brasileiros, seduzidos por informações aberrantes que circularam pelos quatro cantos do país, apostaram suas fichas em um militar da reserva, sucessivamente eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, tendo como bandeira uma série de pautas antidemocráticas e em favor das atrocidades da Ditadura Militar[4].

Tais massas digitais experimentaram confrontos relacionais em torno daquilo que acreditam, multiplicaram-se assim, tensões discursivas entre grupos familiares, de amizades, de trabalho, da escola e da faculdade, provocando verdadeiras fissuras nos mais diversos relacionamentos sociais.

A chegada de Bolsonaro ao poder se deu à custa do que o psicanalista Christian Dunker chamou de “afetos segregativos”[5], com fortes traços fascistas, inerentes a uma massa que sempre existiu no Brasil, mas que na atualidade tem a oportunidade de vociferar nas redes sociais seus mais repulsivos sentimentos, como preconceitos, ódios, rancores, invejas e frustrações. Uma massa hipnotizada, que se espelha em torno da figura de um “mito”, de um “herói”, uma espécie de redentor que chegou para curar um Brasil doente pela “esquerdopatia” e livrá-lo da ameaça comunista. O eleito, no entanto, não passa de uma figura medíocre e caricata, incapaz de formular uma única ideia proficiente em suas falas, o que demonstra um sintoma claro da indigência moral e intelectual dos grupos que o levaram ao poder. Podemos inferir que é o semiocapitalismo da era digital-tecnológica que instaura abstrações generalizadas a essas massas, ao comandar seus sistemas nervosos.

É possível afirmar que o Brasil vive uma escalada sem precedentes de retrocessos variados, um aprofundamento de tensões e massacres sociais, possíveis em função de uma massa que colocou um ignóbil no poder. Utilizando o título deste artigo como metáfora, parece que estamos prendendo nossa respiração, tanto pelo mau cheiro oriundo do Planalto, que empesta o ar, como pelas sucessivas declarações e ações, proferidas e realizadas pelo chefe do Executivo, que tem a capacidade de nos tirar o ar.

Destarte, a asfixia brasileira é representada por tragédias socioeconômicas e políticas que possuem vigorosas raízes históricas, possíveis de serem vistas quando populações inteiras, segregadas, espoliadas e estereotipadas nos grandes centros urbanos são submetidas a uma vida sem dignidade[6], ou quando camponeses são capturados pelo “trabalho escravo contemporâneo”[7] em plantações e fazendas, privados de sono, comida e água. Este estrangulamento no país, amparado no capital financeiro e na acumulação, pode ser visto ainda a partir da liberação desenfreada de agrotóxicos[8] perigosos à saúde humana, no afrouxamento de fiscalizações ambientais diversas, contribuindo para a destruição de biomas e para a contaminação de rios, peixes, lençóis freáticos e aquíferos por produtos derivados da mineração selvagem.

O sufocamento à brasileira, com a omissão ou com o aval governamental, se manifesta quando transnacionais mineiras aniquilam vidas humanas, jogando em cima delas milhares de toneladas de rejeitos de ferro e sílica – sem que ninguém tenha sido responsabilizado criminalmente por isso até hoje[9]; aparece ainda quando fábricas fecham as portas e demitem milhares de trabalhadores, ou ainda quando ocorre o genocídio cotidiano das populações indígenas, pobres e pretas, à medida que se facilita o acesso a armas de fogo para uma parcela específica da população.

A pandemia do COVID-19 agravou a situação de um país que já se recusava a sair de uma crise social, econômica e política, muito também em decorrência da gritante inoperância de uma gestão perdida nos próprios devaneios, acostumada a criar narrativas falaciosas e a inventar inimigos imaginários com o objetivo de acirrar os ânimos dos fiéis apoiadores, além de tergiversar quando cobrada por órgãos de imprensa ou por outros poderes instituídos.

Parece inacreditável, mas o governo federal, principalmente por meio do presidente e seus ministros, tem exercido um papel ignominioso no que se refere ao combate à pandemia no Brasil, que já matou, em números oficiais, mais de 210 mil habitantes.

A lista de irresponsabilidades e omissões, em pouco menos de um ano do alastramento da doença no território brasileiro, é extensa. Inclui a demissão de dois ministros da Saúde médicos, e da nomeação – para o mesmo cargo – de um general da ativa que não possui o mínimo de conhecimento ou experiência para exercer a função. Acrescente-se a isso, declarações públicas que desdenharam dos milhares de mortos pelo vírus, do incentivo ao não uso da máscara e contra o isolamento social, além de fazer a defesa contumaz de medicamentos que não possuem comprovação científica para tratar a doença, como no pronunciamento vergonhoso que fez à nação no 24 de março de 2020.

A ofensiva discursiva contra as vacinas é outro aspecto que chama atenção no mar de lama da incompetência e do negacionismo bolsonarista. A gestão vigente é composta por um amontoado de pessoas que, constantemente, se recusam a ouvir as vozes e os alertas de técnicos, estudiosos, intelectuais e cientistas. Isto inclui o descrédito em relação às pesquisas científicas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que demonstrou avanços significativos no desmatamento da Floresta Amazônica e inclui ainda a demonização da vacina Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan, apelidada pejorativamente de “vaChina” por interlocutores ensandecidos.

Estamos testemunhando as ações do governo mais omisso, mentiroso, inepto e assassino da nossa História, a asfixia literal que o Estado – liderado por Bolsonaro – está fazendo no Amazonas, sobretudo em sua capital Manaus, é algo desumano e inaceitável. A triste ironia é que centenas estão morrendo no coração da Amazônia por falta de oxigênio, debaixo do nariz da administração pública federal, um caso de polícia. O mínimo que o presidente deveria ter feito era viajar à Manaus, montar uma força-tarefa mobilizando todos os recursos necessários para minorar esta tragédia. Mas o que ele fez e faz? Foi às redes sociais fazer o que sempre fez no cargo, vomitar ódio contra a imprensa e os desafetos políticos, recomendando o uso da cloroquina para tratar doentes de Covid-19.

O mais espantoso é que uma parcela da sociedade brasileira se mostra indiferente ou mesmo conivente em relação às ações desastrosas e irresponsáveis do governo federal. Voltando à Berardi, isto pode ser explicado, em parte, pela semiotização da produção social, o que implica uma profunda metamorfose nos processos de subjetivação, afetando, em larga medida, a chamada psicosfera[10] com todas as suas formas de percepção da realidade.

Os dispositivos de linguagem digital-virtual – potencialmente violentos – sob a égide do capitalismo financeiro, representados por uma inédita estetização do mundo, nos leva a compreender como são forjadas novas subjetividades e o porquê da aparição de inéditas formas de servidão voluntária, fincadas na apatia, na indiferença, na ausência de reflexão e de crítica e na desumanidade.

Por outro lado, a perversidade do mundo, materializada pelo sufocamento das populações despossuídas e de trabalhadores precarizados, sujeitos a todo tipo de insegurança: alimentar, habitacional, emocional etc. deixa à mostra as debilidades e fraquezas deste sistema, injusto e doentio, caracterizado por Byung-Chul Han como a “Sociedade do Cansaço”, dominada pela abundância da positividade, que gera estados psíquicos graves devido ao estresse, à exaustão e ao esgotamento excessivos[11].

Nesta perspectiva, é que se abrem possibilidades de tomada de consciência, e como Milton Santos ousou pensar, “a história da humanidade sobre a Terra dispõe afinal das condições objetivas, materiais, intelectuais, para superar o endeusamento do dinheiro e dos objetos técnicos e enfrentar o começo de uma nova trajetória”[12]. Mas o desafio é dos mais complexos, pois é necessário se perceber no mundo, ter uma visão crítica e totalizante de como o sistema atua nos processos de produção das nossas subjetividades, condicionando nossos corpos e mentes a satisfazer seus objetivos, que é nos deixar presos nas armadilhas dos algoritmos e da automação, interferindo de modo negativo em nossas vontades, ideias, anseios, paixões e desejos.

Portanto, é imprescindível procurar entender e acreditar que este mundo – do ponto de vista físico e social – incluindo um país com a diversidade e o tamanho do Brasil, pode ser construído e reconstruído quantas vezes for necessário. E como já escreveu David Harvey[13], poderemos então nos afastar dos medos, das ansiedades, do excesso de trabalho e das noites sem dormir. Neste novo mundo possível, não faltará cilindros de oxigênio e teremos a oportunidade de respirar um ar puro, sem fuligens, monóxidos de carbono, dióxidos de enxofre, hidrocarbonetos e, principalmente, sem a presença fétida de cadáveres putrefeitos como Bolsonaro e sua súcia.


[1] Geógrafo e Professor Adjunto I do Curso de Licenciatura em Ciência Humanas, Universidade Federal do Maranhão (UFMA) – Campus Pinheiro.

[2] COUTO, Mia. O bebedor de horizontes. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. 328p.

[3] BERARDI, Franco. Asfixia: capitalismo financeiro e insurreição da linguagem. São Paulo: Ubu Editora, 2020. 256p.

[4] CAMPOS, João Pedroso de. Doze vezes em que Bolsonaro e seus filhos exaltaram e acenaram à ditadura. Veja. São Paulo, 1 de novembro de 2019. Disponível em:< Doze vezes em que Bolsonaro e seus filhos exaltaram e acenaram à ditadura | VEJA (abril.com.br)>. Acesso em 17 abr. 2021.

[5] DUNKER, Christian. Psicologia das massas digitais e análise do sujeito democrático. In: ABRANCHES, Sérgio et al. Democracia em Risco? 22 ensaios sobre o Brasil de hoje. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 116-135.

[6] VASCONCELOS, Gabriel; ROSAS, Rafael. Número de domicílios em favelas no Brasil é de 5,12 milhões, informa IBGE. Valor Econômico. Rio de Janeiro, 19 de maio de 2020. Disponível em:<Número de domicílios em favelas no Brasil é de 5,12 milhões, informa IBGE | Brasil | Valor Econômico (globo.com)>. Acesso em 17 jan. 2021.

[7] RODRIGUES, Sávio José Dias. Quem não tem é escravo de quem tem: migração camponesa e a reprodução do trabalho escravo contemporâneo. São Paulo: Paco Editorial, 2020. 248p.

[8] LEITE, Catalina. Governo Bolsonaro já registrou 745 novos agrotóxicos; número é o maior em 15 anos. O Povo online. Fortaleza, 10 de agosto 2020. Disponível em:< Governo Bolsonaro já registrou 745 novos agrotóxicos; número é o maior em 15 anos | Brasil – Últimas Notícias do Brasil | O POVO Online>. Acesso em 17 jan. 2020.

[9] MARTINS, Patrícia. Brumadinho um ano depois: impunidade e sofrimento dos que ficaram. Congresso em foco. 22 de janeiro 2020. Disponível em:< Brumadinho um ano depois: impunidade e sofrimento dos que ficaram | Congresso em Foco (uol.com.br)>. Acesso em 17 jan 2020.

[10] SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 2. ed. São Paulo: EDUSP, 2002. (Coleção Milton Santos 1). 384p.

[11] HAN, Byung-Chul. Sociedade do Cansaço. 2. ed. ampliada. Petrópolis: Vozes, 2015. 128p.

[12] SANTOS, Milton. Por Uma Outra Globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000. 176p.

[13] HARVEY, David. Espaços de Esperança. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2006. 382p.