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Luto no Apeadouro: pandemia leva vizinhos históricos do bairro

O bairro do Apeadouro, um dos mais tradicionais de São Luís, perdeu hoje o aposentado José Braga Cantanhede, o popular “Caju” ou “Seu Braga”, aos 87 anos de idade.

Morador da rua Sousândade, era um assíduo leitor de jornal impresso e ouvinte de rádio AM, flamenguista roxo e torcedor do Maranhão Atlético Clube, o MAC, em São Luís.

“Seu Braga” era leitor assíduo de jornais e admirava a “Coluna do Sarney”

“Seu Braga” trabalhou durante muito tempo na Oleama (Oleaginosas Maranhense SA). Deixa filhos, esposa, netos e uma saudade imensa.

Um dos seus assuntos prediletos era a política. Antes da pandemia, foi entrevistado pelo repórter Thiago Bastos, do jornal O Estado do Maranhão, para a produção de uma das suas belas reportagens especiais sobre memórias de São Luís.

A família Braga é muito querida no Apeadouro, território afetivo de São Luís, visitado em 2020 para uma das produções do teatro multimídia “Pão com Ovo”. Durante o bate-papo com os moradores, os artistas conheceram “Seu Braga” ou “Caju” e o primogênito José Braga Cantanhede Filho, o também popular “Braga” ou “Braguinha”.

A pandemia covid19 já fez várias vítimas no bairro. No primeiro semestre do ano passado faleceram, na mesma rua Sousândrade, o querido casal Norberto Guimarães (89 anos) e Maria da Conceição Ferreira Guimarães (89 anos), muito conhecidos, respectivamente, como ‘O Bala” e “Dona Cocota”, moradores lendários que deixam filhos e netos com raízes no Apeadouro.

Dona Cocota e “O Bala”, duas lendas no Apeadouro

Perdemos também Terezinha de Jesus Coutinho, aos 82 anos, uma das moradoras igualmente querida e antiga, ainda com familiares morando na mesma rua.

Terezinha Coutinho deixa saudades

Todos os óbitos mencionados acima foram por covid19 de moradores da mesma rua Sousândrade.

Em janeiro de 2020 foi a óbito a minha mãe, Terezinha Ferreira Araújo, aos 89 anos. Ela não foi vítima de covid19, mas era uma das residentes mais antigas do bairro, na famosa Sousândade, juntamente com meu pai, Raimundo Nonato Araújo, falecido em 2002.

Em outras vias do bairro tivemos perdas muito sentidas. Nas ruas Astolfo Marques e Manoel da Nóbrega perdemos “Zé do Bar”, proprietário de um dos botecos mais frequentados no bairro e ainda hoje em funcionamento.

A pandemia covid19 tem sido devastadora no Apeadouro, ficando nas nossas lembranças os bons tempos da convivência que atravessaram a infância, juventude, maturidade e as atualidades tristes.

Terezinha Araújo e “Dona Cocota”, amizade da vida inteira, agora no céu

Vamos rezar pelos entes queridos perdidos e pedir mais proteção, saúde e esperança de reencontro para que possamos nos encontrar quando tudo isso passar.

Leia mais sobre o Apeadouro aqui, aqui e aqui.

Imagem destacada: turma do Apeadouro na porta da antiga quitanda do Bala. Na sequência da esquerda para a direita: Bala, Eduardo, Maria, Cocota, Neilma, Ernildo, Solange, dona Silvia, Apolo e Lady Laura. Ao fundo: Benigno, Gugu, Guimarães e Danilo.

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