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Estariam “higienizando” o Centro Histórico de São Luís?

Ed Wilson Araújo

Em primeiro lugar, é preciso dizer: as obras do PAC Cidades Históricas melhoraram o visual deplorável da praça Deodoro e da rua Grande, da praça João Lisboa e do largo do Carmo. Objetivamente, são mudanças essenciais, necessárias e cobradas faz tempo.

No entanto, passíveis de observação e crítica no intuito de provocar reflexão sobre as alterações no espaço urbano, assunto de interesse coletivo.

A crítica incide sobre a forma e o conteúdo das intervenções, em sua maioria feitas sem a participação das pessoas direta ou indiretamente afetadas pelas obras: moradores, frequentadores, comerciantes etc.

Há pouco diálogo entre os executores das obras e a população. Tão grave quanto a verticalidade na execução dos projetos é a falta de informações sobre a utilização do dinheiro público nas construções.

Uma cidade sem participação e transparência, dois aspectos fundamentais da gestão púbica democrática, deixa muito a desejar.

Sem mediações, as obras são tocadas de cima para baixo, atropelando o direito do cidadão de opinar sobre as alterações nos territórios de uso comum.

Certas obras violam até os conceitos e marcas simbólicas da cidade, configurando uma renovação que apaga a memória e destitui a urbe das suas pulsações humanas constituídas pelos sedimentos da matéria política, histórica, econômica e cultural.

Tomamos como primeiro exemplo a gloriosa reforma do complexo das praças Deodoro-Pantheon. Ficou bonito, é lógico, mas ali não há qualquer vestígio de um marco histórico da cidade – a Greve da Meia Passagem.

Esferas de concreto na nova praça Deodoro

Se hoje os estudantes ainda usufruem daquela conquista de 1979, cujo palco principal foi a praça, a cidade perde uma referência histórica fundamental.

São tantas bolas de concreto e nenhuma placa sequer lembra o massacre contra os estudantes e a conquista da meia passagem com muita luta. É ou não uma forma de apagamento da memória da cidade?

Já na avenida Pedro II, a parte mais sofisticada do Centro Histórico, onde estão as sedes do Governo do Estado, da Prefeitura de São Luís, do Tribunal de Justiça e da Arquidiocese de São Luís, o animado Tambor de Crioula do Mestre Amaral foi execrado.

No local está inaugurada a praça em homenagem aos poetas, e o novo largo passa a ser um lugar primoroso para fotografar e usufruir do belo visual do rio Anil.

Mas, a retirada do tambor serve também para reflexão sobre o tipo de dispositivo cultural permitido e/ou deslocado no espaço urbano.

O abrigo da praça João Lisboa é outro equipamento sob ameaça, assim como as bancas de revista e os camelôs já empurrados da praça Deodoro para as transversais da rua Grande.

Em qualquer lugar do planeta, considerando a perspectiva das cidades históricas, o abrigo seria destruído e refeito em padrões modernos. Mesmo não sendo original da praça João Lisboa, ele merece requalificação, considerando os sentidos conotativo e denotativo do vocábulo “abrigo”, signo de acolhida, afeto, solidariedade, proteção e sociabilidade em geral.

Abrigo segue gerando polêmica. Imagem capturada em O Imparcial

Ocorre que em São Luís há um apego exagerado ao passado… um tal “reviver”.  Aí, já que o abrigo não é “original”, passa a ser considerado um monstrengo e, por isso, deve ser demolido, quando deveria ser reconstruído em outros moldes, adaptado à realidade contemporânea sem qualquer prejuízo ao conjunto arquitetônico do entorno.

Salta aos olhos, ainda, a ferocidade dos inimigos do abrigo da João Lisboa que não se manifestam sobre a grilagem ampla, geral e irrestrita na cidade, patrocinada e organizada pelos endinheirados, que se apropriam dos terrenos à revelia das leis.

Queria ver, por exemplo, os iconoclastas do abrigo criticarem os latifundiários urbanos que se apossam de áreas valorizadas em São Luís para construir shoppings e galerias disfarçados de postos de gasolina. Esses sim, verdadeiros monstrengos, erguidos em qualquer lugar, sem respeito ao Impacto de Vizinhança, um dos dispositivos do Plano Diretor.

Por que os demolidores do abrigo não se manifestam sobre o posto de gasolina construído na margem da avenida Jerônimo de Albuquerque, em frente ao hospital São Domingos, colocando em risco centenas de pacientes e trabalhadores?!

Poderiam ainda aproveitar o ensejo para pedir a retirada do “prédio do BEM”, na rua do Egito, cujas obras estão marcadas por corrupção (leia aqui).

Está clara, portanto, uma certa discriminação ao escolher os adversários, na lógica de varrer do mapa alguns equipamentos não incorporados ao modo de ver aristocrático da elite escravocrata que dominou a cidade e ainda está presente hoje, em algumas cabeças.

Tal forma de pensar carrega o apego ao complexo de geriatria cultural que serve para justificar a dinamite no abrigo dos pobres, mas não vale para demolir a grilagem dos ricos em centenas de espaços privilegiados da cidade, feitos ilegalmente, com a leniência das autoridades.

A seletividade na ocupação do espaço urbano chegou ao antigo e famoso “Xirizal do Oscar Frota”, onde a dispersão das prostitutas no tradicional reduto das profissionais do sexo foi algo tão violento como derramar veneno para matar baratas.

Demolição do “Xirizal” dispersou as prostitutas. Foto: Biaman Prado

O massacre dos pobres, putas e negros, não necessariamente nessa ordem, está nas raízes mais profundas do processo de discriminação e violência marcantes na formação de São Luís. Afinal, toda a beleza e a imponência dos casarões do Centro Histórico foram erguidas pela mão de obra escrava, gerando uma população de pedreiros e ajudantes mutilados, fruto das mais desumanas condições de trabalho.

Mas, estamos em outros tempos, das velhas práticas. “Agora vai”, ou melhor, é “São Luís em obras”. Na véspera da eleição, outra intervenção há muito tempo cobrada alcança a antiga parada de ônibus do Anel Viário, as barracas e os botecos do entorno. Trata-se de uma intervenção necessária, visando organizar aquela bagunça generalizada.

Como não temos informação amplamente divulgada sobre o projeto, a obra e o investimento do dinheiro público, esperamos que os comerciantes informais sejam reassentados no seu local de origem ou em outro ambiente, de forma a garantir as suas condições e meios de sobrevivência.

Quanto à nova obra do Anel Viário, cabe uma anotação sobre um dos equipamentos mais importantes do Centro Histórico – o Aterro do Bacanga. Aos poucos aquele espaço vai sendo ocupado por vários puxadinhos e arranjos, sem observar um consistente projeto arquitetônico já tantas vezes comentado em nossos escritos (leia aqui e mais aqui)

Cabe reiterar a crítica sobre a forma e o conteúdo das obras. Em cima da eleição colocam os tratores no Anel Viário desprezando o ganho estético, social e ambiental de um projeto arquitetônico bem mais utilitário para a cidade.

De volta ao tema central, observando bem os exemplos de remoção ou tentativas de eliminar as bancas de revista, os camelôs, as barracas do Anel Viário, o tambor do Mestre Amaral, o abrigo da João Lisboa e as putas do Xirizal do Oscar Frota, podemos refletir juntos sobre um relativo processo de higienização social no coração da cidade.

Parece haver um conceito de isolamento e guetização dos equipamentos e das pessoas não representativas do sentimento saudosista da elite escravocrata que mandava na cidade e ainda hoje tem seu pensamento vivo e entranhado em vários poderes oficiais.

Quanto às bancas de revista e similares, vamos pensar juntos….

Perseguição às bancas de revista ocorre também na área nobre da cidade

São Luís, ainda agarrada ao equivocado epíteto de Atenas Brasileira, teve várias livrarias fechadas e está em curso uma verdadeira perseguição às bancas. Tais equipamentos não combinam mesmo com o visual “hipermoderno” da cidade “retrô” das avenidas e ruas remendadas por um asfalto do século 19 por onde trotam caminhonetes de luxo (leia aqui sobre livrarias fechadas).

Ademais, em meio a tanta celebração pela idoneidade literária da cidade, o Memorial Bandeira Tribuzzi foi desativado e não há notícia de onde foi parar o acervo do poeta autor do hino oficial de São Luís.

Assim, a cidade se movimenta com deslocamentos ou dispersões e reacomodações compulsórias. Os camelôs, por exemplo, vão se reagrupando de acordo com as novas regras de espacialização do comércio.

Geralmente, as obras fazem uma bela maquiagem na paisagem para ela ficar atrativa aos turistas e excluem as pessoas e equipamentos que vivem, sobrevivem, circulam e usufruem do espaço urbano.

A higienização social segue o rito de apagamento das marcas simbólicas e da memória da cidade, que precisa ser limpa, aspirada e lubrificada socialmente, seguindo padrões de uma certa forma de pensar cheia de contradições.

Então, o saneamento é seletivo. Limpa-se o Centro Histórico para embelezar a vista dos turistas e moradores que não podem tomar banho nas praias impróprias contaminadas pelos esgotos.

No curso da higienização social não é apenas a “Península” (leia aqui) que pretende se isolar. As obras do Centro Histórico estão “limpando” a cidade, onde erguem-se várias ilhas.

E se no Centro Histórico, onde estão as cabeças mais iluminadas e puras, a cidade é discriminatória, imagine na zona rural, onde a proposta de revisão do Plano Diretor pode ter repercussões gravíssimas na sustentabilidade da ilha toda no curto prazo!

Lá na “roça”, onde o capital da especulação imobiliária é voraz na concentração do mercado de terras, os conflitos são resolvidos com mais violência, a ferro e fogo.

Por fim, como o título do artigo é uma pergunta, tenho questionamentos no lugar de teses prontas. E para fazer jus ao primeiro parágrafo, reitero: todas as edificações feitas recentemente são fundamentais para qualificar o Centro Histórico e honrar o título de São Luís Patrimônio Cultural da Humanidade.

Minha única certeza, em se tratando de higienização e saneamento, é que estamos na cidade toda brilhosa com novas obras, mas cercados pelo mar de coliformes fecais.

A cidade limpa, higienizada, contém o germe da sua própria sujeira.

Imagem destacada / antigo abrigo da praça João Lisboa / capturada no site do jornal O Estado do Maranhão

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O machado afiado da poesia e do reggae em canção e clipe

Os poetas Fernando Abreu e Celso Borges juntaram seu amor ao reggae e a música de Bob Marley para fazer uma versão livre da canção Small Axe, do cantor e compositor jamaicano.

O reggae Machado Afiado foi gravado no mês de junho e virou clipe pelas mãos de Inácio Araújo, da Carabina Filmes. O lançamento acontece no próximo sábado.

Na primeira etapa do projeto, em junho, os poetas gravaram a parceria no Estúdio Zabumba Records. A produção musical foi assinada pelo percussionista Luiz Claudio que, também, tocou na sessão. Fernando Abreu fez os violões e dividiu os vocais com Celso Borges; Jesiel Bives tocou teclados e baixo; e George Gomes, bateria. Jailton Sodré gravou, mix e masterizou a faixa.

No mês seguinte, a dupla saiu às ruas, acompanhada pela câmera de Inácio Araújo, da Carabina Filmes, e gravaram imagens na Praia Grande. A edição final do clipe terá também a participação especial do artista plástico Edson Mondego tocando berimbau.

“Nos divertimos muito nas gravações, tanto no estúdio quanto nas ruas do centro. A gente sabe que não é cantor nem tem pretensões de seguir carreira ou algo parecido.  Machado Afiado é antes de qualquer coisa uma homenagem a Bob Marley, um  cara que admiramos muito”, afirma Celso Borges.

Para o poeta Fernando Abreu “o reggae e Bob Marley estão misturados com a poesia da gente desde o começo. Estamos muito felizes de cantar uma letra que é uma leitura livre mas reverente de um poeta do povo, que sempre será farol e referência”.

MACHADO AFIADO

Versão livre de Fernando Abreu e Celso Borges
Para a música Small Axe, de Bob Marley

Se é tarde eu não sei
Resistimos
Somos Davi
Se você é Golias

A gente vai pra cima de ti
É inútil fugir
Tu queda é pra já
Cadê tua coragem?

Você me dá pão e circo
Querendo se dar bem
Mas o pau que dá em Chico
Dá em Francisco também

Você cavou sua cova
Se envenenou com seu ódio
Eu já disse e vou repetir
Sai fora, man
Sai fora
É capoeira pra cima de ti
Não corre man
Não corre

Você me dá pão e circo
Querendo se dar bem
Mas o pau que dá em Chico
Dá em Francisco também

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Coronelismo no PSDB ameaça a pré-candidatura de Wellington do Curso

O senador bolsonarista Roberto Rocha (PSDB) opera com todas as armas para destituir o deputado estadual tucano Wellington do Curso (WC) das pretensões de disputar a Prefeitura de São Luís.

No velho estilo autoritário, o coronel tucano vem fazendo pressões e dividindo o partido para impor a desistência de WC e adesão à pré-candidatura de Eduardo Braide (Podemos).

Ele usa como argumento uma hipótese sem força nos fatos: caso WC desista para apoiar Eduardo Braide a eleição seria decidida em primeiro turno.

Qualquer pessoa com o mínimo de vivência sobre os pleitos em São Luís sabe que em 2020 existem várias candidaturas competitivas com ampla tendência de levar a decisão para o segundo turno.

Até mesmo Eduardo Braide tem ciência de que a sua liderança nas pesquisas é preocupante e perigosa porque ele será alvo do bombardeio de todos os adversários.

Internamente, o trator de Roberto Rocha sobre WC vem desagradando muito os pré-candidatos a vereador do PSDB. Embora não tenha coligação na eleição proporcional, eles avaliam que, na ausência do candidato majoritário tucano, ficarão preteridos e sem palanque próprio, algo fundamental para mobilizar as campanhas à Câmara Municipal.

A chapa da vereança argumenta que Wellington do Curso é um candidato competitivo, vem pontuando nas pesquisas e não deve abrir mão para submeter o protagonismo do PSDB a uma aliança.

O senador bolsonarista, por sua vez, sustenta que a convergência entre o PSDB e o Podemos é o resultado de um acordo celebrado na eleição de 2016, quando WC apoiou Braide no segundo turno contra Edivaldo Holanda Junior (PDT). Em 2018, na eleição para governador, o candidato derrotado Roberto Rocha obteve o apoio de Eduardo Braide (à época no PMN) contra Flávio Dino.

Caso abra mão da pré-candidatura, WC está prometido para ser o vice na chapa de Braide.

Mas, WC já percebeu o desfecho de uma eventual capitulação. Se desistir do protagonismo em 2020, mesmo em uma eventual vitória de Braide, vai desaparecer do cenário político.

Escorpiões são assim mesmo. Roberto Rocha foi capaz de negar a sua eleição de senador como apêndice de Flávio Dino e depois virou o maior inimigo do governador. Imagine o que ele será capaz de fazer com WC apenas na condição de vice-prefeito…

Lembrando que Roberto Rocha tem o mesmo sonho de consumo de Braide – ser governador. Sinal de que essa onda de paz e amor entre o PSDB e o Podemos é passageira.

No mais, é sempre importante lembrar: Roberto Rocha “foi eleito” senador em 2014 montado nas costas de Flávio Dino, surfando na onda de desgaste da oligarquia liderada por José Sarney.

Em 2018, na eleição para governador, já inimigo dos seus antigos aliados, o tucano disputou contra Flávio Dino e teve apenas 2% dos votos. Melhor dizendo: 2,05% = 64.446 votos! Isso em uma eleição majoritária.

Muito metido a estrategista, no velho estilo de coronel, Roberto Rocha quer primeiro atropelar Wellington do Curso para ficar ele sozinho “dono” do PSDB. Depois, vai confrontar Braide, quando o interesse de ambos for o mesmo – o Palácio dos Leões.

Assim, traindo uns e atropelando outros, Roberto Rocha vai sedimentando aquilo que já é quase uma profecia dos analistas políticos: ele nunca será governador do Maranhão.

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Indignação! Cultura de São Luís com prejuízo milionário!

Fonte: Agência Tambor, em 26/08/2020

São quase oito milhões de reais que os artistas e demais produtores culturais de São Luís têm direito e já foi disponibilizado pelo governo federal. Isso a partir da Lei Aldir Blanc, aprovada no Congresso Nacional, com os votos da bancada de oposição a Bolsorano.

Mas o Secretário de Cultura da Prefeitura de São Luís, Marlon Botão, disse simplesmente que não tem previsão de quando os recursos serão repassados para a classe artística e os demais trabalhadores da cultura de nossa cidade.

Mesmo sendo um recurso emergencial (é emergencial!), simplesmente não existe um calendário da prefeitura de São Luís para que a Lei seja aplicada e o recurso seja disponibilizado a quem de direito.

A afirmação de Marlon foi dada em entrevista realizada hoje (26/08), no Rádiojornal Tambor. Ao longo da entrevista, concedida a jornalista Flávia Regina, foram feitos mais de 400 comentários da classe artística e cultural de São Luís, todos eles indignados com a fala de Marlon e com a gestão da cultura na atual administração do município. Segundo a maioria dos comentários Marlon “apenas enrolou” na entrevista.  É isso que está registrado no Facebook da Agência Tambor.

O secretário de Cultura foi convidado a falar na Rádio Tambor porque, na segunda-feira (24/08), nós recebemos representantes da classe artística de São Luís que criticaram o secretário e a política cultural da prefeitura de São Luís.

A Agência Tambor seguirá acompanhando esse caso, de grande importância para nossa cidade. Seguiremos ouvindo os dois lados e deixando bem claro que apoiamos a reivindicação e a pressão dos artistas e produtores culturais.

Como dissemos no início dessa matéria, são quase oito milhões já disponibilizados para São Luís. É um direito! É um auxílio emergencial!

Ouça a entrevista com Marlon Botão aqui

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O prefeito boa praça

Se o prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Junior (PDT) pudesse disputar o terceiro mandato ele seria um forte concorrente, até com chances de ganhar. Não sendo candidato, ainda é um cabo eleitoral no poder e tem plenas condições de influenciar o pleito.

A máquina eleitoral do grupo que domina a capital do Maranhão há 30 anos não para de operar na velha fórmula: operações tapa-buracos, asfalto, capina do matagal nos canteiros e pintura dos meios fios, além (é óbvio!) de todo o aparato do pragmatismo já de todos amplamente conhecido e decisivo na hora do voto.

Soma-se ainda a engenharia da propaganda eleitoral com aqueles vídeos bonitos e as promessas de sempre: construção de creches, escolas, hospitais etc.

Em 2020, além da antiga fórmula, há uma onda de reforma nas pracinhas da cidade. Andando pelo bairro Rio Anil, por exemplo, é visível a maquiagem nas nesgas dos canteiros, todas equipadas com aparelhos de ginástica.

As praças reformadas serão amplamente exploradas na propaganda eleitoral, destacando as vitrines da Deodoro/Pantheon e João Lisboa/Largo do Carmo, obras de impacto visual no Centro Histórico de São Luís, ainda remanescentes das obras do PAC Cidades Históricas.

Toda a maquiagem nas praças antigas vai ter sim influência na propaganda eleitoral, capaz de vender a cidade como produto lustrado. Imagine quantas peças publicitárias serão distribuídas nas redes sociais apresentando o verniz brilhoso na “nova” São Luís…

Pouco importa se o “resto” da cidade explode.

Por “resto” entendamos a totalidade do espaço urbano de São Luís, violentado pela proposta de revisão do Plano Diretor, que prevê a redução da zona rural em aproximadamente 40%, podendo ter consequências drásticas para toda a cidade.

Enquanto a gestão municipal inaugura as reformas das praças, tapa buracos e pinta os meios fios, a cidade tem uma série de desafios a serem enfrentados: mobilidade, saúde, infra-estrutura, educação e cultura, entre tantos outros, como a fundamental transparência na gestão.

A revisão do Plano Diretor, principal instrumento de planejamento da cidade, é tratado pela administração de São Luís como assunto desprezível no que diz respeito à necessária visibilidade desse tema tão importante.

No mais, o prefeito é boa praça.

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Portal Assobiar: jornalistas inauguram plataforma colaborativa na região Chapada das Mesas, no Maranhão

Já está no ar o primeiro portal de jornalismo colaborativo digital da região Chapadas das Mesas. A iniciativa foi lançada sábado (22) por duas jornalistas formadas pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), campus Imperatriz: Daniela Souza e Idayane Ferreira. O site nomeado de Portal Assobiar tem como objetivo agregar profissionais e população em geral que queiram retratar situações e temas alternativos pouco noticiados nos outros veículos da região.

O território Chapada das Mesas é um parque nacional e protege 160.046 hectares de cerrado nos municípios de Carolina, Riachão, Estreito e Imperatriz, no centro-sul do Maranhão. Veja mais aqui e aqui

A criação de uma plataforma de jornalismo digital surgiu a partir de conversas informais sobre a necessidade de projetos de comunicação que pudessem tratar da diversidade da região, onde mais pessoas tivessem vez e voz.  “Nossas experiências profissionais, juntamente com o hábito de sempre estar por dentro das tecnologias digitais e iniciativas jornalísticas de outros estados, também inspiradas no curso de especialização da UFMA [em Assessoria de Comunicação Empresarial e Institucional], nos fizeram acreditar (e arriscar) em um projeto como o Portal Assobiar”, afirma Daniela Souza, uma das idealizadoras do projeto.

Idayane Ferreira e Daniela Souza têm foco no jornalismo regional

O Portal Assobiar busca reunir colaboradores profissionais e comunidade em geral, seja por meio de sugestões de pautas, textos prontos (no caso de jornalistas) ou como colunistas. “Os profissionais e demais pessoas interessadas que quiserem nos sugerir pautas por meio das nossas redes sociais, endereço de e-mail e comentários no site, fiquem à vontade! A nossa ideia é fazer um projeto o mais colaborativo possível, em que as pessoas consigam visualizar suas demandas locais”, afirma a também idealizadora do projeto, Idayane Ferreira.

As jornalistas iniciaram os trâmites de toda a construção da plataforma há dois anos. Elas explicam que são responsáveis por receber e cobrir todas as pautas, exceto a dos colunistas e aquelas que já chegam prontas. “Claro que temos uma linha editorial e o nosso público alvo é agregar professores, artistas, comunidades e a classe estudantil, não só de Imperatriz mas de toda a região”, explica Idayane.

Para acessar o site basta digitar, portalassobiar.com.br e também é possível encontrar todas as redes sociais e acompanhar tudo que acontece na região.

Mais informações ou sugestão de pautas no e_mail portalassobiar@gmail.com

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Live solidária celebra Dia Nacional dos Bancários em São Luís

Com transmissão pelo youtube e TV Guará, a data comemorativa terá apresentações de Sexteto Crivador, Chico Chinês e Serrinha do Maranhão (do Samba de Iaiá) e Tom Cléber (foto acima)

Entre o final de 2018 e início de 2019 o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Maranhão (Seeb/MA), popularmente conhecido como Sindicato dos Bancários, aprofundou a incorporação da dimensão cultural às lutas travadas cotidianamente pela categoria. Nascia assim, à época, o projeto RicoChoroComVida Pra Luta, que levou ao palco de sua sede social (Av. Gal. Arthur Carvalho, 3.000, Turu), diversos nomes da música instrumental e da música popular produzida no Maranhão, que por motivos de força maior, estacionou em apenas uma temporada.

Revivendo aquele momento, importante para a categoria e para a classe artística, é nesse clima que será comemorado o Dia Nacional dos Bancários no Maranhão. O estúdio da TV Guará (canal 23 na tevê aberta) receberá, no próximo dia 29 de agosto (sábado), às 20h, um sarau musical em formato de live, como recomendam o bom senso e os cuidados com a saúde e segurança de todos – cantores, instrumentistas, profissionais envolvidos, a categoria homenageada e o público em geral.

O sarau musical seguirá o modelo estabelecido pelos projetos RicoChoroComVida na Praça e Pra Luta, com uma formação instrumental abrindo a noite e depois acompanhando importantes nomes de nossa música popular. A transmissão será ao vivo – a partir do estúdio da TV Guará, sem a presença de público – pelo canal do sindicato no youtube (youtube.com/bancariosma) e pela TV Guará, simultaneamente e com tradução em Libras, garantindo a acessibilidade cultural. A produção é de RicoChoro Produções Culturais.

O anfitrião da noite festiva será o Sexteto Crivador – originalmente um quarteto, ganha o reforço dos percussionistas Marcos Paulo e Vinicius Filho, para abrilhantar ainda mais a festa. O grupo é formado por Rui Mário (sanfona), Marquinho Carcará (percuteria), Luiz Jr. Maranhão (violão sete cordas) e Robertinho Chinês (bandolim e cavaquinho).

Os convidados do grupo serão os cantores Serrinha e Chico Chinês (do Samba de Iaiá) e Tom Cléber, numa noite que promete, no cardápio musical, o melhor do choro, do samba e da música popular brasileira.

Atrações

Crivador é o nome de um dos três tambores da parelha do tambor de crioula. O nome foi escolhido pela característica do grupo, de mesclar o choro e outras vertentes da música instrumental brasileira a ritmos da cultura popular do Maranhão. Originalmente o grupo tem o bandolinista Wendell de la Salles em sua formação.

Tom Cléber – Nascido em São João dos Patos, no interior do Maranhão, o ídolo romântico Tom Cléber está acostumado a grandes plateias, vendagens consideráveis de discos e hits de rádio, no Maranhão e fora dele, entre releituras de clássicos populares e composições autorais.

Serrinha – Serrinha do Maranhão fez fama na década de 1990, a partir da Madre Deus, à frente do grupo Serrinha e Companhia, muito requisitado nas rodas de samba e pagode da ilha. Gravou o disco “Na palma da mão”, contando com a participação especial do sambista Jorge Aragão, autor de “Uns e alguns”, faixa de abertura do disco, cujo refrão acabou intitulando o trabalho, que conta com as participações especiais do Regional Tira-Teima e Zeca do Cavaco, que empresta sua voz ao clássico “Das cinzas à paixão”, de Cesar Teixeira.

Chico Chinês – Os olhos puxados deram a ele o apelido de Chinês, com que ficou conhecido nas rodas de samba da capital maranhense, principalmente como integrante do grupo Espinha de Bacalhau. O percussionista é pai do bandolinista e cavaquinhista Robertinho Chinês.

Festa solidária – “Sem dúvida, será um show de atrações e de solidariedade. Em razão da pandemia, pela primeira vez a festa será online, mas a animação e qualidade de sempre estarão presentes, ainda mais com esse objetivo de ajudar o próximo e preservar vidas. Bancários, bancárias e a sociedade em geral, prestigiem!”, convidou o Presidente do Seeb/MA Eloy Natan. A live tem caráter solidário e a arrecadação será destinada ao Instituto AntonioBrunno, de apoio a pacientes com câncer. Haverá sorteio de brindes para bancários em dia com suas obrigações sindicais.

Dia dos Bancários – O Dia Nacional dos Bancários é celebrado em 28 de agosto desde 1951. A data foi escolhida após uma grande assembleia da categoria, que reivindicava aumento salarial após 69 dias de paralisação – uma das mais longas e vitoriosas da história.

Serviço

O quê: live/sarau musical em comemoração ao Dia Nacional dos Bancários

Quem: Sexteto Crivador, Chico Chinês e Serrinha do Maranhão (do Samba de Iaiá) e Tom Cléber

Quando: dia 29 de agosto (sábado), às 20h

Onde: transmissão pelo canal do Seeb/MA no youtube(youtube.com/bancariosma) e pela TV Guará (canal 23 da tevê aberta)

Quanto: evento gratuito e online. As doações arrecadadas serão destinadas ao Instituto Antonio Brunno.

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Parque Nacional da Chapada das Mesas ganha plano de manejo

O Plano de Manejo do Parque Nacional da Chapada das Mesas foi aprovado e publicado na quinta-feira (20), por meio da Portaria nº 882, no Diário Oficial da União.

Planos de Manejo são documentos que visam a legalidade de ações de proteção ao meio ambiente e norteiam as iniciativas de preservação, conservação e recuperação das Unidades de Conservação.

De acordo com o superintendente de turismo da Chapada das Mesas, Beto Kelnner, o plano é um importante passo para o desenvolvimento turístico dessa região. “Agora, além das Cachoeiras de São Romão e Prata, o Parna da Chapada das Mesas poderá realizar outras atividades turísticas como a travessia do parque, descida de caiaque no Rio Farinha, trekking, hikking, cicloturismo e muito mais”, explicou o superintendente da Setur.

O plano deve fortalecer a comunidade local. A visitação das 400 nascentes também dará a possibilidade da criação de novos produtos turísticos observando regras sanitárias e de permanência no local.

Sobre o Parque

Criado em dezembro de 2005, com área de 159.953 hectares, o Parque Nacional da Chapada das Mesas é uma unidade de conservação sob gestão do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O local possui grande potencial turístico, as cidades de Riachão e Carolina estão abertas para visitação.

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Emílio Azevedo e Bira do Pindaré dialogam sobre conjuntura e eleições 2020

“A oposição a Bolsonaro e a eleição municipal de São Luís em 2020” é o tema do debate que ocorrerá domingo, dia 23 de agosto, às 11h, com a participação do jornalista Emilio Azevedo (pré-candidato a vereador) e o deputado federal Bira do Pindaré (pré-candidato a prefeito).

O debate será transmitido pelo Facebook Emilio Azevedo (https://www.facebook.com/emilio.azevedo.142) em parceria com o Blog Buliçoso e o Blog do Ed Wilson.

No último dia 17 de agosto, uma carta aberta, com mais de 200 assinaturas, propôs a candidatura de Emilio Azevedo a vereador de São Luís.

O documento foi publicado originalmente segunda-feira (17/08), no site Bandeira de Aço, explicando a indicação e apontando quatro eixos com os principais compromissos e propostas da candidatura. O nome do site é uma homenagem à música de Cesar Teixeira, censurada na década de 1970 pela ditadura militar.

Nas assinaturas de apoio à carta, o primeiro nome é de Irmã Anne, conhecida em São Luís por sua luta em defesa do meio ambiente e das comunidades da periferia. Além dela, também assinaram pessoas de diferentes áreas e gerações, entre lideranças comunitárias, integrantes de movimentos, sindicatos e organizações populares, professoras, professores, profissionais de saúde, artistas, servidores públicos, autônomos, profissionais liberais, jornalistas, pequenos empreendedores, iyalorixá, pastores, estudantes, militantes do PCB e de outros partidos, como o PSB.

Agora o jornalista vai debater publicamente os temas e compromissos da carta.

O deputado federal Bira do Pindaré é pré-candidato a prefeito de São Luís pelo PSB e, em Brasília, tem forte atuação na bancada que faz oposição ao governo Jair Bolsonaro e também com medidas propositivas em defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários, do meio ambiente, das comunidades quilombolas, da educação e saúde pública, entre outros temas.

A futura candidatura de Emilio Azevedo a vereador também será pelo PSB, ao lado de Bira.

Emilio Azevedo vem se dedicando há mais de dez anos a organização de coletivos para projetos de comunicação alternativa no Maranhão, começando com o Jornal Vias de Fato. Hoje ele é um dos coordenadores da Agência Tambor. Emilio é autor de três livros: “Havana, dezembro de 1999”, “O caso do Convento das Mercês” e “Uma subversiva no fio da História”.

SERVIÇO

O que: Debate pré-eleitoral

Quando: domingo (23 de agosto)

Horário: 11h

Local: https://www.facebook.com/emilio.azevedo.142

Leia a Carta Aberta no site Bandeira de Aço.

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“História Viva”: parceria da rádio Tambor e Anpuh-MA estreia novo programa hoje

Neste sábado, 22 de agosto, às 18h, estreia o programa “História Viva”, uma parceria entre a Anpuh (Associação Nacional de História, no Maranhão) e Agência Tambor.

O objetivo do programa é abordar os temas mais relevantes em História e Educação, conectados aos âmbitos da política, economia, sociedade e cultura. 

A Anpuh-MA nesse programa será representada pelos(as) professores(as) Joelma Santos, Márcio Baima e o presidente da associação Victor Coelho.

Na edição de estreia, os apresentadores vão conversar sobre o ensino de História do Maranhão com a participação da professora Dayse Martins. Ela é historiadora, doutora em Políticas Públicas, doutoranda em História (UFMA) e especialista em Educação (Diren/IEMA).

A concepção do programa foi construída em diálogo com as equipes da Agência Tambor e da Anpuh-MA em reuniões virtuais e troca de ideias entre os realizadores, observando os aspectos técnicos e de conteúdo na elaboração do roteiro.

Para a Agência Tambor, a estreia de um novo programa com foco em História é fundamental diante do cenário de obscurantismo e negativismo que vem crescendo no Brasil. Assim, reafirmar o ensino de História em um programa de rádio é importante para o fortalecimento do campo científico, um dos principais alvos do ataque da onda conservadora.

Confira o História Viva, sábado, às 18h, pela Rádio Web Tambor, no Facebook: https://www.facebook.com/agenciatamborradioweb/

Além do programa apresentado ao vivo, a memória de cada edição fica disponível em áudio, no formato de podcast, que pode ser ouvido a qualquer tempo, com a marca “HistoriaVivaCast”, armazenada no Spotify.