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Dilema: Eliziane Gama entre a bíblia e a foice & martelo

A senadora eleita no Maranhão, Eliziane Gama (PPS), vive um grande dilema político.

Evangélica, ganhou a eleição na chapa do PCdoB, liderada pelo governador reeleito Flávio Dino, com a anuência da Assembleia de Deus.

A comunidade evangélica sabia, desde sempre, que cristãos e comunistas caminharam juntos na eleição.

Após a vitória, a senadora declarou apoio no segundo turno ao petista Fernando Haddad, sendo fortemente censurada pela cúpula da Assembleia de Deus, que preferiu Jair Bolsonaro (PSL).

A censura do número 1 da Assembleia de Deus, pastor Aldi Damasceno, fez Eliziane Gama recuar. Ela não participou da caminhada com Fernando Haddad em São Luís, puxada pelo governador Flávio Dino, onde estava presente o outro senador eleito, Weverton Rocha (PDT), além de vários deputados estaduais e federais vitoriosos em 2018.

Haddad ganhou no Maranhão com 73% dos votos.

Gama alegou “tratamento de saúde” para justificar sua ausência do palanque do petista nas ruas do Anil, bairro tradicional da capital do Maranhão.

Passado o segundo turno, eis que a senadora eleita se manifesta no twitter, desta feita sugerindo o nome do governador Flávio Dino para eventual disputa presidencial em 2022.

Depois da twittada de Eliziane Gama, resta ver como vai se posicionar a cúpula da Assembleia de Deus, hostil aos comunistas na ideologia, mas beneficiária de cargos no Governo do Maranhão.

Os sentidos do comunismo e do cristianismo são compatíveis. Ambos tratam de justiça, fraternidade, amor, partilha… mas algumas igrejas evangélicas não conseguem admitir esta sintonia e costumam demonizar o que chamam de esquerda.

Mesmo assim, aceitam cargos e favores dos governos de todos os tipos, inclusive daqueles comandados pelo PCdoB.

É o caso da cúpula da Assembleia de Deus no Maranhão.

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MundiOca: CD completo de Beto Ehongue já está em circulação

Depois do lançamento em julho/2018 do EP As Armas MIDI do Século XXI, no Centro Histórico de São Luis, Beto Ehongue agora disponibiliza a sequência desse trabalho completo, o MundiOca, nas plataforma digitais para o grande público. O trabalho conta com 9 faixas. Foi produzido pelo paraense Dub Black, junto ao maranhense Sandoval Filho, no BlackRoom Studio, com exceção da nona faixa, bonus track, que é um produção quase caseira produzida em cima da hora e que retrata um pouco do momento político atual e as esperanças.

O MundiOca de Beto Ehongue traz as participações de Luciana Pinheiro, Dicy, Célia Sampaio e as atuações instrumentistas de João Simas, Dub Black e Sandoval Filho. Os dois últimos assinam a produção, como já mencionado.

Ao apresentar o MundiOca, Beto Ehongue mostra mais uma vez sua versatilidade e inquietação trazendo um trabalho autoral que une ritmos análogos ao reggae, basslines Caribbean-dub, guitarras de inspiração rock e sons tradicionais recolhidos dos terreiros afro-religiosos, dos barracões de festa negra e do rádio, colados a letras conscientes de bate-papo rápido e reflexivo junto a influências que vão do rap ao bumba boi.

A faixa abertura é Tambor Chegô, um grito caboclo moderno com riffsfortes de guitarra, beats e a pulsação do couro ouvido nos tambores e pandeirões dos batalhões de bumba boi  e crioula da cidade de São Luis; em seguida a já conhecida Que Tal Um Passo Além da Ignorância?, lançada no EP As Armas MIDI do Século XXI e bastante executada nas rádios locais, ficando entre o Top 10 da semana por várias vezes na programação da Universidade FM; adiante a inédita Você Não Sabe Nada de Mim que em ska/jovem-guarda conta de forma irreverente o erro de julgar sem conhecer as causas e a essência; e assim seguimos na trilha com Inna Boreal; Deuses e Homens; Deus na Esquina; Vinho Tinto; a aclamada Maria de Jesus; e fechando os trabalhos a faixa bonus track reflexiva e delicada Se Não Nós Quem Seria?! Junto ao som do mar, somente.

Com uma respeitável trajetória na cena cultural de São Luís e projetos musicais diversos, Beto Ehongue já viajou o país tocando em cidades como Rio de janeiro, Belém, Niterói, Nova Iguaçu, São Gonçalo, São Paulo, Fortaleza, Teresina, Sousa e Juazeiro, dentre outras. Em São Luís ele atua há mais de 15 anos na cena musical e isso já lhe deu oportunidade para abrir shows de artistas importantes da música brasileira como Nação Zumbi, Otto, Black Alien, Demônios da Garoa, Chico Correia, Cabruêra.

Além disso, possui projetos em parcerias importantes, dentre elas com o poeta Celso Borges, Lobo Siribeira e Loopcinico, esse último foi pré-selecionado para o prêmio da música brasileira. Participou do CD Palavra Acesa musicando poemas do poeta José Chagas junto com grandes artistas como Fagner, Chico César, Lula Queiroga, Ednardo, Josias Sobrinho, Fernando Filizola, César Teixeira, Assis Medeiros e outros nomes. O CD foi produzido por Celso Borges e Zeca Baleiro. Paralelo ao MundiOca, o artista produz junto com o DJ TiCallo Awá Sound System.

Botando fogo na fogueira da inquietação e entendo que mais do que nunca o momento é de compartilhar, todas a faixas estão disponíveis nas plataformas digitais mais conhecidas gratuitamente, sendo assim Beto Ehongue vos apresenta o MundiOca. Ouça sem moderação.

Links para audição:

https://open.spotify.com/album/1FaLxIcBR0nfVL1GUo6pAY

https://www.youtube.com/watch?v=xx2CsyNcEiM

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Tucanos arrependidos!? FHC e Alckmin confrontam Bolsonaro pelos ataques à Folha de São Paulo

São favas contadas. A derrota de Geraldo Alckmin e a vitória de João Dória conduzirão o PSDB à extrema direita, sob o comando do governador eleito de São Paulo, João Dória, que já declarou alinhamento a Jair Bolsonaro (PSL).

Considerando ainda a derrota de Antônio Anastasia em Minas Gerais, Dória será uma espécie de imperador do PSDB.

A direita tucana tradicional, representada por Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso (FHC), tem duas opções – adere a Dória ou muda/inventa outro partido de Centro, seguindo o caminho de Gilberto Kassab, fundador do PSD.

Nesse contexto de esfacelamento do PSDB, alguns sinais apontam insatisfação de Alckmin & FHC com o presidente eleito Jair Bolsonaro em relação aos ataques à Folha de São Paulo.

Pelo twitter (veja imagens), ambos repudiaram as declarações grosseiras de Jair Bolsonaro sobre a Folha. “Intimidações a jornais são inadmissíveis. Repudio as ameaças à Folha e seus jornalistas, com energia”, reclamou FHC.

“Os ataques feitos pelo futuro presidente à Folha de São Paulo representam um acinte a toda a Imprensa e a ameaça de cooptar veículos de comunicação pela oferta de dinheiro público é uma ofensa à moralidade e ao jornalismo nacional”, queixou-se Alckmin.

A Folha de São Paulo é uma espécie de “vênus platinada” (apelido da Globo) do jornalismo impresso. Os tucanos tradicionais têm por este jornal um carinho especial, fruto da afinidade ideológica – o culto ao mercado.

Os tucanos e a Folha foram parceiros no golpe de 2016. Estava tudo acertado para degolar o PT e estender o tapete de luxo para Geraldo Alckmin chegar à Presidência da República.

Mas, no meio do caminho, surgiu o imponderável. E toda a campanha de ódio alimentada pela mídia tucana deu musculatura ao fascismo.

Agora, os próprios tucanos e a Folha estão espantados com o monstro que ajudaram a criar.

Resta torcer para que as críticas no twitter levem Alckmin & FHC a um alinhamento consistente e duradouro pela democracia. E seria conveniente pedirem para sair do PSDB.

Submissão a Dória e Bolsonaro é um suicídio político dos tucanos tradicionais.

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UFMA repudia postagens preconceituosas de estudante

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) publicou uma nota repudiando a atitude do estudante Marcos Silveira, do curso de Química Industrial, que postou vários textos no seu perfil em uma rede social, sugerindo violência contra homossexuais e delação de militantes de esquerda.

Em um dos textos, na imagem acima, ele faz alusão a violência contra gays.

O tom agressivo das postagens ganhou repercussão e foi reprovado por vários estudantes. Na nota, a UFMA informa que vai apurar os fatos.

Veja abaixo a nota, que pode ser acessada neste link:

SÃO LUÍS – Na manhã do dia 29 de outubro de 2018, a Universidade Federal do Maranhão tomou conhecimento de manifestações preconceituosas, investidas de intimidação, ódio e defesa de eliminação de minorias por parte de um estudante da Instituição em sua rede social. A UFMA, alicerçada na Resolução Normativa nº 238-CONSUN, de 1º de julho de 2015, promoverá a apuração dos fatos, considerando a gravidade das declarações.

A UFMA reforça, fiel à sua história de 52 anos, sua incondicional defesa da democracia, acolhendo e respeitando os diferentes pontos de vista, mas se posicionando em colisão frontal com a agressão, seja ela física, simbólica ― verbal ou não verbal.

Na democracia, todo cidadão tem o direito à liberdade de expressão, manifestação e opinião, sem perder de vista que a publicização de certas opiniões que ferem a dignidade humana é incompatível com o Estado Democrático de Direito.

Pela urgente necessidade de um país melhor, a UFMA reitera seu repúdio, contundentemente, às postagens que fomentem o ódio, o solapamento do outro e o desrespeito aos diferentes segmentos sociais.

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Votação de Haddad precisa ser convertida em unidade do campo democrático

Jair Bolsonaro ganhou a eleição, mas o resultado das urnas não foi a “lavagem” prometida, assegurando a Fernando Haddad quase 45% dos votos.

Esse resultado é fundamental para pensar como será construída a oposição daqui pra frente.

Ainda há tempo para avaliar e refletir. Qualquer balanço imediato pode soar ousadia.

O PT, embora seja a legenda líder da chapa, precisa conduzir a unidade do campo democrático-popular ciente de que a votação de Haddad não é somente um comando de Lula, mas fruto da convergência de forças políticas e do eleitorado afinado à ideia da democracia.

Na massa dos votos de Haddad entraram eleitores de Ciro Gomes, Marina Silva, do PSOL, PSTU e até do PSDB.

Paralelo aos números, é fundamental colocar na avaliação a sábia reflexão do jornalista e professor Juremir Machado da Silva – “Bolsonaro é uma mentalidade” (veja abaixo).

Dentro de cada eleitor, no geral (existem exceções), está contida intolerância e a violência.

http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/2018/09/11187/bolsonaro-e-uma-mentalidade/

Não se trata apenas de um candidato que ganhou a eleição. Ele, ao pé da letra, representa um sentimento de ódio, discriminação e repulsa ao diferente.

O fascismo de hoje tende a crescer amanhã.

Aí cabe a responsabilidade do campo democrático-popular – construir a unidade dos partidos sintonizados na democracia para fazer a resistência.

Enfrentar o resultado das urnas será uma tarefa delicada e vai exigir das legendas não alinhadas ao fascismo algo delicado – grandeza política para construir a unidade.

Não será muito proveitoso ao PT declarar-se dono da votação de Haddad.  Os números do petista são fruto da convergência de vários segmentos democratas do país, incluindo eleitores de Ciro Gomes, Marina Silva e até do PSDB.

O engajamento do PSOL logo após o primeiro turno na campanha de Haddad e o voto crítico do PSTU têm um simbolismo fundamental para a defesa da democracia.

Haddad foi derrotado com a declaração de voto dos maiores algozes do PT: o ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa, carrasco dos petistas no “Mensalão”; e o ex-Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, homem forte no processo de desmonte do petismo.

Anotam-se também os pronunciamentos de figuras proeminentes do TSE e do STF. Ambos, assustados com os palavrórios arrogantes de Bolsonaro & família, tentam construir uma sensação de carta de seguro das instituições.

Embora ele jure obediência à Constituição Federal, não é certo que o vencedor respeitará a Justiça, o Ministério Público e a liberdade de informar e ser informado.

Detalhe: esta eleição é marcada pela exacerbação das fake news e ataque do vencedor aos ícones da mídia dominante no Brasil: Folha de São Paulo e Globo.

Em meio a esse caldo cultural, a votação de Haddad precisa se transformar em unidade do campo democrático.

Precisamos nos unir, mais que nunca, porque o Brasil será diferente. Piorado!

Isolado ou atritado, o campo democrático só vai beneficiar o adversário, que saiu das urnas fortalecido, mesmo que seja com base na mentira e da empulhação.

Imagem: Fernando Haddad fala aos apoiadores após a apuração (Paulo Whitaker/Reuters)

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Organizações do Brasil e internacionais repudiam a intimidação e a violência contra jornalistas na campanha eleitoral

Uma nota assinada por cinco entidades atuantes no jornalismo e direito à liberdade de expressão denuncia o processo de intimidação e coação dos profissionais de jornalismo na eleição 2018 no Brasil.

O documento é assinado pelas organizações Artigo 19, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ)Conectas Direitos HumanosHuman Rights Watch e Repórteres sem Fronteiras (RSF).

Vários casos de ameaças pelas redes sociais e violência física já foram registrados ao longo da campanha eleitoral, atingindo jornalistas no exercício da atividade profissional.

A jornalista Patrícia Campos Mello, repórter especial da Folha de São Paulo, revelou a enxurrada de ameaças on-line e duas ligações ameaçadoras, após publicar reportagem abordando uma suposta campanha de empresários favoráveis ao candidato presidencial Jair Bolsonaro para enviar notícias falsas contra o candidato Fernando Haddad (PT) para milhões de brasileiros por meio do WhatsApp.

Depois deste episódio, o diretor-executivo do Datafolha (ligado à Folha de São Paulo), Mauro Paulino, também recebeu ameaças através de um aplicativo de mensagens e em sua própria casa.

As intimidações à Folha são apenas dois recortes da lista de 141 casos de ameaças e violência contra jornalistas que cobriam as eleições, computada pela Abraji. A maioria deles é atribuída aos partidários de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República pelo PSL.

Veja a reportagem completa aqui

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Consun da UFMA aprova carta em defesa da democracia e da universidade pública

Fonte: Portal UFMA

SÃO LUÍS – O Conselho Universitário (Consun) realizou, na manhã desta terça, 23, uma reunião extraordinária para aprovar a carta em defesa do pleno funcionamento das universidades públicas e da democracia brasileira. A reunião ocorreu no Auditório Sérgio Ferretti, localizado no prédio CEB Velho da Cidade Universitária Dom Delgado.

O documento, que teve a conselheira Rosilda Silva Dias como relatora, aborda a posição da Universidade sobre o atual momento histórico que a sociedade brasileira está vivendo, reiterando a crença no papel da instituição para a construção de um país justo e democrático e a preocupação sobre a divulgação de posicionamentos que promovem a discriminação de segmentos sociais minoritários. A Universidade também reforça no documento que é um pilar do desenvolvimento científico e tecnológico, formadora de vários acadêmicos e profissionais, e responsável por serviços que assistem a população em diversas áreas sociais, como o Hospital Universitário, por exemplo.

O documento afirma o olhar da Universidade para o futuro sem esquecer o passado, prevenindo a repetição de erros cometidos, anteriormente, e servindo de orientação positiva para gerações futuras.

“Precisamos acreditar que é possível transformar o nosso país e que não podemos nos intimidar diante das dificuldades. Já vivemos momentos terríveis no país e não queremos voltar a viver isso novamente”, disse a reitora Nair Portela.

Confira o texto abaixo na íntegra

CARTA EM DEFESA DA DEMOCRACIA, DA EDUCAÇÃO E DA UNIVERSIDADE PÚBLICA

A Universidade Federal do Maranhão considera indispensável manifestar-se pela defesa incondicional e permanente da universidade pública, gratuita, autônoma, laica, pluralista, de qualidade, socialmente referenciada, de gestão democrática, centrada nos órgãos deliberativos e conectada às demandas da sociedade.

O momento crucial que vivemos, de escolha do dirigente máximo da nação, ocorre com a livre expressão de opiniões e processo eleitoral democrático, e só assim acontece porque a sociedade brasileira lutou com afinco para o fim da ditadura, das restrições aos direitos e dos excessos cometidos durante esse período, sofrendo ao ver serem sacrificados ou expurgados jovens idealistas e exilados muitos de seus intelectuais mais brilhantes.

Pilar do desenvolvimento científico e tecnológico, responsável pela formação acadêmica e profissional de várias gerações de profissionais de diferentes áreas, responsável por uma rede de equipamentos públicos e serviços que assistem à população nas mais diversas áreas, incluindo hospitais universitários de alta complexidade, vinculados ao Sistema Único da Saúde, a universidade volta seu olhar no futuro, mas não pode permitir-se esquecer o passado naquilo que possa servir de orientação positiva bem como na prevenção contra os erros já cometidos.

Nestes tempos difíceis de polarização política e de surpreendentes e assustadoras posições de defesa do retrocesso ao período doloroso da ditadura, da tortura, da exclusão, da discriminação, do preconceito, a UFMA não pode deixar de reafirmar sua inabalável crença na importância do seu papel para a construção de um país justo, includente e democrático e no seu compromisso na defesa do exercício do estado democrático de direito, ancorado na liberdade de opinião e de expressão, bem como no respeito aos direitos humanos.

Preocupa-nos principalmente ver divulgada, com apreço, proposta autoritária e retrógrada e posicionamentos que incentivam a discriminação de segmentos sociais minoritários, tradicionalmente oprimidos, e a defesa e incentivo à violência moral, física ou simbólica como forma de solucionar conflitos ou impor uma visão de mundo.

A UFMA defenderá sempre o respeito à diferença e à livre orientação sexual e de gênero, aos direitos das classes trabalhadoras, das mulheres, dos negros, dos

quilombolas e dos indígenas e refutará com veemência as ameaças à garantia constitucional de direito a uma educação pública, gratuita e de qualidade, predominantemente presencial, e à autonomia da universidade pública indispensável para a construção de um pensar aberto, polissêmico e polifônico, propiciando uma forma segura e abrangente de ascensão social, dedicando-se à produção do conhecimento indispensável ao desenvolvimento do país e consolidando-se como o maior patrimônio do povo brasileiro.

A missão da UFMA ancora-se no compromisso com a formação cidadã, humana e profissional de qualidade e compreende não só o tripé ensino, pesquisa e extensão, mas ainda o desenvolvimento da ciência, da inovação e da tecnologia, em todas as áreas do conhecimento, pautando-se no senso crítico, humanista e sensível às alteridades que compõem o complexo tecido social contemporâneo, reforçando problemáticas mais abrangentes, ligadas à preservação dos direitos sociais, à convivência social democrática, às diversidades e ao respeito às diferentes subjetividades.

A comunidade acadêmica, consciente do atual momento histórico que vivemos e segura de suas responsabilidades sociais, ambientais e humanas, reafirma seu engajamento para o fortalecimento dos princípios e marcos civilizatórios da sociedade brasileira e para denunciar e combater os riscos de propostas que não reforcem a democracia, a liberdade de opinião e o estado democrático de direito.

Aprovada na 106ª Sessão Extraordinária do Conselho Universitário/CONSUN, realizada no dia 23.10.2018, no Auditório Sérgio Ferretti, na Cidade Universitária “Dom Delgado”, Bacanga.

Imagem: reprodução deste site

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Apruma convida: palestra de Agostinho Marques aborda a democracia e o fascismo contemporâneo

“A encruzilhada da democracia: violência, autoritarismo e o fascismo contemporâneo” é o tema de palestra do professor Agostinho Ramalho Marques Neto, nesta terça-feira (23), às 17h, no auditório principal do Centro Paulo Freire, no campus do Bacanga (UFMA).

A programação é promovida pela Apruma (Associação dos Professores da Ufma, seção sindical do Andes-SN). O evento será transmitido via internet para as seções sindicais do Andes da Regional Nordeste I. Em recente encontro em São Luís, as seções sindicais encamparam o evento como atividade da luta em combate às ameaças ao Estado Democrático de Direito.

A Apruma convoca os docentes à participação nesta atividade imprescindível para entender a conjuntura atual e construir a resistência democrática no Brasil. Será uma oportunidade de ouvir, refletir, participar e organizar o enfrentamento da comunidade universitária e dos movimentos sociais diante da escalada autoritária.

Agostinho Marques é uma referência nas áreas do Direito e da Psicanálise. Não há inscrição prévia para participar da palestra. A lista de presença preenchida de modo legível no dia e no local do evento dará direito ao certificado.

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Visões de Sousândrade em cena

No fechar das cortinas do mês de outubro, o Núcleo de Criações Caé traz à cena teatral maranhense uma proposta inusitada. Trata-se do espetáculo “O Guessa Errante – Canto Terra”, que foi contemplado com o edital Ocupa 2018 do Centro de Cultura Vale do Maranhão – CCVM.  A encenação acontece nos dias 23, 24, 30 e 31/10, às 19 horas nas instalações do CCVM, na Praia Grande. A entrada é franca.

A peça, que tem a direção de Vinicius Viana, é uma livre adaptação do livro “O Guesa Errante”, do escritor e poeta maranhense Joaquim Manuel de Sousa Andrade, mais conhecido por Sousândrade, que viveu no final do século XIX e início do XX, considerado por muitos estudiosos como o precursor da poesia moderna no Brasil.

Com duração de 50 minutos, a espetáculo aborda 6 dos 13 cantos do livro de Sousândrade, cantos que se espelham na natureza e nos rituais dos povos indígenas: incas, amazônicos e os timbiras maranhenses, contados na saga do Errante. Para alguns pesquisadores, “O Guesa Errante” é uma ópera.

O diretor e também ator do espetáculo, Vinicius Viana, atualmente mestrando em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina, conta que a inspiração para o espetáculo começou em 2003, quando a escola de samba Favela, de São Luís, levou para avenida o enredo com o tema. “De Sousândrade e louco – todos nós temos um pouco, mais genial e errante, só o Guesa”.  Neste ano, a escola foi campeã.

Segundo Vinicius esse enredo ficou marcado em sua mente. No trabalho de conclusão de curso de Teatro da UFMA, ele e o elenco do Núcleo de Criações Caé aprofundaram a pesquisa sobre a obra de Sousândrade, em seus processos criativos, desenvolveram a dramaturgia e roteiro de apresentação. A pré-estréia aconteceu para uma plateia selecionada, sendo apresentada nas ruínas do Sítio do Físico.

Compõem o elenco do Núcleo de Criações Caé Ana Raquel Fárias, Daniel Monteiro, Heidy Ataides, Hudson Bianckinni, Idalina Moraes, Victor Mendes e Vinicius Viana.

Sousândrade

O Guesa Errante – escrito entre 1858-1888 – é considerada a principal  obra de Sousândrade. Além desta obra destacam-se Harpas Selvagens (1857), Harpa de Ouro (1888/1889) e Novo Éden (1893).

Sousândrade era filho de comerciantes de algodão, estudou em Paris e trabalhou em Nova York. Em 1877, ele mesmo escreveu:

“Ouvi dizer já por duas vezes que o “Guesa Errante” será lido 50 anos depois; entristeci – decepção de quem escreve 50 anos antes”.

Ele faleceu em 1902. Até hoje sua obra é pouco conhecida e muito valorizada por seletos apreciadores de literatura e poesia. Os poetas e irmãos Augusto e Haroldo de Campos publicaram “Revisão de Sousândrade”, em 1960. Para os irmãos Campos, Sousândrade foi o precursor da poesia moderna no Brasil.

No final de sua vida, Sousândrade foi considerado louco e abandonado pela família. Aos 69 anos morreu sozinho e miserável, em São Luís.

Imagem / Acorrentado / Divulgação

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Flávio Dino e Haddad arrastam multidão durante ato em São Luís

O candidato a presidente Fernando Haddad (PT) e o governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) arrastaram uma verdadeira multidão pelos bairros do Anil, em São Luís, na manhã deste domingo, 21. Milhares de pessoas acompanharam o ato e reforçaram a campanha do petista no estado e a luta pela democracia.

Mais votado no Maranhão no primeiro turno com 61,26% dos votos, Fernando Haddad foi recebido com carinho e palavras de assentimento da população ludovicense durante todo o percurso pelo bairro do Anil. Ao lado de Flávio Dino, ele agradeceu o apoio e garantiu que os maranhenses terão um amigo no Palácio do Planalto.

“Assim como quando eu era ministro da Educação nunca faltou nada para o Maranhão”, ressaltou Haddad. Ele anunciou que, a partir do dia 1º de janeiro de 2019, caso ele seja eleito, em nenhum lugar do Brasil o gás de cozinha custará mais do que R$ 49. Além disso, ele informou que o programa Bolsa Família terá um acréscimo de 20%.

Sobre o seu adversário Jair Bolsonaro (PSL), Haddad foi duro nas palavras afirmando que ele “não honra a farda que já vestiu, tanto que teve que sair do exército”. O petista fez um desafio para alguém mostrar o que Bolsonaro já fez em 28 anos como deputado federal. “Só vomitou violência contra o povo, negro, mulher, nordestino”, respondeu.

Fernando Haddad demonstrou preocupação com a intenção do filho de Bolsonaro de fechar o STF e disse que o brasileiro hoje tem para escolher quem bate continência para a bandeira americana ou quem tem como proposta de governo o livro em uma mão e a carteira de trabalho na outra.

“É com trabalho e educação que a gente muda esse país. Não é com armas. O Nordeste está dando uma resposta”, enfatizou, ao exaltar o ato ocorrido em São Luís e outros realizados nos últimos dias no Piauí, Ceará, Bahia e outros estados da região.

Em seu discurso, Flávio Dino sublinhou que o povo não pode se curvar às manipulações que estão sendo feitas nesta campanha e destacou que Bolsonaro está fugindo dos debates porque tem medo da verdade. “Aqui no Maranhão nós vamos dar uma surra no soldado covarde, no fascismo, na ditadura e defender a democracia”, ressaltou o governador.

Flávio Dino lembrou as raízes históricas do Maranhão na luta pela democracia, como a Revolta de Beckman, ocorrida em 1684, a primeira contra a coroa portuguesa. Ele também enalteceu a lutas das mulheres maranhenses contra a candidatura de Jair Bolsonaro. “Aqui não tem vez pra ele”, finalizou Dino.

Também participaram do ato em São Luís a presidente nacional do PT, Gleise Hoffmann, o senador eleito Weverton, os deputados federais eleitos Márcio Jerry e Bira do Pindaré, além do reeleito Rubens Júnior, vereadores da capital maranhense, líderes de movimentos sociais e população em geral.

Foto: Ricardo Stuckert