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7º Empório Social reafirma a praça como lugar de cidadania

Coordenado pelo Comitê da Praça das Árvores, no Cohatrac IV, o Empório Social é formado por um conjunto de ações educativas com o objetivo de promover a fruição da praça com diversas atividades: artesanato, oficinas, tribuna livre, venda de livros usados (sebo), atividades lúdicas para crianças e comercialização de produtos sustentáveis provenientes de experiências com idosos e outros tantos fazedores(as) de cultura.

Nas bancas do empório social é possível encontrar iniciativas de variados campos do conhecimento que transformam a praça em um espaço público referência em usufruto sustentável.

Todo o trabalho de preparação do Empório Social envolve o protagonismo das pessoas envolvidas no Comitê da Praça das Árvores, colaboradores, convidados(as) e parcerias com organizações não governamentais e órgãos do poder público.

“O evento que favorece o encontro e a sinergia entre ativistas, movimentos e entidades sociais. Assim, o Empório Social é algo que age no processo de transformação da praça em um espaço político de construção da cidadania”, sintetizam Dorian Azevedo e Camilo Filho, integrantes da organização do evento.

Veja abaixo mais imagens do 7º Empório Social:

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Painel debate ‘Comunicação e as novas formas de sociabilidade’

Evento encerra ciclo preparatório para o seminário A Realidade Brasileira e os Desafios do Partido dos Trabalhadores

A Fundação Perseu Abramo e o Partido dos Trabalhadores realizam em 26 de novembro, às 19h, o painel Comunicação e as novas formas de sociabilidade, terceiro e último debate preparatório com o objetivo de “esquentar” o seminário A Realidade Brasileira e os Desafios do Partido dos Trabalhadores. O objetivo é promover uma reflexão dentro do PT sobre as mudanças na sociedade e como essas afetam a política nacional e o posicionamento do partido em diversos temas, além de contribuir com o processo de eleição da nova direção do partido em 2025.

Participam do painel a deputada federal Dandara Tonantizin (PT-MG), o doutor em Comunicação e Cultura (UFRJ) e pesquisador de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional (UFPE) Paulo Faltay, o influenciador digital e criador do Plantão Brasil, Thiago dos Reis, e a doutora em Ciências da Comunicação e pesquisadora CPCT ECA-USP Ana Flávia Marx.

O evento pretende debater a construção de uma sociabilidade solidária, democrática e comum por meio da comunicação e refletir sobre a importância de adotar formatos e linguagens acessíveis na comunicação política, para dialogar com o conjunto da sociedade. Serão discutidas as brechas que podem ser exploradas para difundir as ideias do PT, além da necessidade de regulação das plataformas de redes sociais.

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São Mateus: Governo do Maranhão se manifesta sobre tragédia envolvendo Wallen Oliveira do Carmo

Veja ao final dessa postagem a nota da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) sobre o caso

Após uma cobrança feita por mais de 40 organizações sociais, o Governo do Maranhão se manifestou sobre o conflito ocorrido no município de São Mateus, que resultou na morte de um grande plantador de arroz.

Veja abaixo a nota emitida pelo governo, encaminhada à Agência Tambor, o veículo de comunicação que tratou do assunto.

A sociedade está cobrando do governador Carlos Brandão a segurança do jovem trabalhador rural Wallen Oliveira do Carmo (imagem abaixo) e de sua família.

Wallen está atualmente preso em Bacabal, após utilizar uma arma de fogo em legítima defesa.

O episódio está diretamente relacionado ao uso de agrotóxicos.

Segundo apurado pelo Blog do Ed Wilson e também pela Agência Tambor, muito antes do conflito que resultou no disparo, foram feitas várias denúncias sobre o uso de agrotóxicos que atingem a comunidade onde vivem Wallen e seus familiares.

As denúncias, nesse caso de São Mateus, foram encaminhadas inicialmente pela Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão (Fetaema).

Houve, inclusive, um Boletim de Ocorrência registrado na Polícia Civil (imagem abaixo) pelo pai de Wallen, relatando os problemas com agrotóxicos na comunidade, antes do conflito que resultou no disparo.

Sobre o tema, as diferentes organizações sociais do Maranhão vêm repetindo, em coro, que os agrotóxicos têm sido utilizados no estado como armas químicas contra comunidades rurais.

É o que é dito e repetido por CPT, CIMI, Fóruns e Redes de Cidadania, Cáritas Brasileira, MST, Fetaema, Rede de Agroecologia (Rama), Consolute (Comitê de Solidariedade à Luta pela Terra), entre outras.

As organizações, inclusive, têm se mobilizado para criar um projeto de lei de iniciativa popular, visando proibir a pulverização aérea de agrotóxicos no Maranhão.

Veja abaixo a nota do Governo do Maranhão / Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) :

NOTA – Projeto de Assentamento Salangô II, São Mateus/MA

A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) informa que acompanha o caso do Projeto de Assentamento Salangô II, localizado no munícipio de São Mateus/MA, através da Comissão Estadual de Prevenção e Combate à Violência no Campo e na Cidade (COECV) e do Núcleo de Proteção a Vítimas e Pessoas Ameaçadas (NPPA).

Após tomar ciência dos fatos relatados de conflito envolvendo ameaças, pulverização de agrotóxicos e violência, a Sedihpop encaminhou o caso ao Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas do Maranhão (PEPDDH-MA) para análise e triagem das possíveis lideranças que poderiam ser inseridas no programa; da mesma forma, foram adotadas providências para formalizar solicitação ao Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas do Estado do Maranhão.

Além disso, a Sedihpop solicitou medidas imediatas à Secretaria de Estado da Segurança Pública e à Secretaria de Estado da Administração Penitenciária para investigação dos fatos e adoção de medidas de proteção dos envolvidos, independente da inclusão nos programas.

Por fim, a Sedihpop reafirma seu compromisso com a proteção e defesa da população camponesa do Maranhão e ressalta que todas as denúncias de violações de direitos podem ser formalizadas pela Ouvidoria dos Direitos Humanos no número (98) 99104-4558.

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Luta pela terra no MA: simpósio está com inscrições abertas

O simpósio “A luta pela terra no Maranhão” será realizado de 25 a 28 de novembro, na UFMA e UEMA.

Ao longo da próxima semana, o evento debaterá a estrutura agrária e a conjuntura no Maranhão, marcado pela crescente violência no campo.

Com base no Relatório da CPT (Comissão Pastoral da Terra), que aponta o estado como líder em conflitos agrários no Brasil, o simpósio reunirá lideranças camponesas, indígenas, quilombolas, quebradeiras de côco, militantes, estudantes e pesquisadores, profissionais e ativistas da Comunicação para denunciar todas as formas de violência contra os povos e comunidades tradicionais, buscar soluções e justiça social para os conflitos.

Além disso, a proposta do evento é promover um espaço de diálogo e análise, discutindo tanto o histórico da luta pela terra no estado quanto as formas de enfrentar os desafios atuais.

O simpósio é organizado pelo Comitê de Solidariedade à Luta pela Terra (Comsolute), tendo apoio de várias entidades parceiras.

Acesse o link abaixo para fazer a sua inscrição e ver a programação completa do evento, os locais onde cada atividade será realizada, os nomes e fotos dos(as) palestrantes e muito mais:

https://www.even3.com.br/a-luta-pela-terra-no-maranhao-506878/

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Sesc lança edital de estágio 2025 com vagas em São Luís, Raposa, Caxias e Itapecuru-Mirim

O Sesc Maranhão lançou edital de estágio para estudantes matriculados nos cursos de Artes Visuais, Educação Física e Pedagogia. Os candidatos selecionados irão atuar nas Unidades Operacionais do Sesc em Caxias, Itapecuru-Mirim, Raposa e São Luís.

As inscrições acontecem de 29 de novembro a 5 de dezembro, mediante o envio de ficha de inscrição e dos documentos solicitados para o e-mail estagio@ma.sesc.com.br  e entrega de 1kg de alimento não perecível na cidade escolhida para prestar o processo seletivo. O edital pode ser acessado em www.sescma.com.br/seletivos.

Em Caxias, o alimento deve ser entregue no Sesc Caxias, localizado na Praça Cândido Mendes, em Itapecuru-Mirim a doação deve ser realizada no Sesc Itapecuru, localizado na Rodovia 222, já os candidatos inscritos para Raposa e São Luís, devem efetuar a entrega do alimento na Sesc Administração, localizado no Condomínio Fecomércio/Sesc/Senac, na Avenida dos Holandeses. Em todas as unidades a entrega acontece das 8h às 17h.

Podem se inscrever no processo, alunos devidamente matriculados em instituições conveniadas ao Sesc: Centro de Ensino Superior de Maringá – Unicesumar, Centro Universitário Cidade Verde – UNICV, Centro Universitário Leonardo da Vinci – Uniasselvi, Centro Universitário Planalto do Distrito Federal – Uniplan/Caxias-MA, Faculdade de Estudos Superiores do Maranhão – Fescemp, Faculdade do Maranhão – Facam, Faculdade Edufor, Faculdade Estácio (Polo Itapecuru-Mirim), Faculdade Laboro, Faculdade Santa Terezinha – Cest, Instituto de Ensino Superior Franciscano – Iesf, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA, Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB, Uninter, Universidade Ceuma, Universidade Estadual do Maranhão – UEMA e Universidade Federal do Maranhão – UFMA.

O processo seletivo é composto por análise do Histórico Escolar e entrevista. O estágio apresenta carga horária de 20 horas semanais e bolsa de R$ 847,20, os candidatos selecionados receberão também auxílio-transporte no valor de R$ 4,20 por dia de estágio. O resultado final será publicado no dia 13 de janeiro de 2025. Todas as etapas podem ser acompanhadas em www.sescma.com.br/seletivos

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Diretor do Instituto Vladimir Herzog faz crítica à Folha de São Paulo

Agência Tambor – “A liberdade de expressão existe para fortalecer a democracia, não para ser manipulada em favor de projetos autoritários. Cabe à imprensa zelar para que seu papel de informar seja exercido com ética e responsabilidade, questionando discursos que, sob o pretexto de “opinião”, promovem, de forma muito clara e grave, um ataque a direitos fundamentais e à própria estrutura democrática”.

O parágrafo acima é do artigo de Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog.

O texto, sob o título “Tentativas de golpe não são movimentos políticos”, foi publicado no ICL Notícias, no último dia 13 de novembro, analisando a polêmica decisão do jornal Folha de São Paulo de publicar um artigo de Jair Bolsonaro, no qual o golpista e defensor de torturadores fala em “respeito à democracia”.

Leia abaixo a íntegra do artigo:

Tentativas de golpe não são movimentos políticos

Em recente artigo na Folha de S. Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro celebra o avanço da direita em eleições mundo afora em uma suposta ode à democracia. Causa enorme indignação, para o Instituto Vladimir Herzog, as dissimulações, afirmações falsas e distorções históricas contidas no texto.

Bolsonaro não apenas enaltece uma onda conservadora mundial. Na verdade, utiliza o espaço de um dos maiores jornais do país para espalhar mentiras que buscam manipular o entendimento dos leitores sobre o momento histórico que vivemos. Em outras palavras: Bolsonaro usou o próprio jornal como plataforma para sua estratégia política de desinformação.

O avanço de governos e grupos de direita, no Brasil e no exterior, não se resume à implementação de políticas conservadoras. Em muitos casos, como vimos com o próprio Bolsonaro, mas também com Donald Trump, Viktor Orbán e outros líderes de perfil similar, esse movimento está ligado a práticas autoritárias, desrespeito a direitos civis e tentativas frequentes de enfraquecer instituições democráticas na tentativa de se perpetuarem no poder. Bolsonaro, inclusive, foi declarado inelegível pelo ordenamento jurídico brasileiro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante o período eleitoral.

Acima de tudo, esses projetos políticos se valem de ataques à imprensa, ao Judiciário e às minorias para manter o controle sobre seus eleitores e disseminar uma narrativa única, frequentemente baseada em uma verdadeira indústria da desinformação. Essa estratégia já se mostrou extremamente perniciosa para a saúde das democracias, como vimos nos lamentáveis episódios de 8 de janeiro de 2023 ou de 6 de janeiro de 2021, no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente.

No Brasil, inclusive, Bolsonaro teve papel direto na convocação daquela tentativa de golpe que envergonhou e revoltou a população brasileira e que, por muito pouco, não resultou numa ruptura democrática. Até agora, quase 300 pessoas já foram condenadas pelos ataques na Praça dos Três Poderes e o próprio Bolsonaro responde a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) em que é apontado como incitador de tais atos criminosos.

Períodos de exceção não podem ser relativizados. E tentativas de golpe não podem ser tratadas como movimentos políticos. Especialmente pela imprensa.

Enquanto veículos de comunicação continuarem a ressoar discursos como o de Bolsonaro, sem fornecer o devido contexto e correções factuais, estarão, ainda que de forma indireta, contribuindo para a degradação do debate público e o enfraquecimento da democracia. Jornalismo responsável não significa, obviamente, censurar opiniões — mas, sim, assegurar que o leitor tenha acesso a informações completas, verdadeiras e devidamente contextualizadas, especialmente quando figuras públicas influentes tentam distorcer a realidade.

A liberdade de expressão existe para fortalecer a democracia; não para ser manipulada em favor de projetos autoritários. Cabe à imprensa zelar para que seu papel de informar seja exercido com ética e responsabilidade, questionando discursos que, sob o pretexto de “opinião”, promovem, de forma muito clara e grave, um ataque a direitos fundamentais e à própria estrutura democrática.

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Escritores africanos participam de encontro literário em São Luís

Agenda Maranhão – Inicia nesta terça-feira (19), em São Luís, o Encontro Internacional de Escritores de Língua Portuguesa.

Até quinta-feira (21), no Convento das Mercês (Rua da Palma, 502, bairro do Desterro – Centro Histórico de São Luís), escritores como o moçambicano Mia Couto e os angolanos José Eduardo Agualusa e Ondjaki (Ndalu de Almeida) debatem a produção literária, suas obras e, principalmente, a produção intelectual em países de Língua Portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O evento faz parte do projeto Conversações de Além-Mar, uma iniciativa de produtores independentes. Inclui palestras, sessões de autógrafos e reuniões.

A historiadora brasileira Mary del Priore também participa do encontro.

(Foto/Projeto CinAfrica): escritor angolano Ondjaki.

Programação

Terça-feira (19) | 18h
Sessão Solene em homenagem aos 35 anos do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, promovida pela Academia Maranhense de Letras (AML).
Homenageados:
José Sarney
Mário Soares (In Memoriam)
José Aparecido de Oliveira (In Memoriam).

Quarta-feira (20) | 19h
Diálogo com os escritores Mary Del Priore e Ondjaki
Mediação: Bruno Tomé (Academia Ludovicense de Letras) e Bruna Castelo Branco (jornalista)
Lançamento dos livros:
Segredos de uma Família Imperial (Mary Del Priore)
Bom dia, Camaradas (Ondjaki)

Quinta-feira (21) | 19h
Diálogo com os escritores Mia Couto e Agualusa
Mediação: Ceres Costa Fernandes (Academia Maranhense de Letras) e Adonay Moreira (escritor).

Biografia dos autores

José Eduardo Agualusa
Nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim. É romancista, contista, cronista e autor de literatura infantil. Os seus romances têm sido distinguidos com os mais prestigiados prêmios nacionais e estrangeiros, como, por exemplo, o Grande Prêmio de Literatura RTP (atribuído a Nação Crioula, 1998). Também os seus contos e livros infantis foram merecedores de prêmios, como o Grande Prêmio de Conto da APE e o Grande Prêmio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian, respetivamente. O Vendedor de Passados ganhou o Independent Foreign Fiction Prize, em 2004, e, mais recentemente, o romance Teoria Geral do Esquecimento foi finalista do Man Booker Internacional, em 2016, e vencedor do International Dublin Literary Award (antigo IMPAC Dublin Award), em 2017.

Antônio Emílio Leite Couto
Escritor moçambicano, nascido em 5 de julho de 1955, na cidade de Beira. Trabalhou como jornalista durante quase 10 anos, porém ingressou na Faculdade de Biologia e, posteriormente, tornou-se professor universitário, profissão que concilia com a sua carreira de escritor. Assim, em 1983, publicou seu primeiro livro de poesias, Raiz de orvalho. Já seu primeiro romance — Terra sonâmbula — foi publicado, em 1992, com grande sucesso de público e crítica. Ganhador do Prêmio Camões em 2013, Mia Couto é um autor da literatura contemporânea, e suas obras são caracterizadas, principalmente, pelo resgate da tradição cultural moçambicana por meio de uma linguagem marcada por neologismos. Recentemente Mia Couto foi agraciado com o Prêmio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2024, destacando-se por sua inovação linguística e abordagem sobre a África.

Ondjaki
O poeta e escritor africano Ndalu de Almeida, popularmente conhecido como Ondjaki, nasceu na cidade de Luanda, capital angolana, em 1977. Sua trajetória artística passa também pela atuação teatral e pela pintura. É também cineasta e autor de roteiros cinematográficos. Após realizar seus primeiros estudos na sua terra natal, obteve a licenciatura em Sociologia na capital portuguesa. Em 2000 o poeta conquistou a segunda posição no concurso literário angolano António Jacinto, e lançando seu primeiro volume de poesias, Actu Sanguíneu. Integra antologias publicadas no Brasil, no Uruguai e em Portugal.

Mary del Priore
Nascida no Rio de Janeiro em 1952, Mary Lucy Murray del Priore formou-se em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Continuando sua formação, concluiu seu Doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo. Foi então que saiu do Brasil para defender o título de Pós-Doutorado pela École des Hautes Études em Sciences Sociales, em Paris, no ano de 1996. A Historiadora lecionou História do Brasil Colonial na Universidade de São Paulo e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atualmente, é Professora do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), em Niterói. Além disso, atua como colaboradora em periódicos nacionais e internacionais. Tem diversos livros publicados.

Lançamento de livros com autógrafos

Livro: Segredos de uma Família Imperial
Autor: Mary Del Priore
Um mergulho na trajetória íntima e pública dos Orléans e Bragança após a Proclamação da República nos anos de exílio na Europa. Mary Del Priore explora a história de perto, entre os relatos e registros oficiais, em busca da representação dessa família como realmente eram. O que os tornava humanos para além do que os tornava realeza ante os dilemas de uma Monarquia em declínio.

Livro: A Cegueira do Rio
Autor: Mia Couto
Moçambique, 1914. Às vésperas da eclosão da Primeira Guerra Mundial, Alemanha e Portugal disputam o território à margem do Rio Rovuma. Com o ataque germânico ao posto de Madziwa e a morte de dezenas de soldados africanos, a região se transforma em um verdadeiro campo de batalha. É a partir desse caso ― inspirado em um evento real ― que correm as águas desta história. Ameaçados pelo poderio alemão e subjugados pela colonização portuguesa, os povos de Moçambique encontram amparo naquilo que é impossível de se apagar: sua própria língua.

Livro: Mestre dos Batuques
Autor: José Eduardo Agualusa
Discute questões de identidade e de pertencimento, subvertendo estereótipos e ideias predefinidas, ao mesmo tempo em que expõe os crimes e contradições do processo colonial português no continente africano.

Livro: Bom Dia, Camaradas
Ondjaki
Uma Luanda dos anos 1980 com professores cubanos, escolas entoando hinos matinais e jovens de classe média é o cenário de Bom dia, camaradas. Do universo do romance também fazem parte as lembranças dos cartões de abastecimento, as desigualdades sociais e os conflitos entre modernidade e tradição. Através do olhar lírico de um garoto, o leitor é levado a uma Angola que acabou de se tornar independente e é obrigada a repensar as regras sociais e a questionar as causas da desigualdade. Ondjaki nos conduz aos pequenos acontecimentos do cotidiano que mostram como é preciso mais que um decreto para que as mudanças de fato aconteçam.

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Sem anistia!!!

O ato tresloucado de mais um fanático extremista contra as instituições democráticas e republicanas acendeu a luz amarela na negociação de setores do campo democrático para conceder anistia aos terroristas do 8 de janeiro de 2023.

Anistia essa que poderia abrir um precedente até para o inelegível Jair Bolsonaro.

A negociação estava em curso, mas agora teve um imenso recuo após o surto e morte do “patriota” Francisco Luiz, o Tiü França, ex-candidato a vereador pelo PL.

Todo mundo já alertou, mas é preciso dizer de novo: não pode ter anistia para golpistas!!!

Se o campo progressista ceder, vai morrer!

Chega de acordo com a extrema direita!

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A transgressão romântica de Junerlei

Flávio Reis

Na vida nos deparamos, em certas situações, com o imponderável. Ele se estabelece e… pronto! Temos de conviver com o ocorrido, encontrar uma maneira de dar sentido, perceber sinais, projetar anseios, nos debatendo ante o inesperado. É o que ocorreu na terça-feira, 12 de novembro, no Centro de Ciências Sociais da UFMA, com a morte do professor Junerlei Dias de Moraes Salleti, no prédio onde lecionava há mais de 30 anos no curso de Comunicação Social.

Buscar palavras aqui é apenas uma tentativa de diminuir o nó que aperta a garganta, percorrer os caminhos sempre insuficientes da escrita para expressar esse espanto. Mas guarda também um traço de saudação, de agradecimento pelo que se compartilhou, da vida que se viveu, da falta que fará.

Junerlei era um professor singular, desses que existiam na universidade, aqui e ali, sempre bastante minoritários, mas hoje já em total extinção. A principal característica destes tipos era uma curiosidade aguçada, a voracidade da leitura ampla e variada. Junerlei aliava a paixão dos livros ao amor igualmente intenso às artes. Sacava de tudo, literatura de várias épocas, poesia, romances, contos, mas também muito cinema (do qual era mesmo um aficionado), teatro, artes visuais. Ao que parece, não era muito de música, pelo menos não com aquela intensidade. Passava de um campo para outro facilmente, numa conversa veloz, abundante, na verdade, transbordante, farta.

Não fazia o gênero do professor racional, lógico. Em certa medida, era até o contrário disso. Praticava mais a linha da conversação anárquica, da empolgação exagerada, da provocação dita de passagem, sem alarde, e da sátira. Uma estrutura de pensamento fluida, intencionalmente dispersa, mas sempre informada e, ao mesmo tempo, curiosa, aberta a novas percepções. Feixes de observações, informações, lembranças que iam saindo de forma quase inesgotável, as palavras se atropelando.

Olhando agora, lembro do saudoso professor Caldeira, do departamento de Sociologia e Antropologia, que ministrou muitas aulas também no curso de Comunicação, na antiga cadeira de Realidade Sócio-econômica e Política Brasileira, um verdadeiro espaço de vale-tudo intelectual, feito ao arrepio dos programas oficiais. A conversa era vasta, tirando logo o chão doutoral do “especialista”.

São professores que convocam a liberdade e estimulam a criatividade. No fundo, são figuras rebeldes, muitas vezes mal vistas pelos seguidores fiéis da burocracia acadêmica e tidos como “improdutivos” ou até “enrolões”. Não por acaso, costumam ser bem próximos dos estudantes. Em uma palavra, eles se misturavam mesmo era com a moçada, de onde tiravam a seiva para se manter à margem dos cânones estabelecidos, que sempre ridicularizaram.

Junerlei, à sua maneira, fez parte dessa linhagem. A sua figura nos corredores do CCSo, ou caminhando para a Biblioteca Central, que explorou até quando a visão permitiu, ou no CCH, onde sempre passava, na trilha dos livros, em conversas com os livreiros Armando e Werbeth, ou com quem encontrasse por lá. Quase sempre estava em companhia de estudantes, trocando figurinhas de todo tipo, distribuindo alegria, estimulando a conversa criativa. Era um tímido de comunicação fácil e agradável.

O professor Chico Gonçalves, seu colega de departamento e um de nossos melhores oradores, destacou muito bem, na cerimônia de sepultamento, a marca que Junerlei deixou na formação de muitos profissionais do jornalismo egressos da UFMA, relembrada por ex-alunos nas redes sociais. Ia muito além da sala de aula, estava num livro que foi indicado ou presenteado, num autor sugerido, um filme que mudou a percepção das coisas, ou mesmo num gesto de atenção e carinho. Junerlei era generoso. Nas suas palavras, ele foi um professor que levava os alunos a sonhar. O que não é nada fácil dentro de uma estrutura de funcionamento cada vez mais controladora e efetivamente vazia de criação, sem alegria. Uma coisa meio oca, sem vida pulsante, justamente o que a conversa com Junerlei sempre suscitava.

Ele não se enquadrava nos moldes do professor produtivo, guiado pelo Lattes e envolvido num verdadeiro ranking com seus pares. Trabalhava como quem brinca. Lia rápido e tinha um leque que permitia sugerir conexões que soavam às vezes até absurdas. Mas era acima de tudo a liberdade do pensamento, envolto no lúdico, na brincadeira. Nunca abriu mão de combinar essas coisas.

Agora estamos diante da cena terrível. O corpo continua lá, na sala de aula, espaço onde exerceu sua arte da transgressão, isolada com fitas que indicam uma ocorrência trágica. Seus alunos, os colegas de trabalho, antigos e novos, funcionários da administração, da limpeza e da vigilância, a vendedora de lanches, todos atônitos. Amanhã, o dia reinicia, a vida e seus compromissos nos chamam de volta, a roda do mundo continua seu giro, como se simplesmente prosseguisse. Mas tudo é apenas a superfície, no fundo, sabemos que algo se partiu, foi interrompido.

Não teremos mais o sorriso largo de Junerlei, a fala intensa, com um sotaque levemente estranho, pois “soy argentino”, os óculos fundo de garrafa, outra de suas características marcantes, a respiração ligeiramente ofegante, ansiosa. Como disse sua amada Wilne, era pura intensidade. Nos últimos anos, sofria cada vez mais de problemas na visão, uma doença rara, de nome complicado, que nunca entendi direito, sempre piorando, não obstante as várias consultas com especialistas. Acho que por conta disso, num certo momento passou por um quadro de depressão.

Com o tempo, a piora da visão foi minando um pouco da sua alegria. As aulas foram se tornando um peso. Sonhava intensamente com a aposentadoria, enquanto a universidade tomava seu caminho decidido no rumo da organização empresarial, regida por critérios quantitativos, no rolo compressor da bestialização titulada e arrogante, que é hoje a nossa realidade. Em contraposição radical a isso tudo, Junerlei era de uma simplicidade quase infantil, destituído de vaidade intelectual. Não posava de sabido, brincava com os falsos sabichões. Com o agravamento da doença, agudizou-se a insatisfação com a universidade, que consumiu suas forças, absolutamente impávida ante seu sofrimento.

Junerlei morto na sala de aula do CCSo é um desfecho trágico a essa existência alegre e luminosa. No fundo, foi sugado numa máquina uniformizadora cada vez mais eficiente em impedir a criatividade e a alegria. Houve um tempo, não muito distante, que a universidade era espaço de invenção e resistência, de trocas e sonhos. Hoje, é um lugar esvaziado, vivendo em agonizante desertificação, perdida entre a fantasia farsesca da competência e o pesadelo real da diluição no mercado. Nela não há mais espaço para figuras como Junerlei, um rebelde desconcertante que ia decidido para a briga empunhando uma flor. Tempos difíceis, de espanto e dor, no ano em que perdemos, em condições similares, outro professor da mesma linhagem, Antonio José, do departamento de Filosofia. Os que ficamos, seguimos carregando nossos mortos, suas lembranças e lutas.

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Dica de leitura: “Alcântara no Tempo dos Foguetes”

Obra do economista e professor universitário Flávio Farias, o livro “Alcântara no Tempo dos Foguetes” já teve dois lançamentos em São Luís e Alcântara.

O livro reconstrói memórias sobre Alcântara, com ênfase no período em que a cidade recebeu um centro de lançamento de foguetes no período de transição da Ditadura Militar para democracia no Brasil.

Fonte: Agenda Maranhão