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Casa de Apoio Ninar retoma atendimento ambulatorial

“Está sendo muito bom poder retomar o atendimento. É como um recomeço, só que com mais cuidados por causa do coronavírus”. Foi o que disse Francileide da Silva, de 25 anos, mãe da pequena Ana Luíza da Silva, de 4 anos, portadora de microcefalia, no primeiro dia da retomada dos atendimentos ambulatoriais na Casa de Apoio Ninar, serviço que integra a rede da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e é referência em atendimento a crianças com problemas de neurodesenvolvimento. 

“A Casa é um dos serviços que mais traduzem a missão do Governo do Estado, o de cuidar das pessoas. De uma casa de veraneio para se tornar um local de acolhimento, reabilitação e esperança para famílias inteiras. É uma alegria grande poder retomar os atendimentos ao passo que avançamos na luta contra o Coronavírus no estado”, disse o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula. 

A unidade, gerenciada pelo Instituto Acqua, tem feito agendamento prévio do retorno e consulta de famílias que já fazem acompanhamento na Casa Ninar. Natural de Miranda do Norte, Ana Luíza começou a receber atendimento na Casa de Apoio aos 8 meses de idade, antes disso era assistida no Centro de Referência em Neurodesenvolvimento, Assistência e Reabilitação de Crianças, anexo ao Hospital Infantil Dr. Juvêncio Mattos), também da rede SES, e no Hospital SARAH. 

Durante os três meses sem o atendimento presencial em decorrência da pandemia causada pelo coronavírus, Francileide disse que a equipe de profissionais se manteve vigilante. “Mês passado ela teve uma crise e logo abrimos o chamado por teleorientação, de pronto nos atenderam e mesmo à distância prestaram ajuda. Todos são muito prestativos e nos fazem sentir bem. Quando choramos, os profissionais se aproximam ainda mais, sempre prontos para acolher”, comentou a mãe de Ana Luíza. 
Triagem e atendimentos 

A equipe da Casa de Apoio adotou duas formas de atendimento. Metade da demanda é recebida presencialmente a outra metade é feita de por teleorientação. São consultas com neuropediatra, psicólogo, pediatra, nutricionista, assistente social, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta motor. 

De acordo com a diretora-administrativa da Casa de Apoio Ninar, Ana Caroline Arnaud, as oficinas de culinária, música e arteterapia continuam sendo feitas somente por teleorientação. “Estamos recebendo as famílias que já são acompanhadas pelo circuito da Casa. Além da hora marcada, estamos cumprindo regras de higienização, limpeza e o distanciamento social. Todos são orientados a vir de máscara e é permitido apenas um acompanhante para cada criança atendida”, disse Ana Caroline. 

A triagem dos atendimentos é feita no espaço da quadra, com a equipe de recepção, enfermeiros e assistentes sociais. Três consultórios estão funcionando para o atendimento médico e equipe multiprofissional. Serão atendidas diariamente até oito famílias Ana Caroline ressalta ainda que o circuito ainda não está aberto para as famílias de outras cidades que geralmente ficam hospedadas na Casa.

“A gente tem dado continuidade aos atendimentos à distância e usado a tecnologia a favor para os laços com as famílias atendidas e criar oportunidade de aconselhamento à distância ajudando mães, pais e responsáveis nos cuidados com as crianças nesse período de isolamento social”, finalizou a diretora-administrativa da Casa de Apoio Ninar. 

Atualmente, o serviço de apoio a crianças com problemas de neurodesenvolvimento do estado atende 446 famílias em formato de circuito e 1.023 em sistema de ambulatório. A Casa recebe famílias de 97 municípios maranhenses. A média mensal de suporte médico e multiprofissional na Casa de Apoio é de 4.290 atendimentos. 

Entre os serviços oferecidos pelo local está o acolhimento de crianças portadoras da paralisia cerebral com microcefalia por infecção congênita, incluindo Zyka Vírus, rubéola e toxoplasmose, Síndrome de Down, hidrocefalia, paralisia cerebral por anoxia e epidermólise bolhosa. A Casa de Apoio Ninar é administrada pelo Instituto Acqua e os agendamentos do serviço ambulatorial estão sendo realizados pelo telefone (98) 99138-8902.

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Declarações de amor à Praia Grande

Texto e foto: Benedito Lemos Junior

Ruas, vielas, escadarias, “imponentes” casarões, moradas, “meia” morada, são itens da Praia Grande, em São Luís, capital do Maranhão, que revelam e escondem histórias e “istórias”, lendas e magias, em seus mais de quatros séculos de beleza e impureza, apogeu e decadência, relatos muitos inconfessáveis de “povos” que vagueiam pela vida.

Livres e/ou acorrentados, a Praia Grande é um dos mais belos e mais significativos cenários de “pessoas”, modos de vida e de cultura, de cidadãos que lutam por muito ou quase nada.

Em 1981, o cantor, compositor e poeta César Teixeira muito bem traduziu esse cenário no samba “Praia Grande” – tema da Escola de Samba Turma do Quinto naquele ano: “foi no século passado que a Praia Grande apareceu, entre secos e molhados, varejo e atacado, floresceu lá no cais, sob a luz das lamparinas”.

As lamparinas, os lampiões que “iluminaram”, por exemplo, os “caixeiros viajantes que tinham sonhos delirantes com a negra Catarina, e os pregoeiros, que sempre vivem no mundo da lua, vendendo frutas e verduras, e gritando pelas ruas tem caranguejo, farinha d’água e bobó”.

Assim, a Praia Grande, iluminada ou não, era e foi o sonho delirante de muitas pessoas, que também iluminadas ou não, fizeram e fazem histórias, suas lendas e magias, num recanto belo, de poesias, amores e paixões, entorpecidas, muitas delas, de álcool e drogas.

Umas das “figuras tarimbadas” mais presentes da Praia Grande era o poeta Nauro Machado. Não sei se o local foi fonte de sua bela e profunda inspiração, mas, com certeza, foi o “palco iluminado às velas” de muitas gerações, que como Nauro suplicavam “abre-me as portas, mãe, enquanto as estrelas buscam em mim agora a treva infinda, sem luz alguma no meu olhar a vê-las…..só para mim, que vou comigo pelas manhãs nascendo todas cegas ainda”.

Indo agora “imbora”, vou com a “Namorada do Cangaço” de César Teixeira, dando “Adeus, morena, o meu coração é um passarinho solto que não se pega com a mão” e sempre “voltar pra casa todo fim de ano cantando um bolero de Waldick Soriano”.

Mãe, te amo, em e por sua eterna memória.

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Apruma realiza live solidária com artistas maranhenses

Fonte: Apruma (Associação dos Professores da UFMA)

Acontece neste sábado, a partir das 19h, nos canais da Apruma no Facebook e no Twitter, a transmissão ao vivo Arraiá da Apruma, apresentada pela professora da UFMA e atriz Gisele Vasconcelos.

O Arraiá contará com as apresentações das cantoras Rosa Reis – referência no cacuriá e demais ritmos do Maranhão – e Luciana Pinheiro, além do cantor Roberto Ricci, outro grande nome da nossa música. A programação está imperdível.

Além de proporcionar um pouco do melhor do São João do Maranhão durante o período de distanciamento social, o Arraiá da Apruma também aproveitará para arrecadar recursos a serem destinados a estudantes e terceirizados da UFMA que se encontram em situação de vulnerabilidade social em meio à pandemia,

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Nos tempos do cine Monte Castelo

Nas comemorações do Dia do Cinema o filósofo Marco Rodrigues rememora os laços lúdicos e estéticos com a Sétima Arte em um dos espaços de entretenimento mais populares de São Luís – o cine Monte Castelo

Texto e foto interna: filósofo Marco Rodrigues

Texto e foto interna: filósofo Marco Rodrigues

Nessa imagem, o saudoso Cine Monte Castelo, praticamente em ruínas. Nele, tive minha primeira experiência com a sétima arte. Na ocasião, estreava “Robocop: o policial do futuro”, em 1987. Foi a minha tia Carminha, já falecida, quem me levara. Ali, longas filas se formavam, representando uma confluência plural, que se expressa agora em minhas memórias, num vislumbre de uma rica espiritualidade cultural romântica do que era o bairro do Monte Castelo naqueles tempos.

Diversos eram os frequentadores, destacando-se estudantes do SENAI e da Escola Técnica (hoje IFMA), que muitas aulas mataram, quiçá com alguma razão, para namorar na maior parte das vezes. Em frente, a banca de revistas do Reginaldo, onde iniciei minhas primeiras experiências literárias, por meio de HQ’s, gibis e livros que eram divididos em coleções.

Em ruínas, antigo cinema é só lembrança

Reginaldo hoje tem uma banca em frente à UNDB. Ao lado, a épica quitanda do Seu Melo… Preciso confessar: eu e outros meninos usávamos moedas já fora de circulação para comprar bombom, pois Seu Melo não enxergava bem. Foi a minha primeira e única participação no crime, formação de quadrilha em travessuras infantis.

A Pizzaria Popeye, quase uma extensão do cinema, era o point da galera antes ou após as sessões. Vendedores ambulantes, carrinhos de churros e pipoca disputavam espaço meio a praça, próximo ao Trailer de Lanches e da parada de ônibus. Nas imediações, que se estende ao longo da avenida Getúlio Vargas, inúmeros bangalôs belíssimos havia, hoje completamente descaracterizados pela anti-poética do empreendedorismo, um atentado à história da arquitetura de São Luís.

Um dos mais belos era um bem de esquina em frente ao IFMA, onde morava o Coronel Belchot, que parecia ter saído de dentro dos livros de literatura fantástica. Vale lembrar ainda, da frequentadíssima birosca, além das principais farmácias, a de Seu Edson e da Dona Cleide,  traços da área de saúde que se somavam à atmosfera vivaz do bairro…

Toda essa memória foi graças ao cinema, o que explica, fundamentalmente, a importância da arte em nossas existenciais, pois, como assevera Ferreira Gullar, “a arte existe porque a vida não basta”.

Foto destacada capturada neste site / Ônibus estacionado na parada em frente ao cine Monte Castelo

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Manifesto em defesa da vida, da democracia e da transparência

O Clube de Engenharia do Maranhão (CEM), seguindo anseio de vários segmentos representantes da Engenharia, Agronomia e Geociências do nosso estado, defende que as eleições para a escolha dos dirigentes do Sistema CONFEA/CREA, marcadas para o dia 15 de julho este ano, de forma presencial, sejam adiadas para dezembro e realizadas por meio do voto remoto via Internet.

O principal motivo para o adiamento são as incertezas que vive o país por causa da pandemia do Covid-19. Fazer eleições presenciais, nesta época de insegurança sanitária, é colocar em risco a saúde e a vida dos eleitores e funcionários.  São, aproximadamente, 1 milhão de profissionais registrados no Sistema CONFEA/CREA, no Brasil, que não precisam mais votar de forma presencial, por meio urnas de lona e voto em cédulas de papel, quando podem exercer seu direito ao voto por meio da Internet, usando computadores de mesa, smartfones e notebooks.

A manutenção do voto presencial e das eleições em julho, com a pandemia do Covid-19 apresentando crescentes números de contaminados e mortos, demonstra falta de compromisso com a vida dos profissionais de Engenharia, Agronomia e Geociências.

No Maranhão são, aproximadamente, 15.000 profissionais, distribuídos em 217 municípios, aptos a votar. É incoerente promover eleições com uso de urna de lona e voto em papel nos locais de votação, que são as 15 inspetorias e na Sede do CREA-MA, em São Luís. É uma logística arriscada, pois são necessárias locomoções desnecessárias dos eleitores, o que representa, além do risco com a saúde dos participantes, gastos desnecessários aos profissionais registrados, no momento de dificuldades econômicas no Brasil.

O certo é a votação usando recursos tecnológicos que garantam rapidez, segurança e transparência as eleições do Sistema Confea/Crea e Mútua. Recentemente, o Ministério Público do Estado do Maranhão realizou eleições remotas para a escolha do procurador geral de Justiça e tudo ocorreu muito bem. Outras instituições e entidades fizeram o mesmo sem problemas.

O que o Clube de Engenharia deseja, quando defende eleição em dezembro por meio do voto remoto, é o exercício de uma democracia participativa no Sistema CONFEA/CREA com direito pleno ao voto, sem aglomerações físicas e com a participação de todos. É o mais sensato e seguro, pois precisamos, acima de tudo, preservar a vida dos profissionais que mantém e contribuem financeiramente para o funcionamento do Sistema, dos seus servidores e seus familiares.

Voto pela internet é garantir a democracia, a transparência e vida de todos os profissionais e servidores do Sistema CONFEA – CREA.

José Henrique Campos Filho

Engenheiro Civil e Presidente do Clube de Engenharia do Maranhão

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Entrevista na rádio Timbira AM sobre cenários da comunicação

Hoje à tarde concedemos entrevista ao programa Contraponto, apresentado por Edivaldo Oliveira, na rádio Timbira AM.

Em quase uma hora de diálogo, abordamos a decisão do governo federal de recriar o Ministério das Comunicações.

Para assistir à entrevista deslize a bolinha do vídeo na barra inferior até o tempo 1:01:41.

https://www.youtube.com/watch?v=N4gkfuPpyD8&feature=youtu.be
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Livrinho ouve o silêncio do BOI

BOI reúne poemas e letras de música que o poeta Celso Borges escreveu, principalmente, nos últimos dez anos. Obra tem o projeto gráfico de Isis Rost e faz parte da coleção Livrinho também é livro, da editora Passagens.

O poeta e letrista Celso Borges homenageia o boi do Maranhão no primeiro ano em que essa manifestação não estará nas ruas e arraiais da cidade, por causa da pandemia do corona vírus.

“Este livrinho nasce dessa não voz, ou da poesia dessa voz na memória, ou do afeto que vislumbro a partir da falta do boi e suas zoadas essenciais”, afirma o escritor que tem ligação com o bumba-meu-boi desde criança, quando via e ouvia os grupos se apresentarem em frente à sua casa, no Largo de São João, centro da cidade.

BOI é o terceiro trabalho da coleção Livrinho também é livro que estreou com A rua morta (Luís Inácio Oliveira), seguido de O declínio da narrativa (Isis Rost). Assim como os dois primeiros livrinhos, BOI vai sair também no formato digital.

“É claro que a gente quer publicar esses trabalhos no papel, mas por enquanto eles estão disponíveis de forma gratuita apenas virtualmente”, afirma Isis Rost, da editora Passagens, que já publicou, além das obras dessa coleção, quatro outros livros: Penúltima Página (Zema Ribeiro); O Risco do Berro – Torquato, neto, Morte e Loucura (Isis Rost), Vaia de Bebo Não Vale (Helen Lopes) e Ruminações – cultura e política (Flávio Reis), todos em 2019.

A capa de BOI foi feita a partir de um quadro do pintor Ciro Falcão, da geração de artistas plásticos maranhenses que começou a expor nos anos 1970. As outras páginas do livrinho trazem ilustrações, quadros e fotos de vários artistas nacionais e internacionais, entre eles Pablo Picasso, Cícero Dias, Aldemir Martins, Marcos Palhano, Ribamar Rocha, Militão dos Santos e J. Borges.

BOI

Livro de Celso Borges

Projeto gráfico de Isis Rost

56 páginas, editora Passagens

A partir do dia 20 de junho, disponível gratuitamente

No site da editora: https://editorapassagens.blogspot.com/

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Hoje, 19h, tem live “comunicação popular em tempos de pandemia”

Nesta edição, Camilo Rocha Filho (bancário, pedagogo, produtor e apresentador do Programa Fala Comunidade na Rádio Comunitária Ilha do Amor FM), Yndara Vasques (jornalista, gerente de projetos com atuação em Comunicação Comunitária pela Inspirar Inovação & Comunicação), Claudia Gianotti (jornalista do Núcleo Piratininga de Comunicação) e Ed Wilson Araújo (jornalista, professor da UFMA, presidente da Abraço Maranhão e membro da Agência Tambor) vão debater o tema “Comunicação Popular em tempos de pandemia”.

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A igreja do Desterro no Centro Histórico de São Luís

Texto e foto: Benedito Lemos Junior

A Igreja do Desterro, no “coração” de São Luís, é um dos belos monumentos históricos da capital maranhense, que integra simplicidade, rara beleza, além da fé de uma comunidade quase sempre abandonada e esquecida pelo poder público, seja em que esfera for: estadual, municipal e federal.

A Igreja de São José do Desterro, uma das mais antigas do Maranhão, cuja construção iniciou no ano de 1618, é símbolo de muitas histórias e lendas que retratam ainda a fé, a devoção e lutas da comunidade do Desterro e por não dizer dos maranhenses e do Maranhão.

O primeiro templo foi uma ermida coberta de palha dedicada à Nossa Senhora do Desterro, época em que, São Luís foi tomada pelos holandeses, que desembarcaram em frente à ermida do Desterro e saquearam a cidade e destruíram as imagens de Nossa Senhora do Desterro e de Santo Antônio.

Em 1832, a igreja desabou, época em que José Lé, que morava na região e era devoto de São José, com pouca ajuda, conseguiu reerguer as paredes mestras, antes de falecer. A obra foi concluída pelo escrivão José Antônio Furtado de Queixo, com a ajuda de esmolas, em 1839.

Assim, a Igreja do Desterro, passou ao longo de sua história por várias reformas, intervenções que integram a narrativa do bairro do Desterro, cenário do início da ocupação portuguesa em São Luís e que “guarda” várias tradições da cultura popular maranhense e de seu povo, como a tradicional “Queimação de Palhinhas”, a reza e a cura das benzedeiras e as tradicionais partidas de damas no final da tarde, de cada dia.

A dama foi popularizada pelo damista Pedro Laurindo Filho, o “Mestre Dotinha”, que tem mais de mais de cem mil jogos realizados e foi o único a vencer 400 jogadores em partida simultânea, a maior simultânea internacional do mundo.

Dotinha, que tem vários livros publicados em diversos países sobre dama internacional e suas jogadas, é campeão mundial de damas, mas hoje faz apenas partidas de exibição para a popularização do “esporte”.

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PNAD Covid: IBGE divulga os primeiros resultados sobre o impacto da pandemia no mercado de trabalho

Fonte: IBGE Maranhão / Supervisão de Disseminação de Informações 

Os primeiros resultados da PNAD Covid foram divulgados nesta terça-feira (16) pelo IBGE. O levantamento é uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada com apoio do Ministério da Saúde, para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal.

Os dados divulgados hoje correspondem às quatro semanas de maio. A previsão é que, na última semana do mês de junho, com os dados mensais consolidados, o IBGE apresentará dados por grandes regiões e unidades da federação, idade e sexo, entre outros indicadores mais detalhados de afastamento do trabalho e trabalho remoto.

Em meio à pandemia, 28,6 milhões de pessoas estavam fora do mercado de trabalho no mês de maio

Cerca de 17,7 milhões de pessoas não procuraram emprego na última semana de maio por causa da pandemia de Covid-19 ou por falta de oportunidade na região em que vivem. Nesse período, outros 10,9 milhões já estavam desempregados e em busca de uma ocupação. Com isso, o país alcançou a marca de 28,6 milhões de pessoas que queriam um emprego, mas enfrentaram dificuldades para se inserir no mercado de trabalho, seja por falta de vagas ou receio de contrair o novo coronavírus.

Em maio, o IBGE estima que 84,4 milhões de pessoas estavam ocupadas no país, embora 169,9 milhões estivessem em idade para trabalhar. Isso significa que menos da metade (49,5%) estava trabalhando no mês passado.

A pesquisa mostra também que o país somava 29 milhões de trabalhadores na informalidade, que são os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregados que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.

Esse contingente, porém, caiu ao longo do mês. Na primeira semana de maio, a taxa de informalidade foi de 35,7%. Já na quarta, ela havia recuado para 34,5%, com a redução de 870 mil postos de trabalho informais em relação ao início do mês.

“A informalidade funciona como um colchão amortecedor para as pessoas que vão para a desocupação ou para a subutilização. O trabalho informal seria uma forma de resgate do emprego, portanto não podemos dizer que essa queda é positiva”, afirma o diretor adjunto de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, complementando que é necessário aguardar os próximos resultados para avaliar com mais precisão o impacto da pandemia nesse grupo.

Entre as 74,6 milhões de pessoas que estavam fora da força de trabalho (que não estava trabalhando nem procurava por trabalho) na última semana de março, 23,7% gostariam de trabalhar, mas não buscaram trabalho devido à pandemia ou por falta de oportunidade no local onde vivem. Já 25,7 milhões (34,4%) gostariam de trabalhar. Esses indicadores ficaram estáveis nas quatro semanas de maio.

Já entre as 84,4 milhões de pessoas ocupadas, na última semana do mês, 14,6 milhões estavam temporariamente afastadas do trabalho devido ao isolamento social ou férias coletivas, o que representava 17,2% do total de empregados. 

Ainda entre os ocupados, a PNAD COVID19 mostra que 8,8 milhões trabalharam de forma remota na última semana de maio. Isso representa 13,2% da população ocupada e não afastada do trabalho em virtude da pandemia. Na primeira semana, esse número era de 8,6 milhões de trabalhadores em regime de home office ou teletrabalho.

Em maio, 3,6 milhões de pessoas com sintomas de Covid-19 procuraram rede de saúde

A PNAD COVID19 mostra também que na quarta semana de maio, 3,6 milhões de pessoas com sintomas de gripe procuraram atendimento médico em unidades da rede pública e privada de saúde no país. Mais de 80% desses atendimentos foram na rede pública de saúde.

Desse total em busca de atendimento, 1,1 milhão se dirigiram a hospitais e 127 mil foram internadas. No entanto, 22,1 milhões de pessoas relataram ao menos um dos 12 sintomas comuns a diversas gripes e que podem ocorrer na Covid-19.

Entre os 3,6 milhões que procuraram atendimento, podendo ter buscado mais de um tipo, 43,6% foram ao Posto de saúde, Unidade Básica de Saúde (USB) ou Equipe de Saúde da Família; 23,4% a pronto socorro do Sistema Único da Família ou Unidade (SUS) de Pronto Atendimento (UPA) e 17,3% a hospital do SUS. Na rede privada, a procura foi de 9,4% em ambulatório ou consultório privado; 12,8% em hospital privado e; 3,6% em pronto socorro privado. A pesquisa verificou que ao longo do mês de maio houve um aumento de 94 mil para 127 mil no número de internações hospitalares.

O sintoma mais frequente, segundo a PNAD COVID19, foi a dor de cabeça, relatada por 10,2 milhões, seguido por nariz entupido ou escorrendo, queixa de 8,3 milhões, pela tosse, estimada em 6,5 milhões e por dor muscular, relatada por 5,9 milhões de pessoas. Dor de garganta (5,0 milhões), febre (4,8 milhões), perda de cheiro ou de sabor (3,7 milhões), fadiga (3,3 milhões) e dificuldade de respirar (2,9 milhões) foram outros sintomas de gripe captados pela pesquisa.

PNAD Covid no Maranhão

No Maranhão, uma equipe composta por 150 profissionais, entre entrevistadores, supervisores e coordenadores, trabalha para alcançar aproximadamente 9.700 domicílios em 207 municípios do estado. Porém, a equipe vem encontrando dificuldades para efetivar as entrevistas, que são feitas via telefone e duram, em média, 10 minutos.

“Nossos agentes de pesquisa enfrentam dois grandes obstáculos para coletar os dados para a PNAD Covid: a desconfiança apresentada pelas pessoas que recebem nossos telefonemas, alarmadas diante de episódios comuns de golpes e fake news; e a ausência de cobertura de serviços de telefonia em algumas regiões do estado, sobretudo nas áreas rurais”, relata Elcylene Mendes Rodrigues, coordenadora da PNAD Covid no Maranhão.

A cidade de Chapadinha, que, de acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura municipal, soma 1.658 casos do novo coronavírus, faz parte da microrregião que apresenta maior dificuldade na coleta de dados da PNAD Covid no Maranhão. Assim, a equipe da Agência do IBGE em Chapadinha aumentou os esforços, nas últimas semanas, com o objetivo de ampliar o índice de cobertura da pesquisa.

“Seguimos conscientizando a população sobre a relevância dessa pesquisa, uma vez que as informações obtidas por meio dela são fundamentais para apoiar governo e sociedade na tomada de decisões de combate à pandemia, além de possibilitar um monitoramento mais eficaz de indicadores socioeconômicos, especialmente relacionados ao mercado de trabalho”, explica João Ricardo Silva, analista de planejamento do IBGE.

Os moradores que receberem o telefonema podem confirmar a identidade dos agentes de coleta por meio do site Respondendo ao IBGE (https://respondendo.ibge.gov.br/) ou do telefone 0800 721 8181, e informar matrícula, RG ou CPF do entrevistador. Também pela central de atendimento é possível confirmar se o número de telefone da ligação recebida realmente é de um entrevistador do IBGE.

Em caso de impossibilidade de prestar os dados no momento da chamada, o informante pode agendar com o entrevistador o momento mais oportuno para que este retorne a ligação.