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O sermão de Flavio Dino a Carlos Brandão

O governador do Maranhão recentemente empossado, Carlos Brandão, só não faz uma boa gestão se não quiser. Conselhos não lhe faltaram, na memorável noite de 31 de março de 2022, durante o espetáculo de despedida do governador Flávio Dino, estrela no palco do Teatro Arthur Azevedo.

Muitas singularidades marcaram o discurso do então governador, em especial as recomendações e as lições transmitidas ao gestor que assume o Palácio dos Leões.

Como toda peça retórica, o discurso foi ornado com os fins de agradar, comover e convencer, tais quais as provas ética, patética e lógica, conforme ensinam os doutos na arte de pregar.

Naquela platéia lotada, quase todos estavam agraciados e comovidos, mas nem todos convencidos.

Um ouvinte, em especial, acomodado confortavelmente na primeira fila da platéia, precisava escutar o sermão com bastante acuidade sonora e visual – Carlos Brandão.

Flávio Dino caprichou na prova lógica do sermão porque ele se dirigia a uma pessoa muito diferente. Carlos Brandão é um típico político de direita, conservador, feito de matéria estranha ao barro teórico, à militância e às práticas políticas vinculadas aos ideais iluministas.

https://www.youtube.com/watch?v=kgvXJ4n1DyM
O discurso do governador Flavio Dino está
disponível no tempo 2:50:00 do vídeo.

Daí o esforço do governador para convencer o seu interlocutor privilegiado.

Eivadas de passagens bíblicas, duas passagens do discurso merecem ênfase.

A primeira referenciou o Sermão da Montanha e as Bem-Aventuranças, contendo o núcleo duro da pregação, quando Flávio Dino disse para Carlos Brandão olhar nos olhos do povo e abrir o coração para transformar a política em uma ação profundamente amorosa.

Em outras palavras, recomendou a prática dos princípios da justiça, amar o próximo como a si mesmo, honestidade, paz, misericórdia, caridade, perdão e não servir a dois senhores.

Assim está escrito no Sermão da Montanha: “Ninguém pode servir a dois senhores porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mateus: 6:24)

Cuidado com o diabo!

A segunda ênfase, conectada à primeira, foi uma advertência e diz respeito aos residentes exóticos do Palácio dos Leões. “No palácio habitam muitos seres que estão lá há séculos. Os piores são os fantasmas que arrastam correntes da escravidão do povo. Não pode deixar os fantasmas tomarem conta, porque eles estão lá para isso, estão lá para tentar. O diabo existe, fortíssimo, e costuma soprar em ouvido de governador, prefeito e presidente”, advertiu Dino.

E completou: “[…] o diabo fica por acolá dizendo ‘tu é o cara, tu é poderoso, olha como tu é bom’. Aí a pessoa começa a acreditar e quando ele olhar já não é mais ele mesmo. Ele se tornou no seguidor do mal e deixou de ser um servidor público, deixou de ser gente (pessoa).”

Quando tomou posse no primeiro mandato, em 1º de janeiro de 2015, Flavio Dino proferiu um Sermão aos Leões, dirigindo-se às enigmáticas e impolutas esculturas guardiãs do palácio do governo.

Leia aqui ou abaixo o meu artigo sobre o Sermão aos Leões

Passados 7 anos e três meses, em dois mandatos consecutivos, ele se despede sugerindo a continuidade do caminho, das ações e das práticas por ele implantadas no Maranhão.

Carlos Brandão está devidamente alertado sobre os fantasmas e os demônios, inquilinos perpétuos do Palácio dos Leões. “As tentações são grandes, mas o bem vence o mal”, sacramentou Dino.

Padre Antonio Vieira, no Sermão da Sexagésima, ensina que a eficácia do sermão está na capacidade de comover os ouvintes, levando-os à reflexão, mobilizando suas paixões com o objetivo de convertê-los:

“De maneira que o frutificar não se ajunta com o gostar, senão com o padecer; frutifiquemos nós, e tenham eles paciência. A pregação que frutifica, a pregação que aproveita, não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena. Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme; quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte; quando o ouvinte vai do sermão para casa confuso e atônito, sem saber parte de si, então é a preparação qual convém, então se pode esperar que faça fruto”.

Vieira discorre ainda sobre os ouvintes difíceis de converter:

“Os piores ouvintes que há na Igreja de Deus, são as pedras e os espinhos. E por quê? – Os espinhos por agudos, as pedras por duras. Ouvintes de entendimentos agudos e ouvintes de vontades endurecidas. Os ouvintes de entendimentos agudos são maus ouvintes, porque vêm só a ouvir sutilezas, a esperar galantarias, a avaliar pensamentos […]. Mas os de vontades endurecidas ainda são piores, porque um entendimento agudo pode ferir pelos mesmos fios, e vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra vontades endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza, antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas, tanto mais facilmente se despontam na pedra.”

Não se sabe se o ouvinte Carlos Brandão saiu do Teatro Arthur Azevedo catequizado e convencido ou se as palavras de Flávio Dino entraram por um ouvido e saíram pelo outro, como se costuma dizer no Maranhão.

O certo é que o recado, as lições, os conselhos, as advertências e todas as partes do sermão vibraram até a praça João Lisboa.

Veja abaixo o texto Sermão aos Leões, escrito na posse de Flávio Dino em janeiro de 2015

SERMÃO AOS LEÕES: GOVERNADOR FLÁVIO DINO PREGA O
SÉTIMO MANDAMENTO NO MARANHÃO

Dia de trabalho: Flávio Dino toma posse anunciando
17 medidas de impacto no Maranhão. Foto: Francisco Campos

No céu, um drone e a lua em quarto crescente. Na terra, um mar de gente. 

Essas foram as testemunhas da posse do governador Flávio Dino (PCdoB).

Da sacada do Palácio dos Leões, após o ritual de transmissão da faixa, o novo governador falou sobre religião e política, lembrou os esquecidos, mandou um recado ao Brasil e pregou aos leões.

O sétimo mandamento – não roubarás! – atravessou toda a fala do governador.

DISCURSO E PRÁTICA

Durante a posse na Assembleia Legislativa, Flávio Dino decretou em fala: “Não vamos mais permitir que a corrupção continue roubando os sonhos do povo do Maranhão.”

Entre as medidas anunciadas no Palácio dos Leões, o governador assinou um decreto que suspende os pagamentos à empreiteira Constran, uma das empresas investigadas na operação Lava-Jato, que trouxe à tona a denúncia de pagamento de propina para a quitação de precatórios no Maranhão.

Outra medida assinada cria a Secretaria de Transparência e Controle, os olhos e ouvidos da utilização do dinheiro público.

No item fim dos privilégios, o governador anunciou a venda da Casa de Veraneio – símbolo da ostentação nas farras babilônicas da oligarquia.

MUDANÇAS

Virando a página do passado: sarneísta Arnaldo Melo
passa a faixa de governador a Flávio Dino. Foto: Francisco Campos

Em nome de Deus, Dino agradeceu pela vitória e anunciou um tempo de esperança, alegria, amor e fé no transcendente.

Para o novo governador, há uma relação intrínseca entre política e religião, porque ambas são atravessadas por valores, princípios e fé. 

É preciso religar o que estava separado – o governo e o povo.

Mudança, a palavra-chave da campanha e da posse, não é necessariamente dos políticos, mas da política.

Embalado pelo desejo de uma nova forma de governar, o governador anunciou e assinou 17 medidas de impacto. A posse foi um dia de trabalho. “O Maranhão tem pressa. As necessidades do povo não podem esperar”, enfatizou Dino.

O balanço geral das medidas anunciadas enfrenta os problemas emergenciais do Maranhão: combate à corrupção, atenção aos pobres, foco nas 30 cidades com pior IDH, erradicação da fome, fim das escolas de taipa e palha, reforço no sistema de segurança, valorização da agricultura familiar e à atenção básica na Saúde.

Apontando ao cenário nacional, Dino assegurou que o Brasil vai voltar e respeitar o Maranhão como terra de gente honesta e trabalhadora. “Viveremos um novo momento, do estado-problema ao enfrentamento dos problemas”, frisou.

DIÁLOGO COM OS LEÕES

Flávio Dino avisa os leões que não mais vão
rugir contra os pobres do Maranhão

Quando abriu o discurso falando de Deus e religião, Dino tinha um propósito: finalizar com o sermão aos leões, simbolizados nas duas imponentes esculturas fixadas na entrada do palácio-sede do governo do Maranhão.

Nos 50 anos de mandonismo da oligarquia Sarney, costumava-se bradar que os leões nunca tinham perdido uma eleição, referindo-se à máquina de fazer votos, inspirada na força (financeira) das feras.

Em 2014, os bichos perderam.

Ao final do discurso, o governador invocou a ironia e chamou os leões ao diálogo. “Quero dizer aos dois leões, o da direita e o da esquerda, que eles não vão mais rugir contra o povo do Maranhão. Eles não serão mais alimentados às custas da tortura do povo”, avisou.

“Prezados leões, vocês nunca mais vão rugir para os pobres do Maranhão”, sacramentou.

O sermão e a música Oração Latina, de Cesar Teixeira, hino das lutas libertárias, compuseram a épica da posse.

ADVERTÊNCIA

Quadrilhas organizadas e desorganizadas que furtaram o dinheiro público e pretendem dar continuidade a esta prática nefasta, tremei!

O governador declarou guerra à corrupção e proclamou a República no Maranhão.

Foi esse o registro da posse.

É verdade. E dou fé.

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Símbolo da violência no campo recebe homenagem da Assembleia Legislativa do Maranhão

A região do Baixo Parnaíba, no leste do Maranhão, está transformada em uma espécie de feudo da família Introvini, poderosa corporação do agronegócio que há dez anos destrói os recursos naturais e a vida de muitas pessoas.

Neste começo de dezembro, o fazendeiro André Introvini, cercado de seus “funcionários”, ameaçou um casal de idosos no povoado Carranca, em Buriti de Inácia Vaz. Pela enésima vez, o cawboy violenta a família de Maria Rita dos Reis Lira (66 anos) e Vicente de Paulo Costa Lira (65 anos).

André Introvini, de blusa branca, ameaça os idosos Vicente e Maria Rita

André já é figura conhecida pelos seus métodos agressivos usados para coagir, pressionar, humilhar e ameaçar os moradores e fundadores das comunidades rurais com o objetivo de ampliar as plantações do agronegócio.

Veja aqui reportagem sobre os sojicultores no Baixo Parnaíba, inclusive com despejo de veneno que atingiu gravemente uma criança

Ele ainda não foi condecorado pelos atos grotescos, mas no Maranhão onde tudo pode a Assembleia Legislativa concedeu o título de Cidadã Maranhense à sua irmã Gisela Introvini, em cerimônia realizada dia 25 de novembro de 2021.

Gisela Introvini, a homenageada, lidera as mulheres do agronegócio

A proposição da homenagem é de iniciativa do deputado Fabio Braga (Solidariedade). Durante a condecoração, no lustroso plenário do legislativo maranhense, o parlamentar enalteceu as qualidades da agraciada, técnica em Agropecuária e Engenharia Agrônoma, formada pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná.

Fabio Braga: orgulho pela homenagem

O deputado destacou especialmente as qualidades de Gisela no intuito de (pasmem!) “promover o desenvolvimento sustentável” e disse estar lisonjeado pela honraria. Ela, idem.

Gisela Introvini é a presidente da Associação das Mulheres do Agronegócio e comanda a comissão organizadora da maior feira do agronegócio do Maranhão – a Agrobalsas.

Parte da elite do Maranhão compareceu à cerimônia e aplaudiu a laureada.

Enquanto isso, de Balsas ao Baixo Parnaíba, o Maranhão está tomado pelas práticas medievais de violência em todos os sentidos.

Fotos / JR. Lisboa – Agência Assembleia

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Governador Flávio Dino inaugura parque em homenagem a João do Vale

“Este parque é um equipamento que reúne, em primeiro lugar, a homenagem a este grande brasileiro, grande maranhense, grande cidadão desta cidade, João do Vale, e se imortaliza pelo registro de sua obra. Convido todos a conhecer esta área de lazer, esporte e, também, de formação de novos talentos. Este equipamento público e gratuito realiza ainda direitos a educação, formação profissional e outros. Temos aqui, em cada canto, estímulo à juventude de Pedreiras e de toda a região”, pontuou o governador Flávio Dino, durante a inauguração do Parque João do Vale, na manhã deste sábado (4).

O parque na cidade do artista consagrado nacionalmente é um marco histórico e um dos maiores centros de convivência, diversão e arte construídos no estado. Conta com importante área de lazer que valoriza a cultura, o esporte, além de proporcionar a vida comunitária e o desenvolvimento do turismo. Na ocasião da entrega, vários familiares de João do Vale estavam presentes, recebendo homenagem e acompanhando o momento dedicado ao saudoso artista.

Na série de espaços do parque está o memorial João do Vale, escola de música e o Centro de Referência da Juventude. Ainda, réplica de uma estação de trem, em referência ao sucesso musical ‘De Teresina à São Luís’ do artista; biblioteca com espaço infantil e tecnológico; brinquedos interativos; instrumentos musicais; restaurante; auditório; academia ao ar livre; área de churrasqueira; quadras de areia e poliesportiva; três playgrounds; fonte luminosa e outras atrações paisagísticas. O parque possui ainda quatro praças temáticas: Pisa na Fulô, Carcará, Asa do Vento e João do Vale.

Centro de Referência da Juventude do Médio Mearim (Foto: Nael Reis)

“Agradecemos à equipe de Governo, às empresas privadas que ajudaram neste projeto, à prefeitura de Pedreiras e sobretudo, à população, que tenho certeza, está feliz e vai ajudar a cuidar do parque para que ele continue sempre bonito, acessível a todos e seja espaço de esperança que a nossa nação precisa. Agradeço a toda o povo do Maranhão, pois é a população que viabiliza mais essa grande conquista”, enfatizou Flávio Dino.  

“Esta grande obra é um marco na nossa cidade. Todos os pedreirenses estão muito felizes, assim também a família do saudoso João do Vale. Agora, na nossa cidade irá se eternizar pela memória do grande artista que levou o nome de Pedreiras para o mundo. Deixo meu agradecimento e gratidão ao governador Flávio Dino e todo o povo de Pedreiras”, frisou a prefeita Vanessa Maia.  

A programação da inauguração contou com diversas atrações culturais e esportivas. Grupos locais fizeram apresentação de zumba e capoeira; e equipes de jogos ocuparam as quadras poliesportivas para práticas esportivas. Ainda no evento, apresentação especial do musical ‘João do Vale’, com músicas interpretadas pelo ator Vicente Melo. O musical, realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura, foi sucesso de público em diversos estados.

Inauguração do Parque João do Vale, em Pedreiras (Foto: Nael Reis)

Vida e obra

Nascido na cidade de Pedreiras em 1933, João Batista do Vale foi um compositor que marcou a música popular brasileira. Desde pequeno gostava muito de música, mas logo teve de trabalhar para ajudar a família. Aos 13 anos foi para a capital maranhense e em em dezembro de 1950 chegou ao Rio de Janeiro, onde passou a frequentar programas de rádio, para conhecer os artistas e apresentar suas composições, na maioria baiões. 

Em 1964 estreou como cantor no restaurante Zicartola, onde nasceu a ideia do show Opinião, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, que foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro, ao lado de Zé Kéti e Nara Leão. Tornou-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música Carcará, a mais marcante do espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora. Como compositor, em 1969 fez a trilha sonora de Meu nome é Lampião. 

Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que, no ano anterior, havia produzido o LP João do Vale convida, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros. Em 1994, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco João Batista do Vale, prêmio Sharp de melhor disco regional. João do Vale faleceu em São Luís, dia 6 de dezembro de 1996, sendo sepultado em sua cidade natal, Pedreiras.

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Povoado Cedro tem homenagem na rádio comunitária Mapari FM

O programa teve a participação especial do poeta Paulo Furtado, interpretando uma das mais belas crônicas do escritor Humberto de Campos, intitulada “Macacoeira”

Uma longa viagem pelas memórias e estórias contadas por moradores de várias gerações do povoado Cedro, localizado no município de Humberto de Campos, emocionou os ouvintes da rádio comunitária Mapari FM, no último sábado (17 de julho).

Ao longo do programa Mapari em Debate, apresentado pela professora Laury e Erick Viegas, com produção de Fernando Cesar Moraes, a emissora veiculou vários depoimentos de humbertuenses que falaram sobre as suas memórias da infância e da juventude, bem como das atualidades do Cedro.

Ouça o programa completo abaixo:

Programa Mapari em Debate finalizou com a
crônica Macacoeira. Ouça no tempo 1:29:12 no audio

Os relatos mencionaram personagens antigas do povoado, algumas já falecidas, outras ainda vivas, relacionadas aos “velhos tempos”, quando aquelas terras eram acessadas apenas por embarcações.

Hoje em dia chega-se ao Cedro com facilidade em qualquer tipo de veículo.

No passado, quando não havia estrada, os cedrenses aventuravam-se nas lanchas que saíam de São José de Ribamar para os municípios de Humberto de Campos e Primeira Cruz, em viagens longas, atravessando três perigosas baías, com duração de até 10 horas cada viagem.

Através da rádio Mapari FM muitas histórias e memórias conectaram os ouvintes e os participantes através do tempo com as lembranças de fatos históricos vivenciados nas dunas, lagoas e em toda a biodiversidade do Cedro.

O encerramento do programa teve a participação especial do poeta Paulo Furtado, interpretando uma das mais belas crônicas do escritor Humberto de Campos, intitulada “Macacoeira”.

O município que leva o nome do escritor tem várias peculiaridades. Está localizado na região Lençóis-Munim e o seu território contém uma rica biodiversidade da Baía de Tubarão, território encaixado nos critérios de uma Reserva Extrativista de Desenvolvimento Sustentável.

Do ponto de vista histórico, Humberto de Campos e o vizinho município de Primeira Cruz, assim como Icatu, foram palco da disputa entre Portugal e França, no início do século XVII, quando as forças lusas comandadas por Jerônimo de Albuquerque e os franceses liderados Daniel de La Touche disputaram o controle do território brasileiro (veja abaixo).

Na Literatura, Humberto de Campos, a cidade, foi batizada em reverência ao seu mais ilustre escritor, autor de uma obra relevante.

Todo esse conjunto de qualidades precisa ser mais explorado pelos gestores da região, incentivando o turismo de lazer e cultural na perspectiva da economia criativa.

A rádio Mapari FM está fazendo um importante trabalho nesse sentido. Comunicação, cultura e educação precisam andar de mãos dadas e o programa Mapari em Debate já presta um relevante serviço à cidadania.

Imagem destacada / vista do porto de Humberto de Campos

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Latuff será homenageado no 2º Congresso Nacional dos Policiais Antifascismo

A destruição do quadro com uma charge do cartunista Carlos Latuff, num ato de violência e intolerância do deputado federal Coronel Tadeu (PSL-SP), será repudiada durante o 2º Congresso Nacional Policiais Antifascismo, programado para 28 e 29 de novembro, no Rio de Janeiro.

Num ato de fúria, o parlamentar quebrou o quadro exposto em uma galeria do Congresso Nacional, onde estava sendo celebrado o Dia da Consciência Negra. A charge de Latuff retrata a violência policial contra um jovem negro algemado, no chão, indicando uma cena de execução (veja imagem destacada).

A reação ao vandalismo do deputado foi imediata. Diversos parlamentares e movimentos sociais se manifestaram nas redes sociais e fizeram um ato público para reposicionar o quadro na galeria da exposição.

Na próxima semana, Latuff receberá uma moção de desagravo no evento que reunirá policiais antifascismo. “Nós vamos falar pessoalmente ao cartunista Carlos Latuff que a sua arte não nos ofende. O policial antifascismo tem a consciência de que essas funções genocidas operadas pelas polícias são constituídas por um poder político-jurídico. A polícia não age com independência porque ela o tempo inteiro está sendo conduzida por um projeto político e nós queremos, como trabalhadores do sistema de segurança, construir um modelo de sociedade que permita a existência de uma polícia que não se volte contra o seu próprio povo”, explicou o delegado Orlando Zaconne, coordenador Movimento Policiais Antifascismo.

Acesse aqui a página Policiais Antifascismo.

O delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro anunciou o desagravo ao chargista durante uma palestra no 25º Curso Anual do NPC (Núcleo Piratininga de Comunicação), que reúne jornalistas, ativistas e dirigentes sindicais em uma jornada de estudos e debates sobre o tema “comunicação e resistência”, de 20 a 24 de novembro, na capital carioca.

Orlando Zaconne proferiu palestra na mesa intitulada “Os riscos de um fascismo à brasileira”, juntamente com a historiadora Virgínia Fontes; o coronel da Reserva e ex-comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Ibis Pereira; e o professor Mauro Iasi.

Os palestrantes avaliaram a ascensão da extrema direita no Brasil e o contexto político-econômico e filosófico que desaguou no bolsonarismo, com ênfase no crescimento da violência policial e o incremento da militarização.

Questionado sobre o estigma de violência atribuído às forças de segurança, Zaconne argumentou que os policiais devem ser percebidos como trabalhadores. “Se a gente for ver no hino da Internacional Socialista está lá claro ‘façamos greve de soldados / somos irmãos trabalhadores’. Quer dizer, o reconhecimento tanto da base das polícias inclusive militares como trabalhadores é algo que esteve presente no debate histórico do socialismo”, asseverou o delegado.

“Nós fomos de fumo embriagados
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Façamos greve de soldados!
Somos irmãos, trabalhadores!”

Veja aqui o hino da Internacional Socialista na íntegra

Ele sustentou ainda que o crescimento da extrema direita não ocorre apenas entre militares e policiais civis, mas em outras categorias, até mesmo na área da Educação. Segundo Zaconne, o Movimento Policiais Antifascismo está presente em 12 estados brasileiros, atuando na concepção de uma política de segurança voltada para os direitos e garantias da população.

Ouça aqui a entrevista completa com o delegado Orlando Zaconne.

Veja abaixo a programação completa do 2º Congresso Nacional dos Policiais Antifascismo

Dia 28/11/2019 (quinta-feira)

09:00h – A reforma da Previdência e o trabalhador policial

Expositor: José Miguel Bendrão Saldanha (Escola Politécnica UFRJ, pesquisador da Previdência Social)

Debatedores:

Elisandro Lotin (Anaspra)

Giancarlo Miranda (vice-presidente da Cobrapol)

Áureo Cisneiro (Feipol NE)

Janaina Mattos (Sindicato dos Peritos RJ)

14:30h – O fim do inquérito policial e a desmilitarização na perspectiva da carreira única

Expositor: Michel Misse (UFRJ)

Debatedores:

Pedro Paulo Tchê (PAF-RN)

Denilson Campos (PAF-BA)

Páris Borges Barbosa (PRF)

Martel Alexandre Del Colle (PM-PR)

18:30h – Como construir a luta antifascismo no Brasil?

Expositor: Jessé de Souza (Cientista Social), por Skype

Debatedores:

João Paulo Rodrigues (MST)

Kleber Rosa (PAF BA)

Maria Dalva Corrêa da Silva (Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência)

Nildo Ouriques (IELA – Instituto de Estudos Latino-Americano / Revolução Brasileira).

Dia 29/11/2019 (sexta-feira)

Plenária Nacional dos Policiais Antifascismo

09:30h – Avaliação do Movimento Policiais Antifascismo

12:00h às 14:00h – Almoço.

14:00h – Como organizar o Movimento Policiais Antifascismo no Brasil.

Expositores:

Orlando Zaccone

Denilson Neves

Dalchen Viana

Rafael Cavalcante

19:00h – Composição Dirigente do PAF

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Homenagem de Luiz Henrique aos 406 anos de São Luís