Censura, resistência e arte serão novamente
abordados na 16ª edição do Diálogos Insurgentes, que irá receber o cantor, ator
e jornalista francês Frédéric Pagès e o poeta, letrista e jornalista maranhense
Celso Borges
A 16ª edição traz a parceria inédita entre a Secretaria
de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) e a Secretaria de Estado
da Ciência e Tecnologia (Secti) no Diálogos Insurgentes. O tema arte e censura
não é novidade no evento, que já recebeu em sua 14ª edição o ator, diretor e
produtor cultural Sérgio Mamberti.
Com o tema “Arte da resistência, Resistência da arte”, e mediação do jornalista e professor da UFMA Ed Wilson Araújo, a dupla promete aos participantes, uma viagem por meio das histórias que permeiam as lutas das atividades culturais entre Brasil e França, como a Resistência Francesa ao nazismo e o movimento Maio 68, do qual Pagès foi uma das figuras de destaque.
Frédéric Pagès, um dos convidados da edição, pontua
que “a arte não é arte se não denuncia todas as formas de opressão e de
aviltamento do ser humano. Se não é exigência constante de dignidade, de
lucidez e de criatividade”.
O objetivo dos Diálogos Insurgentes é ampliar o
debate intersetorial e transversal de temas contemporâneos relacionados aos
Direitos Humanos, assim contribuindo para a disseminação da cultura e educação
em direitos humanos nos diversos segmentos da sociedade.
O secretário de Estado dos Diretos Humanos e
Participação Popular, Francisco Gonçalves, destacou que a 16ª Edição do
“Diálogos Insurgentes” será mais uma boa oportunidade para que os
maranhenses tenham acesso a um debate sobre a censura. “Não bastasse a onda de
intolerância religiosa, os artistas também sofrem diferentes formas de censura,
como a demonização da categoria; a disseminação de fake news sobre a Lei
Rouanet e os cancelamentos de shows e exposições, por exemplo. É preciso, neste
caso, defender a liberdade de pensamento e criação artística, prevista na
Constituição Federal”, pontuou.
CONHEÇA OS DEBATEDORES
*Frédéric Pagès*
Cantor-viajante, Frédéric Pagès navega na fronteira da
música e da literatura, lá onde dançam as palavras e onde os textos e ritmos se
enlaçam, para tentar reencantar um mundo sob sombras.
Vivendo há quarenta anos entre a França e o Brasil,
concebeu e realizou incontáveis projetos culturais nos dois países, como o
“Manual de Literatura Encantada”, um Livro-CD criado e gravado com dez jovens
rappers profissionais da periferia de São Paulo, colocando vozes e ritmos, sob
sua direção, em textos da literatura brasileira clássica e moderna.
Passion Brésil, seu último disco, é uma “revista de viagem cantada”, gravado no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Belém com alguns dos melhores instrumentistas do Brasil.
Figura de destaque do Maio 68, e também articulista
na imprensa francesa e em revistas brasileiras (Cult, Bravo e no.com), Frédéric Pagès lançou na
França, em 2018, junto com Jacques Brissaud e Olivier de La Soujeole, a obra
“Maio 68 está diante de nós”, livro no qual rememora os eventos desse período
tão marcante na história do século XX, vivido por ele tão intensamente, na
perspectiva de compreender e de mensurar a sua significação nos dias atuais.
*Celso Borges*
Poeta e letrista, parceiro de Zeca Baleiro, Chico
César, Criolina, Gerson da Conceição e Nosly, entre outros compositores, Celso
Borges tem 10 livros de poesia editados, entre eles Pelo avesso (1985); Persona
non grata (1990); XXI (2000), Música (2006), Belle Époque (2010) e O futuro tem
o coração antigo (2013). Vem publicando desde 2016 a série Poéticas Afetivas,
títulos em formatos menores e tiragens pequenas. Dentro desse projeto estão os
livrinhos Poemas delicados, A árvore envenenada, Carimbo Carinho e Visão todos
em parceria com artistas visuais, entre eles Claudio Lima e Márcio
Vasconcelos.
Desde 2005, o artista desenvolve projetos de poesia
falada no palco, utilizando referências que vão da música popular brasileira às
experiências sonoras de vanguarda e cultura popular. Como resultado desse
trabalho fez Poesia Dub, com o jornalista Otávio Rodrigues; A Posição da Poesia
é Oposição, com o guitarrista Christian Portela e o percussionista Luiz
Claudio; e Sarau Cerol com o compositor Beto Ehongue.
Celso Borges tem poemas publicados nas revistas
Coyote e Oroboro, Poesia Sempre, Germinal etc e foi co-editor das revistas
culturais Guarnicê (1983/1986), Uns & Outros (1984/1987) e Pitomba!
(2011/2014). Com Zeca Baleiro co-produziu o CD A Palavra Acesa de José Chagas
(2013). Quatro anos depois, homenageou outra poeta maranhense, Bandeira
Tribuzi, produzindo Pão Geral – Tributo a Tribuzi. Os dois discos tiveram a
participação de vários artistas brasileiros.
Evento: Diálogos Insurgentes com Frédéric Pagès e Celso Borges
Quando: 05 de março (quinta-feira)
Hora: 17h30
Onde: Teatro Alcione Nazaré (Centro de Criatividade Odylo Costa Filho)
Inscrição: participa.ma.gov.br (vagas limitadas)