Shows e masterclass com violonistas considerados referência no Brasil e no mundo tornam São Luís, de 22 a 26 de outubro, a capital brasileira do violão. A cidade vai sediar a primeira edição do Festival Internacional de Violão de São Luís (Fivis), que homenageia o grande maestro e compositor Heitor Villa-Lobos, no ano que completa 60 anos do seu falecimento.
Farão apresentações e masterclass durante o festival os violonistas Turíbio Santos (imagem destacada), Rogério Caetano (RJ), Gian Correa (SP), Alessandro Penezzi (SP) e a violonista Elodie Bouny (França). Do Maranhão integram a programação de shows os violonistas João Pedro Borges, Tiago Fernandes, Mano Lopes, Endro Fádell e Luiz Júnior. Haverá concertos também com as Orquestras de Violões de Teresina (PI) e da UEMA-EMEM (Universidade Estadual e Escola de Música do Maranhão).
O Fivis, que é aberto ao público, ocorre no Centro Histórico de São Luís, sendo os shows no Convento das Mercês (de 24 a 26), começando às 19h, e as atividades de masterclass, acontecem na Escola de Música do Estado Maranhão Lilah Lisboa-EMEM (de 22 a 25), manhã e tarde. O evento na Escola de Música é aberto a violonistas e estudantes de violão, com inscrições prévias que podem ser realizadas até o dia 20 de outubro, no Convento das Mercês (no horário de expediente) e também pela internet, no endereço disponibilizado pela organização do festival.
Durante o Fivis será anunciado, para o ano 2020, o Concurso Internacional de Violão “Heitor Villa-Lobos”, para receber violonistas de todos os cantos do mundo e homenagear o maestro e compositor brasileiro que é considerado expoente da música erudita no país e suas peças são executadas no circuito dos mais prestigiados teatros europeus e americanos. O concurso terá a direção de Turíbio Santos.
O idealizador e coordenador do Fivis, violonista Luiz Júnior Maranhão, explica que o projeto surge como forma de incentivo à difusão da prática do violão, contribuindo para a formação de plateia de apreciadores desse nobre instrumento; como meio de estudo e para fins profissionais, possibilitando à geração de emprego e renda e a valorização dos músicos maranhenses.
O festival tem o patrocínio do Mateus, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Governo do Maranhão/SECMA e o apoio da Prefeitura de São Luís e Restaurante Malagueta.
SHOWS
Considerado pela crítica e pelos especialistas como um dos maiores violonistas clássicos da atualidade, Turíbio Santos vai se apresentar no primeiro dia do Fivis (24). Instrumentista com carreira internacional, ele regravou a obra completa de Heitor Villa-Lobos para violão, em 1999, ao lado de compositores como Edino Krieger, Sérgio Barboza, Nicanor Teixeira, Chiquinha Gonzaga, E. Nazareth. Seus discos “12 Estudos para Violão de Heitor Villa-Lobos e Choro do Brasil” marcaram época no lançamento da música brasileira no mercado europeu. Comemorando seus 65 anos, em 2008, Turíbio Santos lançou seu 65º CD: “Mistura Brasileira”, com músicas autorais, de Villa-Lobos, Tom Jobim e de Ricardo Santos.
O primeiro dia do Fivis terá como atração internacional a violonista, compositora e professora de violão, Elodie Bouny, que nasceu em Caracas (Venezuela) e cresceu em Paris (Franca), onde estudou violão erudito nos conservatórios de Boulogne-Billancourt e de Estrasburgo. É mestre em Educação Musical e doutora em Processos Criativos e atualmente é professora de violão (Universidade de Juiz de Fora). Já se apresentou em inúmeros festivais nacionais e internacionais, ganhando várias premiações. Orquestrou diversas peças em parceria com o violonista brasileiro Yamandu Costa, produtor artístico do primeiro CD de Elodie Bouny, intitulado “Terra Adentro”.
Na sexta-feira (25), as atrações nacionais do Fivis são os violonistas Gian Correa (SP) e Rogério Caetano (RJ), com o duo de violão lançando o “Álbum 7”, em homenagem aos 100 anos do mestre Dino 7 Cordas. Em 2019, o álbum entrou na lista dos melhores discos do ano pelo Jornal Folha de São Paulo; foi indicado ao IMA (Independent Music Awards), em duas categorias Best instrumental Album e Best Tribute Album; e está indicado no Prêmio Profissionais da Música, nas categorias Artista Instrumental e Artista de Choro.
Shows dos violonistas do Maranhão marcam o segundo dia do festival (24). Sobe ao palco nessa noite o consagrado instrumentista João Pedro Borges, que iniciou carreira internacional em 1973, ministrando cursos, conferências e concertos no continente Africano; realizou turnê pela Argentina e Paraguai, com Turíbio Santos; fez recital ao lado de Léo Brouwer, Turíbio Santos e Baden Powell (Martinica); além de disco gravado na França. Como solista foi pioneiro do disco independente gravando, em 1977, seu primeiro LP, com obras de Bach, Barrios e Villa-Lobos, seguido de “João Pedro Borges interpreta Cimarosa, Sanz, Sor, Giuliani, Albéniz e Granados” (1983); e da “Obra para Violão de Paulinho da Viola” (1985).
A programação de sexta-feira (25) traz, ainda, o jovem virtuose do violão Endro Fádell, natural de Brasília (DF), mas morando em São Luís, onde é professor de violão erudito da Escola de Música do Maranhão. Formado em violão e pós-graduado em Educação Musical, na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, traz na bagagem premiações em concursos de violão. Na mesma noite sobe ao palco do Fivis outro jovem violonista: Tiago Fernandes, graduado em música pela Universidade Federal do Maranhão e formado em violão pela EMEM, pesquisador da obra violonística de compositores maranhenses do século XX e idealizador do grupo ’Tiago Fernandes Trio’’.
A primeira edição do Fivis termina no sábado (26), com o show do multi-instrumentista e compositor Alessandro Penezzi (SP). Formado em Música Popular pela Unicamp, ele já realizou concertos em mais de 17 países; atuou e gravou ao lado de artistas consagrados como Dominguinhos, Hermeto Pascoal e Beth Carvalho, D. Ivone Lara, além de orquestras como Jazz Sinfônica de São Paulo e Sinfônica de Londres. Tem vários discos gravados, entre eles Abismo de rosas (2001) e Velha Amizade (2015).
Antes do paulista Penezzi, quem faz show para o público do Fivis no sábado (26) são outros dois violonistas do Maranhão, em apresentações solos. Mano Lopes, também cantor e compositor, é graduando do curso de Música da UEMA, professor de violão e educador musical em escolas da rede pública. Luiz Júnior, com seu violão 7 cordas, já percorreu o mundo apresentando seu trabalho, em países como Grécia, Alemanha, Inglaterra e China. Filho e neto de músicos piauienses, seu envolvimento com a música vem desde os oito anos e sua carreira profissional começou aos 14 anos; estudou violão na Escola de Música do Maranhão e no Conservatório Souza Lima (SP) e está concluindo o curso de música na UFMA. Como violonista, foi vencedor de 10 edições do Prêmio Universidade FM (UFMA), tem um CD instrumental gravado; integra o grupo de choro Tira Teima; além de ser produtor e diretor musical.
A abertura e o encerramento do Fivis serão marcados também pelas apresentações de orquestras. No primeiro dia (24) o público vai assistir ao concerto da Orquestra de Violões da UEMA-EMEM, formada por alunos e ex-alunos da Escola de Música do Estado e do Curso de Música da Universidade Estadual do Maranhão. O grupo interpreta obras que vão do renascimento à contemporaneidade, transitando entre o erudito e o popular. No sábado (26) abre a programação da noite do festival a Orquestra de Violões de Teresina (PI), com 13 integrantes, alunos e professores do Projeto Violão na Escola, realizado pela Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMC), com o apoio da Prefeitura de Teresina