O líder camponês Manoel da Conceição, um dos fundadores do PT, junto com Lula, foi homenageado no Prêmio Fapema (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão).
A premiação de Honra ao Mérito teve como patrono o jornalista e político Neiva Moreira. Na edição de 2017 do Prêmio Fapema o secretário de Ciência e Tecnologia era Bira do Pindaré e o presidente da Fapema Alex OIiveira.
Se o partido de Lula quiser, e puder, deve aplicar dois corretivos no deputado federal Gastão Vieira: uma nota de repúdio do Coletivo de Mulheres do PT e o alinhamento de voto na Câmara Federal à bancada progressista, sob pena de expulsão do petismo
Ex-PMDB e Pros, filiado de última hora no PT, Gastão Vieira é um político enraizado na origem das espécies do sarneísmo e foi agregado ao dinismo, quando as duas águas se misturaram.
Mas, o problema não é de onde ele veio, já que quase todos os gatos são pardos no jogo partidário e nos campos de poder.
O foco da crítica é o que ele faz e como vota.
Recentemente, o deputado agrediu verbalmente nas redes sociais a petista e professora universitária Mary Ferreira, só porque ela o criticara pelas sucessivas posições favoráveis à agenda ultraliberal do governo Jair Bolsonaro (PL).
No Encontro de Tática Eleitoral do PT do Maranhão, realizado dias 4 e 5 de junho, o confronto veio novamente à tona e a professora expôs publicamente as contradições do deputado, gerando um tumulto no palco.
O parlamentar vota alinhado à bancada de direita e ultradireita do Maranhão, embora seja base do ex-governador Flávio Dino.
Gastão Vieira foi derrotado para o Senado em 2014 (ainda no campo liderado por José Sarney) e candidatou-se a deputado federal (Pros) em 2018, já convertido ao comunismo maranhense. Ficou na segunda suplência, mas foi efetivado na Câmara Federal graças a um acordo que retirou Rubens Junior (PCdoB) de Brasília para ser candidato a prefeito de São Luís e transformou o primeiro suplente Simplício Araújo (Solidariedade) em titular da Secretaria de Indústria e Comércio.
Bem antes, em 2011, pelas mãos de José Sarney, em aliança com Lula, Gastão Vieira foi ministro do Turismo no governo Dilma Roussef e chefe do então presidente da Embratur, Flavio Dino.
Quando agrediu verbalmente Mary Ferreira, o deputado extravasou a sua superioridade curricular: amigo de Lula, ministro de Dilma e avalizado pela Direção Nacional do PT para ingressar no petismo maranhense pela porta da frente, com direito a agredir uma militante histórica e entrar na lista de pré-candidatos do PT na federação com o PV.
Pelo conjunto da “obra”, cabem duas advertências: uma nota de repúdio do Coletivo de Mulheres do PT e o enquadramento da Direção Nacional. Se continuar votando na pauta bolsonarista, vai ser expulso do partido!
O ato de lançamento da pré-candidatura de Felipe Camarão ao Governo do Maranhão é um divisor de águas no processo de reconstrução do PT.
Digo reconstrução tomando como referência os longos últimos anos, quando o partido vinha sendo marcado por acirradas disputas internas, fabricando contra si próprio a imagem de uma agremiação desagregada, em constante batalha das tendências, incapaz de superar as suas fraturas em nome de um projeto coletivo.
O noticiário sobre o PT maranhense nos meios de comunicação era sempre de crise e de resultados muito aquém da força e do simbolismo da legenda.
A situação chegou ao limite quando, na eleição de 2020, elegemos apenas um prefeito nos 217 municípios do estado.
Apesar do tamanho, o maior partido da América Latina pensava pequeno aqui no Maranhão. Quebrado em vários pedaços, sem consistência orgânica, o PT de outrora era constantemente empurrado nas cordas da luta de boxe para a defensiva, servindo apenas como linha auxiliar de outras legendas e até de projetos conservadores.
Hoje o partido elabora a grande política, no sentido de se posicionar não só para um processo eleitoral datado em 2022, mas olhando o futuro…
A disputa entre as tendências, que era de autodestruição, agora é pautada no diálogo e na compreensão de que é possível superar as diferenças para alcançar objetivos e metas planejados com visão estratégica.
O ato do dia 4 de novembro de 2021 demarcou um território de relativa pacificação interna e simboliza a convergência da maioria das tendências no projeto da candidatura própria.
É tempo de protagonismo e unidade partidária! A direção, a militância e a base social petistas têm um nome. Parte do trabalho interno está feito, mas todos sabem o tamanho da responsabilidade e dos desafios postos à frente.
As tarefas e as metas adiante consistem no diálogo com todas as forças políticas sintonizadas na grande batalha para derrotar Jair Bolsonaro. Nesse cenário, o PT do Maranhão está sintonizado nos critérios e no nome ideal para unificar os interesses locais e os nacionais, convergindo para Felipe Camarão o apoio do governador Flávio Dino e da maior referência do campo progressista no Brasil – Luis Inácio Lula da Silva.
O perfil da nossa pré-candidatura reúne as condições para construir pontes, eliminar barreiras, pensar coletivamente, somar forças e buscar aliados na tarefa maior de combater a extrema direita, atuar intensamente na eleição de LULA presidente e de uma expressiva bancada parlamentar progressista.
A tática eleitoral da candidatura própria enxerga a conjuntura percebendo a árvore na dimensão da floresta, o Maranhão e a República. Temos, portanto, a responsabilidade com os dois legados deixados pela era Lula / Dilma Roussef e Flávio Dino.
Portanto, a pré-candidatura do PT do Maranhão está posicionada no contexto de um projeto coletivo e já começa a fazer lastro dentro e fora do partido.
Mas é preciso, sobretudo, ouvir a sociedade. A visão de um projeto coletivo passa sobretudo pela participação popular, incorporando os movimentos sociais de todas as qualidades e diversidades, os partidos políticos, a riqueza das experiências do povo, o campo científico, o setor empresarial, as religiosidades, a juventude e as políticas públicas que já deram certo e podem avançar.
A pré-candidatura do PT está disposta a construir uma grande frente progressista, ouvindo todos os segmentos da sociedade para a construção de um plano de governo sintonizado na missão de promover ainda mais crescimento econômico e inclusão social no Maranhão.
Avante, Maranhão! simboliza um novo momento. O PT tem tudo para crescer com mais qualidade, protagonismo e unidade. Esse é o desafio de todos nós.
Representantes das duas legendas fizeram a primeira rodada de conversação visando construir uma frente para disputar a sucessão do governador Flávio Dino (PSB).
“Avaliamos como muito positiva a reunião. Definimos que vamos continuar o diálogo e que a construção da frente democrática e popular aqui no estado é o mais importante que temos em comum”, avaliou o presidente do diretório estadual do Psol, Enilton Rodrigues.
A reunião com a direção estadual do PT e o pré-candidato a governador, Felipe Camarão, contou com a presença de 64% da direção estadual psolista, com a participação de Aline Varão, Valdeny Barros, Nonnato Masson e Ana Paula, além do próprio presidente estadual da legenda.
Pelo PT, participaram os secretários de estado de Cultura, Anderson Lindoso; de Agricultura (Sagrima), Luiz Henrique Lula da Silva; e de Direitos Humanos (Sedihpop), Chico Gonçalves, além do deputado estadual Zé Inácio e do vice-presidente estadual do PT, Francimar Melo.
“Vamos continuar dialogando com esse campo político e até o fim deste ano vamos realizar nossa conferência eleitoral e definir nossa tática, se teremos candidatura própria ou vamos apoiar um nome do campo popular”, finalizou Enilton Rodigues.
A aproximação entre PT e PSOL tem aval dos comandos nacionais dos dois partidos e harmonia com a pré-candidatura de Lula à Presidência da República.
O pré-candidato do PT, Felipe Camarão, é o atual Secretário de Educação do Governo do Maranhão e seria uma carta a ser jogada por Flávio Dino no futuro.
Na atual fotografia da conjuntura, o governador está inclinado a apoiar o seu vice, o tucano Carlos Brandão.
Se vingar, a aliança do PT com o Psol pode ser batizada de “coligação Camarão seco”. Uma delícia para acompanhar juçara com farinha.
Vice-líder do Governo do Estado na Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema), o deputado Zé Inácio informou ao governador Flávio Dino, na noite desta quarta-feira (9), que irá se licenciar do cargo.
Em sua vaga de deputado estadual assume o suplente Luiz Henrique Lula Da Silva, também do Partido dos Trabalhadores (PT).
O anúncio foi feito durante reunião no Palácio dos Leões. Presentes ao momento, a secretária-chefe da Assessoria Especial do Governador, Joslene Rodrigues, o secretário de Cidades, Márcio Jerry, o secretário de Comunicação, Ricardo Cappelli, e o secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves.
Sobre Luiz Henrique Lula da Silva
Natural de São Luís, Luiz Henrique Lula da Silva é jornalista e membro da Direção Nacional do PT. Foi secretário adjunto de Cidades durante a gestão do governador Jackson Lago, presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias no Maranhão (Abraço-MA) e gestor substituto da Delegacia de Desenvolvimento Agrário do Maranhão durante o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Esse artigo foi publicado em 16 de agosto de 2015 na primeira plataforma do Blog do Ed Wilson. Seis anos depois do texto, há sinais de aproximação entre Lula e Fernando Henrique Cardoso. Veja o texto original de 2015.
A fronteira entre o PT e o PSDB é curta e tênue.
Logo após a campanha de 2014, quando amigos e familiares ainda costuravam as feridas provocadas pelo tom agressivo da guerra eleitoral, a presidente eleita Dilma Roussef negou suas promessas e transformou-se em uma espécie de Aécio Neves de saia.
Dilma adotou o programa econômico do PSDB e efetivou no Ministério da Fazenda um dos principais representantes do neoliberalismo – Joaquim Levy.
Ato contínuo, o governo petista adotou uma série de medidas restritivas aos direitos dos trabalhadores, atingindo salários e aposentadoria.
Tudo aquilo que se esperava de um governo tucano foi antecipado pelo segundo mandato de Dilma.
Portanto, é preciso superar o maniqueísmo entre o PT e o PSDB. Esse fundamentalismo partidário entre vermelhos e amarelos não leva a lugar nenhum.
Para além das paixões eleitorais e afetos partidários, agravou-se uma crise da democracia brasileira que vai perdurar e seguir contaminando este e o próximo governo a ser eleito em 2018.
A crise é grave, ampla e não será resolvida apenas com a vitória eleitoral do PT ou do PSDB. Todo o Estado brasileiro está controlado pela corrupção eleitoral e administrativa.
Diante desse cenário, não será surpresa se Lula e FHC abrirem um diálogo na perspectiva de construir uma agenda mínima para o Brasil.
Afinal, entre eles não há grandes divergências. Os tucanos deram a Lula o mapa para navegar nas águas mansas da estabilidade do Plano Real. Até os economistas do PT reconhecem isso!
Lula aperfeiçoou os programas sociais criados pelo PSDB, transformando o Bolsa Família em uma das maiores plataformas de distribuição de renda do mundo.
INIMIGO MAIOR
Na atual conjuntura e no pós-2018, seja qual for o presidente eleito, o governo será parasitado pelo PMDB e a sua constelação – o PMDBismo.
O PMDBismo é a moeda da governabilidade, o cimento político do conservadorismo democrático e da corrupção. Nos últimos 20 anos, já teve várias denominações: Anões do Orçamento, Centrão, Mensalão e Petrolão.
No retrato atual da conjuntura, a principal figura pública do PMDBismo é o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, síntese da política degenerada em todos os sentidos.
O PMDBismo é a negação da República porque parasita todos os governos. É disso que o Brasil precisa se livrar, atacando a cultura política que domina o sistema partidário brasileiro.
Esse tipo de coronelismo contemporâneo sustenta o ciclo vicioso do financiamento de campanha e amplia essa prática para a compra de apoio dentro do Congresso Nacional, através de cargos, favores e, na versão degenerada, o pagamento em dinheiro aos parlamentares. PACTO PELO BRASIL
Lula já manifestou interesse em dialogar com FHC. Se a ideia prosperar, petistas e tucanos podem consolidar um bloco partidário para enfrentar o parasitismo do PMDB e construir uma agenda urgente para o Brasil.
A reforma política, cortando o financiamento privado de campanha, deve ser o centro do debate, viabilizando uma Constituinte Exclusiva para rever as regras do jogo.
É fundamental estancar o mecanismo de alimentação financeira dos partidos por meios escusos. Essa é a raiz principal dos esquemas de corrupção que controlaram o Congresso Nacional.
Torna-se impositivo cortar pela raiz o mal da corrupção eleitoral.
Além da reforma política, a agenda entre PT e PSDB deve incluir a pactuação da governabilidade sem submissão ao PMDB, daí a necessidade da aliança entre petistas e tucanos dentro do Congresso Nacional.
Outra questão fundamental é atualizar o programa da social-democracia, comum ao PT e ao PSDB, construindo um conjunto de ações para a retomada do desenvolvimento econômico.
A crise é ruim para todos os partidos que pretendem construir a governabilidade no quadro atual.
Diante das condições políticas e administrativas do Brasil contemporâneo, inviável sob a égide do PMDBismo, a saída é juntar as afinidades e o pragmatismo do PT e do PSDB para salvar o Brasil. Acima de tudo, é preciso deixar bem claro que o pacto não tem o objetivo de resolver as graves desigualdades do Brasil. Essa é uma questão mais profunda do capitalismo e da luta de classes.
O pacto é uma agenda emergencial, visando impedir o caos político e administrativo, que vai penalizar principalmente os mais pobres. EVITANDO O PIOR
Assim, o pacto entre o PT e o PSDB visa destruir o inimigo maior – o PMDBismo – para evitar o pior cenário: a ascensão do fascismo e a negação da democracia.
Enquanto petistas e tucanos apaixonados se agridem na internet, enxergando grandes diferenças entre Lula e FHC, a extrema direita cresce, ganhando a simpatia de fanáticos despolitizados.
Nesse oceano de incertezas e vazios na condução do país, há um ambiente fértil para a adesão da massa desempregada e sem esperança aos ideais totalitários. O Congresso Nacional está cheio de Bolsonaros dispostos a conduzir as insatisfações da população ao pior dos mundos.
A democracia foi o melhor regime até agora construído pela humanidade, com todos os seus defeitos. Não podemos abrir mão dela.
O pacto PT+PSDB visa evitar o pior – a emergência de setores fascistas e a abertura de espaço para os golpismos da extrema direita.
Entre a social-democracia de Lula/FHC e o fascismo da extrema direita, é melhor ficarmos com a parceria tucano-petista.
Lula e FHC precisam conversar muito mais.
Imagem destacada / Lula já enviou sinais de que está aberto ao diálogo com os tucanos liderados por FHC
Depois da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, anulando todos os processos da Lava Jato que condenaram o ex-presidente Lula (PT), um novo cenário eleitoral está posto para 2020.
Elegível, Lula pode ser candidato a presidente ou cabo eleitoral de luxo de algum petista, como Fernando Haddad, além de outro nome a definir pelo partido.
Concretamente, o PT terá candidatura própria e resta saber qual será a(o) candidata(o) a vice-presidente. Assim, a palavra final será de Lula, sendo ele candidato ou não.
Diante das lições do passado e da conjuntura atual, alguns critérios para a definição da chapa devem ser colocados na balança:
1 – critério político-partidário: Lula deve buscar um(a) vice fora do campo democrático-popular; ou seja, tende a dialogar com as forças do centro-direita onde precisa ampliar as bases e o eleitorado, visto que já terá a fidelidade do setor progressista no eventual segundo turno polarizado contra a extrema direita;
2 – perfil da candidatura: o PT precisa de um(a) companheiro(a) de chapa da direita liberal para acalmar o mercado, garimpando aliança com um nome do Centrão menos degenerado, algo como uma nova edição de José Alencar;
3 – sinalização para o mercado: os critérios anteriores são imprescindíveis para uma declaração de paz ao mercado, de tal forma que o nome, o partido e o perfil sejam degustados pela elite econômica internacional que controla as instâncias de poder;
4 – aspecto geográfico: o(a) vice precisa ser as regiões Sudeste, Sul ou Centro-Oeste, onde o campo democrático-popular tem mais rejeição, visto que o Nordeste já é um território onde o petismo e o lulismo navegam com certa facilidade;
5 – gênero e religião: Lula sempre foi atento às questões de gênero, tanto que escolheu Dilma Roussef para sucedê-lo, devendo ficar atendo novamente a uma candidatura a vice feminina, no estilo da senadora Katia Abreu, vinculada ao agronegócio na região Centro-Oeste;
6 – religiosidade: a onda conservadora cresceu no eleitorado e tem papel fundamental nas decisões, a tal ponto que um nome originário do segmento evangélico possa ser colocado na balança para compor a chapa em 2022;
7 – densidade eleitoral: embora colocado em último lugar na lista dos critérios, “ter voto” é tudo em uma eleição, sendo um aspecto somatório de todos os anteriores mas sempre transversal na definição do nome, em qualquer cenário;
Os critérios listados são pensados na fotografia do cenário atual, mas podem ser modificados na dinâmica da conjuntura, sempre vulnerável aos fatos novos e aos movimentos internos e externos das forças políticas, econômicas e culturais em trânsito no espaço público.
Ainda é muito cedo para fazer especulações sobre a disputa eleitoral de 2022, mas algumas imagens começam a ter um pouco mais de nitidez.
Um dos cenários prováveis é a formação do palanque no Maranhão com um candidato do PT a presidente (Lula ou Fernando Haddad), Flávio Dino (PCdoB) senador e Carlos Brandão (PSDB) ou Weverton Rocha (PDT) governador.
Flávio Dino esteve afinado com Lula e o PT por vários motivos programáticos e pragmáticos. E tudo indica que estarão juntos em 2022. Não foi por acaso que o governador usou a camisa com a estampa “Lula livre” (veja imagem destacada) quando votou na eleição de 2020.
No cenário da volta do PT ao poder em Brasília e Flávio Dino eleito senador, é bastante provável que ele seja convidado a compor a equipe ministerial de um eventual novo governo petista.
Se tudo der certo Flávio Dino vira ministeriável; portanto, a vaga de primeiro suplente de senador passará a ser bastante cobiçada no processo de negociação para formar a chapa do Palácio dos Leões.
Mas, isso só vai acontecer se e somente se “tudo der certo”; ou seja; caso o PT volte ao poder e Flávio Dino ganhe o Senado.
O “se” explica quase tudo e há um longo caminho a percorrer até 2022.
A velha disputa interna do PT no Maranhão ganha mais um capítulo na eleição para a Prefeitura de São Luís em 2020.
Durante o 1º turno a maioria do partido marchou unificada com o candidato a vice-prefeito e vereador Honorato Fernandes na chapa liderada por Rubens Junior (PCdoB), integrando o campo político-eleitoral do governador Flávio Dino (PCdoB).
No segundo turno o PT oficialmente declarou apoio a Duarte Junior (Republicanos), seguindo o comando do Palácio dos Leões, mas uma tendência do partido – a CNB (Construindo um Novo Brasil), liderada pelo deputado estadual José Inácio – abriu uma dissidência e está no palanque de Eduardo Braide (Podemos), apontado como bolsonarista.
Em uma nota pública (veja abaixo), a CNB justifica o apoio ao bolsonarista; porém, no mesmo texto, aponta fidelidade ao governador Flávio Dino na eleição de 2022.
“Cumpre destacar, desde já, o compromisso da CNB – Maranhão com o Governador do Estado, e o projeto que ele representa para a esquerda brasileira, motivo pelo qual ressaltamos o nosso total apoio ao futuro candidato de Flávio Dino ao Governo do Maranhão, por entender que é preciso dar continuidade ao ciclo de avanços e conquistas que transformaram a vida do povo maranhense e garantiram mais dignidade aos mais pobres através do Governo Dino.”, pregou a CNB.
Outra nota (veja aqui), da Executiva Municipal do PT de São Luís, rechaça qualquer tipo de aproximação com Eduardo Braide e firma compromisso com Duarte Junior (Republicanos), candidato do governador Flávio Dino.
“Em reunião da Executiva Municipal, realizada na última terça-feira (17), foi definido por 13 votos favoráveis e uma abstenção, o apoio do PT ao candidato Duarte Jr. no 2° turno. A questão foi debatida e a decisão tomada. O PT neste segundo está com Duarte Jr.”, reiterou a direção local petista.
Entre textos e posições distintas, o PT só elegeu um prefeito nos 217 municípios do Maranhão, em Coroatá; e a candidatura coletiva NÓS para uma das 31 vagas da Câmara dos Vereadores de São Luís.
No passado, o braço local da CNB levou a má fama de “sarnopetista”, devido ao alinhamento à oligarquia liderada por José Sarney, que não se esgotou durante a participação do PT no governo Roseana Sarney.
Mergulhando nas águas profundas da política o sarnopetismo segue fazendo tabela com a ex-governadora e o seu pai-conselheiro. Agora, na disputa do segundo turno em São Luís, o MDB migrou para Eduardo Braide e a CNB foi junto.
Pode até parecer coincidência, mas não é.
Veja abaixo a nota da CNB na qual justifica o apoio a Eduardo Braide:
*RESOLUÇÃO DA CNB-MA SOBRE O SEGUNDO TURNO EM SÃO LUÍS*
O segundo turno das eleições de São Luís exige das forças do campo democrático e popular uma profunda reflexão acerca da conjuntura que se desenhou no pleito da capital.
Finalizado o primeiro turno em 15 de novembro, têm-se na disputa eleitoral do segundo turno dois candidatos que integram partidos da base aliada do governo federal: Eduardo Braide e Duarte Júnior.
Braide é do Podemos e Duarte é do Republicanos. Ambos os partidos não possuem alinhamento ideológico com o PT ou com o campo democrático-popular.
Ao analisar meticulosamente quem apoiar neste segundo turno, o PT e as demais forças de esquerda devem considerar que não se trata de uma opção meramente ideológica, posto que ambos os candidatos não possuem afinidade política com o campo democrático-popular.
O candidato Duarte Júnior, que abandonou as fileiras do PCdoB para se filiar ao partido dos filhos de Bolsonaro (Republicanos), já fez declaração pública – como se fosse motivo de orgulho – de que integra o partido da base aliada de Jair Bolsonaro, usando tal discurso como meio de conquistar apoio político e votos. Outrossim, o candidato Duarte desferiu recentemente ataques ao então candidato do PCdoB à prefeitura, Rubens, e à militância do partido, fazendo insinuações pejorativas e referendando uma posição antipartidária de negação da política.
É importante destacar também que o candidato Eduardo Braide tem adotado uma posição independente na Câmara dos Deputados, tendo votado contrariamente à orientação do governo Bolsonaro em temas importantes como a Reforma da Previdência, o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, MP da flexibilização das regras trabalhistas durante a pandemia e o Novo FUNDEB, matérias em que Eduardo Braide se posicionou da mesma forma que a bancada do PT.
A análise sobre o segundo turno deve ser político-eleitoral, com o fito de buscar concretizar um modelo de gestão que seja capaz de desenvolver São Luís e garantir melhorias para a nossa população, sobretudo a mais pobre.
No que se refere à política de alianças, o Podemos em Recife já declarou apoio à candidata Marília Arraes, do PT, no segundo turno, o que reforça a tese de que esse novo momento eleitoral reúne forças e projetos opostos em torno de uma causa maior, que é o desenvolvimento e o bem-estar das cidades e do seu povo.
É legítimo que o PT, seus militantes e lideranças, ou qualquer partido progressista, façam a opção política de apoiar qualquer dos candidatos a prefeito de São Luís, visto que não se trata de uma disputa com a presença de figuras que representam o campo popular e democrático que a esquerda integra.
Cumpre destacar, desde já, o compromisso da CNB – Maranhão com o Governador do Estado, e o projeto que ele representa para a esquerda brasileira, motivo pelo qual ressaltamos o nosso total apoio ao futuro candidato de Flávio Dino ao governo do Maranhão, por entender que é preciso dar continuidade ao ciclo de avanços e conquistas que transformaram a vida do povo maranhense e garantiram mais dignidade aos mais pobres através do Governo Dino.
Diante deste cenário, a CNB Maranhão DECIDE declarar apoio ao candidato Eduardo Braide (Podemos) neste segundo turno, por acreditar que ele é o mais preparado para gerir São Luís e garantir melhores condições de vida para a população, e, principalmente, por ter assumido o compromisso de efetivar políticas que dialogam diretamente com o modo petista de governar, tendo como princípios basilares a luta contra as desigualdades e a defesa da justiça social.
São Luís, 20 de novembro de 2020. CNB – Maranhão Coordenação
Quando Fernando Haddad e Jair Bolsonaro disputaram a presidência, em 2018, uma certa claque profetizou nas redes sociais o discurso “eles não”. Esse bordão era compartilhado por gentes finas, elegantes e sinceras, alguns até frequentadores dos ambientes “cult” de São Luís.
Diferentemente do bolsonarista raiz, que vai logo disparando os xingamentos “Lula ladrão” ou “A culpa é do PT”, o eleitor cool da direita é sofisticado, circula nos ambientes alternativos, transita no meio cultural da esquerda e até pisa em algum bar descolado da Praia Grande.
Esses eleitores refinados têm seus representantes e ocupam lugares estratégicos nos cargos de gestão, nas elites administrativas do Estado, nos empreendimentos das marcas de sucesso, nas comunidades científicas, nos púlpitos das igrejas e, sobretudo, nos três poderes onde as coisas são decididas.
“Eles não”, em tradução direta, significa igualar um professor universitário civilizado a um ser ignóbil, homofóbico, misógino, racista e elogiador de torturadores, entre outros adjetivos não pronunciáveis.
O raciocínio é mais ou menos esse: tornar os diferentes iguais (“eles não”) para justificar a opção pelo degenerado, sem macular a escolha. É o disfarce perfeito.
Trata-se de algo diferente do bolsonarista cego de ódio, que não apresenta sequer um argumento, a não ser a sua crença de que “a culpa é do PT”
Para os analistas do discurso, “Eles não” é uma forma camuflada de opção pela direita sem pronunciar o discurso raivoso.
Entre esses bolsonaristas existem aqueles que odeiam o setor público, mas adoram um cargo arranjado no esquema clientelista, ganhando muito para não trabalhar. Mas, sempre mantendo a pose elegante.
Às vezes é aquela pessoa muito bem vestida, polida, sorridente, limpa, galante, bondosa; enfim, educada.
Parte desse eleitorado, adepto do lavajatismo, “evoluiu” para o bolsonarismo e está sempre armada para repetir que o desastre do atual governo não é bem assim…
Já o bolsonarista grosseiro, fácil de identificar, você bate o olho, apura o ouvido e reconhece logo. Ele grita “fora PT” e cruza o sinal vermelho, não respeita a faixa de pedestre, ocupa a vaga do deficiente ou do idoso no estacionamento, fura a fila do banco, burla o fisco e joga lixo na rua.
O outro, aquele tipo sofisticado que postou nas redes sociais “eles não”, é bem mais refinado. Fala baixo, costuma respeitar as regras básicas da civilização e tem bom convívio social.
São tipos diferentes no comportamento, mas iguais na opção.
“Eles não” vai sempre torcer o nariz para qualquer governo humanista com o mínimo de intencionalidade voltada para a justiça social.
É um tipo de gente que topa qualquer coisa (até mesmo Bolsonaro!), menos Lula, o PT, o protagonismo dos pretos, dos índios, das mulheres, da Bolsa Família, da comunidade gay e dos pobres em geral.
A velha aristocracia escravocrata está no meio de nós e, às vezes, nem percebemos.