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Mais de 2 milhões de máscaras foram entregues gratuitamente pelo Governo do Maranhão

“Mantendo as ações assistenciais em nosso estado, já distribuímos mais de 2 milhões máscaras gratuitamente, produzidas, tanto no sistema penitenciário, como por costureiros e costureiras, mediante edital”, anunciou o governador Flávio Dino. Além das máscaras distribuídas, nos próximos dias, o Governo do Maranhão terá distribuído mais de 200 mil cestas básicas para as famílias maranhenses que vivem em situação de risco e que sofrem com agravamento da crise sanitária e econômica no país. 

Durante entrevista coletiva, o governador anunciou parceria feita com a embaixada dos EUA no Brasil, que destinará um hospital de campanha com 40 leitos para a cidade de Bacabal. 

“Mais uma vez queremos agradecer a todas as parcerias feitas com setores públicos, privados, entidades da sociedade civil. Agradecemos a parceria e a união que temos em todo esse processo de combate ao coronavírus no estado do Maranhão. Agradecemos em especial aos cidadãos maranhenses, que apoiam as medidas preventivas, usando máscaras, respeitando o distanciamento social, porque essas são ações efetivas, que trazem bons resultados nessa crise sanitária que o mundo todo está vivendo”, disse o governador. 

Inquérito Sorológico 

Na coletiva, o governador falou sobre o início das primeiras ações do inquérito sorológico que visam identificar o percentual da população maranhense, provavelmente, contaminada com o coronavírus. Os testes serão realizados em 69 municípios maranhenses e mais de 4 mil pessoas farão os exames sorológicos nessa primeira fase, que acontece de 27 de julho a 07 de agosto. 

No evento, ele falou ainda sobre a doação de mais de R$ 5 milhões de reais feita pela organização internacional Open Society Foundation ao Governo do Estado para a compra de equipamentos, medicamentos, cestas básicas e máscaras para o estado do Maranhão, além da parceria entre o Executivo Estadual e pequenos empreendedores e prestadores de serviços por meio da plataforma “Resolvi”, que funcionará como um canal de comercialização dos pequenos produtores e empresários maranhenses. 

O objetivo do inquérito é estimar o tamanho da subnotificação, que permitirá aferir a tendência de obtenção da imunidade coletiva, relevante para a tomada de futuras decisões pelo Governo do Estado. 

Educação

O governador anunciou ainda que foi editado o protocolo pedagógico referente à 3a série do Ensino Médio da rede estadual, mantendo a previsão do início das aulas presenciais – por sistema híbrido – a partir dia 10 de agosto. “Editamos decreto com a requisição de chips com pacotes de internet. Nosso pedido foi atendido por uma empresa privada e conseguimos confirmar, nessa semana, a aquisição de 90 mil chips com pacote de internet que serão distribuídos aos estudantes da rede estadual que cursam a 3a série do Ensino Médio. Dessa maneira eles poderão ter acesso às aulas online”, assegurou o governador. 

A taxa de contágio do coronavírus no Maranhão permanece baixa e a taxa de letalidade maranhense continua abaixo da média brasileira. O estado permanece em estágio seguro no patamar de leitos exclusivos para pacientes com coronavírus, com uma média de 50% de ocupação dos leitos de UTI e 26% ocupação leitos clínicos.

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“É indispensável para a educação pública”, afirma Bira do Pindaré sobre o Novo Fundeb

O vice-líder do PSB na Câmara dos Deputados, Bira do Pindaré (PSB), voltou a defender o Novo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). O parlamentar cobrou que a proposta seja colocada em pauta o mais urgente possível. 

Para ele, o Novo Fundeb é indispensável para a educação pública brasileira e representa mais de 63% dos recursos para educação, o que equivale a mais de R$ 157 bilhões. O deputado argumentou que caso o Fundo não seja votado, a educação pública paralisa e não conseguirá atender os milhões de brasileiros e brasileiras que dependem exclusivamente dela. 

“Falo isso com muita propriedade porque estudei em escola pública a vida inteira e, se não fosse a educação pública, eu não teria chegado até aqui. De modo que é fundamental que a gente possa dar esse passo na construção de um Fundeb Permanente, que possa garantir a ampliação de escolas de tempo integral, que hoje representa apenas 17% das escolas brasileiras”, salientou. 

Bira acrescentou ainda que os estados e municípios dependem da aprovação do Novo Fundeb “O meu querido Maranhão e a minha querida São Luís dependem inteiramente disso para melhorar a estrutura das escolas, para valorizar os professores, professoras e demais profissionais da educação, para garantir uma condição e uma oportunidade de enfrentamento e redução das desigualdades sociais que são gritantes em todo país”, enfatizou. 

Segundo o deputado, a redução e até mesmo erradicação dos problemas sociais, ainda mais evidenciado pela pandemia, perpassa pelos investimentos em educação pública, gratuita e de qualidade, com acesso democratizado. Ele lembrou que a educação é o discurso fácil de todo candidato em eleição, quando diz que a classificam como prioridade. 

“Chegou a hora de provar que a educação é prioridade, aprovando o novo Fundeb. O relatório da professora Dorinha está pronto. Não é o texto ideal, mas apresenta avanços importantes e nós precisamos reconhecer os esforços de todos aqueles que lutam e sonham com uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos e todas nesse país. Novo Fundeb Já! É isso que queremos para o Brasil, para o Maranhão e para a nossa querida São Luís”, concluiu. 

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Rádio Senado precisa ouvir o Brasil profundo

Ouvinte assíduo de AM, FM e das emissoras nativas na web, passei a monitorar a programação da rádio Senado desde que entrou em São Luís, no Nordeste do Brasil.

É muito necessário identificar geograficamente a cidade porque muita gente pensa que a capital do Maranhão é “no norte” ou “lá em cima” e “muito longe”. Toda vez que ouço esse tipo de indelicadeza tento orientar as pessoas sobre no nosso lugar, vizinho do Piauí e do Pará.

Oficialmente, estamos na região Nordeste e no Maranhão de vários biomas há uma região situada na chamada pré-Amazônia. Temos ainda áreas alagadas nos campos da Baixada, parte do cerrado e um vastíssimo litoral cheio de reentrâncias com manguezal e dunas. Estas características permeiam os famosos Lençóis Maranhenses, que muita gente confunde com a Ilha dos Lençóis. Mas, nem vamos estender esse papo.

A conversa aqui é sobre música. Em primeiro lugar, deixo registrado que a rádio Senado tem a melhor programação até onde os ouvidos alcançam aqui no Maranhão.

Porém, cabe uma crítica a alguns programas. “Somtemporâneo”, por exemplo, ainda insiste no agendamento e na visibilidade dos novos cantores e compositores baseados no eixo Rio de Janeiro-São Paulo-Minas Gerais.

Não estou, de maneira nenhuma, repudiando opção da emissora pelo eixo sudoeste. Mas, sejamos sinceros: certos “ôôô” de algumas bandas prediletas da rádio Senado soam muito ruim aos ouvidos.

Se é para tocar certos “sucessos” do sudoeste sem animação, é melhor logo “arrochar o buriti”, como se diz aqui no “norte” para estimular uma pessoa a ir em frente sem medo de nada, por cima de pau e pedra.

Quem escuta a rádio Senado é conduzido(a) a ouvir a sonoridade recortada de uma parte do Brasil, às vezes repercutindo certas bandas e cantores ruins, “proibindo” a audiência de apreciar a imensa diversidade cultural do Brasil sonoro.

A rádio Senado precisa ir à Amazônia. Como é que o marajoara Nilson Chaves não toca na rádio mais famosa de Brasília, já que temos até uma rodovia federal que conecta a capital federal ao Pará? Falta a estrada musical para ligar as duas cidades. Ou não?

Vizinho do Pará, o Maranhão tem uma imensidade rítmica para preencher várias laudas desse artigo. Mas, vamos ficar apenas nos valores percussivos dos festejos carnavalesco e junino. Na boa: a rádio Senado precisa sentir a terra tremer quando um batalhão de bumba-meu-boi de matraca guarnece.

No mais, tenho muita expectativa de ouvir na emissora do Planalto Central muito mais som da América Latina. O CD “Pássaro Poeta”, musicando poemas do cubano Tony Guerrero, é um primor de produção para ouvir uma tarde inteira de sábado!

Se para o cenário latino-americano é assim, imagine o “resto”.

O “resto” do país está confinado ao programa “Brasil Regional”. Faz sentido segmentar a música local em um espaço restrito, quando a produção desse país culturalmente lindo poderia ser melhor distribuída ao longo da grade toda?

Regional, bem feito, é música no mundo inteiro, universal!

No geral, fica a provocação: a rádio Senado precisa ouvir as profundidades sonoras do Brasil.

Faço questão de registrar que na emissora, a começar pelos trabalhos técnicos de Josevaldo Sousa, a equipe inteira de apresentadores e produtores é competente, dedicada, profunda conhecedora da música nas suas devidas especialidades e muito bem intencionada.

Apesar de tudo isso, registro aqui o meu desabafo. O fato de não ser uma emissora comercial dá à rádio Senado um vasto mundo de possibilidades.

Vamos fazer a comparação necessária. Emissoras com pouco ou quase nada se viram como podem. No interior do Maranhão há inúmeros talentos apresentando suas músicas sabe onde? Nas rádios comunitárias e na Agência Tambor/rádio web Tambor. Nessas pequenas emissoras roda o “somtemporâneo” popular que não cabe nas ondas elitizadas da rádio Senado.

Elitizadas mesmo, geograficamente limitadas a um suposto centro produtor de musicalidade. O Brasil não é só “isso”. O “resto” também é muito importante.

Em síntese: a rádio Senado é uma emissora conservadora.

Por mais que eu goste dela, quero muito mais.

Imagem destacada / logomarca da rádio Senado capturada nesse site

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Maranhão inicia retomada gradual do turismo doméstico, mas setor deve seguir “rígido protocolo sanitário”, diz secretário

O setor turístico do Estado aos poucos vem retomando as atividades no Maranhão, mas o retorno deve atender a um “rígido protocolo sanitário de biossegurança”, como explica o secretário de Estado do Turismo (Sectur), Catulé Júnior. 

“Aos poucos, os principais destinos turísticos do Maranhão vêm abrindo as suas portas para os visitantes e esta retomada está sendo feita de forma gradual. Estamos sensibilizando todo o trade turístico sobre a importância de mantermos firmes a vigilância sobre o cumprimento de todos os protocolos e normas sanitárias”, disse o secretário.  

Apesar da reabertura de pontos turísticos que atraem visitantes de vários países, Catulé Júnior frisa que a ênfase nesse momento é o mercado interno. 

“Dentro da nossa política de promoção turística priorizaremos o turismo doméstico, dentro do nosso próprio Estado. Faço aqui um convite a todos os maranhenses, para que façamos de forma responsável, gradativa e gradual uma visita pelos principais destinos turísticos do Maranhão, nossa terra de encantos”, ressalta Catulé. 

Desde o dia 1º, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, destino procurado por turistas do mundo inteiro e de gestão federal, foi reaberto para visitação. Os principais atrativos turísticos de cidades como Tutóia, Fortaleza dos Nogueiras e Riachão, assim como o Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (Ceprama), em São Luís, também estão abertos.

Lagoas formadas por água das chuvas nos Lençóis Maranhenses

Nesta etapa, o cuidado com a higienização tem que ser redobrado e toda cadeia produtiva envolvida deve adotar métodos que primem pela saúde dos turistas e trabalhadores do setor. 

“É importante salientar que todos eles [reabrem] sob um rígido protocolo sanitário de biossegurança, para que assim nossos turistas e visitantes se sintam mais seguros”, alertou o secretário Catulé Júnior. 

Aplicativo para visitar a Chapada das Mesas com segurança

Considerado um paraíso do ecoturismo, por mesclar rios, cachoeiras e uma exuberante paisagem do cerrado, o Parque Nacional da Chapada das Mesas também começa a receber visitantes.  

Além de mobilizar os atores do turismo para a elaboração dos protocolos sanitários, a Setur apoiou a criação de um aplicativo que indica aos turistas quais prestadores de serviço possuem o “Selo Turismo Responsável”, programa lançado pelo Ministério do Turismo (MTur) que estabelece boas práticas de higienização para cada segmento do setor. Segundo o MTur, o selo é “um incentivo para que os consumidores se sintam seguros ao viajar e frequentar locais que cumpram protocolos específicos para a prevenção da Covid-19”. 

Com o lema ‘Turismo responsável, limpo e seguro’, a ferramenta virtual permite que o usuário saiba, por exemplo, quais meios de hospedagem, agências de turismo ou restaurantes da Chapada das Mesas já estão adaptados às novas regras sanitárias. 

O app também oferece acesso à integra dos protocolos de biossegurança que foram adotados como referências para o retorno seguro da atividade turística no Parque.

“A Setur tem trabalhado para que esses protocolos possam ser implementados e para que a gente possa ter essa retomada da melhor maneira possível, de forma mais segura. Os atores do Turismo de cada município são peças fundamentais na execução desses protocolos”, avalia o superintendente de Turismo da Chapada das Mesas, Beto Kelnner. 

O recurso online conta, ainda, com cartilhas educativas e vídeos que apresentam as belezas da Chapada das Mesas. O aplicativo pode ser acessado de qualquer navegador web, no celular ou no computador, por meio do endereço eletrônico chapadadasmesas.glideapp.io/.

Imagens: Agência de Notícias / Governo do Maranhão
Foto destacada: Poço Azul, na Chapada das Meses, na região sul do Maranhão.

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Turiaçu: 365, sim; 150, não!

Por Jadeilson Cruz, graduado em Filosofia e estudante de Jornalismo da UFMA

Hoje, 11 de julho de 2020, comemora-se o sesquicentenário da elevação da Vila de Turiaçu à categoria de cidade. Apesar de ser uma data emblemática, pois significa uma mudança significativa de patamar, não a considero a mais importante da história turiaçuense. Já que em conformidade com a Provisão Régia de 09 de abril de 1655, como consta na monografia do professor Robson Campos Martins, foi criada a Missão Jesuíta São Francisco Xavier, dando origem ao primeiro núcleo demográfico de Turiaçu. Desse modo, em 09 de abril do corrente ano era para se ter comemorado 365 anos de história e não 150 como muitos comemoram no dia de hoje. 

Turiaçu é gigante. E entre os grandes da história do Brasil e do Maranhão deve figurar. Comemorar o 11 de julho como a data mais importante é uma forma de ignorar os primórdios da história turiaçuense. Temos que dar o devido valor aos acontecimentos históricos e colocar Turiaçu em seu devido lugar. 

Não podemos nos esquecer de outras datas importantes da nossa história: como 25 de junho de 1833, criação da Vila de Turiaçu; 13 de fevereiro de 1834, instalação da Vila de Turiaçu; e 12 de junho de 1852, reincorporação de Turiaçu ao Maranhão. Além dessas já citadas, é fundamental que conheçamos não apenas outras datas importantes, mas também a História de Turiaçu mais profundamente. É necessário que nos empenhemos em compreender os fatores que determinaram as transformações ao longo do tempo e a atual configuração do nosso município. Temos que, como disse Heródoto, “Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro”. Só o conhecimento do passado nos dará a real dimensão da nossa História.

Antiga igreja São Francisco Xavier, padroeiro de Turiaçu

As fontes sobre a História de Turiaçu são escassas, tornando-se assim praticamente incompreensíveis alguns fatos importantes da nossa história, como a configuração política em 1870, a partir de 11 de julho; a composição, organização e localização do Quilombo de Turiaçu, que teria sido o segundo maior do Brasil, ficando atrás apenas do de Palmares; dentre outros fatores que contribuiriam para melhor compreensão do que somos a partir do que fomos. O grande culpado por grande parte dessa escassez é o capitão Manuel Aurélio Nogueira, que em 1930, quando administrava o nosso município, mandou incinerar quase todo o arquivo municipal. Nesse sentido, é necessário um estudo historiográfico minucioso. Tanto os governantes como a população devem se empenhar e angariar fundos para financiar esse mergulho na história turiaçuense. 

Em relação a Turiaçu, eu tenho muitos sonhos. O principal deles é ver a sede do município transformada em uma cidade cultural. Quero andar pelas ruas e ver um teatro, um cinema, um museu e uma biblioteca imponentes. Também, casas de danças, de música e manifestações culturais sendo encenadas e cultivadas nas praças e nas ruas. Quero ter o prazer de assistir, ao lado dos meus conterrâneos, a grandes e maravilhosos espetáculos. Como poetizou Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. 

Turiaçu precisa respirar história, cultura, conhecimento, esporte e lazer. Não é aceitável que no nosso município não exista pelo menos um museu, como também monumentos em homenagem aos nossos heróis. Outro fato lamentável é a falta de locais apropriados para a prática de esportes e para a apreciação de eventos culturais, assim como a inexistência de áreas de lazer adequadas. E o mais inadmissível ainda é o menosprezo ao conhecimento, pois a maior prova disso é a degradação da Biblioteca Municipal. Conhecimento é prioridade, sempre deve estar em primeiro lugar. Um povo sem conhecimento, é um povo sem esperança, logo, sem futuro. O conhecimento é condição necessária para libertar a alma da tirania da ignorância. 

O 09 de abril deveria ser um dia de festa e de celebração da turiaçuensialidade. Nesse dia deveria haver eventos esportivos, culturais e educacionais. Em alguns momentos o 11 de julho já foi palco de eventos assim, porém precisamos de algo ainda mais grandioso. Esse dia seria ideal não apenas para festejarmos o nosso povo, mas também para conhecermos mais profundamente a nossa história. Como disse o professor Robson Campos Martins: “Um povo que perde as suas tradições, é um povo indigno de figurar na história”. 

Foto destacada / uma das ruas mais antigas da cidade / divulgação: acervo pessoal do professor Edmar Costa Filho

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O Livro de Ordem e o ‘canetinha’

José Henrique Campos Filho *

Brasileiros de todas as classes, desde sempre, acalantam o sonho da casa própria – “Quem casa quer casa”, diz um ditado popular. São  várias as formas de realizar esse desejo, sendo a mais comum o financiamento por meio de programas governamentais.

Há opções de financiamento para variados gostos e bolsos: apartamentos de luxos, casas em condomínios de alto e médio padrão e, também, as opções populares, em empreendimentos localizados, na grande maioria dos casos, em áreas periféricas das cidades. Em todos esses casos, o comprador recebe o imóvel pronto para morar sem ter qualquer ingerência na execução da obra. Quando muito pode interferir no layout do imóvel.

Existe, também, outra possibilidade, diante das opções oferecidas. É quando o cliente resolve querer algo personalizado. Neste caso, ele adquire o terreno, contrata um engenheiro de sua preferência e elabora, a quatro mãos, o imóvel dos seus sonhos.

Com o projeto pronto, financiamento aprovado e licenças emitidas, ele se vê diante da possibilidade de se tornar um empreendedor. E olha que empreendimento! Procura uma empresa de engenharia ou um engenheiro e delega essa responsabilidade. Tem aqueles, entretanto, que decidem dirigir sua própria construção. Pensa em procurar um engenheiro, mas, um ‘amigo’ diz que conhece outro profissional (um não engenheiro) que faz ‘baratinho’ e é ai que começa seu tormento. 

Obra instalada, tapumes colocados, o empreendedor recebe a visita do CREA e é surpreendido com uma multa considerável, pois ele não foi informado, pelo profissional que contratou, da imprescindibilidade de um engenheiro para ser o responsável técnico da obra. Ai alguém informa que é preciso de um engenheiro só para assinar uma ART. Ele vai atrás de um amigo ou amigo de um amigo e acaba encontrando o famoso engenheiro ‘canetinha’ que, por uma gorjeta, joga o seu diploma na lama, assinando a ART sem ser o responsável pela obra.

É ai que o “empreendedor pessoal” fica totalmente vulnerável. As várias etapas da construção são feitas sem qualquer protocolo ocasionando, assim, diversas “patologias construtivas”. Em geral essas obras, quando prontas, geram “dor de cabeça” ao proprietário pelo resto da vida. São paredes úmidas, telhados problemáticos, pintura soltando, vazamentos e dezenas de outras patologias.

Assim como o exercício da Medicina é privativo ao médico e a advocacia ao advogado, também a construção é privativa do engenheiro. E não se fala aqui em defender nichos de mercado. O que se defende, sim, é o direito que a sociedade tem de ter acesso a obras seguras e confortáveis que atendam, plenamente, o sonho da casa própria. E isso só é possível com a presença do engenheiro.
Para se construir uma casa ou um prédio é imprescindível que o engenheiro esteja presente em todas as fases, dirigindo, orientando e fiscalizando o processo construtivo. De outra forma, improvisando, tudo sai errado. São paredes sem prumo, encanamentos vazando, instalações elétricas inseguras e vigas subdimensionadas.

O CREA-MA tem grande responsabilidade neste problema. O CONFEA já determinou a obrigatoriedade do Livro de Ordem, um diário de obra que torna compulsória a presença do engenheiro em todas as etapas de uma construção. Falta o CREA-MA implantar e fazer valer essa determinação, que garante o emprego do engenheiro e segurança para a sociedade. Colocar em prática essa medida do CONFEA representará um grande avanço para a construção civil no Maranhão. Será quando, finalmente, teremos, em cada obra, a presença de um engenheiro. Assim, os problemas construtivos seriam evitados e o profissional de engenharia teria seu papel reconhecido na sociedade.

José Henrique Campos Filho é engenheiro civil, empresário, ex-secretário de Administração e Previdência do Estado do Maranhão e presidente em exercício do Clube de Engenharia do Maranhão.

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Imagens de embarcações tradicionais do Maranhão ganham exposição virtual

A beleza das embarcações tradicionais do Maranhão é revelada em uma exposição virtual – denominada “Barcos Maranhenses” – inédita pensada e promovida pelo artista visual maranhense Jailson Belfort, em seu Instagram @jailsonbelfort.

Os trabalhos apresentam paisagens icônicas de fotógrafos profissionais e amadores reverenciando a cultura marítima e fluvial do Maranhão. Belfort nos coloca em contato com olhares diversos que capturaram barcos centenários em ação tornando evidente o modo de vida de populações criadoras de uma carpintaria naval singular e majestosa.

Esta mostra convida o público a conhecer a conjunção entre trabalho na pesca, engajamento com a natureza e as invenções do gênio humano dos construtores de barco das comunidades. Lugar que mistura arte, artesanato, trabalho, sobrevivência, beleza e paisagens em capturas fotográficas privilegiadas.

A escolha por expor nas redes sociais se justifica por conta da necessidade de distanciamento social, ao mesmo tempo em que utiliza dos veículos virtuais para revelar a beleza do conjunto desses retratos da vida no Maranhão.

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Viva os tambores de São Luís e de todo o Maranhão

Leitura de Josué Montello com vista para o Centro Histórico de São Luís
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Apruma realiza live solidária com artistas maranhenses

Fonte: Apruma (Associação dos Professores da UFMA)

Acontece neste sábado, a partir das 19h, nos canais da Apruma no Facebook e no Twitter, a transmissão ao vivo Arraiá da Apruma, apresentada pela professora da UFMA e atriz Gisele Vasconcelos.

O Arraiá contará com as apresentações das cantoras Rosa Reis – referência no cacuriá e demais ritmos do Maranhão – e Luciana Pinheiro, além do cantor Roberto Ricci, outro grande nome da nossa música. A programação está imperdível.

Além de proporcionar um pouco do melhor do São João do Maranhão durante o período de distanciamento social, o Arraiá da Apruma também aproveitará para arrecadar recursos a serem destinados a estudantes e terceirizados da UFMA que se encontram em situação de vulnerabilidade social em meio à pandemia,

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Nos tempos do cine Monte Castelo

Nas comemorações do Dia do Cinema o filósofo Marco Rodrigues rememora os laços lúdicos e estéticos com a Sétima Arte em um dos espaços de entretenimento mais populares de São Luís – o cine Monte Castelo

Texto e foto interna: filósofo Marco Rodrigues

Texto e foto interna: filósofo Marco Rodrigues

Nessa imagem, o saudoso Cine Monte Castelo, praticamente em ruínas. Nele, tive minha primeira experiência com a sétima arte. Na ocasião, estreava “Robocop: o policial do futuro”, em 1987. Foi a minha tia Carminha, já falecida, quem me levara. Ali, longas filas se formavam, representando uma confluência plural, que se expressa agora em minhas memórias, num vislumbre de uma rica espiritualidade cultural romântica do que era o bairro do Monte Castelo naqueles tempos.

Diversos eram os frequentadores, destacando-se estudantes do SENAI e da Escola Técnica (hoje IFMA), que muitas aulas mataram, quiçá com alguma razão, para namorar na maior parte das vezes. Em frente, a banca de revistas do Reginaldo, onde iniciei minhas primeiras experiências literárias, por meio de HQ’s, gibis e livros que eram divididos em coleções.

Em ruínas, antigo cinema é só lembrança

Reginaldo hoje tem uma banca em frente à UNDB. Ao lado, a épica quitanda do Seu Melo… Preciso confessar: eu e outros meninos usávamos moedas já fora de circulação para comprar bombom, pois Seu Melo não enxergava bem. Foi a minha primeira e única participação no crime, formação de quadrilha em travessuras infantis.

A Pizzaria Popeye, quase uma extensão do cinema, era o point da galera antes ou após as sessões. Vendedores ambulantes, carrinhos de churros e pipoca disputavam espaço meio a praça, próximo ao Trailer de Lanches e da parada de ônibus. Nas imediações, que se estende ao longo da avenida Getúlio Vargas, inúmeros bangalôs belíssimos havia, hoje completamente descaracterizados pela anti-poética do empreendedorismo, um atentado à história da arquitetura de São Luís.

Um dos mais belos era um bem de esquina em frente ao IFMA, onde morava o Coronel Belchot, que parecia ter saído de dentro dos livros de literatura fantástica. Vale lembrar ainda, da frequentadíssima birosca, além das principais farmácias, a de Seu Edson e da Dona Cleide,  traços da área de saúde que se somavam à atmosfera vivaz do bairro…

Toda essa memória foi graças ao cinema, o que explica, fundamentalmente, a importância da arte em nossas existenciais, pois, como assevera Ferreira Gullar, “a arte existe porque a vida não basta”.

Foto destacada capturada neste site / Ônibus estacionado na parada em frente ao cine Monte Castelo