De 06 a 13 de dezembro, profissionais de dança, companhias, coletivos, escolas, bailarinos independentes e grupos vão apresentar suas experiências na dança por meio de apresentações, workshops, palestras, vivências, bate papo, batalha de danças urbanas e mais.
Neste ano, para promover a semana em paralelo com as medidas de distanciamento e responsabilidade social preventivas ao COVID-19, o evento será 100% online. O ambiente virtual vai transmitir ao público os oito dias de programação.
A Semana Maranhense de Dança é fundamental, pois reúne profissionais desse segmento do Maranhão e de outros estados do Brasil, numa troca de experiências por meio da arte e suas nuances, agregando valor a quem participa.
A 17km do município de São Domingos do Maranhão, no povoado Viola, o Governo do Estado, por meio do Sistema da Agricultura Familiar, inaugurou nesta terça-feira (06), a agroindústria de beneficiamento de mandioca.
Esta é a primeira agroindústria que será administrada por mulheres. No povoado, elas protagonizam histórias de muito trabalho e luta pelo empoderamento feminino na agricultura familiar.
Leilane Lima, é tesoureira da Associação do Povoado, que possui 22 agricultoras e agricultores associados, e de onde um grupo de mulheres tomou a frente da organização da agroindústria, um papel que sempre fora desempenhado exclusivamente por homens.
“Para nós, mulheres, representa uma força enorme e uma forma de nos empoderar. Tomamos a frente de um negócio que homens administravam totalmente e que agora temos o nosso grupo de mulheres focado em manter essa agroindústria”, disse.
Segundo Leilane, o papel dos homens é no serviço braçal, no cultivo e lida na roça, já as mulheres vão participar do processo desde a ralação da mandioca até o empacotamento da farinha.
O secretário de Estado da Agricultura Familiar, Júlio César Mendonça, enfatizou sobre mais uma ação do Governo do Maranhão visando o fortalecimento da cadeia produtiva da mandioca. “Esta é a terceira agroindústria de beneficiamento de mandioca inaugurada na nossa gestão e é de suma importância para fortalecer, incentivar e valorizar o trabalho dos agricultores familiares beneficiados pela cadeia da mandioca. Ficamos felizes em ver mais essa ação sendo concretizada na vida das famílias do povoado Viola e mais ainda por esse produto ser incluído nas cestas básicas destinadas às famílias em situação de vulnerabilidade social,” destacou Mendonça.
Inauguração da agroindústria de beneficiamento de mandioca
A farinha do povoado Viola vai ser incluída nas cestas básicas com produtos da agricultura familiar, no âmbito do Plano Emergencial de Empregos Celso Furtado. Serão 5 toneladas de farinha que irão para a mesa de pessoas em situação de vulnerabilidade social do Maranhão.
A farinha recebeu também o Selo Gosto do Maranhão, uma iniciativa do Governo do Maranhão, por meio do Sistema SAF, para valorizar e fortalecer as identidades sociais e produtivas dos segmentos da agricultura familiar. Os produtos serão identificados como sinônimo de origem do campo.
O secretário de Estado de Comunicação e Assuntos Políticos, Rodrigo Lago, presente na inauguração, ressaltou o papel do Plano Emergencial de Empregos Celso Furtado na dinamização da renda para os agricultores do povoado Viola.
“Mais um grande investimento do Governo do Maranhão para a agricultura familiar, hoje, a inauguração da agroindústria do povoado Viola, em São Domingos do Maranhão. É um incentivo à agricultura familiar e também à economia, através de ações como essa, inserida no Plano Celso Furtado com geração de emprego e renda para a população do Maranhão”, pontuou.
Inauguração da agroindústria de beneficiamento de mandioca
Agroindústria de farinha da Viola
Com investimentos de R$ 250 mil destinados à construção e compra de equipamentos, o Governo visa, com esta ação, expandir e fortalecer a cadeia produtiva da mandioca na região, além de gerar trabalho e renda para as famílias.
A capacidade diária da produção é de 840 kg de farinha. Por ano, o volume previsto de comercialização é de R$ 605.000,00 com 201 toneladas.
A cadeia da mandioca abrange 17 municípios maranhenses, com investimentos de mais de R$ 2,5 milhões, beneficiando cerca de 700 produtores.
Em evento virtual, entidade de representação dos jornalistas lança manifesto pela taxação das plataformas digitais
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) promoveu na tarde desta terça-feira, 6 de outubro, o lançamento de um manifesto pela taxação das grandes plataformas digitais para a criação de um fundo público de fomento ao jornalismo profissional. A atividade, realizada em ambiente virtual com a participação de representantes de federações internacionais e de sindicatos regionais, foi realizada para apresentar a proposta para a categoria dos jornalistas e para a sociedade.
Conforme relatou a presidenta da Fenaj, Maria José Braga, em seu manifesto a federação apresenta a proposta base de taxação das plataformas digitais, por meio da criação de uma Cide, para que os recursos desse tributo sejam destinados a um fundo público de fomento ao trabalho jornalístico. Para isso, a entidade também defende a utilização dos recursos a partir de critérios como respeito ao trabalhador, conformidade com a legislação brasileira e também com as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A intenção é que o fundo contemple empresas públicas, privadas, organizações e coletivos que garantam o emprego dos profissionais jornalistas.
O fundo, para a presidenta da Fenaj, tem o papel de promover a democratização do jornalismo no Brasil, para que seja retomado o exercício da profissão com pluralidade e diversidade. “A Fenaj está absolutamente aberta. Nós iremos consultar a sociedade brasileira”, afirmou Maria José Braga. “Entendemos que é possível e que a gestão pública pode garantir a aplicação dos recursos da maneira proposta”.
A presidenta da Fenaj também situou que o debate sobre a taxação das grandes plataformas digitais está ocorrendo no Brasil e no mundo porque essas empresas dominam o fluxo da informação num contexto em que as empresas tradicionais de jornalismo perdem a publicidade como fonte principal de recursos. “Lucram bilhões e praticamente não pagam impostos onde atuam”, definiu. Para Braga, as plataformas digitais têm “ação predatória” em relação aos veículos de imprensa como jornais, rádios, TVs e sites de notícias.
“É preciso que retomemos o papel mediador do jornalismo nessa nova esfera pública”, defendeu Maria José Braga.
Nesse contexto, a Fenaj chama as diversas organizações coletivas da sociedade a defender, apoiar e fomentar a iniciativa, que foi pensada para a realidade brasileira, a partir de proposta da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), que conta com seus sindicatos filiados em mais de 130 países para a implantação da Plataforma Mundial pelo Jornalismo de Qualidade.
Viabilidade da proposta
O tributarista Dão Real, 1º vice-presidente do Instituto Justiça Tributária, lembrou que a criação de fundos de fomento para determinados setores não é novidade e que a Fenaj propõe uma alternativa que contempla dois interesses diversos da sociedade: a cobrança de imposto para as plataformas e a necessidade de fomento do jornalismo profissional. Ele explicou que a CIDE é uma intervenção do Estado em determinados setores econômicos e que é cabível nessa situação pois a atuação das plataformas interfere diretamente na capacidade de um grupo profissional de exercer o que se propõe.
Para Real, a Cide é ideal porque não provém de emenda constitucional e por possibilitar tributar o faturamento dessas grandes empresas. Um dos profissionais que atuou junto à Fenaj na elaboração da proposta de taxação das plataformas, ele também explicou que o fundo de fomento ao jornalismo profissional não precisa ficar restrito a essa receita e que pode ter outras fontes de financiamento.
Plataforma FIJ
Para apresentar a proposta para o Brasil, a Fenaj convidou o presidente da FIJ, o marroquino Younes Mjahed, e a presidenta da Fepalc, organização latino-americana de periodistas, a peruana Zuliana Lainez, destacando a unidade internacional dessa mobilização.
Zuliana explicou que o debate sobre a taxação das plataformas é uma das propostas mais audaciosas da FIJ nas últimas décadas e ocorre no contexto de pandemia, situação sem precedentes em que dois terços da humanidade está confinada, mas que os jornalistas não são parte do diagnóstico da situação dos trabalhadores. Disse que a pandemia potencializou uma situação que já era de precarização dos jornalistas autônomos e independentes, sobre a necessidade de um programa social para a categoria e que as grandes plataformas não podem mais continuar atuando sem pagar impostos nos países onde operam. Ela comparou o lucro dessas empresas com o PIB de grandes países, como Alemanha e França.
A dirigente também alertou que em muitos países, situação do Brasil, a crise não é só econômica, sanitária e social, pois é também política e, nesse cenário, o jornalismo profissional e de qualidade é alternativa à desinformação, com garantias para o jornalismo local e regionalizado.
“Em todos os países do mundo, a coincidência é o jornalismo ser considerado serviço essencial. Não queremos que nos denominem essenciais, mas que nos tratem como essencial, com democratização do financiamento, democratização da comunicação, da pluralidade”, disse Zuliana.
Ela alertou que o poder das plataformas de mídia é maior que o econômico, pois manejam também a censura, o direito de autoria, derrubam perfis nas redes sociais de acordo com políticas próprias de privacidade, além de serem concentrada em poucas mãos.
Nesse sentido, o presidente da FIJ, Younes, Mjahed, destacou a importância da organização coletiva pela implantação da taxação das plataformas e da criação do fundo de fomento ao jornalismo profissional a partir do diálogo com outras organizações da sociedade civil, para além de entidades sindicais, incluindo o debate com a sociedade, governos, corporações e partidos políticos. “Os governos precisam de estratégias para defender o jornalismo de qualidade”, afirmou.
Younes falou sobre essa luta mundial ser importante para enfrentar os desafios maiores que estamos vivendo e ainda preparar para o futuro, na busca de apoios.
Construção regionalizada
O lançamento do manifesto em defesa do jornalismo profissional pela criação de um fundo de fomento a partir da taxação das grandes plataformas digitais foi encerrado com a participação de representações de Sindicatos de Jornalistas das cinco regiões do país, que destacam a importância da iniciativa e a disposição em encampar a construção do diálogo com a sociedade.
Steffanie Schmidt, do Sindicato do Amazonas, lembrou que a região Norte possui grandes áreas com “deserto de notícias”, em que não existe jornalismo local, sendo que mais de 37 milhões de pessoas do país não têm acesso a informações jornalísticas produzidas nos territórios onde vivem. A jornalista também lembrou da diversidade cultural e dos diversos contextos na região e que é preciso fomentar e pautar esses debates, com o jornalismo sendo a ferramenta.
Rafael Mesquita, do Sindicato do Ceará, lembrou que o deserto de notícias cresce também na região Nordeste, especialmente com a perda de espaço de veículos pequenos e, nesse cenário, é preciso observar a que tipo de jornalismo vai servir o fundo de fomento. Ele defende que seja acessível a quem não tem acesso a recursos publicitários e de governo. O dirigente também lembrou que levantamento da Fenaj mostrou que mais de 4 mil jornalistas no país foram afetados durante a pandemia por redução salarial e suspensão de contrato a partir de medidas do governo federal que foram impostas pelas empresas de jornalismo a seus trabalhadores. Rafael também alertou que as plataformas de mídia devem ser responsabilizadas pelo processo de dominação da vida pública das pessoas.
Eber Benjamin, do Sindicato de Mato Grosso do Sul, defendeu que a taxação das plataformas é tão importante quanto as pautas da taxação das grandes fortunas e dos bancos. Representante da região Centro-Oeste, ele lembrou da necessidade de recursos para a produção jornalística no contexto das queimadas do Pantanal e da importância do fomento público considerando a realidade do país com o desmonte da comunicação pública ilustrada pelo esvaziamento da EBC.
Paulo Zocchi, presidente do Sindicato de São Paulo e vice-presidente da Fenaj alertou que, no país, existe a particularidade de essas plataformas serem grandes empresas norte-americanas que entram sem barreiras para atuar e que não são consideradas empresas de comunicação. Zocchi explicou que o fundo que se propõe é tripartite e a Fenaj apresenta critérios para a distribuição desses recursos, que o momento é de debater com jornalistas, com entidades do jornalismo e com a sociedade.
A jornalista Katia Marko, do Sindicato do Rio Grande do Sul, encerrou as intervenções dos convidados saudando a Fenaj por fazer história com o manifesto e a apresentação da proposta. Recordou a atuação de vanguarda da Federação na defesa da democratização da comunicação no país, à frente dessa luta e atuando na criação do FNDC. Disse que o debate de taxar as plataformas se apresenta com a força que ele merece e os sindicatos estarão atuando nas regiões do país para promover o diálogo com a categoria dos jornalistas e com a sociedade.
A mediação do ato virtual foi promovida pela secretária-geral da Fenaj, Beth Costa, e no encerramento a presidenta Maria José Braga afirmou que o debate e o apoio da sociedade são necessários para que a proposta chegue com força para aprovação no Congresso Nacional.
Confira a íntegra do evento e do manifesto nosite da Fenaj
O Governo do Estado deu início, nesta segunda-feira (5), às ações da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação. A mobilização abrange todos os 217 municípios maranhenses e se estenderá até o dia 30 de outubro. A meta é imunizar 95% do público-alvo, que são crianças de 12 meses a menores de 5 anos contra a Poliomielite, e menores de 15 anos para preenchimento da carteira vacinal, conforme o calendário estipulado pelo Ministério da Saúde.
“Neste ano de 2020, em decorrência da pandemia, a queda da busca pelos postos de saúde para imunização teve um declínio maior. Pedimos a colaboração dos municípios, mas especialmente dos pais e responsáveis para que tragam as suas crianças para que elas sejam protegidas contra as doenças”, disse o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.
Nos postos de saúde, os pais ou responsáveis das crianças e adolescentes deverão apresentar documento com foto do paciente, incluindo a carteira de vacinação. O objetivo é promover a conscientização e o chamamento da sociedade para a importância da vacinação. Somente na capital, são 55 pontos destinados para aplicação de doses imunizantes.
A rede estadual também estará dando apoio através das Policlínicas Vinhais, Vila Luizão, Cidade Operária, e os Hospitais Dr. Genésio Rêgo e Aquiles Lisboa. “Aqui na Policlínica Vinhais nós iremos funcionar de segunda a sábado, sempre das 8h às 17h. Para evitar aglomerações, iremos distribuir 80 senhas por dia, sendo 40 para cada turno”, afirmou Letícia Maria de Sousa, coordenadora do ambulatório da unidade.
Segundo Carla Caroline Aguiar, mãe da pequena Alice, de 3 anos, a vacinação é um ato de amor. “É de grande importância levarmos nossas crianças para vacinar. Isso vai fazer com que elas estejam protegidas contra as doenças, que infelizmente são um perigo tanto para a saúde como para a vida delas”, afirmou.
Quem também aproveitou o primeiro dia da campanha foi Regina Célia Borba, mãe da bebê Giana, de apenas um ano. “Quando criança eu não tive a imunização contra Pólio, mas graças a Deus não fiquei com nenhuma sequela. Eu sou totalmente a favor da vacinação, para mim é algo totalmente válido e que visa à integridade da saúde das pessoas”, compartilhou.
As campanhas contra a Poliomielite e a Multivacinação acontecem de forma simultânea, com a escolha do dia 17 de outubro para ser o chamado Dia D. Além da Vacina Oral Poliomielite (VOP), serão administradas 17 vacinas na rotina de preenchimento da carteira vacinal aos pacientes que estiverem com o calendário em atraso.
Imagem destacada / Secretário de Estado da Saúde Carlos Lula observa criança em sala de vacinação / Crédito: Marcio Sampaio
Em tempos da proliferação de empresas e da disseminação de informações deturpadas ou distorcidas (denominadas fake news), visando confundir ou enganar o público, uma articulação formada por pesquisadores, jornalistas, projetos, agências, coletivos, movimentos sociais, revistas e instituições científicas resultou na criação da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD).
Gago na infância e alfabetizado tardiamente, o paraibano Assis Chateaubriand Bandeira de Melo fundou um império de comunicações no Brasil – os Diários Associados.
Sua vida é marcada por dezenas de episódios com variadas qualidades e temeridades em farta documentação apresentada na biografia “Chatô: o rei do Brasil” (de Fernando Morais) e nos documentários fartamente distribuídos em plataformas de streaming.
Chateaubriand tinha a expertise de utilizar a sua poderosa máquina de comunicação para achacar, chantagear e mentir de forma grotesca visando atingir seus objetivos pautados em uma cobiça sem limites.
Amigo e desafeto de empresários, banqueiros, presidentes, políticos e dos bandidos de colarinho branco, entre figuras de outros naipes, ele era amado e odiado pelas diversas personagens que cruzaram sua vida atribulada.
Entre tantas peripécias marcadas por conchavos, manobras e negociatas, Chateaubriand foi até senador pelo Maranhão.
Leia aqui sobre a passagem de Assis Chateaubriand na cidade de Caxias, no Maranhão, acompanhando a comitiva do então governador Eugênio Barros.
Foto destacada / Chateaubriand inaugurando a ponte de concreto sobre o riacho das Lages, divisa do Centro com Cangalheiro. No canto direito o governador Eugenio Barros e com a mão na cabeça o prefeito de Caxias Alcindo Cruz. / Crédito: revista O Cruzeiro
Apoiadores da candidatura do jornalista Emílio Azevedo a vereador de São Luís estarão lançando, no próximo dia 15 de outubro, a campanha “Meu voto não tem preço! Tô com Emílio Azevedo”.
Para tratar exatamente desse tema – o combate à compra de votos na capital maranhense – Emílio esteve hoje (02/10) com Dom José Belisário, Arcebispo da Igreja Católica, em São Luís.
“Precisamos encontrar meios para vencer a compra de votos. Ela corrompe as possibilidades democráticas e cria uma subrepresentação. A Câmara Municipal de São Luís hoje tá cheia de compradores de votos, financiados com dinheiro do crime organizado”, disse Emílio Azevedo, no encontro com o Arcebispo.
Ed Wilson Araújo, Emílio Azevedo e Dom Belisário
Na conversa entre Emilio e Dom Belisário foram lembradas antigas mobilizações feitas pelas pastorais sociais, onde era dito que “voto não tem preço, tem consequência”.
Também participaram do encontro o jornalista professor da UFMA, Ed Wilson Araújo, e a arte educadora Rejane Galeno, ambos integrantes da Agência Tambor.
O samba “Ser o Mano”, de sua autoria, estará disponível em todas as plataformas digitais a partir do próximo dia 3 de outubro. Na semana seguinte, dia 10, Cláudio Lima volta a apresentar o espetáculo “Qualhira em live”, no projeto Quintal Cultural, na Casa d’Arte, Raposa, às 17h, com participação especial de Zeca Baleiro. O repertório de “Qualhira” reúne canções que buscam uma representatividade homoafetiva.
Claudio Lima será acompanhado por Japona e Luís Cruz (violão, guitarra, percussão e bateria). No repertório, além de composições de Johnny Alf, Renato Russo, Milton Nascimento, Chico Buarque, Gilberto Gil, Cazuza, Ângela Rorô e Caio Prado, Claudio Lima vai interpretar a canção nova, “Ser o mano”, e “Qualhira”, de Zeca Baleiro, feita especialmente para a estreia do show, em 2019. Zeca também vai cantar a música. Ele enviou uma versão em voz e violão, que será mostrada na live.
“O show será basicamente o mesmo do ano passado, com alguns retoques no repertório e na interpretação. Ele conta a história dos meus 47 anos de qualhiragem por meio de canções que fizeram parte da minha vida numa época em que ninguém falava sobre o assunto. Mas a música popular falava, embora através de códigos, não abertamente como hoje”, afirma o artista.
O novo single “Ser o Mano” é um dos novos sambas do artista, que cita Caetano Veloso e Torquato Neto. “Fala sobre desigualdade, discriminação, crueldade, mas também sobre ser gente que é pra brilhar e pra desafinar o coro dos contentes”.
Camisetas – Cláudio Lima criou novas camisetas, máscaras e ecobags da coleção Qualhira. A venda dos produtos servirá para cobrir os custos do show, além de funcionar tanto para a construção de uma identidade visual como para promover engajamento. “As camisetas que estampam em letras grandes a palavra qua-lhi-ra são um sucesso… várias pessoas já me falaram que vestiram a peça e se sentiram empoderadas”. Vendas pelo whatsapp 88442173.
O clipe – “Ser o Mano” também ganhou um clipe com direção de Emanuell Rebelo, Mateus Rizoka, Tairo Lisboa e Thaís Lima. As imagens mostram o cantor em sua própria casa em tom intimista e diante do contexto da pandemia.
Qualhira
“Qualhira” é mais uma faceta de uma carreira marcada pela diversidade. Em seus três discos, Cláudio Lima cantou clássicos da música americana, como MyFunnyValentine e grandes compositores brasileiros, entre eles Tom Zé, Tom Jobim e os maranhenses Josias Sobrinho, Cesar Teixeira e Bruno Batista, entre outros.
O título do show faz uma brincadeira com o termo pejorativo local “qualhira” atribuído a homens afeminados, delicados ou gays. Um dos destaques é a música título – Qualhira – composta por Zeca Baleiro. Foi a primeira vez que Claudio Lima interpretou uma música de Zeca. “A canção tem tudo a ver com aquilo que eu quero dizer nesse momento”, afirma o cantor.
CLAUDIO LIMA
Lançamento do single SER O MANO
Dia 3 de outubro em todas as plataformas digitais
Live Qualhira
Dia 10 de outubro – projeto Quintal Cultural -Casa d’Arte, Estrada da Raposa
“Quando a pandemia chegou, pegou a gente em cheio. As economias que a gente vinha fazendo foram gastas. Ficamos sem horizonte”, lamenta o cantor e compositor maranhense Washington Brasil. Com quase 30 de carreira e três CDs gravados, o músico de Imperatriz ainda sofre com as restrições impostas pelo surto da Covid-19 e a impossibilidade de se apresentar ao vivo.
A 560 km de distância, no município de Pinheiro, o idealizador do Bumba Boi de Orquestra do Donzinho, Carlos Ribeiro Filho, o Seu Donzinho, também atravessa dificuldades semelhantes, já que em 2020 o São João foi cancelado para conter a curva de contágio da doença.
“Já tínhamos iniciado o nosso trabalho para este ano. Foi difícil”, confidencia.
No município de Balsas, terceira maior cidade maranhense em território urbanizado, o ator e profissional circense André Coelho, mais conhecido pela alcunha artística Biruta Lelé da Cuca também teve que paralisar seu trabalho no campo cênico por conta da pandemia. “Infelizmente nós estamos distanciados do trabalho artístico que a gente vinha fazendo”, pontua André.
Além de serem diretamente afetados pelo distanciamento social decorrente da crise sanitária, esses profissionais da arte têm outro ponto em comum: os três artistas participaram, em suas cidades, do Plantão Itinerante da Lei Aldir Blanc no Maranhão, projeto executado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma) para esclarecer as dúvidas e perguntas dos artistas e trabalhadores da cultura de todo o estado.
Ao longo de uma semana, equipes da Secma percorreram cerca de 2.200 km para manter contato direto com artistas e fazedores de culturas de vários segmentos e de todas as regiões do Maranhão. Ao todo, o Plantão Itinerante visou 10 cidades polos do estado: Açailândia, Balsas, Imperatriz, Caxias, Viana, Mirinzal, Morros, Itapecuru, Barra do Corda e Bacabal.
A ideia é que em cada município visitado, artistas ou profissionais da cultura de cidades vizinhas também pudessem liquidar dúvidas sobre a Lei Aldir Blanc, benefício aprovado no Congresso Nacional, para garantir renda emergencial para trabalhadores da Cultura e manutenção dos espaços culturais brasileiros durante o período pandêmico.
Foi o que aconteceu em Viana. Ao saber da chegada do Plantão Itinerante pelo município, Jonilza Cutrim, secretária adjunta de Cultura de Matinha, cidade vizinha, convocou artistas matinhenses para a ação em Viana. Jonilza aprovou a iniciativa nesse momento de crise.
“O setor artístico depende das apresentações. Para os seus trabalhos terem continuidade eles precisam se apresentar e nesse momento de pandemia eles não puderam fazer isso. Muitos deles hoje se encontram até passando fome. Esse benefício veio como um socorro. É de suma importância que a Secma abrace essa causa e continue fazendo o que ela vem fazendo: que é nos apoiando e nos dando força”, pontuou Jonilza.
Para o músico Washington Brasil, citado no início dessa reportagem, o Plantão Itinerante foi essencial para que ele entendesse qual a forma mais viável para ele ter acesso aos recursos disponibilizados pela Lei Aldir Blanc.
“A gente tá abraçando essa ação. Contamos com esse apoio, esse suporte, porque a gente tem nossos compromissos cotidianos. Eu só tenho a agradecer e esperar que passe tudo isso”, afirmou Washington Brasil.
Lei Aldir Blanc
Proposição da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), a Lei Aldir Blanc (Lei Federal n° 14.017/20) vai repassar R$ 3 bilhões, para serem distribuídos entre os estados e municípios.
No Maranhão, a Lei vai destinar um total de R$ 114 milhões, sendo R$ 61,3 milhões ao Estado e R$ 53 milhões para execução nos municípios
Os recursos estão sendo aplicados de duas formas: via Renda Básica Emergencial (três parcelas de R$ 600 para aqueles que não receberam auxílio emergencial do Governo Federal e atendam a uma série de requisitos exigidos – como não ter emprego formal, por exemplo) e por meio de editais de fomento voltados para várias linguagens artísticas.
Inscrição e cadastro no Maranhão
Para solicitar o auxílio emergencial da cultura, artistas e profissionais da cultura devem acessar o site www.auxilio.cultura.ma.gov.br e preencher todos os formulários com os dados solicitados.
Já para os interessados em participar em alguns dos editais de fomento cultural, o endereço eletrônico é o www.mapeamento.cultura.ma.gov.br. Será necessário efetuar cadastro no site com um email válido.
Após realizar o cadastro, o artista interessado deverá clicar em ‘PROJETOS’, também na parte de cima do site. Todos os editais da Lei Aldir Blanc e informações estarão nesta página.
Selecione em que você, seu grupo ou organização se adequa e inscreva-se. Os selecionados para os editais serão divulgados no site www.cultura.ma.gov.br.
Prazo de inscrição prorrogado
O Governo do Maranhão decidiu prorrogar o prazo dos editais da Lei Aldir Blanc, dando, assim, mais tempo para que artistas, agentes culturais e trabalhadores e trabalhadoras da cultura possam fazer o cadastro para obter o recurso.
Com os novos prazos, os editais Conexão Cultural 3, Oficinas Artísticas e Fomento de Projetos Culturais estão disponíveis para inscrição até o dia 7 de outubro. Os editais Fomento à Literatura Maranhense, Ativos Culturais Artesanato, e Fomentos de Projetos Audiovisuais ficarão abertos de 5 a 23 de outubro.
Imagem destacada / Funcionária da Secma esclarece detalhes da Lei Aldir Blanc / Crédito: Nael Reis
Na data em que se comemora o Dia Nacional do Jornaleiro, 30 de setembro, os gestores e gestoras das bancas de revista vão realizar uma assembleia para criar a Associação dos(as) Jornaleiros(as) da Grande Ilha de São Luís.
A assembleia acontecerá no auditório do Sindicato dos Servidores Federais (Sindsep), das 9h às 11h, para a eleição da diretoria e formalização da entidade. O Sindsep fica localizado na avenida Newton Bello, 524, Monte Castelo (vizinho à igreja Nossa Senhora da Conceição).
Em São Luís houve uma redução drástica da quantidade de bancas. Havia mais de 40 estabelecimentos no final de 2019 e hoje restam apenas 25.
A iniciativa de criar uma associação tem o objetivo de congregar e organizar esse importante segmento cultural da cidade e impedir a extinção das bancas.
Durante as reformas das praças de São Luís, na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PDT), já foram eliminadas as bancas das praças Deodoro e João Lisboa. Houve ameaça de retirada também das duas bancas localizadas em frente ao shopping Tropical, no Renascença II, mas houve resistência e elas permanecem no local (reveja aqui e aqui).
Segundo o jornaleiro André Rios, fundador do grupo JKomics, que promove a leitura entre crianças e jovens através das histórias de quadrinhos, as bancas são fundamentais para formação de novos leitores.
As bancas, além de serem meio de sobrevivência para as famílias dos jornaleiros, são importantes meios de difusão cultural, incentivo à leitura e até mesmo de prestação de serviços para turistas e moradores que buscam informações sobre linhas de ônibus, localização de prédios públicos e outros endereços na cidade.
O movimento em defesa dos jornaleiros tem o apoio da Agência Tambor, que já proporcionou espaço no Jornal Tambor para que os jornaleiros tenham oportunidade de falar e expressar o sentido das bancas na cidade.
De acordo com o jornalista e escritor Emílio Azevedo, membro da Agência Tambor, as bancas são fundamentais para a circulação de produtos culturais na cidade e também constituem espaços de convivência entre vizinhos e grupos específicos, como os colecionadores de revistas em quadrinhos.
Azevedo é autor de vários livros e um dos fundadores do jornal Vias de Fato. “Os livros e o jornal eram vendidos nas bancas e temos uma relação muito antiga e orgânica com esses estabelecimentos que são fonte de renda para muitas famílias”, afirmou Emílio, que é candidato a vereador pelo PSB e reforça o compromisso com a defesa das bancas.
O candidato a prefeito de São Luís, Bira do Pindaré (PSB), em reunião com os gestores dos estabelecimentos, mencionou que os equipamentos e as políticas de incentivo à leitura estão registrados em seu programa de governo e as bancas constituem plataformas culturais da cidade. “Por isso reafirmamos o compromisso de defender esse segmento que é um patrimônio de São Luís”, destacou Bira.