Nos lugares distantes dos grandes centros urbanos, isolados
pelas condições geográficas, o uso do sol e do vento pode ser alternativa para
a geração de energia e melhoria na vida de pescadores, moradores em geral, do comércio
e outras atividades como o turismo.
É o que acontece em duas ilhas da Reserva Extrativista
Marinha (Resex) de Cururupu, composta por 17 unidades insulares no litoral
ocidental do Maranhão.
Na ilha de Lençóis, famosa pela lenda do sebastianismo, um projeto da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) utiliza a energia do sol e do vento para iluminar as casas, ligar aparelhos eletrodomésticos e até mesmo para a iluminação das poucas ruas da vila.
O proprietário da pousada Recando das Aves, Fernando Gonçalves, explicou que antes do sistema de energia híbrida (solar e eólica) o funcionamento da hospedagem era limitado porque não tinha o conforto pleno para os turistas.
A energia na ilha de Lençóis era originada de um motor a
diesel que só funcionava em horário limitado.
Já na comunidade Taboa, localizada na ilha de Mangunça, a geração de energia solar é bem mais artesanal e as instalações foram feitas pelos próprios moradores de uma residência. O casal Nalva e Nildo vendeu um porco e com o dinheiro comprou uma placa solar, de muita utilidade para eles.
Taboa, onde moram apenas seis famílias, é desprovida de qualquer sistema de energia. Não tem sequer motor a diesel. Os pescadores têm de ir até a sede do município de Cururupu em uma viagem de 3 horas de barco para comprar gelo e acondicionar os produtos do mar.
Sem acesso fácil ao gelo, a maior parte da produção é colocada ao sol para secar.
A única alternativa dos moradores é a utilização de placas de energia solar adaptadas a outros equipamentos que permitem iluminar a casa e funcionar eletrodomésticos.
Controvérsias
Um dos entraves no uso dos recursos naturais para a geração de energia é a gestão e o interesse empresarial. Na ilha de Lençóis o projeto inicial era da UFMA e a taxa paga pelos moradores, simbólica. Quando passou para a gestão da Cemar, os preços foram para a estratosfera (veja o vídeo).
O crescente uso da energia solar abriu recentemente uma polêmica sobre “taxação do sol”, proposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A “taxa do sol” consiste em diminuir os subsídios do consumidor que utiliza um painel fotovoltaico em casa, por exemplo. Na prática, essa medida, se aprovada em definitivo, vai tornar mais cara a energia obtida com o recurso natural do sol.
Após a publicação de uma nota de repúdio (veja abaixo) sobre o assassinato de Bruna Alícia, o Fórum Maranhense de Mulheres convoca os movimentos sociais e a população em geral para um ato público dia 29 de janeiro (quarta-feira), às 15 horas, em frente à Casa da Mulher Brasileira, no bairro Jaracaty.
A manifestação tem o objetivo de repudiar o crime, caracterizado como feminicídio, e dialogar com os profissionais de mídia sobre a cobertura do fato pelos meios de comunicação.
O
Fórum Maranhense de Mulheres propõe uma reflexão educativa sobre o papel da
imprensa no combate à violência e criminalização da mulher vítima.
Veja
abaixo a Nota de Repúdio do Fórum Maranhense de Mulheres
FEMINICÍDIO E O ATO COVARDE DO ASSASSINO DE BRUNA ALICIA
Mais uma mulher vítima de feminicídio. Desta vez foi Bruna Alícia, uma jovem de pouco mais de 20 anos, assassinada de forma cruel, torpe, violenta, pelo seu marido. A crueldade se faz mais monstruosa ainda em virtude da forma como estão sendo veiculadas matérias sobre o caso nas redes sociais. Grande parte delas destruindo a imagem da vítima, que passa a ser responsabilizada pela sua morte.
Que é isso? Em que mundo estamos? Ainda estamos vivendo na idade média? Porque as mulheres continuam sendo vítimas desta cultura patriarcal que nos oprime e nos reduz a um órgão sexual que tem como finalidade apenas procriar e dar prazer aos homens, ao marido em especial.
Bruna Alícia está sendo destruída na sua moral e na sua integridade de ser humano. Mesmo sendo violentamente assassinada, ainda assim, não está sendo vista com humanidade que todo cristão merece. Sua morte não lhe dá paz, sua morte é justificada por um possível adultério que teria praticado.
Com esse argumento o assassino, seus amigos e uma parte da sociedade conservadora, machista, patriarcal e misógina, explica e justifica sua morte. “Foi merecida” dizem alguns e algumas que passam a inocentar o feminicida, naturalizando o crime hediondo praticado por este policial. O mais cruel de tudo isso é a lista que circula nas redes de amigos do assassino fazendo vaquinha para contratar um advogado para livrar este bandido da cadeia que merece.
Com esse tipo de prática os policiais demonstram o quanto são coniventes com a violência praticada contra as mulheres e o feminicidio. É surpreendente esta atitude, onde se viu uma coisa dessas, uma corporação estimulando a impunidade.
Nós, mulheres, que integram O FÓRUM MARANHENSE DE MULHERES, protestamos! Queremos justiça! Queremos uma policia preparada e não policiais desequilibrados que não sabem controlar seus impulsos assassinos.
A riqueza de ritmos do Carnaval produzida por cantores e compositores do Maranhão está disponibilizada para tocar nas rádios comunitárias espalhadas nos 217 municípios do estado.
A iniciativa é da Abraço (Associação Brasileira de Rádios
Comunitárias) no Maranhão com o objetivo de valorizar, divulgar e encantar os
ouvintes com a grande e criativa produção musical dos artistas locais.
Na nuvem distribuída pela Abraço Maranhão estão disponíveis
1,5 giga de músicas carnavalescas e também do bumba-meu-boi.
Qualquer rádio comunitária pode acessar e baixar no seguinte
endereço:
Basta entrar com o e-mail abracomamusicas@gmail.com a senha
abracomaranhao
Todas estas músicas foram encontradas na internet. Caso
queiram contribuir com outros sucessos regionais, basta fazer upload nesta
plataforma https://mega.nz/login
O repertório tem desde músicas dos antigos carnavais,
passando por sucessos memoráveis até escolas de samba, blocos e também
bumba-meu-boi.
As produções musicais novas dos grupos e bandas que
pretendem disponibilizar suas composições podem procurar a Abraço Maranhão e
enviar suas músicas para colocarmos na nuvem.
“Acho bonito até / O jornaleiro a gritar / Imparcial / Diário / Olha o Globo / Jornal do Povo / descobriu outro roubo”
Profissão
em fase de extinção, pelo menos no sentido formal, o jornaleiro sente no bolso
o declínio das vendas dos impressos diante da oferta de publicações na
internet.
Na palma da mão, os dispositivos móveis acessam jornais e revistas com facilidade, agilidade e as múltiplas ofertas do ambiente virtual, como os hiperlinks, capazes de levar o consumidor a navegar por muitas janelas de informação.
Embora
a opção pelo digital seja avassaladora, em São Luís ainda persistem uns poucos
vendedores de jornal impresso, distribuídos em alguns pontos da cidade.
Um
dos jornaleiros mais antigos, ainda em atividade, é Humberto Rodrigues Garcia,
com anos 30 dedicados à comercialização dos diários impressos. Natural de
Pinheiro, ele veio para São Luís com apenas 17 anos de idade e logo passou a
vender jornais. Atualmente tem um ponto na rua dos Bicudos, no Renascença II,
mas já vendeu na Curva do 90 e no Cohafuma.
A
rotina de trabalho começa ainda na madrugada, quando sai de casa no bairro
Gapara (na área Itaqui-Bacanga) e recebe os jornais. A partir das 5h30 ele começa
a fazer entregas de bicicleta para os clientes fixos nos condomínios do
Renascença II e depois concentra a venda no ponto onde já é bastante conhecido
há décadas.
“Os
leitores antigos são fieis. Entrego para 25 clientes por semana. Tem deles que
compram até três jornais por dia e ainda faço as vendas direto aqui no local
permanente”, detalhou Garcia.
No
rol dos veteranos está Carlos Augusto Alves Sousa, o popular “Careca”, jornaleiro
há três décadas e atualmente fixado no retorno do Calhau. Durante 25 anos viveu
exclusivamente da venda de jornal, mas a procura caiu muito com a internet. “Na
época que saia o listão dos aprovados no vestibular eu cheguei a vender 800
jornais por dia”, registrou.
Mas,
a procura caiu vertiginosamente. Careca soma a venda de 20 jornais nos dias
úteis e aos domingos comercializa até 80 exemplares. “Já foi muito melhor.
Domingo eu chegava a vender até 300 jornais”, recordou. Ele mensurou que nos
últimos cinco anos não é mais possível viver apenas da comercialização de
jornal e por isso tem uma atividade paralela no turno vespertino para completar
a renda.
Da RFFSA à feira do João Paulo
Outro
antigo no ramo dos impressos é José Ribamar Araújo, 49 anos, conhecido pelo
codinome “Buiú” em toda a feira do João Paulo, onde já vende jornais há 25
anos, ao lado de uma pequena banca onde também comercializa limão. “As vendas
não são mais como antes, caiu muito, mas ainda tem uns clientes que compram
todo dia”, explicou.
Alguns
casos atravessam gerações. Na feira do João Paulo, Fábio “Secreta” herdou a
venda de jornais da sua avó e ainda mantém o ofício de jornaleiro misturado com
vários bicos, entre eles a venda de verduras, frutas e hortaliças, junto com os
jornais pendurados em um fio por cima das outras mercadorias.
A venda de jornal só persiste devido à fidelidade dos leitores, alguns sem qualquer contato com os dispositivos digitais e ainda vinculados ao consumo das notícias na plataforma analógica – o papel.
Entre eles está o aposentado José Braga Cantanhede. Apaixonado por política, lê o jornal paulatinamente durante o dia e não perde a “Coluna do Sarney”, publicada aos domingos no jornal “O Estado do Maranhão”. Como os jornais acabam transbordando os interesses dos proprietários ou grupos empresariais controladores das linhas editoriais, os leitores também se alinham às posições políticas dos seus impressos prediletos.
Alguns
jornaleiros são também leitores assíduos e manifestam suas preferências. É o
caso de “Considerado”, fã do governador Flávio Dino. “Ele comprou jornal comigo
na campanha para prefeito de São Luís em 2008 e ainda vai ser presidente do
Brasil”, profetizou.
“Considerado”
é o apelido de Pedro Luís Nascimento, 54 anos, desde 2007 vendendo impressos na
área da RFFSA, no Centro Histórico. Cearense de Juazeiro do Norte, ele ganhou o
apelido de “Considerado” porque trata todas as pessoas por essa palavra.
“De
tudo que eu já fiz a venda de jornal é uma das melhores coisas porque eu
aprendi muito. Você se apaixona por isso, faz amizades e tem uma fonte de
conhecimento sobre política, economia e outros assuntos”, enfatizou.
Pedro da RFFSA, o “Considerado”, tem consciência do declínio das vendas do impresso. “Não dá para viver de jornal como antes. Com a internet caiu em 90% a venda dos jornais de papel. Tem de ter um complemento, um bico para sobreviver”, afirmou.
Rotina e dedicação
Acordar
muito cedo é a condição essencial para a profissão de jornaleiro. “Buiú” pega
no batente todos os dias logo às 4h da madrugada na feira do João Paulo. “Careca”
recebe os jornais às 6h da manhã e Humberto começa a fazer as entregas para os
clientes às 5h30, pedalando na sua bicicleta.
No
João Paulo tem ainda um ponto de vendas na esquina da rua da Cruz com a avenida
São Marçal, onde há 15 anos o casal Francivaldo Lucas do Nascimento e Waldicleia
Melo Barbosa comercializa jornais.
Quando
iniciou a venda, Francivaldo Nascimento trabalhava em uma loja de móveis no
João Paulo e viu o ponto ser passado por várias pessoas durante uns 30 anos,
até que surgiu a oportunidade para ele assumir a venda juntamente com a esposa.
Todos os dias, faça chuva ou sol, estão na lida.
Ambos
reconhecem a dificuldade do impresso com a expansão da internet e conseguiram
outros trabalhos fixos. Hoje vendem jornal apenas entre 6h e 8h da manhã para a
freguesia já consolidada. “É mais um bico para nós. Ficaram poucos clientes,
apenas os tradicionais”, lamentou Barbosa.
O gazeteiro do Vias
Diferente
dos tradicionais vendedores de jornal, o artesão Elmo Cordeiro foi um dos
principais ativistas do “Vias de Fato”, impresso criado em 2009 por um coletivo
formado pelos jornalistas, educadores, artistas e entusiastas da mídia
alternativa.
Elmo
Cordeiro era estudante de História na Universidade Federal do Maranhão (Ufma) e
nas horas de folga sempre panfletava e vendia o “Vias de Fato” nos corredores
do campus do Bacanga. “Eu fazia ativismo político, era militante da causa do
jornalismo alternativo e da democratização da comunicação”, conceituou.
Incorporado
à equipe do jornal, ele explicou que participava do processo de produção, tinha
assento nas reuniões de pauta e da tomada de decisões, não era apenas um
vendedor de jornal.
Além da distribuição no campus do Bacanga, Cordeiro fazia o jornal circular em manifestações públicas, nos eventos fechados, agitações políticas e culturais junto com a equipe do Vias de Fato. Ele ainda percorria grande parte dos prédios comerciais do São Francisco e do Renascença, fazendo a venda e panfletagem nos lugares estratégicos para um público formador de opinião.
Sobre a migração dos jornais para a internet e os dispositivos móveis, ele avaliou que o produto impresso sempre terá importância. “O livro e o jornal de papel são imortais, principalmente para os conteúdos da mídia alternativa, que deve persistir. Ainda tem espaço para o jornal de papel, não para o jornalismo de negócio, de mercado e de conveniências. Acho que este modelo está com os dias contados”, ponderou.
Transformações na indústria de notícias
Pesquisadores e professores universitários avaliam as mudanças do jornal de papel para as plataformas digitais como algo pertinente à própria história dos meios de comunicação, sendo agora as mudanças cada vez mais rápidas. A professora doutora do Departamento de Comunicação Social – Jornalismo da Ufma, Rakel de Castro, aponta o contexto da convergência tecnológica, profissional, empresarial e de conteúdo como características principais de uma permanente renovação. “A internet potencializa as conexões e coproduções no texto noticioso e, mais recentemente, a emergência da mobilidade na era dos smatphones”, pontuou.
Segundo Castro, no comparativo entre o analógico e o digital, as
diferenças se apresentam em transformações no mundo do trabalho diante da
formação de grupos empresariais multimidiáticos. Se algumas funções
desapareceram nos jornais impressos, como tipógrafos e fotocompositores, outras
atividades surgiram no ambiente das novas profissões, como o moderador de
conteúdo para as redes digitais em um ritmo de produção fortemente marcado pela
instantaneidade.
O aspecto geracional da sustentabilidade também é apresentado pela pesquisadora como um fator de análise na era digital. “Neste caso, o papel do jornal impresso, por exemplo, além de ser extremamente mais caro para circular em grandes proporções, requer muito mais sacrifício do meio ambiente do que a distribuição digital de informação via Internet, sem falar na rapidez. Nesse cenário, não dá para definir quando o jornalismo impresso terá data para findar, mas há uma certeza: a forma como o conhecemos hoje vai deixar de existir em breve, por uma questão estrutural demandada por novas formas de se comunicar dessa geração atual.”, explicou Rakel de Castro.
Entre
os leitores, embora escassos, paira o gosto pelo papel. Francisco Silva
Moreira, 56 anos, compra os impressos até cinco vezes por semana direto nos
jornaleiros, há 25 anos. Quando não tem tempo para ler durante o dia, guarda o
exemplar para consumir à noite e até coleciona alguns números antigos,
principalmente quando tem notícia sobre seu time predileto – o Sampaio Correia
– ou da seleção brasileira. Moreira tem preferência por esporte e futebol,
gosta do colorido do jornal de papel e dificilmente lê no celular.
Os
próprios jornaleiros são leitores assíduos. “Considerado” avalia o jornal como
uma grande fonte de conhecimento. Já Humberto Garcia diminuiu as leituras
porque tem muita notícia de violência. “Depois que eu virei evangélico prefiro
ler a bíblia e os hinos de louvor”, justificou.
Professor doutor do Departamento de Comunicação Social – Jornalismo e coordenador do Labcom/Ufma, Marcio Carneiro dos Santos interpreta o cenário digital do Jornalismo como uma tendência não à extinção do jornal de papel “e sim para a reconfiguração do impresso em uma atividade de nicho, reduzida e específica”, sintetizou.
Ele visualiza esse cenário com base nos vetores
econômico, tecnológico e cultural. Como atividade econômica o impresso tem um
custo de produção e distribuição elevado (maquinário, insumos e mão de obra),
além da logística para fazer o produto final circular. “O meio digital eliminou
a maior parte desses itens e tornou-se a resposta natural para a sobrevivência
das organizações jornalísticas que tem visto seu faturamento cair, em virtude
da fragmentação das audiências e da explosão de emissores no ecossistema dos
meios de comunicação”, enumerou Carneiro.
O vetor tecnológico, segundo o pesquisador, está
fundamentado na ampliação da infraestrutura de internet, preço baixo, aumento
da oferta dos dispositivos móveis e das suas funcionalidades. Esse conjunto de
fatores alterou as lógicas de consumo, onde predominava um ambiente de escassez
da produção dos grandes veículos de mídia para a “explosão de emissores”,
empoderados por redes e numa disputa de atenção marcada pela fragmentação da
audiência.
Nos seus estudos o professor observa também nesse
contexto a precarização do trabalho dos jornalistas em muitos casos; ou seja, nem
tudo é benefício com nesse novo cenário de automatização da produção de
conteúdo. Por um lado, a multiplicação dos meios viabiliza a alternância de
vozes e pontos de vista, com maior facilidade para a distribuição de conteúdos.
“Entretanto, as fakenews, a difusão da intolerância, as polarizações
instransponíveis e a violência explicitada pelos canais digitais constituem o
lado sombrio da mesma moeda”, ponderou o pesquisador.
Marcio Carneiro dos Santos sugere uma visada não
determinista sobre o futuro. “Talvez a situação do jornalismo impresso siga o
mesmo caminho ou, como acreditamos, siga o pensamento de McLuhan que dizia que
os velhos meios se transformavam em obras de arte, de consumo restrito, num
processo já percorrido pelos discos de vinil, por exemplo.”, ilustrou.
Aproximado a essa forma de ver o impresso, como se fosse um vinil sofisticado, o superintendente de produção de “O Imparcial”, Célio Sergio, pensa na sobrevivência do jornal de papel com as devidas adaptações aos novos tempos. “A tendência do impresso é ser um produto mais opinativo, interpretativo e analítico, enquanto o jornal online já é mais focado no factual”, diferenciou. Quanto ao formato, o suporte de papel deve seguir a tendência do tablóide, mais fácil de manusear e com um tipo de diagramação aproximado do estilo de revista, mas com a periodicidade diária, projetou Sergio.
Focar no conteúdo opinativo também é a visão do diretor do “Jornal Pequeno”, Lourival Bogéa. Questionado sobre o processo de extinção do impresso, refutou esta perspectiva. Para ele, jornal tem importância como formador de opinião. “Acredito em fórmulas capazes de proporcionar vida longa ao jornal no papel, como, por exemplo, dando a ele um formato mais de revista, com textos aprofundados e que possam levar, principalmente sociedades em desenvolvimento, a uma grande reflexão sobre o mundo que vive hoje. Vejo o impresso como agente de contextualização de fatos jogados a esmo no dia a dia, via online, e que não permitem à opinião pública ter uma noção exata do que acontece. Vejo o impresso, consequentemente, como aprofundador desses fatos, numa contextualização altamente interessante e favorável ao físico”, detalhou Bogéa.
Para o jornalista Emilio Azevedo, um dos fundadores e o editor do jornal “Vias de Fato”, a ameaça de morte do impresso é evidente. “O desafio do Jornalismo, tão velho quanto necessário, tem sido se manter como referência na internet. O chamado mundo digital é povoado por mentiras. Sendo assim, a fonte da notícia é fundamental. É aí que entra o Jornalismo”, pontuou.
Referência
em comunicação alternativa, o Vias de Fato, fundado em 2009, circulou mensalmente
durante cerca de oito anos. Embora ancorado no papel, a reverberação do produto
impresso teve na internet uma aliada natural e muito importante. Nessa
perspectiva do digital, Azevedo vislumbra saídas para a mídia independente. “No
caso do jornal Vias de Fato, ficou inviável manter a circulação. Nossa
alternativa foi buscar uma nova forma de organização. E nessa busca, nós
juntamos com novos parceiros na Agência Tambor, que a partir de um site (com uma
web rádio) e de diferentes redes sociais, converge som, imagem e texto. Assim
como o “velho” Vias, a repercussão da ação alternativa da Tambor
também é evidente”, registrou.
A jornalista Claudia Santiago, por sua vez, pensa o
jornal impresso como arma da luta de classes. Inspirada no filósofo e ativista
Antonio Gramsci, ela afirma que os trabalhadores precisam ter os seus próprios
meios de comunicação.
Fundadora e coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), escola de formação especializada em comunicação sindical, ela assegura que o instrumento mais importante nesse segmento está no corpo do sindicalista ou da sindicalista: os olhos e a língua no contato direto com as suas bases, sendo imprescindível o jornal de papel, entregue de mão em mão.
“Nada substitui o momento da entrega do jornal. Principalmente agora,
que se usa cada vez mais a Internet para tudo e estamos perdidos em uma
floresta de informações. O jornal do sindicato passa a ser recebido como uma
figura importante. Se antes ele já era o único jornal que entrava na casa da
maioria dos trabalhadores, imagina agora. E se o povo não sabe ler, desenhe.
Ter poucos anos de escola não significa não ser tremendamente sensível e
inteligente. Então, continuo defendendo que sindicatos façam jornais de papel.
Se não souber como fazer, me procura que eu ajudo”, provocou Santiago.
Jornal no quilo
Enquanto as mudanças acontecem, Hamilton Pereira, 52 anos, está ganhando mais dinheiro vendendo jornais “velhos”, armazenados com as sobras da sua banca, localizada no Mercado Central, em São Luís.
Depois de quatro décadas trabalhando como
jornaleiro ele percebeu, há cinco anos, que somente a venda de jornais diários
não rendia mais e decidiu agregar valor ao seu negócio. Assim, além dos
diários, passou a vender exemplares antigos que são comprados para usos
diversos. Ele percebeu que as pessoas pediam encomendas de jornais velhos e faz
dessa demanda parte de seu comércio. Também começou a vender CD com reggae,
sofrência e outros ritmos musicais, caça-palavras e DVDs.
“É mais negócio, hoje em dia, vender jornal
velho, rende melhor que o novo”, afirmou Pereira. O quilo do usado custa
R$ 4,00. Os clientes preferenciais, nos últimos anos, são os donos de bichos de
estimação, principalmente cachorros. “Compram para forrar espaços onde os
animais domésticos dormem ou ficam mais tempo. Para eles é mais prático, econômico
e higiênico. Forrando com jornal, fica fácil de limpar o local dos
bichos”, explicou.
Os exemplares antigos são comprados também para empacotamento de produtos em
lojas e quitandas, com o objetivo de acomodar o transporte de peças frágeis
como louças e ovos; limpar vidraças; revestir caixa de isopor com peixe para
viagens; forrar gaiolas com passarinho, entre outras finalidades. “Tem muitas
utilidades, sai bem e todo dia”, computou Pereira, que começou vendendo jornais
avulsos pelas ruas, no início da adolescência e, logo depois, se fixou no
Mercado Central.
Ele se orgulha ao dizer que somente com a profissão de jornaleiro criou os seus três filhos. “Todos estão independentes e trabalhando”, comemorou.
Diferente dos diários focados em notícias e
reportagens do cotidiano, os jornais alternativos com periodicidade mais
elástica geralmente têm artigos e reportagens com textos longos, analíticos e
interpretativos, que acabam se transformando em documentação e referência para
estudos acadêmicos.
O
Vias de Fato, por exemplo, tem uma coleção com todas as edições arquivadas e o
acervo impresso é fonte de pesquisa para estudantes e professores. “Ironicamente,
também existe uma cobrança pra que se faça a digitalização do acevo”, avisou
Emilio Azevedo.
Se ir a uma banca ou ao jornaleiro para buscar um
produto jornalístico e pagar por ele tornou-se algo até estranho para a maioria
da população, ainda é um hábito cultivado por fiéis amantes do “velho” jornal
de papel.
Os jornaleiros sentem na pele as transformações na
indústria da notícia. Todos os vendedores de impressos ouvidos pela reportagem
estão apreensivos e de certo modo pessimistas com o fim do jornal de papel.
Entre
mudanças, transformações e ressignificações, o mais importante de tudo é que o
Jornalismo siga aperfeiçoando as suas finalidades – informar, instruir, educar,
esclarecer, buscar a verdade, provocar, polemizar, prestar serviço e, sobretudo,
produzir conhecimento sobre a realidade. Eis o papel do jornal, mesmo que seja
digital.
Greenwald
é um dos autores da série de reportagens denominada “Vaja Jato”, publicada
pelo Intercept desde 2019, revelando os diálogos travados em um
aplicativo de mensagens entre figuras da Justiça como o ex-juiz e atual
ministro Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol para orientar o andamento
de processos da Operação Lava Jato.
De
acordo com as duas entidades, a iniciativa do procurador agride a liberdade de
imprensa.
“Lamentavelmente, o MPF ignora a Constituição Brasileira, que assegura a liberdade de imprensa. Ignora também decisão de 2019 do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou que o jornalista não fosse investigado no âmbito da Operação Spoofing, da Polícia Federal, destinada a investigar invasões de celulares de autoridades.”, diz a nota da Fenaj.
A Abraji, ao se posicionar sobre a ação do MPF, afirma: “É um absurdo que o Ministério Público Federal abuse de suas funções para perseguir um jornalista e, assim, violar o direito dos brasileiros de viver em um país com imprensa livre e capaz de expor desvios de agentes públicos. A Abraji repudia a denúncia e apela à Justiça Federal para que a rejeite, em respeito não apenas à Constituição, mas à lógica.”
O procurador Wellington Oliveira deve ser enquadrado na Lei de Abuso de Autoridade (nº 13.869) por denunciar sem provas Glenn Greenwald, afirma a ABJD.
Documento oficial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reafirma na inspeção feita em Bacuri as denúncias publicadas pelo Blog do Ed Wilson sobre as violações de sítio arqueológico na comunidade quilombola São Félix. Os delitos foram praticados pela paraense Magnólia Gonçalves de Oliveira e seu comparsa francês François-Xavier Pelletier.
A dupla franco-brasileira fez perfurações e escavações não autorizadas, furto e transporte irregular dos artefatos pertencentes às áreas quilombolas de São Félix e Mutaca. Em relação ao furto de objetos na comunidade Mutaca, o Ministério Público acionou a Justiça, que expediu mandado de busca e apreensão cumprido pelas polícias Civil e Militar na casa onde moravam Magnólia Oliveira e François-Xavier, localizada no povoado Portugal, na periferia de Bacuri, município do litoral ocidental do Maranhão.
Concluída a ação policial com ordem judicial, ficou provado
que na casa alugada para a dupla franco-brasileira estavam escondidos centenas
de achados arqueológicos retirados de São Félix e Mutaca. Em seguida, o Iphan realizou
inspeção técnica e emitiu parecer com base em imagens, relatos e trabalho de
campo feito por arqueólogo.
De acordo com o relatório do Iphan, as escavações são ilegais, feitas sem autorização, configurando mutilação de sítio arqueológico e transporte de material sem permissão.
No item “Conclusão e Encaminhamento”, o relatório aponta várias irregularidades cometidas por Magnólia Oliveira e François-Xavier e, ao final, recomenda a tomada de providências contra a dupla de infratores.
O documento do Iphan lista vários trechos da legislação brasileira infringidos por Magnólia e François-Xavier, que agiram de forma ilegal. Para aliciar os moradores dos quilombos, a dupla “prometia” que os objetos retirados das escavações serviriam para implantar um museu em Bacuri e atrair turistas para o povoado Portugal.
Segundo o relatório do Iphan, “foi elucidado que os objetos
constituem artefatos configurados como patrimônio cultural brasileiro de
interesse arqueológico, que, por sua vez, são portadores de referência à
identidade, dos diferentes grupos que habitam ou habitaram a área em questão.”
Veja abaixo o trecho final do relatório:
“Em síntese, a partir do relatado, pode-se inferir que as escavações arqueológicas, promovidas pelos Senhores François Polletier e Magnólia Gonçalves de Oliveira, na comunidade São Felix, foram realizadas de forma ilegal. Citam-se os seguintes aspectos:
– Escavação sem portaria autorizativa, contrariando a Portaria 07 de 1988.
– Mutilação de sítio arqueológico, conforme Art. 3º da Lei 3.924 de 1961 e Art. 63 da Lei 9.605 de 1988;
– Transporte de material arqueológico sem permissão, segundo Portarias IPHAN 195, 196 e 197 de 2016.
O relatório recomenda, ainda, “tomar as devidas providências
quanto à atuação irregular dos Senhores François Polletier e Magnólia Gonçalves
de Oliveira.”
Colar misterioso
A brasileira e seu comparsa francês não tiveram qualquer
autorização de nenhuma instituição do governo brasileiro para realizar
perfurações, escavações e transporte de artefatos históricos e arqueológicos.
Na página 11 do relatório há o registro sobre um colar que teria
sido retirado nas escavações, mas não foi encontrado na casa onde Magnólia Oliveira
e François-Xavier escondiam os achados arqueológicos.
“Durante a conversa com os moradores da localidade foi
relatado que um colar (“colar de crioula”) havia sido encontrado nas escavações
da casa grande, local próximo da escavação executadas pelos “franceses” e o
mesmo não se encontra entre os materiais que estão na casa, como também, uma
âncora de embarcação.”, aponta o relatório do Iphan.
A divulgação do relatório, datado de 10 de dezembro de 2019, reitera técnica e institucionalmente as informações levantadas pelas reportagens do Blog do Ed Wilson desde fevereiro de 2019 sobre a violação das áreas quilombolas. A sequência de matérias sobre a violação dos quilombos foi inclusive contemplada no Prêmio de Jornalismo do Ministério Público do Maranhão, na categoria webjornalismo, em dezembro de 2019.
Após as reportagens e a repercussão em diversos meios de comunicação do Maranhão e na Teia de Comunicação Popular do Brasil as perfurações foram suspensas e a dupla de infratores não circula mais pelas áreas quilombolas de Bacuri. Segundo testemunhas, François-Xavier deixou a casa do povoado Portugal alguns dias antes da operação policial. Ele colocou no carro várias caixas e malas e nunca mais voltou.
Amparados nas frouxas regras criadas por eles próprios, os partidos políticos indicam que irão repetir nas eleições de outubro o modelo usado em 2018 para a aplicação do dinheiro público reservado para as campanhas. Em linhas gerais, R$ 2,035 bilhões distribuídos com base em apenas duas diretrizes.
A primeira é a vontade das executivas das 33 legendas. O restrito grupo de dirigentes tem poder absoluto de definir quem, dos quase 500 mil candidatos, receberá dinheiro público e quanto. A segunda é a exigência de direcionamento de ao menos 30% da verba (R$ 610 milhões) para candidatas.
A regra, criada para estimular a participação feminina, está no centro do escândalo de desvio de recursos por meio das candidaturas de laranjas, criadas para financiar outros postulantes
APRUMA: Nota Pública sobre a Medida Provisória 914/2019
MP interfere na autonomia das Instituições Públicas de Ensino Superior (IES) restringindo o processo de escolha de dirigentes das Universidades, Institutos Federais e do Colégio Pedro II
Em plena véspera de Natal, Jair Bolsonaro editou a Medida Provisória (MP) 914/2019, que ataca diretamente a Educação Pública, em mais uma demonstração de autoritarismo e de desprezo pela Constituição, pela democracia e pelas universidades, institutos federais e pelo Colégio Pedro II, diretamente atingidos pela medida, que nada tem de urgente, requisito fundamental para a edição deste tipo de instrumento legal.
A referida MP restringe o processo de escolha dos dirigentes dessas instituições, impondo a adoção de lista tríplice – mesmo onde atualmente não está prevista sua formação, como é o caso dos institutos federais. Segundo a Medida Provisória, essa lista deve ser formada após consulta às comunidades com peso desigual para seus membros (peso de 70% para o voto docente, 15% o dos técnicos-administrativos e 15% para o voto discente), rompendo com a tradição democrática de diversas universidades nas quais o voto já é paritário, como historicamente defendem o Andes Sindicato Nacional e a Apruma Seção Sindical.
Além disso, ela não obriga a nomeação do primeiro colocado, constituindo elemento de aparelhamento ideológico conservador alinhado ao bolsonarismo nas universidades, institutos e no Colégio Pedro II.
Não bastasse, impõe que as direções das unidades e subunidades acadêmicas sejam escolhidas diretamente pelos reitores – estes por sua vez escolhidos pelo presidente seguindo, portanto, o alinhamento ideológico demarcado acima. Tal medida rompe com a experiência democrática no âmbito dessas instituições, pondo fim aos processos de eleição direta desses cargos, como acontece atualmente. Com isso, pretende sequestrar a Educação e a Ciência brasileiras, fazendo-as reféns de sua ideologia e de seu autoritarismo, o que representa grave ataque à autonomia universitária inscrita na Constituição Federal.
Outra grave ingerência na Academia é a previsão, nesse instrumento, da permissão ao presidente para que nomeie dirigente dessas instituições pro tempore, sem qualquer consulta à comunidade, bastando para isso que se insinue irregularidades no processo de consulta para formação da lista tríplice, o que significa a ameaça de colocar universidades e institutos sob intervenção. É o que já acontece hoje na Universidade Federal da Grande Dourados e no CEFET-RJ.
São flagrantes as inconstitucionalidades da MP, bem como as graves ameaças que representa. Na UFMA, não de hoje vem a luta da Apruma e do Andes-SN para que, em vez de restringir, amplie-se a democracia na instituição, através de eleições diretas e paritárias para a Reitoria, Centros, Campi, Colégio Universitário, Hospital Universitário e todas as suas unidades e subunidades.
Ante tudo o que foi exposto, reafirmamos nosso mais veemente REPÚDIO à Medida Provisória 914, já expressos em Nota Pública pelo Andes-SN.
Essa situação exige nossa incansável luta em defesa da democracia interna na Universidade Federal do Maranhão, bem como do Artigo 207 da Constituição Federal de 1988, onde está inscrito o princípio da Autonomia Universitária, bem como da democracia em todas as IES.
Reiteramos a defesa que fazemos de que dirigentes devem ser escolhidos através de eleições diretas, com voto paritário ou universal, e que o processo se encerre no âmbito de cada IES. Que na UFMA as eleições se encerrem no âmbito de cada órgão: Reitoria, Centros, Campi, Colégio Universitário, Hospital Universitário e todas as suas unidades e subunidades sem necessidade, portanto, de elaboração de lista tríplice ou indicação de protempore, respeitando-se a vontade e escolha de quem constrói o cotidiano de cada um dos setores e órgãos da UFMA.
Para tanto, conclamamos toda nossa categoria docente, a comunidade universitária e a sociedade em geral a cerrar fileiras para derrotar mais esse ataque do governo Bolsonaro às Instituições Públicas de Ensino Superior, reafirmando ainda nossa firme posição de defesa incansável da Educação Pública, Gratuita, Laica e de Qualidade ofertada pelas universidades, institutos federais e pelo Colégio Pedro II, alvos de tão autoritária medida, que procuraremos, de todas as formas, derrubar.
Na 5ª edição, o Encontro dos Forrozeiros dos Lençóis
Maranhenses na cidade de Santo Amaro do Maranhão será uma grande prévia do
maior evento do autêntico forró do Estado do Maranhão (Tributo ao Rei do
Baião).
O Encontro dos Forrozeiros ocorrerá nos dias 24 (na praça
principal da cidade de Santo Amaro) e 25 de janeiro (em frente à Pousada
Sol de Amaro).
Atrações já confirmadas: Seu Raimundinho, Grupo “Pé no
Chão”, Dário Rubens, Nildo Potiguar, “Forró Pegado”, Cabo Zé, Nenem do Vale,
Joãozinho da Zabumba, Mané Fanho e muitos convidados.
Fora da alta temporada, esse evento cultural movimenta a
região dos Lençóis Maranhenses e, ao mesmo tempo, representa uma grande
parceria da cidade maranhense com a Comissão Organizadora do Tributo ao Rei do
Baião.
No Encontro dos Forrozeiros dos Lençóis Maranhenses, não há
cobrança de ingresso. É essencialmente democrático, pois as pessoas de várias
partes do Maranhão e de outros Estados participam sem restrições.
Nos dois dias, 24 e 25 de janeiro, Santo Amaro será a cidade
mais forrozeira do Maranhão.
Cotidiano urbano de 10 países é apresentado em tons de poesia e arte
Uma viagem inesquecível, uma máquina fotográfica e o desejo incurável de registrar o mundo com delicadeza e simplicidade. São esses os elementos principais da exposição fotográfica “Cenas de Rua e Outras Interações Poéticas”, que mescla a fotografia de Marcellus Ribeiro com a poesia de Joãozinho Ribeiro, e estreia nessa quinta-feira (16), no espaço Casa de Portugal, no Convento das Mercês, em São Luís.
É a primeira vez que o economista Marcellus Ribeiro deixa o escritório para apresentar ao público um trabalho que já realiza há mais de seis anos. A exposição “Cenas de Rua e Outras Interações Poéticas” é resultado do olhar artístico de Marcellus sobre fragmentos da vida urbana, que vão desde as paisagens históricas de Alcântara até as ruas do Marrocos.
Em preto e branco ou em cores, cada registro conta uma história que foi muito bem retratada pela poesia de Joãozinho Ribeiro, que emoldura a exposição. A parceria entre os Marcellus e Joaozinho transborda num fluxo de emoções que acompanha os personagens e cenários das imagens.
Para Marcellus Ribeiro, o ato de fotografar expressa a alteridade do artista sobre o mundo. “É uma forma de por pra fora uma visão que traz tudo o que o artista tem na alma, materializando aquilo que Caetano canta sobre ‘o que é de mim tão desigual'”, comentou o artista.
Já Joãozinho Ribeiro acredita na perfeita complementaridade entre imagem e palavra. “É um generoso diálogo entre as cenas captadas pelas lentes do fotógrafo e a cumplicidade do olhar do poeta sobre as coisas e os seres, em desencontro nos seus diferentes espaços geográficos, porém comungados em suas passagens por esta maravilhosa aventura humana denominada Cultura!”, observou o poeta.
A exposição “Cenas de Rua e Outras Interações Poéticas” tem a curadoria de Svetlana Farias, e o apoio muito importante do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira do Maranhão. Permanece em cartaz por tempo determinado. A abertura oficial acontece no 16. Visitas públicas gratuitas podem ser realizadas do dia 17 de janeiro a 21 de fevereiro. As visitas podem ser realizadas às segundas, das 13h às 17:30h, de terça a sexta-feira, das 8 às 17h, e aos sábados, das 8h às 12h.