Segunda edição da temporada 2019 do projeto terá como atrações Mano Magrão, DJ Pedrinho Dreadlock, Mano’s Trio e Chiquinho França
A Praça do Letrado, no Vinhais, será o palco do segundo sarau da temporada 2019 de RicoChoro ComVida na Praça. O novo encontro está marcado para este sábado (24), às 19h, com entrada gratuita. O projeto é uma realização de Eurica Produções, Girassol Produções Artísticas e RicoChoro Produções Culturais, com patrocínio de TVN, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão.
As atrações desta edição são o Mano’s Trio (foto), o guitarrista e bandolinista Chiquinho França, além do DJ Pedrinho Dreadlock e o poeta Mano Magrão – além do diálogo musical que já caracterizava o projeto, este ano a proposta foi ampliada com a inclusão de um momento poético na programação.
O Mano’s Trio é uma das mais recentes formações da cena instrumental em São Luís, passeando por choro, jazz e ritmos da cultura popular do Maranhão. É formado pelos jovens músicos Mano Lopes (violão sete cordas), Natanael Assumpção (bateria) e Wesley Sousa (teclado). Apesar da pouca idade, os três têm talento de sobra, sendo bastante requisitados em shows de diversos artistas.
Chiquinho França é um artista que também tem na mistura uma das características de seu trabalho como instrumentista. Tocando guitarra ou bandolim, ficou famoso com sua versão instrumental para “Filhos da precisão”, de Erasmo Dibell, que tornou-se prefixo de programa de rádio FM dedicado à música popular produzida no Maranhão, e também enfiou o bumba-meu-boi no arranjo que fez para “Santa morena”, clássico de Jacob do Bandolim. Suas apresentações dedicadas ao repertório do Pink Floyd – o show Pink França Floyd, que costumeiramente apresenta – também arregimentam sempre um bom público.
“A minha religião é a música”, afirma o DJ Pedrinho Dreadlock. Não é exagero: aos 35 anos, discoteca desde 2010, tendo como principais influências o hip hop, reggae, dub, rock, jazz e MPB, um variado cardápio. Filho de jornalistas, Dreadlock se apaixonou pelo toca-discos por influência de um amigo pesquisador e hoje é um dos expoentes da cena contemporânea em São Luís.
Mano Magrão ganhou esse apelido quando seus pais deixaram a cidade de Pinheiro para vir morar em São Luís, mais precisamente na Vila Isabel Cafeteira. Começou a cantar rap aos 19 anos, no extinto grupo Q.I. Engatilhado. Depois fundou o Bando Negro Cosme, também já extinto. Atualmente prepara seu primeiro trabalho solo, com lançamento previsto para novembro. Além de MC, Mano Magrão é professor, tendo se graduado em História também por influência do hip hop.
Acessibilidade — Todas as edições de RicoChoro ComVida na Praça garantem a presença confortável de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O projeto garante banheiros acessíveis, assentos preferenciais com sinalização, audiodescrição e tradução simultânea em libras.
Serviço
O quê: segunda edição da temporada 2019 de RicoChoro ComVida na Praça
Quando: dia 24 de agosto (sábado), às 19h
Onde: Praça do Letrado (Vinhais)
Quem: Mano Magrão, DJ Pedrinho Dreadlock, Mano’s Trio e Chiquinho França
Quanto: grátis
Patrocínio: TVN, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão
Realização: Eurica Produções, Girassol Produções Artísticas e RicoChoro Produções Culturais
Os membros do Quilombo de Açude, no município de Serrano do Maranhão, tiveram novamente suas terras queimadas por grileiros. Segundo o Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia de Cururupu, além das plantações incendiadas, a comunidade tem sido vítima de ameaças de um homem armado que se diz detentor da terra.
A última
plantação foi queimada no domingo (18) e pertencia ao lavrador quilombola
Benedido Silva, o que fez sua filha, Elissandra de Oliveira, registrar o B.O.
Segundo ela, o homem chamado Antônio Carlos de Carvalho já vinha importunando
os moradores desde o mês de junho, quando disse ter comprado terrenos dentro do
território quilombola – apesar de ele estar em processo de regularização no
Incra desde 2011.
Desde a
segunda-feira (20), então, a comunidade do Açude recorre às autoridades para
obter proteção urgente de suas terras e de seus membros, mas não tem tido
respostas. “Lá em Açude, ele [Antônio] está dizendo que hoje (terça, 20) de
tarde ele vai queimar o restante. Ele está mobilizando as outras pessoas que
compraram as terras para acabar de incendiar”, expõe Elissandra.
Descumprimento do acordo
No
dia 27 de junho, o homem em questão foi chamado para uma reunião no Sindicato
dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais em Serrano, onde fez um acordo com
representantes do Quilombo de que a resolução do conflito entre eles seria
pacífica. A reunião teve presença de diversas entidades, como a Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, a Secretaria Estadual de Igualdade Racial e a
Polícia Militar do Maranhão.
No
documento assinado naquele dia, consta que “o sr. Antônio Carlos parece ter
sido induzido ao erro” ao comprar um terreno onde já haviam antes roças e
moradias de lideranças quilombolas, tais como Benedito. Dos 13 mil hectares do
Quilombo, 60 hectares e 48 ares foram vendidos nesta transição “de má-fé”, diz
o documento.
O
Quilombo enfrenta a luta pela regularização de seu território há oito anos.
Pouco tempo depois de seus moradores terem dado entrada no processo do Incra em
2011, herdeiros da família Cadete iniciaram a oferta da área, sem alertar aos
potenciais compradores que ela poderia ser posteriormente desapropriada pela
União. Somente em 2018 a família vendeu o terreno a Antônio Carlos.
Mesmo
com o acordo de paz assinado, Antônio voltou a frequentar a área na semana
passada. “Ele quebrou esse acordo e começou a incendiar o roçado que é o nosso
sustento. Ele começou a incendiar, ameaçar andando armado o tempo todo”, conta
Elissandra. Conforme conta no B.O., Antônio anda portando uma espingarda e um
facão, ameaçando as famílias quilombolas.
“Eles
tão ameaçando porque sabem que qualquer hora podem sair de lá”, explica a
quilombola, referindo-se à regularização. “Eles querem tacar fogo, não estão
nem aí para os prejuízos e ninguém faz nada.”
A Agência Tambor estará promovendo um debate com o
tema “Comunicação, democracia e desigualdade social”. O evento ocorrerá no dia
12 de setembro, às 18h, no Auditório Central da Universidade Federal do
Maranhão (UFMA) e contará com o apoio de várias organizações, entre elas a
Apruma (Associação dos Professores da UFMA), seção do Andes (Sindicato Nacional
dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).
A mesa de debate terá a participação de Cristiane
Furtado, comunicadora popular do Rio de Janeiro, ativista lésbica e feminista,
uma das editoras da Revista Brejeiras. Sua formação passa pelo Núcleo
Piratininga de Comunicação (NPC), referência no Brasil na área de comunicação
popular e sindical. Atualmente, Cristiane está desenvolvendo uma pesquisa, para
um doutorado, sobre a história do feminismo na imprensa carioca.
Participarão também da mesa mais dois debatedores:
Rosa Gregório, quebradeira de coco babaçu, ligada ao Movimento Interestadual
das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) e à articulação da Teia de Povos e
Comunidades Tradicionais do Maranhão; e Lyndon de Araújo Santos, pastor
evangélico, historiador e professor da UFMA.
Rosa participou como palestrante, em 2017, do I
Seminário Comunicação e Poder no Maranhão, evento que deu origem à Agência
Tambor. E Lyndon Santos é um dos articuladores do Papo de Crente, programa
semanal da Rádio Tambor, idealizado para cumprir uma função educativa. Com
mestrado e doutorado na área de História, Lyndon é autor de vários livros,
entre eles “As outras faces do sagrado: protestantismo e cultura na Primeira
República brasileira”.
A mediação do debate será de Gerlane Pimenta,
secretária de Imprensa e Comunicação do Sindicato dos Bancários do Maranhão,
que também comanda um programa na Rádio Tambor, o Na Boca do Caixa.
A Agência Tambor é uma ação de apoio à comunicação
livre, alternativa, popular e comunitária, que tem como carro chefe uma Rádio
Web (instalada no site agenciatambor.net.br) onde convergem áudios, textos e
imagens. Trata-se de um projeto executado no Maranhão, estado brasileiro
com a maior concentração midiática do país, marcado por uma estrutura
oligárquica secular. Uma estrutura conservadora, que se sustenta também na
comunicação.
A Tambor é parte de um processo e nasce de uma
articulação que envolve militantes dos diretos
humanos, movimento de rádios comunitárias, Jornal Vias de Fato,
sindicatos de esquerda, cristãos progressistas, grupos de estudo, professores,
artistas, blogs e diferentes organizações populares, incluindo os povos e
comunidades tradicionais.
Além da Apruma, cerca
de 40 organizações estarão apoiando este evento. Em breve, a Agência Tambor
estará divulgando a lista de apoiadores. A entrada é franca e, para os
estudantes que tiverem interesse, haverá certificado. A inscrição pode ser
feita no site agenciatambor.net.br (basta ir no menu e clicar em inscrições).
Qualquer dúvida os contatos são: (98) 98408-8580 e (98) 98405-6689.
Relatos emocionantes, denúncias fortes e muita revolta contra o Governo do Estado do Maranhão e o governador Flávio Dino foram a tônica dos discursos de moradores e defensores dos direitos humanos durante coletiva de imprensa realizada na OAB, em São Luís, por um grupo de aproximadamente 70 pessoas entre populares, representantes de diversas entidades defensores das causas sociais e advogados e advogadas, no Plenário da OAB Maranhão.
A coletiva foi convocada pela Comissão de Direito Humanos da OAB Maranhão que, sensibilizada com a situação da comunidade e inconformada com o tratamento dado pela Policia Militar aos moradores e a advogados que na madrugada de segunda-feira faziam um protesto pacífico na sede do Governo do Estado, resolveu convocar a imprensa e expor todo ocorrido.
Segundo os relatos, um grupo de aproximadamente 40 pessoas foi atingido por bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha, pessoas foram detidas e advogados militantes dos direitos humanos ameaçados pela Polícia Militar durante protesto dos moradores da comunidade do Cajueiro, realizado na noite de segunda-feira (12/08), na Porta do Palácio dos Leões, demonstrando uma violência totalmente desarrazoada e sem sentido por parte do Governo Maranhense do PC do B.
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Maranhão, as medidas de repressão da força policial do estado podem ser comparadas a atos ditatoriais. “Tomaremos medidas urgentes contra essas atitudes do Governo, que classificamos como medidas típicas de ato ditatorial, a exemplo, da operação surpresa, coordenada pelo Secretário de Segurança Pública, na madrugada desta segunda-feira, em frente ao Palácio dos Leões, ferindo e ameaçando a população que estava em um ato pacífico, reivindicando seus direitos”.
As famílias, que habitam o local há décadas e são reconhecidas como uma comunidade tradicional, dizem não saber o que fazer e nem para onde ir com a determinação. Rafael Silva relata ainda que a empresa portuária responsável mentiu sobre as casas terem sido desocupadas. Ele detalha ter presenciado e registrado crianças sendo retiradas à força ou sendo surpreendidas com a derrubada ao retornarem para suas casas da escola. “Há vários testemunhos do uso da força durante a desocupação da área que ocorreu sem que a população do Cajueiro fosse informada sobre a data certa para a reintegração”, pontuou.
Após a derrubada de 28 casas na Comunidade do Cajueiro, um grupo de moradores realizou um protesto em frente ao Palácio dos Leões, sede do Poder Executivo estadual, contra a reintegração de posse no Cajueiro, localizada na zona rural de São Luís onde um porto será construído. A decisão judicial no local foi cumprida por policiais militares.
Para o advogado da União de Moradores do Cajueiro e vítima da Polícia de choque ontem no Palácio dos Leões, Jackson Roger Almeida da Silva, as forças policiais perderam o tom tanto na reintegração como ao colocar fim ao protesto. “Agiram na comunidade de forma agressiva e de forma abusiva. O governo e a secretaria de direitos humanos nunca falaram que fariam a reintegração de forma clara. O que aconteceu foram agressões mesmo, tanto durante o ato na comunidade quando das manifestações em frente ao Palácio dos Leões”, finalizou.
Entenda o caso:
A disputa pela área onde está localizada a comunidade é de interesse da empresa portuária WPR São Luís Gestão de Portos e Terminais Ltda. intitulada, atualmente, de Tup Porto São Luís S.A. No ano de 2014, uma decisão judicial garantiu a permanência das famílias no local, no entanto, o juiz Marcelo Oka, emitiu, em julho uma liminar de reintegração de posse a favor da empresa, pedindo a retirada das pessoas. O governo do Maranhão afirma que foram esgotados os processos de mediação, e dessa forma, cabe ao Estado cumprir a determinação judicial.
Após a reunião na OAB Maranhão os moradores do Cajueiro se deslocaram em passeata até o palácio Henrique de La Roque onde estaria acontecendo uma coletiva de Governo para expor sua versão ao Governo do Estado.
Nota do Governo – 12/08/2019
Sobre a decisão judicial de reintegração de posse na comunidade Cajueiro, zona rural de são Luís, o Governo do Maranhão informa que:
1) trata-se de cumprimento de determinação judicial pela reintegração de posse. Há 28 posses diretamente afetadas, dentre imóveis habitados e não habitados;
2) a Secretaria de Direitos Humanos realizou processo de mediação com o Ministério Público, Defensoria Pública e as partes, a fim de contribuir com a construção de uma solução dialogada;
3) após a atuação da Secretaria, chegou-se à proposta de reassentamento de todas as famílias que residem no local, pagamento mensal de aluguel social e cestas básicas e proposta de capacitação e emprego de um membro de cada família;
4) esgotado o processo de mediação, cabe ao Estado cumprir a determinação judicial.
Secretaria da Comunicação Social e Assuntos Políticos do Governo do Estado do Maranhão
Com o tema “Civilização ou barbárie: o futuro da humanidade”, a Jornada Internacional de Políticas Públicas (Joinpp) acontece de 20 a 23 de agosto no campus do Bacanga da Universidade Federal do Maranhão. Promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Politicas Públicas da Ufma, a jornada chega à sua nona edição consolidada como um dos principais eventos acadêmicos da instituição. As atividades acontecerão no Centro Pedagógico Paulo Freire.
Constam da programação conferências, mesas redondas,
minicursos, mesas temáticas e o lançamento de livros e revistas.
A cerimônia de abertura acontece às 9 horas do dia 20, no auditório do Centro Pedagógico Paulo Freire, seguida da conferência que tem como título o tema da 9ª Joinpp, com a participação dos professores Atílio Boron (UBA/Argentina) e Mauro Luís Iasi (UFRJ/Brasil). Ainda no primeiro dia acontecerão sessões de mesas temáticas coordenadas da 14h às 20h.
Na quarta-feira (21) ocorre a mesa redonda Crise do
capitalismo, neofascismo e as estratégias da classe trabalhadora, com as
presenças dos professores Giovanni Fresu (UFU/Brasil), Ricardo Festi (Unicamp/Brasil)
e Marcelo Buzetto (CUFSA/Brasil). À tarde acontece a primeira sessão de
minicursos (das 14h às 16h), seguida de sessões temáticas de comunicações orais
(16h às 19h), do lançamento de livros e revistas (19h) e de uma
confraternização entre os participantes da Joinpp.
No dia 22 (quinta-feira) haverá a mesa redonda O processo de democratização do trabalho e da sociedade, com os professores Pierre Cours-Salies (Paris VII/França), Ilse Gomes Silva (Ufma/Brasil) e Olga del Carmen Fernández Rios (Universidade de Havana/Cuba), seguida da segunda sessão de minicursos (das 14h às 16h), e de sessões temáticas de comunicações orais (16h às 19h).
No último dia do evento (23) acontecem pela manhã sessões temáticas de comunicações orais (das 8h30 às 11h30). Á tarde, a terceira sessão de minicursos (14h às 16h) e a conferência de encerramento, intitulada Centenário de Luxemburgo, uma rosa vermelha para a democratização socialista, com a professora Isabel Maria Frederico Rodrigues Loureiro (UFPR/Brasil) e o professor Flávio Bezerra de Farias (Ufma/Brasil), das 16 às 18 horas. Logo a seguir acontecerá a cerimônia de encerramento.
Mais informações sobre a IX Jornada Internacional de
Políticas Públicas, inclusive sobre as edições anteriores, podem ser
visualizadas na página da jornada na internet: http://www.joinpp.ufma.br/index.php.
O programa apresentado pela jornalista Andréa Oliveira terá o ator e diretor como atração nesta sexta, 16, às 19h, no Teatro Napoleão Ewerton. O Palavra Acesa tem como pauta principal o amor ao livro.
O ator César Boaes, que dá vida à hilária Clarisse Milhomem na comédia Pão com Ovo, será o entrevistado do programa Palavra Acesa nesta sexta-feira, 16. Ele vai dividir com o público sua paixão pelos livros, lembranças de suas primeiras leituras e contar sobre o que tem lido no momento.
Lançado no último dia 27 de julho, com exibição da entrevista gravada com o compositor Zeca Baleiro, o projeto segue até dezembro, com novas conversas (uma a cada mês), todas registradas em vídeos que serão disponibilizados na internet. O bate-papo com Baleiro está disponível aqui.
“O Palavra Acesa nasceu da necessidade de acender uma chama nesse momento sombrio pelo qual o Brasil está passando. Em lugar do ódio e das armas, declaramos o amor aos livros e ao conhecimento como ferramenta para vencer a barbárie”, afirma Andréa Oliveira.
As conversas serão sempre em torno das memórias e da relação da pessoa com a literatura. Um diferencial em relação aos demais programas com esse perfil é a escolha dos convidados. O critério inicial é de que não sejam escritores ou profissionais que tenham o livro como ferramenta de trabalho. “A proposta não é trazer histórias de escritores, mas de leitores. Gente que tem paixão pela leitura e que atua nas mais diferentes profissões”, explica.
Além das entrevistas, o projeto está formando um acervo especial com as obras citadas pelos convidados. A cada encontro eles apresentam o livro mais marcante de sua vida, lêem um trecho da obra e a dedicam ao programa. “A ideia inicial era que a cada edição o Palavra Acesa ganhasse um livro autografado pelo entrevistado. Mas durante a edição do piloto com Zeca Baleiro, mapeamos mais de 20 livros, o que nos motivou a formar um conjunto mais robusto de obras”, diz a jornalista.
O Palavra Acesa, idealizado e apresentado por Andréa Oliveira, é uma realização conjunta com o Festival BR-135 e tem parceria com o Sesc MA, Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão/Escola de Cinema do Maranhão, com apoio do Circuito Palavra Acesa, integrado pelas livrarias Vozes, Sebo do Arteiro, Chico Discos, Poeme-se, PaçoProsa e Feira da Tralha, todas localizadas no Centro de São Luís.
PALAVRA ACESA O quê: Andréa Oliveira entrevista César Boaes Quando: Sexta, 16 de agosto, às 19h Onde: Teatro Napoleão Ewerton (Av. dos Holandeses, em frente ao Ibis Hotel) Entrada: Gratuita (retirar senha meia hora antes). Acesso limitado à capacidade do teatro
Pelos alto-falantes da Voz Tupi muita gente namorou e até casou. A música de Odair José Pare de tomar a pílula era “febre”. Havia também os animados shows de calouros que revelaram talentos musicais nos bairros de São Luís
Antes do
surgimento da rádio comunitária Bacanga FM, no Anjo da Guarda, houve pelo menos
três serviços de alto-falante no bairro: Voz Tupi, Voz Montecarlo e a Rádio
Popular. No início da década de 1970, a Voz Tupi foi a principal referência de
comunicação local utilizando equipamentos de propagação da voz – microfone,
amplificador e alto-falante. Nesse interstício surgiu ainda a Voz Montecarlo. A
partir de 1988, durante uma década (até 1998), foi a vez da Rádio Popular dominando
os “ares” do Anjo da Guarda e adjacências.
Originada
no bairro Lira, a Voz Tupi chegou no Anjo da Guarda após o rumoroso incêndio
nas palafitas do Goiabal, em 1968, que provocou o primeiro grande deslocamento
populacional para a região Itaqui-Bacanga.
O radialista José de Ribamar Furtado, 63 anos, também conhecido no meio radiofônico como Ribinha, lembra um bordão marcante falado pelo advogado Jurandir Sousa : “Voz Tupi, 20 anos no ar servindo bem a comunidade”. Furtado começou a trabalhar na Voz Tupi logo no início da década de 1970, como operador, assim que a emissora chegou no Anjo da Guarda.
Segundo
o radialista, a amplificadora cresceu junto com o bairro e foi uma prestadora
de serviço para os moradores. “Era uma escola e ajudou muito na minha caminhada
no rádio no Maranhão. A Voz Tupi era chamada o cacique
suburbano e teve como donos iniciais o advogado Jurandir Sousa,
Vadico e Oliveira”, recordou.
Já o bancário
aposentado Raimundo Silva Pereira Neto
morou no Lira e no Anjo da Guarda, onde chegou em novembro de 1969. Nos dois
bairros recorta as memórias da Voz Tupi, liderada por Wlademir de Oliveira
Silva, o Vadico, e Jurandir Sousa. Nas duas amplificadoras a música dominava a
programação, mas elas repercutiam também os acontecimentos do bairro, avisos,
informes, utilidade pública, anúncio de aniversário e falecimento de moradores,
notas sobre o dia-a-dia da comunidade e propaganda do comércio local.
No Anjo
da Guarda a amplificadora funcionava nas proximidades do Teatro Itapicuraíba. “Era
um cômodo onde tinha o estúdio e um poste de madeira com o alto-falante. Existia
um grupo de músicos do Anjo da Guarda (Chiquinho, Seu Doca, Vavá). Eles
anunciavam ‘daqui a 15 dias vai ter um programa de calouro’ e as pessoas se
inscreviam e no dia montavam o palco, passavam as músicas e era convidada uma
equipe para fazer o julgamento. Havia muita participação popular”, enumerou
Neto, reiterando que os programas de calouros eram o aspecto mais emblemático.
“Pra mim aquilo já era o estímulo da produção da arte popular. A Voz Tupi
estimulava isso através da música”, enfatizou.
Cacique suburbano
A expressão “cacique” era uma referência à cultura indígena. No bairro Coréia, por volta da década de 1950, havia a amplificadora Voz Guarani, conforme o relato de Ligia Oliveira Belfort (reveja aqui)
Provavelmente,
as denominações indígenas dos serviços de alto-falante seguiam a lógica dos
Diários Associados, de Assis Chateaubriand, que designavam as emissoras
filiadas sempre com referência às etnias. No Maranhão, a rádio Gurupi e depois
a Timbira são exemplos dessa tendência.
José de Ribamar Furtado conta que foi levado para a amplificadora por Haroldo Viana. “Eu comecei como operador. A Voz Tupi tinha dois pratos (toca discos) e por ali eu comecei a aprender a colocar a emissora no ar. Havia um amplificador de 75 watts, a válvula. Com a ida do Haroldo Viana para Brasília eu passei a ser locutor também. Aos poucos fui tomando consciência da responsabilidade que eu estava abraçando para que essa aprendizagem me levasse até o rádio”, explicou.
Espalhadas
em diversos bairros de São Luís, as amplificadoras geralmente apresentavam como
principal produto a programação musical e nos fins de semana os animados “shows
de calouros”. Segundo Furtado, os concursos de cantores amadores na Voz Tupi
eram oportunidades para revelar novos talentos musicais que tinham dificuldade
de inserção nas rádios.
Em algumas ocasiões, a Voz Tupi fazia a retransmissão das partidas de futebol ou inseria os jornais falados das emissoras profissionais de rádio AM, mas os hits davam o tom na programação. “O essencial era tocar os sucessos. Quando chegou aquela música de Odair José, “Pare de tomar a pílula”, ave maria, era legal”, comemorou, explicando que os discos (LPs de vinil) eram comprados nas lojas ou distribuídos pelos produtores e propagandistas das gravadoras.
A escritora Lourdes Lacroix, no livro “São Luís do Maranhão Corpo e Alma” registra a existência das amplificadoras desde janeiro de 1930 na capital, quando “a Casa Autovictor, situada na Praça João Lisboa, inaugurou um serviço de altofalante com o objetivo de projetar artistas locais.” (Lacroix, 2012, p. 520)
Embora
já houvesse emissora profissional de rádio AM instalada em São Luís desde o
início dos anos 1940, os serviços de alto-falante ou voz ainda tinham uma
relativa importância nos anos 1970. “Havia uma disputa fantástica pela
audiência entre as rádios profissionais, mas existia um apelo popular porque a
gente tinha nosso espaço através dos serviços de alto-falante, apesar da força
do rádio AM no Maranhão”, esclareceu Furtado.
As
formas de arrecadação ocorriam mediante a cobrança pela veiculação de mensagens
comemorativas, anúncio de produtos dos estabelecimentos comerciais, divulgação
de festas e eventos em geral.
No Anjo
da Guarda a Voz Tupi funcionava diariamente das 11h às 13h e das 17h às 19h.
Excepcionalmente aconteciam as alvoradas musicais para homenagear um
aniversariante. Nessas ocasiões a emissora tinha uma transmissão específica às
6h da manhã com oferta de músicas e mensagens ao homenageado.
Audiência e namoro pelo alto-falante
A interação com a audiência era ativa. “A comunidade sempre participou de maneira direta ou indireta, principalmente através de carta e mensagens. Sempre teve essa aproximação entre o trabalho da voz e o ouvinte. Era tão participativo que todas as vezes que falecia alguém e a gente tocava a música “El silencio” gerava expectativa para saber quem havia falecido. O bairro inteiro parava”, detalhou o radialista Furtado.
Pelos alto-falantes da Voz Tupi muita gente namorou e até casou. A veiculação de mensagens afetivas ou o oferecimento de música aproximava as pessoas pela emoção. “Eu casei com a minha primeira esposa – Dulcié Bastos Furtado – através da Voz Tupi. Ela achava minha voz bacana, me admirava. Pra mim foi marcante. Eu lembro até de algumas músicas que eu colocava pra ela, como “Davy”, na voz de Nalva Aguiar; e “Meu bom José”, interpretada por Rita Lee. Mas não foi só eu não. Teve outros companheiros que se casaram pela Voz Tupi”, apontou.
Veja abaixo os videos de Nalva Aguiar e Rita Lee
De acordo com Furtado, as amplificadoras fizeram escola para muitas pessoas que posteriormente foram para o rádio. “Foi o berço da minha trajetória e de vários outros companheiros. Com eles aprendi a trabalhar com seriedade, informação precisa e verdadeira”, detalhou.
Imagem destacada / Entrada do bairro Anjo da Guarda / Acervo do jornal O Imparcial / capturada neste site
Os fatos recentes sobre o despejo da comunidade Cajueiro para a construção de um porto privado em São Luís, com capital chinês, extrapolaram o bom senso.
Usando um aparato policial exagerado e muita violência, o Governo do Estado não só acionou a Polícia Militar para garantir o despejo na zona rural como também para expulsar os manifestantes que estavam acampados no Palácio dos Leões.
A Polícia Militar agiu de forma desproporcional contra os
acampados, lançando bombas de efeito moral e outros equipamentos repressivos
com tal agressividade que causa espanto, indignação e revolta.
Quando tomou posse, o governador Flávio Dino afirmou em alto
e bom som que os leões do palácio (sede do governo) nunca mais iam rugir contra
o povo do Maranhão.
O que se viu ao longo desse dia 12 de agosto de 2019 foram
mais que rugidos. Os leões usaram as suas garras para derrubar as casas de dia e
desmobilizar o acampamento pacífico das pessoas pró-Cajueiro, à noite.
Esses fatos, de tão espantosos e aviltantes, deixaram perplexas até mesmo aquelas pessoas que pouco se manifestam sobre política no Maranhão.
Diante de tanta violência, só resta a indignação e a
denúncia. Repetem-se, neste governo, as velhas práticas da oligarquia: o
massacre contra os pobres.
A violência em Cajueiro é consentida porque lá estão lavradores, pescadores e extrativistas.
São tantas as injustiças no Maranhão… mas não se vê a
mesma contundência da Justiça e da Polícia Militar para combater a grilagem e a
violência no campo.
Pouco se nota a ação do sistema de Justiça e do governo para
impedir a grilagem urbana ou o esquema de agiotagem nas prefeituras.
Bem ali, perto do Palácio dos Leões, a Prefeitura de São Luís conspira para mudar o Plano Diretor e reduzir a área rural da cidade em 40% visando atender aos interesses da especulação do grande capital.
Cajueiro é mais um passo na escalada do processo de
modernização conservadora iniciada pela Vale e Alumar nos anos 1980 que não
resultaram em melhoria da qualidade de vida da população, não reduziram as
desigualdades e também não geraram empregos necessários.
Temos mais ônus que bônus com esses grandiosos
empreendimentos que não se traduzem em desenvolvimento no sentido pleno.
Ainda sobre o despejo e a violência na porta do Palácio dos
Leões, resta sempre insistir no diálogo como o melhor caminho para resolver o
conflito.
Infelizmente, o governo preferiu as bombas de efeito moral,
os tratores, as balas de borracha, as sirenes das viaturas e o choque.
O deputado federal licenciado e atual titular da Secretaria de Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), Rubens Pereira Junior (PCdoB), é um nome firme do governador Flávio Dino para disputar a Prefeitura de São Luís em 2020.
O secretário está turbinado pelo programa Nosso Centro, uma ação planejada para dar visibilidade ao pré-candidato nas asas do conjunto de investimentos previsto para a grande área do Centro Histórico e os seus arredores.
No comando da Secid, Rubens Junior vai pilotar inicialmente R$ 140 milhões do programa Nosso Centro, com a meta de investimentos na recuperação de casarões, educação tecnológica e geração de empregos mediante parceria com o setor privado.
Originário de Matões, com família influente no controle daquele município, Rubens Junior não tem raízes em São Luís. O programa Nosso Centro seria uma forma de conectá-lo à capital por um território que ganhou mais visibilidade publicitária após a decoração das festividades juninas de 2019.
No São João e nas férias de julho as ruas da tradicional Praia Grande (projeto Reviver) passaram a ser visitadas pelos moradores de São Luís em busca do atrativo cenário colorido para as cobiçadas fotografias, gerando uma identidade reforçada pelas imagens entre a população da capital e o Centro Histórico.
O programa Nosso Centro é um caminho para vincular Rubens Junior a um ambiente de São Luís onde transitam formadores de opinião, artistas, produtores culturais e também abriga grandes eventos como o Carnaval e o São João, sem demérito das outras regiões da cidade.
Enfim, o pré-candidato precisa de uma “liga” com a “ilha”, considerando que, até então, é visto como político referenciado nos redutos eleitorais do continente/interior.
Na eleição de deputado federal em 2018 ele foi eleito com 111 mil 584 votos, mas conseguiu apenas 9.320 sufrágios na capital , quase a mesma votação obtida em sua terra natal, Matões – 9.311 votos.
Em São Luís, o deputado federal Bira do Pindaré (PSB), por exemplo, tem mais identidade com os sentidos da cidade, além da militância.
Rubens Junior é o preferido do PCdoB para disputar a Prefeitura de São Luís, mas várias fontes com trânsito dentro e fora do governo avaliam que o secretário é também um nome pensado para a própria sucessão do governador Flávio Dino em 2022.
O secretário seria, em tese, um político de confiança do governador. Daí, se não der certo para prefeito, pode ascender à condição de candidato à cadeira principal do Palácio dos Leões em 2022.
Cada eleição é um caso, mas a votação de 2018 serve para balizar, em parte, 2020 e os pleitos futuros.
Imagem destacada: Acompanhado de assessores, o secretário Rubens Junior aponta para os casarões no Centro Histórico (Foto: Jasf Andrade)