Até os primeiros dias do mês de junho, o serviço de UTI aérea disponibilizado pelo Governo do Maranhão já garantiu o translado de 32 pessoas do para leitos de UTI instalados em hospitais de alta complexidade.
Já foram atendidos com o transporte aeromédico, pacientes diagnosticadas com quadro grave do novo coronavírus das cidades de Imperatriz, Lago da Pedra, Buriticupu, Presidente Dutra, Pedreiras, Santa Luzia do Tide, Bacabal, Codó, Barra do Corda, Balsas e Colinas.
“UTI aérea contratada pelo Governo do Maranhão segue trabalhando para ampliar acesso a serviços de saúde da rede estadual”, informou o governador Flávio Dino, em postagem nas redes sociais nesta semana.
As aeronaves utilizadas são aparelhadas com estrutura de UTI, incluindo respiradores e equipe médica, garantindo o monitoramento em tempo real.
Além disso, os beneficiados também têm direito a um acompanhante, cuja alimentação e hospedagem estão sendo custeadas pelo Governo do Estado. De acordo com o secretário de Estado da Saúde (SES), Carlos Lula, a ideia é “salvar o máximo de vidas possíveis”.
“Este é um recurso que iremos usar bastante durante a pandemia, pois quanto mais rápido realizarmos o translado, melhor conseguiremos garantir a sobrevida e a consequente recuperação desses pacientes”, pontuou Lula, durante a transferência do seu José de Ribamar, de 63 anos, que mora em Lago da Pedra.
“Eu só tenho a agradecer pelos ótimos profissionais que prepararam tudo para a transferência do meu pai”, afirmou Teresa Raquel, filha de seu José.
As UTIs aéreas hoje integram os serviços dos hospitais regionais no Maranhão e a ação prossegue interligando a rede pública estadual de Saúde com o objetivo de salvar ainda mais vidas.
Fonte: Ascom / Governo do Maranhão
Imagem destacada: UTIs aéreas hoje integram os serviços dos hospitais regionais no Maranhão (Foto: divulgação)
A crescente judicialização da política no curso da operação Lava Jato evidencia os seus resultados mais nocivos – a hipótese de um golpe extremo contra a democracia no Brasil.
Sob a liderança do presidente Jair Bolsonaro, e dos seus filhos, o país é aviltado por uma camarilha de parlamentares, ministros, empresários, milícia digital e fanáticos de todos os naipes, obstinados por agredir, insultar, ameaçar e violentar o Estado Democrático de Direito.
Tudo isso ocorre sem que as instituições formais tomem providências rigorosas para investigar em profundidade o farto conjunto de denúncias e indícios sobre crimes de agentes governamentais, e dos seus seguidores.
Descaradamente, espelhado no presidente que presta culto a torturadores, o bolsonarismo ataca a Constituição Federal, defende a intervenção militar, faz ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e trata como vassalos as autoridades da elite do Judiciário.
Imagine você o que aconteceria com qualquer deputado do campo democrático se ele insultasse um ministro do STF no curso do impeachment da presidenta Dilma Roussef (PT).
Pense como seria tratado um militante de esquerda se ele xingasse e chamasse para briga de rua um magistrado da mais alta corte do país.
Cogite o que fariam com um filho do Lula se ameaçasse fechar o STF e, meses depois, afrontasse o país com a ameaça de uma “ruptura”.
Especule qual seria o tratamento dado a um parlamentar progressista se ele agredisse seus adversários, o Judiciário e até os próprios ex-aliados de partido com expressões e gestos desumanos e anti-civilizatórios.
Idealize que tipo de ação as forças policiais fariam contra um acampamento de movimentos sociais na porta do STF defendendo a intervenção militar.
Calcule a rapidez com que seriam investigadas as denúncias de que o dinheiro público financiaria uma indústria de produção e circulação de fake news.
Se tudo isso ocorresse em 2016 até a eleição de 2018, é certo que as instituições formais reagiriam com o braço forte da lei, convocariam CPIs, determinariam urgência para aprovar retaliações, montariam forças-tarefa, criariam frentes de trabalho, publicariam manifestos, invocariam até os tratados internacionais para passar o trator sobre partidos, lideranças, militantes e movimentos sociais.
A cada aberração proferida pelo presidente Jair Bolsonaro, e seus seguidores, o Judiciário e o Legislativo recuam, encolhem-se, ajoelham-se, e até perdoam as atrocidades perpetradas pela camarilha “verde e amarela”.
Afinal, porque a Câmara dos Deputados ainda não aplicou o Código de Ética em desfavor dos parlamentares que quebraram o decoro?
Como explicar tanta leniência das instituições diante das pregações abertas de ruptura democrática pelos bolsonaristas?
Onde está a agilidade da Procuradoria Geral da República (PGR) frente a tantos pedidos de investigação a partir de variados indícios de crimes?
A quem servem Rodrigo Maia & Davi Alcolumbre?
Os presidentes das Casas Legislativas, dotados de amplos poderes e cientes das práticas viciadas para fazer andar investigações, acelerar ou retardar a tramitação de projetos, negociar com os blocos e frentes parlamentares, manobrar o plenário e fazer conchavos, entre outras ações, parecem muito mais interessados em administrar os interesses do Centrão e, fundamentalmente, cumprir a agenda ultraliberal do ministro Paulo Guedes.
Enquanto poupam Bolsonaro e seus filhos, Rodrigo Maia & Davi Alcolumbre operam os interesses do mercado internacional em todas as reformas já aprovadas e sobre as metas de Paulo Guedes, focadas na privatização, destruição do Estado nacional, desmonte da legislação trabalhista e previdenciária, além da frontal ameaça de privatização dos bancos estatais, do Sistema Único de Saúde (SUS) e da universidade pública.
Rodrigo Maia & Davi Alcolumbre atuam como executivos de luxo dos interesses da elite financeira internacional. E, no plano nacional, ambos funcionam como administradores dos privilégios do Centrão.
Eis a resposta concreta à lentidão do Congresso Nacional diante dos pedidos de impeachment impetrados por vários partidos e organizações da sociedade civil.
Fica evidente que as instituições, de natureza conservadora, estão adequadas à agenda econômica ultraliberal, e lenientes diante dos desvios morais e éticos do presidente e dos seus seguidores.
Ademais, endossam a pauta demolidora de Paulo Guedes. Se ela passar, feito uma boiada, Rodrigo Maia & Davi Alcolumbre não incomodarão Jair Bolsonaro.
Assim, cabe reiterar a pergunta:
Por que as instituições vociferaram para cassar Dilma Roussef e prender Lula, mas não têm a mesma ênfase e atenção face às violações do bolsonarismo contra a Constituição Federal, à civilização e aos princípios mais elementares da ideia de humanidade?
As instituições trocaram a celeridade pela lentidão; o rigor pela flexibilização; a disciplina pela condescendência; enfim, estão ajoelhadas aos pés de um mandatário e dos seus filhos mal educados.
Guardiãs da República, as instituições estão vagarosas, enquanto uma tirania atropela os fundamentos mais comezinhos da civilidade, a ponto de transformar as reuniões ministeriais em um festival de pornografia.
Maia & Alcolumbre têm sido lenientes, condescendentes e parcimoniosos nas suas responsabilidades como líderes da Câmara e do Senado.
É óbvio que existem parlamentares, organizações e magistrados ciosos dos seus direitos e deveres republicanos, atuando para enfrentar os tons do fascismo. Sem eles, o Brasil estaria infinitamente pior.
Mas, no geral, as forças decisivas do Legislativo e do Judiciário estão recolhidas, esperando a boiada do capital passar, atropelando tudo.
Quando não sobrar mais nada de humano, os porta-vozes da elite do sistema de Justiça e do Legislativo, com o apoio da mídia burguesa (parte dela conivente e parceira do lavajatismo e do golpe de 2016), vão tirar da cartola o velho e surrado discurso de que defenderam o Estado Democrático de Direito.
Na semana na qual as frentes antifascistas ganham as ruas no país, o Canal Tudo Em Ciência entrevista o professor Gianni Fresu (Itália), professor da Universidade Federal de Uberlândia (MG) e presidente da IGS-Brasil (International Gramsci Society-IGS/Brasil), na série “Penso, logo resisto”, primeira temporada do canal Tudo em Ciência, sob coordenação do professor Franklin Douglas. Fresu explica as características do fascismo, seu contexto histórico e paralelos com a situação atual.
Nesse episódio, também o lançamento do livro coordenado pela professora Maria Mary Ferreira (UFMA) e os trabalhos do professor do Curso de Radialismo da UFMA, Ed Wilson Ferreira Araújo (UFMA); e de Priscila Costa, doutoranda (PPGPP/UFMA) – com a colaboração de Vanessa Raquel.
São muitos os laços que unem a cantora Rita Benneditto ao poeta e compositor Joãozinho Ribeiro. E eles vão além do sobrenome (Rita é também Ribeiro) e do estado onde nasceram, o Maranhão. As trajetórias de ambos já se cruzaram muitas vezes, e Rita já cantou ao vivo diversas canções do autor. Um desses encontros foi num projeto que incluiu também Zeca Baleiro, que dava, juntamente com os parceiros, seus primeiros passos na música.
Ao longo desses anos, Rita sempre acalentou a vontade de gravar algo do poeta. E, dizem os entendidos, que as coisas acontecem no seu tempo. Prova disso é “Amor maior”, novo single da artista que chega às rádios e plataformas digitais no dia 12 de junho, não por acaso o Dia dos Namorados. A faixa tem produção e arranjos a cargo do maestro Zé Américo Bastos e conta com a participação do violonista Israel Dantas. A canção será apresentada ao público em uma live no próprio dia 12, no canal da artista no youtube.
Rita e Joãozinho costumam trocar mensagens pelo whatsapp e foi por meio deste aplicativo que “Amor maior” chegou à cantora. E não passou despercebida. Em 2019, o compositor festejou seus 40 anos de carreira no palco. Nos palcos, melhor dizendo, pois a turnê de “Milhões de uns” levou-o para além das divisas do seu estado. A apresentação no Rio teve a participação de Rita, que, afinada com o cancioneiro do poeta, interpretou diferentes temas. “Amor maior” era, claro, um eles. E ali, na cena, a artista sentiu que a canção já era dela.
A pandemia provocada pela covid19 leva-nos a repensar antigos valores e as relações (pré)estabelecidas com a sociedade e com a própria vida. Com Rita Benneditto não é diferente. A cantora viu-se tomada pela necessidade de cantar o amor. Não o amor idealizado, mas algo maior, como ela explica a seguir: “O amor é um tema tão importante para todos nós desde sempre e agora mais do que nunca. A gente precisa dar amor e recebê-lo daqueles que amamos, além de compartilhá-lo com o planeta. O amor é antes de tudo uma energia”.
Energia que aglutina. Assim sendo, nada melhor do que a parceria daqueles que compartilham dos mesmos princípios. Eis que dois outros maranhenses entram na jogada. A cantora escolheu o maestro Zé Américo Bastos para criar os arranjos e produzir a faixa. “Sabia que o Zé Américo iria dar o tom certo a essa balada e foi o que aconteceu”, elogia Rita. O maestro escalou, por sua vez, o violonista Israel Dantas. E, nesses tempos de isolamento social, tudo foi feito em segurança, com cada um no seu canto. Zé Américo criou os arranjos da sua casa, Rita pôs voz no próprio lar e Dantas dedilhou seu instrumento no Maranhão, onde vive.
Mais sobre Joãozinho Ribeiro:
O artista é hoje um dos nomes mais relevantes entre os compositores do Maranhão. Suas primeiras incursões musicais datam de 1979, quando começou a participar de festivais universitários. Nas décadas seguintes, o autor amadurece sua vocação e começa a chamar a atenção na cena musical e boêmia. Um sinal disso dá-se em 2001, quando a cantora Célia Maria, considerada a “Voz de Ouro do Maranhão”, grava “Milhões de uns”, levando o autor a ser requisitado pelos mais variados intérpretes. Em mais de quatro décadas dedicadas à música e à poesia, Ribeiro esteve ligado às vanguardas maranhenses e flertou com estilos musicais os mais diversos, indo do choro ao blues; do samba ao cacuriá, passando ainda por ritmos como o tambor de crioula e o bumba-meu-boi.
SERVIÇO
“Amor maior”, novo single de Rita Benneditto
Lançamento nacional: dia 12 de junho, às 19h, no canal da artista no youtube
Ficha técnica da faixa:
Autoria: Joãozinho Ribeiro
Arranjos, piano, baixo, percussão e cordas: Zé Américo Bastos
Violão: Israel Dantas
Mixado e masterizado por Zé Américo Bastos no Zap Studio
O governador Flávio Dino reuniu, na manhã desta terça-feira (2), com bispos da Igreja Católica de várias dioceses do Maranhão. O encontro, realizado de forma virtual, foi pautado pelas políticas de combate ao coronavírus no estado. Durante a reunião, o governador apresentou os dados de avanço da doença no Maranhão, bem como as ações ancoradas pelo Governo para amenizar os efeitos da doença no estado.
Desde o início da pandemia, por exemplo, os hospitais estaduais saltaram de 232 para 1680 leitos exclusivos para o tratamento da doença, entre leitos clínicos e unidades de terapia intensiva (UTI). A grande abertura de leitos é, inclusive, um dos motivos para o estado apresentar índices de letalidade inferior à média nacional.
No último boletim epidemiológico divulgado (01/06), o Brasil apresentava taxa de letalidade de 5,7%, enquanto que o Maranhão apresentava a taxa de 2,72%. “Enfrentamos o coronavírus no contexto das desigualdades sociais e regionais, principalmente no que diz respeito à oferta de leitos e equipes médicas. Fizemos uma multiplicação por sete no número de leitos, um esforço muito grande e que continua”, disse o governador Flávio Dino.
Dino elencou também dados de ações sociais, como a distribuição de mais de 130 mil cestas básicas para as populações mais vulneráveis, bem como ações específicas de combate ao coronavírus nas comunidades indígenas e no sistema carcerário, pontos de preocupação dos bispos presentes.
Dom Sebastião Bandeira Coelho, bispo da Diocese de Coroatá e presidente da Regional Nordeste 5 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), agradeceu ao governador Flávio Dino pela oportunidade de acompanhar mais de perto a situação do Maranhão na pandemia. “Quero agradecer o espaço que o governador nos ofereceu para termos uma visão mais objetiva da realidade do Maranhão. Pautamos nossas decisões na ciência, nos decretos das autoridades, e principalmente pelos valores inegociáveis da vida. A vida vale mais que o valor econômico”, disse Dom Sebastião, durante a sua fala.
Dom Vilsom Basso, da Diocese de Imperatriz, afirmou que “a vida está em primeiro lugar” e que é função de todos “cuidar dos mais pobres e mais sofredores”. “O combate ao coronavírus deve ser pautado pela fé, pela consciência e pela dimensão social”, pontuou.
Participaram da reunião os secretários Marcelo Tavares, chefe da Casa Civil, e Francisco Gonçalves, da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular. Também estiveram presentes os bispos Dom Esmeraldo de Barreto (auxiliar da Arquidiocese de São Luís), Dom Rubival Cabral (Diocese de Grajaú), Dom Armando Martin (Diocese de Bacabal), Dom Elio Rama (Diocese de Pinheiro), Dom Evaldo Carvalho (Diocese de Viana), Dom Francisco Lima (Diocese de Carolina), Dom José Belisário (Arcebispo da Arquidiocese de São Luís), Dom José Valdeci (Diocese de Brejo), Dom Sebastião Lima (Diocese de Caxias), padre Nadir Zanchetti e Martha Furtado Bispo, secretária executiva da Regional Nordeste 5.
São Paulo, primeiro semestre de 1994. Subo a Rua Abílio Soares, no bairro do Paraíso, em direção à Avenida Paulista. Passo na porta do Café Paris, ou seria o Barnaldo Lucrécia? A memória falha, mas isso não tem importância, porque lembro perfeitamente o cartaz na porta: “Sérgio Sampaio, show dia 14 de abril”. Seria dali a duas semanas. Meu coração bateu no brilho dos olhos. Finalmente poderia ver um cara que eu amava apenas no radinho de pilha. Queria chegar perto dele depois do show, talvez, e pedir um abraço. Não aconteceu. Na semana seguinte fui comprar o ingresso e o show tinha sido transferido, sem previsão de data.
A verdade do adiamento é que Sérgio Sampaio estava morrendo. Um mês depois, em 15 de maio, foi embora, vítima de cirrose hepática. Ficou um vazio duplamente presente pelas duas ausências. O show e o abraço que não tive, além do silêncio do corpo do artista para sempre.
Essa tristeza foi substituída poucos anos depois pela enorme alegria ao ouvir Zeca Baleiro cantando Tem que acontecer, uma canção belíssima que invadiu deliciosamente rádios do Brasil inteiro e trouxe de volta a alma e a voz do compositor popular.
Não fui eu nem Deus
Não foi você nem foi ninguém
Tudo o que se ganha nessa vida
É pra perder
Tem que acontecer, tem que ser assim
Nada permanece inalterado até o fim
Foi Zeca, sem dúvida, o grande responsável pela valorização de Sampaio. Pouco tempo depois, Mazolla produziria o CD Balaio do Sampaio, uma coletânea de suas músicas cantadas por vários artistas da MPB. Foi ali que ouvi pela primeira vez Meu pobre blues, composição de Sérgio em “homenagem” a seu conterrâneo de Cachoeiro do Itapemirim, Roberto Carlos. Sampaio sempre tentou, em vão, que Roberto cantasse uma música dele, mas o rei do iê-iê-iê não tinha olhos para ver e ouvir as verdades de quem teve coragem de dizer versos tão comoventes, ironicamente interpretados no disco pelo parceiro Erasmo Carlos.
Meu amigo,
Foi inútil…
Eu juro que tentei compor
Uma canção de amor
Mas tudo pareceu tão fútil
E agora que esses detalhes
Já estão pequenos demais
E até o nosso calhambeque
Não te reconhece mais
Eu trouxe um novo blues
Com um cheiro de uns dez anos atrás
E penso ouvir você cantar
Mesmo que as mesmas portas
Estejam fechadas
Eu pretendo entrar
Mesmo que minha mulher
Depois de me escutar
Ainda insista
Que você não vai gostar
Mas a homenagem mais importante viria em 2010, quando Zeca Baleiro produziu e lançou o disco Cruel, reunindo oito canções que Sampaio tinha registrado em voz e violão num estúdio em Salvador pouco tempo antes de morrer, além de outras composições resgatadas de uma velha fita cassete. Baleiro colocou uma banda acompanhando o artista, um trabalho arriscado e difícil de fazer, mas cujo resultado final valeu a pena.
Semana passada recebi a mensagem de um amigo do Rio de Janeiro, o poeta e diretor de teatro, Sidnei Cruz, sugerindo um vídeo com o último show gravado de Sérgio Sampaio, em 1993, na Universidade Federal do Espírito Santo. Não tenho palavras. Vê-lo cantar me passa uma verdade tão grande, que compreendo claramente porque Eu quero botar meu bloco na rua, sua composição mais conhecida, sempre me causou tanta emoção desde a primeira vez que a escutei num radinho de pilha no programa Quem manda é você, de Zé Branco, na Difusora AM, em 1972.
Essa canção me joga em outras imagens, que também me atravessam e me comovem. Um pequeno trecho de um show de Sérgio Sampaio, em maio de 1993, organizado pela gravadora Phonogram, no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo. O compositor capixaba se apresenta de cabelos compridos, veste uma espécie de tapete colorido como casaco, calça boca de sino e uma faixa amarela na cintura. Como um dândi, um arlequim, um antibobo da corte, corpo e alma sentindo a vida com a profundidade dos grandes artistas. Canta e toca sentado, passa a mão nos olhos, levanta em transe, continua cantando, dança, se contorce e bota o bloco na rua. Há algo ali maior que tudo.
Fotos/Divulgação (selecionadas no Google por Celso Borges)
A Apruma (Associação dos Professores da UFMA), seção sindical do Andes, está realizando um levantamento junto aos docentes da Universidade Federal do Maranhão sobre as condições de trabalho no contexto da pandemia do Covid-19.
O objetivo do levantamento é coletar informações que possam subsidiar o debate, a posição e as proposições da Apruma quanto ao trabalho no contexto de isolamento social, bem como na expectativa de retorno gradual das atividades, pós-isolamento.
A iniciativa da Apruma decorre da Resolução nº 1.999 publicada pela Universidade Federal do Maranhão, ad referendum, em 18 de maio/2020, que dispõe sobre o calendário acadêmico especial (2020.3), por meio de atividades remotas.
Segundo a direção da UFMA, a Resolução nº 1.999 foi baseada em um diagnóstico realizado junto a(os) alunos(as), professores(as) e técnicos administrativos acerca das condições para o desenvolvimento de atividades de ensino de forma remota, por meio de um questionário disponibilizado através da plataforma eletrônica Sigaa.
De acordo com a Apruma, muitos estudantes e professores, em reuniões e debates, questionam o formato do diagnóstico da UFMA, que não considerou aspectos mais amplos para tal atividade e a ausência de um debate abrangente com a comunidade acadêmica.
Assim, atendendo a sugestões dos docentes em reunião realizada no dia 19 de maio de 2020, a Apruma está realizando o levantamento próprio com o objetivo de mapear as condições de trabalho docente na forma remota, em suas múltiplas dimensões, visando coletar informações que possam subsidiar a entidade representativa dos professores no contexto atual.
“Somos a maioria e exigimos que nossos representantes e lideranças políticas exerçam com afinco e dignidade seu papel diante da devastadora crise sanitária, política e econômica que atravessa o país”, diz o texto.
Sputnik – Criado pelo Movimento Estamos Juntos, o manifesto suprapartidário foi publicado em forma de anúncio neste sábado (30) nas páginas dos principais jornais do Brasil. Assinam o documento políticos e outras figuras públicas, como artistas, escritores, religiosos, intelectuais, economistas, jornalistas e cientistas.
O título do manifesto, datado de 29 de maio, é “Somos muitos”, e trecho em destaque, ao final do texto, diz: “Vamos juntos sonhar e fazer um Brasil que nos traga de volta a alegria e o orgulho de ser brasileiros”.
Outra parte do manifesto pede união de diversos setores da sociedade e cita o movimento das Diretas Já. Não há referência ao presidente Jair Bolsonaro no texto.
“Como aconteceu no movimento Diretas Já, é hora de deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum. Esquerda, centro e direita unidos para defender a lei, a ordem, a política, a ética, as famílias, o voto, a ciência, a verdade, o respeito e a valorização da diversidade, a liberdade de imprensa, a importância da arte, a preservação do meio ambiente e a responsabilidade na economia”, afirma.
‘Devastadora crise sanitária, política e econômica’
No anúncio aparecem cerca de 230 assinaturas, entre elas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do ex-prefeito de São Paulo e ex-presidenciável Fernando Haddad, do governador do Maranhão, Flávio Dino, do apresentador Luciano Huck, da economista Elena Landau, do escritor Paulo Coelho, do cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Sherer, do cantor Lobão, do deputado federal Marcelo Freixo e da educadora e acionista do Itaú, Maria Alice Setúbal.
Segundo o movimento, o manifesto já reúne mais de 20 mil assinaturas.
“Somos a maioria e exigimos que nossos representantes e lideranças políticas exerçam com afinco e dignidade seu papel diante da devastadora crise sanitária, política e econômica que atravessa o país. Somos a maioria de brasileiras e brasileiros que apoia a independência dos poderes da República e clamamos que lideranças partidárias, prefeitos, governadores, vereadores, deputados, senadores, procuradores e juízes assumam a responsabilidade de unir a pátria e resgatar nossa identidade como nação”, diz a carta.
Imagem destacada / Fernando Haddad e Flávio Dino em comício na campanha de 2018, em São Luís / crédito: Ricardo Stuckert
Tudo começou quando o poeta Celso Borges postou em uma rede social que começaria a reler “Cem anos de solidão”, obra clássica do escritor colombiano Gabriel García Márquez.
Eu também queria revisitar a obra, mas estava impedido pela pandemia de buscar meu livro na antiga casa da minha família, no bairro Apeadouro, guardado em alguma caixa ou armário que eu demoraria a encontrar.
Ainda sou do tipo fissurado em livro de papel e não tenho o hábito de ler grandes obras literárias em pdf nos dispositivos móveis.
Então pedi a Celso que gravasse alguns trechos em áudio e enviasse por WhatsApp. Aos poucos ele está me abastecendo com passagens de um livro marcante para toda a minha vida.
Ando ansioso para o poeta enviar algum trecho da personagem “Remédios, a Bela”
Já que não me interessei em fazer o download do livro de Márquez, fiz o upload dos fragmentos da obra enviados por áudio para a minha nuvem no Soundcloud. Obrigado, Celso.
A pandemia tem dessas coisas. Nós estamos isolados, mas não solitários. Viva a solidariedade.
Quando se fala de liberdade de imprensa, se fala essencialmente de democracia. Trata-se de um tema que nos remete a um antigo debate, sobre democratização da comunicação.
No Brasil, além da poderosa mídia de mercado, vivemos um tempo de novas máquinas milionárias, feitas pra mentir e caluniar. É a nova “Indústria da Fake News”, de viés evidentemente fascista.
Nesse novo ambiente, o que seria liberdade de imprensa? O que significaria democratizar a comunicação? Qual o papel dos governos?
O assunto dá muito pano pra manga!
Mas entre outras coisas, é evidente que no Brasil segue a necessidade de fracionar o poder. Dividi-lo entre os mais diferentes meios de comunicação, longe de critérios oligárquicos e/ou monopolistas.
O orçamento público deveria ter um papel importante nesse processo, atuando para pluralizar as vozes, incluindo o jornalismo de viés popular, feito com autonomia, comprometido com os mais pobres, com os trabalhadores.
Estamos falando de uma ação de governo que não pode ser sinônimo de aparelhamento. É o inverso disso.
Qualquer governo; seja ele de direita, de centro ou de esquerda, não tem legitimidade pra falar de liberdade de imprensa, no momento que utiliza o orçamento da comunicação de modo conservador, baseado unicamente na publicidade, na propaganda travestida de reportagem, no culto a personalidade e na bajulação.
Liberdade de expressão e democracia tem que ter, necessariamente, relação com justiça social e defesa do interesse público.
A extrema direita precisa ser superada. Isso é prioridade! Mas o debate da democratização da comunicação é estruturante e precisa ser aprofundado.