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Sergio Moro queria um cadáver?

Durante a gestão de Sergio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública, o servidor concursado da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bruno Pereira, foi exonerado do cargo de coordenador-geral de Índios Isolados, em outubro de 2019.

A Funai era subordinada à pasta de Moro.

Ato contínuo, o governo federal começou a incentivar atividades exploratórias em terras indígenas, incluindo a mineração, avançando para legalizar os garimpos.

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram mortos quando trabalhavam em reportagens investigativas no Vale do Javari, no Amazonas, área de mineração e de pesca ilegal.

A destruição da Amazônia, o desprezo pelo meio ambiente, a vinculação de membros do governo com milicianos e toda a pauta predatória estão no contexto da necropolítica que arrasa a civilização no Brasil.

Sergio Moro teria as mãos sujas de sangue?

Imagem destacada: Agência Reuters

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Carta ao povo brasileiro pela soberania e contra a privatização da Eletrobras

Fonte: Agência Tambor

No último sábado, 11 de junho de 2022, a Eletrobras completou 60 anos de aniversário, empresa que tanto orgulha o povo brasileiro e contribui para o desenvolvimento nacional, levando luz e dignidade à população, a exemplo de programas como o Luz Para Todos.

Neste ano, o aniversário da Eletrobras representa a luta dos trabalhadores organizados enfrentando a tentativa do governo Jair Bolsonaro de privatizar esse grande patrimônio nacional.

Caso a privatização da Eletrobras se concretize, a energia elétrica no Brasil se tornará um artefato de luxo e impagável para maioria dos brasileiros, além de colaborar para a desindustrialização do país, ampliando ainda mais as taxas de desemprego e os preços de alimentos.

A Eletrobras é a maior empresa do setor elétrico da América Latina, com 125 usinas de geração de energia elétrica (51.125 MW), sendo 80% de base hidráulica, 71.000 quilômetros de linhas de transmissão, tendo seu patrimônio avaliado em quase R$ 400 bilhões. No entanto, Bolsonaro quer entregá-la por um preço 15 vezes inferior, lesando assim toda a sociedade brasileira.

Além do aumento da tarifa, os apagões se tornarão mais frequentes, como no Amapá, onde a empresa de fornecimento de energia elétrica já foi privatizada e sua população pagou um preço muito caro com isso, enfrentando quase um mês sem energia elétrica.

Estamos diante de um escandaloso e criminoso projeto que tramitou no Congresso Nacional a toque de caixa, sem ouvir o povo brasileiro.

É urgente impedir este retrocesso e, para isso, convocamos a todos sindicatos, movimentos populares e população em geral a se juntar nessa luta. Diversas manifestações vão ocorrer em todo território nacional puxadas pelas Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo.

Vamos à luta defender o patrimônio do povo brasileiro.

Viva os 60 anos da Eletrobras!

Para subscrever a Carta ao povo brasileiro pela soberania e contra a privatização da Eletrobrasclique aqui

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Justiça determina o fim do lixão a céu aberto de Pinheiro, na Baixada Maranhense

Fonte: Ascom TJMA

O município de Pinheiro deverá implantar destinação e disposição adequadas aos resíduos sólidos (lixo) até o dia 2 de agosto de 2023. A determinação, do juiz Pedro Holanda Pascoal, atendeu ao pedido do Ministério Público em “Ação Civil Pública de Obrigação de Fazer”.

O tratamento do lixo deverá ser feito de acordo com a legislação e as normas técnicas, independentemente da implantação do “Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos”.

Segundo o MP, o lixo produzido em Pinheiro é depositado indiscriminadamente no lugar denominado “Lixão”, operado pelo município e por terceiros e a falta de local ambientalmente adequada resulta da falta de ação do município, que, ao longo de toda a sua existência, nunca foi dotado de aterro sanitário.

“É de conhecimento amplo que o lançamento de resíduos sólidos ou rejeitos in natura a céu aberto caracteriza evidente dano ambiental pela contaminação do solo, do ar e dos recursos hídricos subterrâneos, assim como pela proliferação de vetores de patologias e, em alguns casos, a contaminação de recursos hídricos de superfície”, diz os autos do processo.

Lixo bruto

A ação foi documentada com laudo de vistoria e imagens fotográficas comprovando que o lixão funciona a céu aberto, sem separação, inclusive com resíduos diversos de atividades poluidoras ao ar, água, solo e subsolo, em local impróprio e sem licenciamento ambiental ou tratamento de rejeitos domésticos.

O município alegou que já formalizou o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) de Pinheiro, que reúne os princípios, as diretrizes, os objetivos, os instrumentos, as metas e as ações a serem adotadas pelo município, visando à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. A defesa da administração municipal requereu a rejeição do pedido ministerial e poderá recorrer da decisão.

Legislação ambiental

Na sentença, o juiz informa que a legislação ambiental (Lei n° 12.305/2010), que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelecendo o prazo para a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos” em 04/08/2014, mas esse prazo foi recentemente prorrogado. 

De acordo com a nova data estipulada em lei, municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes no Censo 2010, deverá acabar com os depósitos de lixo a céu aberto até 2 de agosto de 2023.

Segundo dados do IBGE disponíveis na internet, a população da cidade de Pinheiro está estimada em 84.160 habitantes.

“Dito isto, de acordo com as provas produzidas nos autos e, tendo em vista a constatação de irregularidades na manutenção do local em referência, bem como de que a atividade fim do lixão é desenvolvida em descompasso com a legislação ambiental, outra não é a solução senão a desativação do depósito de resíduos sólidos…”, declarou o juiz na sentença.

No caso de descumprimento da ordem, o juiz fixou multa mensal no valor de R$ 10 dez mil reais, que deverá incidir a partir do primeiro dia imediatamente seguinte ao termo final do prazo estabelecido no parágrafo anterior.

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Minha tréplica a Gastão Vieira

Depois da postagem PT deve enquadrar Gastão Vieira, o ex-parlamentar recém filiado ao PT reagiu na rede social Instagram, reiterando a sua violência verbal contra a professora da UFMA e militante do PT Mary Ferreira.

“…ela me bateu como homem e queria apanhar como mulher”, disparou Vieira.

Na sua réplica, o político também me acusou de desinformação.

Para colocar os fatos no devido lugar, segue a minha tréplica:

Prezado @gastaovieira, o senhor é mesmo um político afortunado. Quase tudo q alcançou foi às custas de um sistema perverso q se instalou no Maranhão por quase 50 anos. Nessas cinco décadas, crianças morreram de fome, jovens tiveram futuros abortados e idosos penaram para sustentar suas famílias. O senhor, nesse sistema perverso, foi deputado várias vezes, secretário de Educação e até ministro...

Em toda a sua vida de político profissional o Maranhão viveu na miséria e segue nessa lástima sem que o senhor desapegue do poder, qualquer que seja o governo, oligarca ou comunista!

Agora está filiado PT, mas votou nas pautas bolsonaristas porque é a sua natureza política. O senhor não tem como negar as suas origens e o seu lado. Agora é Lula por conveniência, mas sua forma de pensar, votar e agir é típica desse primitivismo político que assola o nosso país.

É nesse contexto que o senhor responde grosseiramente e agride com palavras a professora e militante Mary Ferreira porque ela ousou fazer-lhe uma crítica.

Como o senhor é acostumado a ser mandão e teve todas as facilidades na vida (cargos, mandatos, privilégios e ministério etc) jamais vai admitir qualquer crítica, ainda mais vindo de uma professora, algo que os bolsonaristas originais desprezam duplamente: mulher e trabalhadora da Educação.

Como político afortunado e privilegiado, o senhor jamais será expulso do PT e nem sofrerá do partido qualquer retaliação. É até capaz de virar ministro no eventual governo Lula, mesmo tendo votado nas pautas bolsonaristas.

Fico por aqui (apenas por enquanto) e reitero minha solidariedade não só à professora Mary Ferreira, mas a todo o povo do Maranhão que sofreu e segue penando porque políticos profissionais como o senhor ajudaram a manter a desigualdade, a fome, a violência e o autoritarismo que impedem o processo civilizatório.

Imagem destacada / Gastão Vieira em reunião na Câmara dos Deputados / Foto capturada em Flickr

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Nova diretoria do STTR de Penalva toma posse

O Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de Penalva, na Baixada Maranhense, está sob nova direção para o próximo quadriênio 2022/2026, na presidência de Raimunda Selvina Pinheiro Correa (“Mundica”) e Cleane como vice. Na oportunidade, delegadas e delegados sindicais da base também foram empossados. A organização é filiada à Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão

O evento aconteceu na última sexta-feira (10), pela manhã, na sede da entidade. A posse contou com a presença de Ângela Silva, presidente da Fetaema; Nilvane dos Santos, secretária de Políticas Sociais (Fetaema), Iracema de Jesus Miranda, coordenadora da Baixada (Fetaema); presidente do STTR de Viana; Patrícia, representando o deputado federal Zé Carlos; Marcos Vinícius, técnico agrícola da Agerp (Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural), além de outros representantes de entidades de classe. Também marcaram presença o ex-prefeito Edmilson Viegas e o ex-vereador Josa.

Posse foi prestigiada pelos filiados,
filiadas e lideranças políticas

A presidente da Fetaema demonstrou confiança no trabalho a ser desenvolvido pela nova presidente Mundica à frente do sindicato. “Este é o início de uma nova etapa, onde será necessário união e muito trabalho para desenvolver um projeto que venha beneficiar a classe trabalhadora rural. Quero lembrar os companheiros da responsabilidade que temos de irmos às urnas no dia (2) de outubro para escolhermos o nosso presidente. Este é um momento importante para todos nós e para o nosso país. Precisamos votar em quem sempre defendeu os nossos interesses”, reforçou Ângela Silva.

Já o ex-prefeito Edmilson Viegas enalteceu os fundadores do STTR de Penalva, no início da década de 1970. “Meu pai, saudoso Inocêncio, sempre falava das dificuldades que enfrentava para levar a ideia de sindicalização aos trabalhadores rurais da época. Muitos não acreditaram quando foi prometido meio salário mínimo a todos que se associassem. Um verdadeiro sonho para aquela gente. Com muita luta o que era apenas mais um sonho, se tornou realidade. Um dos grandes entusiastas do projeto, que deu uma grande contribuição para essa conquista, foi o saudoso pároco da cidade, padre Cordeiro”, lembrou Edmilson.

Ele disse ainda que é um defensor da causa dos trabalhadores rurais. Observou também que, quando criança, ajudou o pai na lida com a roça. “Parabenizo a nova diretoria e deixo aqui o meu apoio ao trabalhador rural, que é quem alimenta a todos nós. Juntos podemos fazer de Penalva uma cidade mais próspera”, concluiu o ex-prefeito.

A vice-presidente Cleane teve uma participação muito importante nessa conquista. Segundo ela, é muito gratificante o sabor da vitória e saber que tudo valeu a pena. “A nossa vitória foi muita expressiva, com mais de 750 votos de diferença. Estamos todos muito entusiasmados com a possibilidade de fazermos um grande trabalho nesses próximos quatro anos. Quero agradecer a todos que contribuíram para esta belíssima vitória. Juntos somos fortes”, exclamou Cleane.     

A presidente Mundica agradeceu a todos os associados que confiaram e votaram na Chapa 1. Falou da responsabilidade que é representar e defender os trabalhadores rurais de Penalva, uma vez que o apoio público municipal, estadual e federal não tem correspondido aos anseios da classe.

“Precisamos nos unir em torno de um projeto vencedor, que contemple verdadeiramente aos nossos associados. Contem comigo e com o meu trabalho para juntos fazermos a diferença, através de uma gestão séria, responsável, onde trabalhador rural seja tratado com respeito e dignidade, do jeito que eles merecem. Da minha parte só gratidão, muita gratidão”, disse. Ainda de acordo com Mundica, a sua gestão dará um novo dinamismo às políticas públicas já desenvolvidas pelo sindicato.

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Apruma realiza aula pública sobre desafios do retorno presencial na UFMA

A Associação dos Professores da UFMA (Apruma), seção sindical do Andes Sindicato Nacional, convida a comunidade universitária para participar da aula pública “Os desafios políticos e pedagógicos do retorno às aulas presenciais na UFMA”, que acontecerá no dia 14 de junho, terça-feira, às 15:30, na área de vivência da UFMA, campus do Bacanga, com a professora Cacilda Cavalcanti, do Departamento de Educação, e coordenação da professora Ilse Gomes, da diretoria da Apruma.

A aula pública é parte da mobilização nacional do “Ocupa Brasília”, importante ato das lutas contra os ataques à Educação pública, que ocorrerá em Brasília, no dia 14.

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E por falar em tradição

Eloy Melonio é contista, cronista e poeta.

Felizmente alguns acontecimentos de nossa vida se sedimentam de tal forma que, em algum momento, se apresentam e nos iluminam. E trazem em seu bojo memórias que não se devem apagar.

E, assim, despertei de uma tranquila noite de sono. Abri os olhos e não acreditei que já eram quase 9h. Fui à janela do quarto e, do nono andar, vi uma grande movimentação de pessoas numa área elevada a uns quatro quarteirões do dormitório da Duquesne University, em Pittsburgh, Estados Unidos, onde eu estava hospedado.

Ônibus amarelos se destacavam na cena. Estudantes fardados, com bandeiras, faixas, e instrumentos da banda marcial, circulavam orgulhosos, exibindo um entusiasmo contagiante. Até chegar à rua que ficava perto da escola eu não tinha a menor ideia do que se tratava.

Era o outono de 1992, e o clima estava um tanto frio. As calçadas dos dois lados da rua já estavam ocupadas por uma boa leva de gente: adultos, jovens e crianças. Aproximei-me de um senhor que segurava um copo de plástico com chocolate quente e indaguei: What’s going on?

Só então percebi o que ia acontecer. Era 12 de outubro, Columbus Day —descobrimento da América. Além do desfile estudantil, outras atrações iam percorrer algumas ruas da cidade: o prefeito, em carro aberto, o xerife e seus auxiliares mais próximos, um pelotão de veteranos (ex-combatentes). Uma ala de carros antigos, outra do clube dos motoqueiros com suas Harley-Davidson, e outras relevantes representações da cultura americana.

Em marcha, os garbosos estudantes alinhavam seus passos. Logo à frente dos pelotões de alunos, uma baliza executava evoluções acrobáticas com seu bastão. Parecia a cena de abertura do filme “Nascido em 4 de Julho”, de 1989, estrelado por Tom Cruise.

Numa rápida pesquisa sobre o que acontece no 4 de julho (Independência dos Estados Unidos), encontreio seguinte no DICTIONARY.COM: “(…) fogos de artifício, desfiles, feiras, piqueniques, concertos, jogos de baseball, reuniões familiares, discursos políticos e cerimônias”. Tudo isso “para celebrar a história, a administração pública e as tradições dos Estados Unidos”.

As memórias de que falei no início deste ensaio afloraram agora — trinta anos depois — por dois motivos. Primeiro: a gloriosa comemoração dos setenta anos de reinado da rainha Elizabeth II. Como manda a tradição, uma rica e pomposa programação parou o Reino Unido e repercutiu em todo o mundo por sua representatividade. Razões não faltaram para tanta festividade: aos 96 anos, seu reinado é o mais longevo da história da monarquia britânica, e o segundo na história da humanidade.

O segundo motivo se resume a um trecho de uma matéria na revista Veja (20-4-2022) sobre a recém-lançada série “The First Lady” (Paramount+), que rememora as mais destacadas primeiras-damas dos Estados Unidos. Comparando ficção e realidade, o texto destacaque a passagem do cargo de presidente, em janeiro de 2021, desconsiderou o protocolo oficial. Pela primeira vez na história do país, a família do mandatário (Donald Trump) “se recusou”a receber a do futuro chefe de Estado (Joe Biden) “para um tour pela Casa Branca”. Uma atitude que, de certa forma, maculou uma tradição da residência oficial do presidente americano. Mesmo assim — tosavetheday (salvar a pátria) — estavam lá os três ex-presidentes Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton, acompanhados de suas esposas.

Essa imersão na cultura do Reino Unido e dos Estados Unidos, cujos laços históricos unem os dois lados do Atlântico, fizeram-me refletir sobre a “nossa visão” das tradições. Infelizmente, não podemos dizer que somos um povo amante de suas tradições, especialmente as de natureza cívica. Gostamos de festas, festejos religiosos, manifestações folclóricas. Mas há muito não lembramos que ainda temos o 7 de setembro, o Dia da Bandeira, a Proclamação da Repúblicae outras datas, discretamente guardadas no calendário. Quando são feriados, fica mais fácil lembrar, mas lembrar não é o mesmo que celebrar.

Nos feriados cívicos, viajamos, vamos à praia, ao shopping. E só! Sem nos darmos conta de que uma nação precisa celebrar suas datas e acontecimentos históricos. Porque é por meio dessa valorização que se mantêm e transmitem nossos costumes, memórias,crenças, lendas. Nossos heróis, nossos escritores, nossos artistas.

Éesse aspecto da tradição que consolida em nós o sentimento deidentidade epertencimento. Em termos mais amplos, a possibilidade de nos manter ligados por laços históricos, culturais e linguísticos. Ninguém melhor que Caetano Veloso para expressar a antítese dessa realidade. Baiano, recém-chegado a São Paulo,o poeta sente na pele e no coração o que é estar em terra desconhecida: É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi (Sampa, Caetano Veloso).

Já fomos melhores nesse quesito. Em 1964, quando eu cursava a quinta-série do curso primário na Escola Modelo Benedito Leite, tínhamos aulas de música uma vez por semana paraensaiar nossos hinos. Não sei se hoje podemos achar uma escola, especialmente pública, que faça algo parecido.

E, aqui, uma breve, mas preciosa constatação: as tradições se apoiam em três pilares: família, escola e governo. Se, no entanto, não servem mais aos interesses comuns ou violam os direitos das pessoas ou dos animais, não há porque mantê-las. Ninguém come uma sopa estragada só porque foi feita pela a avó querida.

Às vezes, tem-se a impressão de que somos exageradamente vulneráveis,superficiais, desligados. Num piscar de olhos, trocamos nosso “papagaio” pela “pipa” do carioca; nossa “juçara” pelo “açaí” do paraense; nossa camaroada pelo “sushi” do japonês; nosso Saci Pererê pelo E.T. dosamericanos.

E aí — de um dia para o outro —“sextamos” numa Black Friday que cai no dia 13.

Não estou defendendo a ideia ridícula de nos metermos numa redoma, protegidos dos pés à cabeça do que é novidade, do que vem de fora. Tudo isso é muito bom e podemos desfrutarcom ou sem moderação —coisas do marketing. Mas…

Falo de algo mais simbólico, institucional, sociocultural. Algo que seja fonte inesgotável deinspiração e celebração. Como exemplo, cito os filhos dos imigrantes europeus do sul do Brasil, porque aprenderam que “é a tradição que faz de nós aquilo que somos” (Albert Einstein).Eles têm muito a nos ensinar, e nós, muito mais a aprender.

E, por fim, espero que nós —brasileiros de todas as cores, procedências e tendências— jamais vivamos a essência de“Xote Ecológico”, músicado saudoso Luiz Gonzaga: Cadê a flor que tava aqui?/ Poluição comeu/ E o peixe que é do mar?/ Poluição comeu.

O que os nossos filhos estão aprendendo em casa e na escola? Muitas coisas, certamente. Infelizmente uma delas é que “aspessoas passam, e as tradições também”.

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PT deve enquadrar Gastão Vieira

Se o partido de Lula quiser, e puder, deve aplicar dois corretivos no deputado federal Gastão Vieira: uma nota de repúdio do Coletivo de Mulheres do PT e o alinhamento de voto na Câmara Federal à bancada progressista, sob pena de expulsão do petismo

Ex-PMDB e Pros, filiado de última hora no PT, Gastão Vieira é um político enraizado na origem das espécies do sarneísmo e foi agregado ao dinismo, quando as duas águas se misturaram.

Mas, o problema não é de onde ele veio, já que quase todos os gatos são pardos no jogo partidário e nos campos de poder.

O foco da crítica é o que ele faz e como vota.

Recentemente, o deputado agrediu verbalmente nas redes sociais a petista e professora universitária Mary Ferreira, só porque ela o criticara pelas sucessivas posições favoráveis à agenda ultraliberal do governo Jair Bolsonaro (PL).

No Encontro de Tática Eleitoral do PT do Maranhão, realizado dias 4 e 5 de junho, o confronto veio novamente à tona e a professora expôs publicamente as contradições do deputado, gerando um tumulto no palco.

O parlamentar vota alinhado à bancada de direita e ultradireita do Maranhão, embora seja base do ex-governador Flávio Dino.

Leia mais e entenda o contexto.

Gastão Vieira foi derrotado para o Senado em 2014 (ainda no campo liderado por José Sarney) e candidatou-se a deputado federal (Pros) em 2018, já convertido ao comunismo maranhense. Ficou na segunda suplência, mas foi efetivado na Câmara Federal graças a um acordo que retirou Rubens Junior (PCdoB) de Brasília para ser candidato a prefeito de São Luís e transformou o primeiro suplente Simplício Araújo (Solidariedade) em titular da Secretaria de Indústria e Comércio.

Bem antes, em 2011, pelas mãos de José Sarney, em aliança com Lula, Gastão Vieira foi ministro do Turismo no governo Dilma Roussef e chefe do então presidente da Embratur, Flavio Dino.

Quando agrediu verbalmente Mary Ferreira, o deputado extravasou a sua superioridade curricular: amigo de Lula, ministro de Dilma e avalizado pela Direção Nacional do PT para ingressar no petismo maranhense pela porta da frente, com direito a agredir uma militante histórica e entrar na lista de pré-candidatos do PT na federação com o PV.

Pelo conjunto da “obra”, cabem duas advertências: uma nota de repúdio do Coletivo de Mulheres do PT e o enquadramento da Direção Nacional. Se continuar votando na pauta bolsonarista, vai ser expulso do partido!

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Conbras 2020: mulheres abordam temas contemporâneos da Comunicação

O Conbras 2020 (Congresso Brasileiro do Secretariado Executivo e Chefes de Gabinete: Desafios do Século 21), após uma pausa de dois anos devido a pandemia, retorna nos dias 8 e 9 de junho. Trabalhos desenvolvidos por mulheres terão destaque na atividade que acontece com o apoio da OAB/MA. 

Do total de 13 palestras, 11 terão a presença de mulheres com temáticas variadas. Entre elas, destaque para os painéis que envolvem a Comunicação como “A imagem profissional na era digital – ser e parecer ser”, com Regina Rafihi; “Comunicação em contextos culturais diferentes no século XXI”, por Isabel Amaral; “Gestão de crise de imagem”, por Andrea Pessoa; “Desperte o poder que há em você: autogestão”, por Rita Mamede; e o talk show “Saia Arroxada: o dia a dia das instituições”, conduzido pela jornalista e empreendedora Yndara Vasques, entre outras. 

Será um encontro para compartilhar e aprimorar crescimento exponencial, desenvolvimento pessoal, alternativas que incentivam pessoas a saírem da zona de conforto profissional e pessoal. O congresso é direcionado a chefes de gabinete, secretários executivos, assessores de diversas áreas, assistentes, técnicos, professores, acadêmicos, administradores, empresários, servidores públicos, consultores e assessores virtuais

O talk show “Saia Arroxada, o dia a dia das instituições”, primeira palestra presencial do congresso, será conduzido pela jornalista e empreendedora Yndara Vasques, com a participação das chefias de gabinete de instituições como OAB/MA e Seplan, Serjana Vale de  Andrade Costa e Iranilde Protázio, e com a expertise no secretariado, com Ilzenir Ribeiro. De acordo com a jornalista, que tem experiência como comunicadora, gerente de projetos de Comunicação Integrada, facilitadora de Oficinas de Comunicação Comunitária, profissional ciente do papel social da Comunicação e de longe flertando com a temática sobre Constelações Sistêmicas, será uma mediação que provoque e incentive, em cada participante, a inquietação humanista de maneira leve, desafiadora e inovadora. 

“Acredito que para gerir pessoas e processos dentro dos gabinetes das mais diversas instituições (no caso delas a OAB/MA e o Governo do Estado do Maranhão, ambas com obrigações de garantir direitos fundamentais aos cidadãos) com culturas organizacionais variadas, essencial é agregar sensibilidade e qualificação. É preciso compreender profundamente contextos: o seu e daqueles que buscam os serviços. É preciso ter clareza sobre o seu pertencimento na organização, qual o seu lugar na hierarquia e disseminar equilíbrio entre dar e receber”, afirmou a mediadora do painel e jornalista Yndara Vasques. 

Comunicação em foco

Entre elas, destaque para os painéis que envolvem a Comunicação como “A imagem profissional na Era Digital – ser e parecer ser”, com Regina Rafihi. Ela é Relações Públicas e Cerimonialista, membro fundadora do CNCP (Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo e da ABCLE (Associação Brasileira dos Cerimoniais Legislativos) entre outras atividades que desenvolve. 

Falando sobre a Comunicação em contextos culturais diferentes no século XXI, Isabel Amaral, que é  mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Lisboa, investigadora do Instituto do Oriente (ISCSP-UL) e coordenadora de uma Pós-graduação na Coimbra Business School (ISCAC), sendo frequentemente convidada para dar aulas em universidades portuguesas e estrangeiras. Como especialista em protocolo, imagem e comunicação intercultural, assegurou cursos, formações, seminários e conferências em Portugal, Angola, Argentina, Áustria, Brasil, Bélgica, Cabo Verde, Espanha, França, Hungria, Itália, Namíbia, Paraguai, Países Baixos, Reino Unido e República Popular da China.

O tema “Gestão de crise de imagem” será  abordado pela jornalista Andrea Pessoa, pós- graduada em Administração, palestrante de âmbito nacional e docente com ampla experiência na área pública, tendo assessorado a presidência do Tribunal de Justiça de Pernambuco, a Procuradoria-Geral do MPT (PRT 6a Região), a Escola do Tribunal de Contas de PE. No Poder Legislativo, trabalhou na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa de Pernambuco. 

Outra palestrante de destaque é Rita Mamede, que vai abordar “Desperte o poder que há em você : autogestão”. Ela é empresária, escritora, palestrante com diversas especializações na área de desenvolvimento humano pelo Master Practitioner em Programação Neurolinguística – INAP – Instituto de Neurolinguística Aplicada. Sua experiência no mundo corporativo, dirigindo uma empresa familiar do ramo de granito para exportação e apaixonada por multiculturas, levou a viver, estudou e trabalhou por diversos anos na Ásia e Oriente Médio. Com culturas tão diferenciadas  e com desafios diários impostos por essas culturas, se tornou uma expert em se reinventar. 

De um total de 13 palestras com cerca de 20 profissionais envolvidos, nove são do Maranhão, outros nacionais de Alagoas, Pernambuco, Roraima, Distrito Federal e Piauí, além dos 03 internacionais Portugal e Paraguai. A presença de gestores maranhenses com atuação em áreas desafiadoras como a da Saúde devido a pandemia será abordada no painel “Gestão em alta voltagem” com a participação do ex-secretário de Saúde do Governo do Estado, Carlos Lula; e da Prefeitura de São Luís, Joel Nunes.

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Abraji se une aos esforços para localizar jornalista inglês e indigenista desaparecidos no Amazonas

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) se une aos esforços para que sejam localizados o jornalista britânico Dom Philips e o indigenista Bruno Pereira. Os dois desapareceram no domingo, 05.jun.2022, no trajeto entre a comunidade de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no Amazonas. Colaborador regular do jornal Guardian no Brasil, Dom Philips está na Amazônia para a cobertura de conflitos de terra e questões indígenas. Bruno Pereira é um experiente indigenista daquela região amazônica, que concentra o maior número de povos isolados do país. Os dois haviam sofrido recentes ameaças em decorrência do trabalho.

De acordo com as organizações indígenas Univaja e OPI, Philips e Pereira se deslocaram com uma lancha para o Lago do Jaburu, numa base próxima do posto de observação da Funai, onde Philips teria feito entrevistas. Os dois estavam retornando ao município de Atalaia do Norte e fizeram uma parada na comunidade de São Rafael por volta das 6h da manhã de domingo e partiram logo em seguida, mas ainda não retornaram a Atalaia do Norte ainda naquela manhã.

As frentes indígenas de busca foram acionadas imediatamente, assim como as autoridades foram avisadas, entre elas o Exército, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. A Abraji enviou ofícios às autoridades se juntando aos pedidos de prioridade na elucidação do caso e no resgate do jornalista e do indigenista desaparecidos.

Em nota, a Polícia Federal declara acompanhar o caso e ter formado as primeiras diligências para investigar o desaparecimento de Philips. O caso foi encaminhado à delegacia da PF em Tabatinga-AM (a 1.107 km de Manaus).

À Abraji, o MPF-AM informou que instaurou um procedimento administrativo para apuração e acionou a Polícia Federal, a Polícia Civil, a Força Nacional, a Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari e a Marinha do Brasil. Esta última já confirmou ao MPF que conduzirá as atividades de busca na região, por meio do Comando de Operações Navais.

Também via comunicado, a Funai declarou acompanhar o caso e está em contato com as forças de segurança que atuam na região. A comunidade de São Rafael, último local em que o barco de Philips e Pereira foi avistado, fica a cerca de 10 minutos de barco da base da Funai na confluência entre os rios Javari e Ituí e a duas horas de Atalaia, para onde eles deveriam ter retornado no domingo.

A Funai informou ainda que o indigenista Bruno Pereira integra o seu quadro de servidores, mas não estava na região em missão institucional. Pereira está licenciado para tratar interesses particulares.

A Abraji se solidariza com as famílias e amigos de Philips e Pereira e faz votos para que eles sejam localizados rapidamente e em segurança.

Diretoria da Abraji, 6 de junho de 2022