Lockdown. É só o que se fala e se ouve aqui na Ilha do Amor.
Não bastasse a exagerada quantidade de anglicismos já integrados a nossa língua, parece que a imprensa e outros segmentos da atividade político-cultural têm um certo tesão por esses termos. O da moda na mídia é “lockdown”. Nas redes sociais, só se fala em “live”. No fitness (opa!), ― sei lá! ― um monte.
Um exemplo clássico dessa vocação é o da meninina perguntando à professora da 3ª série: “Tia, como se diz shopping em inglês?”
Antigamente nossas palavras originavam-se do latim, hoje uma língua morta. Culpa de D. João VI, que, em 1809, oficializou o ensino do inglês e do francês no Brasil, antecipando a decadência do latim e do grego, cujo declínio começou logo após a segunda Guerra Mundial (1939 a 1945). Cheguei a fazer um ano de francês no ginásio, em 1967, no meu sempre-lembrado Colégio Municipal Luís Viana. Ainda me lembro da professora, uma loira de “fechar a escola”, e do “Parlez-vous Français?” Depois disso, só inglês.
“Lock”, em inglês, significa “trancar com chave, isolar”. É usado em vários sentidos. Nessa fase da pandemia de Covid-19, por extensão (substantivado com o acréscimo do advérbio down), significa “proibição da livre circulação de pessoas”, sistema primeiramente adotado aqui em São Luís-MA, a partir de 5 de maio, depois de uma decisão do poder Judiciário, seguida de decreto do Governo do Estado.
Pois bem, agora lockdown é a bola da vez, popularizada pelo ex-ministro Mandetta em suas intensas “coletivas de imprensa”. É óbvio que ele aprendeu a palavra com o pessoal da OMS, pois o termo já estava sendo usado em boa parte do mundo. E aí, é lockdown pra lá, lockdown pra cá. Até os vigias de minha rua já pronunciam o “palavrão” com uma naturalidade de dar inveja. É que eles precisam de um documento para passar nas barreiras da polícia quando vão e voltam do trabalho.
De repente, lembrei-me que lockdown tá na cabeça e na memória afetiva de duas personalidades de nosso mundo político. A primeira, o atual presidente da República; a outra, o ex-presidente Lula. No caso do atual, quanto mais Mandetta dizia “Fica no palácio, Jair”, mais o presidente se misturava à sua galera. E quanto ao ex, por uma razão mais justificável. Ficou preso numa salinha de 15 metros quadrados, na sede da PF em Curitiba por 580 dias. Aí, sim, um verdadeiro lockdown.
Pegando “carona” nessa coincidência, imaginei uma conversa telefônica entre os dois:
― Alô! É o Bozonaro?
― Quem? Aqui é o Bolsonaro, presidente da República do Brasil.
― E aí, seu presidente? Aqui é o Lula. Também já fui presidente por duas vezes. Tá lembrado, num tá?
― OK. Fala aí. O que é que tu tá querendo? Um ministério?
― Não, de jeito nenhum. É que o povo quer saber como é que tá esse negócio do isolamento social?
― Que isolamento porra nenhuma! Agora mesmo eu tô saindo pra padaria pra comprar uns pãezinhos.
― Padaria?! Mas, presidente…
― Sou livre pra fazer o que eu quiser, ir aonde eu quiser, na hora que eu quiser. Isolamento é pra quem tá, ou devia tá na cadeia.
― Tá falando comigo? Veja bem, se eu tô solto é por causa de uma decisão judicial.
― Tá certo! Enquanto esses caras do STF tiverem uma caneta na mão e nenhum juízo na cabeça, vão soltar gente que devia ficar na cadeia a vida inteira.
― É, presidente, pimenta no “olho” dos outros é refresco. Só sei que tá todo mundo comentando essa sua mania de quebrar as regras. Já tão até falando em impeachment.
― Tu tá me achando com cara de Dilma Rousseff, rapá?
― Não, absolutamente. Mas o meu amigo Dr. Moro tem provas que podem complicar sua vida.
― Tudo fake news. Coisa de desocupado.
― Ouvi dizer que vai ter lockdown aqui em Brasília. É verdade?
― Lock o quê?
― Lockdown, aquilo que fizeram comigo lá em Curitiba.
― Vai te coçar, malandro. Aqui quem manda sou eu. Preciso desligar agora porque vou falar com o meu povo lá na frente do palácio. Não sou o Milton Nascimento, né?, mas gosto de ir aonde o povo está. Fui!
― (Falando sozinho) Nunca antes na história desse lockdown …
Com ou sem isolamento social, nossa velha cidade continua linda! E, na mídia nacional! Tudo por causa desse tal de lockdown.
*Eloy Melonio é professor de inglês, compositor, escritor e poeta.
Os partidos políticos e os movimentos
sociais do campo democrático precisam construir uma agenda para além da crítica
à mídia hegemônica. É o momento de pautar a Reforma da Comunicação no Congresso
Nacional e no conjunto da sociedade.
De
tudo que passou no processo do golpe de 2016 até a decisão do Supremo Tribunal
Federal sobre a condenação em segunda instância, várias lições podem ser
tiradas. Uma delas: o Jornalismo independente ajudou a salvar a democracia no
Brasil.
Graças
ao trabalho investigativo do The Intercept Brasil a narrativa justiceira da
Lava Jato desmoronou e, com ela, caiu a farsa Sergio Moro & Deltan
Dallagnoll.
A
reboque da Vaza Jato vieram os jornalões tradicionais e a pomposa TV Globo,
tentando se refazer do vexame. Uns agiram por oportunismo e outros porque não
tinham saída.
É
óbvio que The Intercept Brasil não colhe os méritos isoladamente. Havia vários sites,
blogs, jornais, meios independentes, alternativos, partidários do campo da
esquerda e o conjunto dos movimentos sociais, ativistas digitais, coletivos de
jornalistas e tantas iniciativas que convergiram para desmascarar o golpe.
A
guerrilha travada contra a mídia golpista se deu pela combinação das ações de
comunicação e da luta real nas ruas, com a memorável demonstração de
resistência da vigília Lula Livre, nas barras da carceragem da Polícia Federal,
em Curitiba.
Dito
isso, o que teremos pela frente: Lula Livre!
Mas,
e o resto? Como vai ser?
Lula
solto vai ganhar o mundo fazendo campanha para a eleição presidencial de 2022.
Ótimo. Paralelamente, a batalha da comunicação vai continuar e a ditadura da
mídia não tende a mudar. Vejamos o caso da Bolívia, Venezuela e tantas outras
ameaças na América Latina.
Estamos
em permanente disputa e não podemos perder o foco da organização midiática
fundamental nas disputas políticas.
Além
de ocupar os espaços na trincheira dos meios de comunicação do campo alternativo,
popular, independente e livre, precisamos inserir no debate uma agenda: a
REFORMA DA COMUNICAÇÃO.
É
necessário tornar público esse debate através do parlamento e fazer isso com
insistência. Eis uma bandeira para o campo democrático-popular. É necessário
construir uma agenda propositiva por dentro do Congresso Nacional,
espraiando-se aos movimentos sociais e ao conjunto da sociedade.
A
REFORMA DA COMUNICAÇÃO precisa ter foco na mudança da legislação que criou os
oligopólios da mídia de mercado, alterar a regra da distribuição de verbas
publicitárias, buscar o equilíbrio entre as empresas privadas, fortalecer os
meios públicos e reconhecer a mídia alternativa como um movimento importante no
contexto da comunicação.
A
REFORMA DA COMUNICAÇÃO é uma plataforma para a construção de um novo
ordenamento jurídico amplo no Brasil. Já temos acúmulo teórico e militância. Ao
longo de várias décadas os movimentos sociais que atuam na área de comunicação
produziram documentos, livros, manifestos, teses e propostas concretas para
regulamentar o setor.
O
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) chegou a formular um
projeto de lei de iniciativa popular e deflagrou a campanha “Para expressar a
liberdade”, sistematizando as diretrizes fundamentais de mudança no modelo
atual da concentração empresarial.
Portanto,
é o momento de retomar a campanha com uma agenda pública pela REFORMA DA
COMUNICAÇÃO. Temos de certa forma perdido tempo nos consumindo com as mentiras
de Jair Bolsonaro e seus filhos nas redes sociais. É necessário combatê-los em
todas as instâncias, mas não podemos perder de vista a estratégia, que passa
por dupla tarefa: 1) a batalha jurídica e parlamentar por um novo marco
regulatório na comunicação e, paralelamente, 2) fortalecer as milhares de
iniciativas da mídia popular, alternativa, independente e livre.
Do
lado de lá tem um projeto e uma agenda bem claras: as reformas ultraliberais
propagandeadas todos os dias nos oligopólios, a hiperconcentração de capital, a
destruição do Estado e dos direitos trabalhistas.
Citemos
apenas um exemplo.
Disfarçada
de cobertura jornalística, a ostensiva campanha publicitária da TV Globo sobre
a Reforma da Previdência é mais um episódio abusivo de censura e sonegação de
informações à audiência, ferindo de morte o interesse público.
O
telespectador é proibido de conhecer a totalidade do tema Seguridade Social.
Dele recortaram apenas uma parte, a Previdência, transformando o ministro Paulo
Guedes em garoto propaganda do capital rentista, com um estrepitoso bordão de
que precisa “economizar” R$ 1 trilhão.
Todo
o trabalho da CPI da Previdência liderado pelo senador Paulo Paim (PT) e o
desmonte da farsa sobre o déficit foi censurado nos grandes meios de
comunicação.
Essa
mesma ditadura da mídia censurou um dos fatos jornalísticos mais importantes da
atualidade – a primeira entrevista de Lula na prisão, concedida os jornais El
País e Folha de São Paulo, antes censurada pelo SFT (Supremo Tribunal Federal).
Lula
era um preso político proibido de falar com jornalistas, até que os homens de
toga decidiram liberá-lo para dar entrevistas.
Lembremos
também que até o jornal Folha de São Paulo, um dos peticionários e autor da
entrevista, não publicou o momento inicial do pronunciamento de Lula – o texto
lido pelo petista antes do diálogo com os jornalistas.
Por
fim, a Rede TV, que entrou com uma reclamação junto ao mesmo STF para garantir
o direito de entrevistar o ex-presidente, decidiu não exibir a entrevista,
gravada dia 3 de maio de 2019.
Os
diversos níveis de censura à entrevista remetem ao livro de Perseu Abramo,
“Padrões de manipulação na grande imprensa”, onde ele revela as engrenagens
internas da produção jornalística nem sempre percebidas pela maioria da
audiência.
Segundo
Abramo, a mídia opera para revelar uns fatos e esconder outros, dependendo dos
interesses subterrâneos e da superfície que movem a gestão do interesse público
e dos agentes privados no jogo do poder.
Foi
assim que a entrevista de Lula passou ao largo da pauta das Organizações Globo.
Se
alguém tinha dúvidas sobre os abalos no Estado Democrático de Direito no
Brasil, basta refletir sobre esta situação típica de ditaduras. Um
ex-presidente, preso há um ano, estava proibido de conceder entrevista por uma
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quando
finalmente ele foi autorizado a falar, a maior empresa de comunicação do país
ocultou o fato (a entrevista) duplamente jornalístico.
A
população brasileira foi proibida de tomar conhecimento (pela Rede Globo) de
uma entrevista da maior liderança popular do país. Esse é o ponto de partida
para recortar, no contexto da comunicação, algo fundamental para a atualidade –
o golpe segue exaltando uns e censurando outros.
Vista
pela antítese da censura, a entrevista tem muitos laureus. Um deles é a
autocrítica do maior de todos os petistas.
Lula tocou nesse assunto delicado sem
meias palavras. Questionado sobre erros do PT, ele foi direto ao ponto.
Reconheceu que o partido, no governo, cometeu um erro grave ao não regulamentar
os meios de comunicação.
Lula,
na entrevista, revelou que tinha um projeto pronto para apresentar ao Congresso
Nacional visando regulamentar os meios de comunicação, mas deixou a tarefa para
sua sucessora Dilma Roussef (PT). E complementou dizendo que não sabe explicar
porque a companheira não levou adiante.
Na
verdade todos os petistas de proa tinham amplo conhecimento dos textos e
projetos organizados pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
(FNDC) para regulamentar a mídia. Está tudo registrado no Projeto de Iniciativa
Popular em prol da Lei da Mídia Democrática, instituída no bojo da campanha
Para Expressar a Liberdade.
Mas,
em meio às complexidades de um governo heterogêneo, formado por uma coalizão de
forças políticas, a comunicação foi ficando em segundo plano.
Lula
preferiu o caminho mais cômodo – a parceria com a burguesia radiodifusora no
contexto de uma ampla aliança da governabilidade.
Somente
em 2009 o governo federal convocou a 1ª Conferência Nacional de Comunicação
(CONFECOM), reunindo os setores privado, estatal e os movimentos sociais para
debater o tema “Comunicação: meios para a construção de direitos e de cidadania
na era digital”.
Ao
final de quatro dias de plenárias e grupos de trabalhos, mais de 600
proposições foram aprovadas no relatório final e quase nada foi encaminhado.
Mais uma vez a comunicação foi colocada em segundo plano, apesar de todos os precedentes.
René
Dreifuss explica detalhadamente a atuação do complexo formado pelo Ipes/Ibad na
campanha organizada e sistemática para consumar o Golpe de 1964 por dentro dos
meios de comunicação.
Outros
avisos foram dados. Na eleição de 1989, a edição do debate entre Lula e Collor
foi decisiva para impedir a vitória do petista.
É a
velha e atual luta de classes. Em 2016 o impeachment de Dilma Roussef e os seus
desdobramentos chegaram ao ápice. O Brasil retrocedeu da manipulação exagerada
para a mentira descarada.
Apesar
de todos os avisos, o PT e o conjunto dos partidos do chamado campo democrático
descuidaram da comunicação.
Se
havia dúvidas sobre uma política de conciliação com a burguesia, basta ver a
violência do golpe de 2016.
O
diagnóstico está feito. Falta agora o remédio.
A
esquerda precisa de uma agenda para chamar de sua. Não podemos desperdiçar 100%
da energia em torno dos fragmentos disparados pela família Bolsonaro e seus
asseclas nas redes sociais. Essa batalha tática é necessária, indispensável e
deve ser travada a cada minuto.
Do
ponto de vista estratégico, é hora de levantar a bandeira da REFORMA DA
COMUNICAÇÃO.
Lula Livre não basta. A luta de classes está posta e precisamos travar uma batalha permanente em defesa da democracia. Isso passa necessariamente pela comunicação.
Ed Wilson Araújo é jornalista, professor da Universidade Federal do Maranhão, presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão e integrante da Agência Tambor
Estava tudo caminhando para o consenso absoluto em que todos nós,
pesquisadores e militantes da democratização da comunicação, nos regozijamos na
crítica à mídia de mercado controlada pelo capital financeiro.
A tese central de que as Organizações Globo e os seus tentáculos
consorciaram-se à Lava Jato para consumar um golpe está consolidada e
fartamente comprovada pelas revelações do The Intercept Brasil.
Esse foi o tom dos debates ao longo do 4º Encontro Nacional pelo Direito à
Comunicação (ENDC), realizado na sequência da 22ª Plenária do FNDC (Fórum
Nacional pela Democratização da Comunicação), em São Luís, de 18 a 20 de
outubro/2019.
O consenso foi quebrado quando o jornalista e professor universitário
Franklin Douglas se pronunciou no ato público realizado sexta-feira (18) à
noite, no Convento das Mercês, como parte da programação do 4º ENDC.
Ele fez um apanhado sobre os obstáculos para uma efetiva democratização da comunicação no Brasil, inclusive registrando as dificuldades dos dois mandatos de Lula para implementar as políticas públicas formuladas ao longo de décadas pelo FNDC para termos menos concentração empresarial, mais pluralidade, apoio à comunicação comunitária, popular e independente, critérios justos para a distribuição de verbas publicitárias e regionalização da produção.
Os fatos são amplamente conhecidos. A cúpula do PT e do governo Lula tinham
o diagnóstico e o remédio, mas seguiram o caminho da conciliação, até que veio
o golpe.
No cenário local, o professor mencionou a Timbira AM, rádio estatal sob administração do Governo do Maranhão, sucateada no governo Roseana Sarney (MDB) e revitalizada na gestão Flávio Dino (PCdoB). Douglas registrou que a rádio só não foi privatizada nos anos 1990 devido ao bom combate da militância inspirada no FNDC e reconheceu o empenho do atual governo para recuperar a emissora.
Mas, criticou em parte a linha editorial. O jornalista pontuou que, apesar de fortalecida, a Timbira não ouve os quilombolas e aqueles que são contra a cessão da Base de Alcântara para os Estados Unidos e nem as vozes que combatem a entrega da comunidade Cajueiro para a construção de um porto privado com capital internacional.
“Calar Jamais!” é o mote da campanha em defesa da liberdade de expressão, organizada pelo FNDC, campo de militância, pesquisa e formulação de políticas públicas que ocupa um papel importante no debate sobre o tema da comunicação, fundamental para a democracia.
Os jornalistas e a Lava Jato
Outro assunto abordado no 4º ENDC foi o posicionamento de assessores de comunicação e jornalistas em setores estratégicos no processo de construção do golpe, quando a fronteira entre repórter e lobista fica tênue. Na conferência sobre “A naturalização e institucionalização da censura no Brasil”, o editor deste blog questionou os limites morais e éticos dos jornalistas com base nos seguintes fatos:
1 – Miriam Leitão é uma intelectual orgânica da elite conservadora
neoliberal;
2 – O filho de Miriam Leitão, Vladimir Netto, repórter destacado da TV Globo, lançou um livro enaltecendo os méritos e os feitos heroicos do juiz Sergio Moro na condução da Lava Jato;
3 – O livro de Vladimir Netto, intitulado “Lava Jato – O juiz Sergio Moro e
os bastidores da operação que abalou o Brasil”, inspirou o filme “O mecanismo”,
dirigido pelo cineasta José Padilha;
4 – O livro e o filme despejaram gasolina intensamente na fogueira do golpe;
5 – A esposa de Vladimir Netto e nora de Miriam Leitão, Giselly Siqueira, ocupou vários cargos no Sistema de Justiça e chegou ao topo da carreira quando foi nomeada Assessora de Comunicação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, posto de alta confiança na pasta de Sergio Moro.
Antes de comandar a área de Comunicação no ministério do herói da Lava Jato, Giselly Siqueira obteve cargos destacados em órgãos de operação da Justiça e na Procuradoria Geral da República: assessora-chefe de Comunicação Social no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na gestão de Gilmar Mendes, secretária de Comunicação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e secretária de Comunicação Social no Ministério Público Federal, esta última durante o rumoroso caso do “Mensalão”.
Apenas para reiterar: a minha pergunta foi sobre os limites morais e éticos de jornalistas em postos estratégicos no exercício profissional, relacionados principalmente às posições ocupadas pelo repórter Vladimir Netto, autor do livro enaltecendo a meritocracia de Sergio Moro; e da sua esposa Giselly Siqueira, que passou a exercer um cargo estratégico a convite do mesmo Sergio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Não houve na minha pergunta qualquer intenção de atirar pedras ou condenar a jornalista Miriam Leitão pela sua maternidade e as escolhas do filho Vladimir Neto.
A própria Miriam Leitão, intelectual orgânica da elite conservadora, já sofreu hostilidade da extrema direita nas redes sociais, a ponto de cancelar até a presença dela na Feira do Livro de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, diante dos ataques disparados na internet por fanáticos bolsonaristas.
Nenhum jornalista com o mínimo de sanidade e bom senso aplaude esse tipo de
atitude. Se ontem agrediram Miriam Leitão, amanhã pode ser qualquer um. Esse é
o ponto.
Por fim, após exaustivos debates, a 22ª Plenária do FNDC e o 4º ENDC encerraram com uma incógnita: se o campo democrático voltar ao poder, para onde será guiada a política de comunicações? Voltará a fazer um acordo com a mídia conservadora golpista ou vai adotar o programa pela democratização já de amplo conhecimento das esquerdas em geral?
Os critérios de distribuição das verbas publicitárias vão priorizar os
barões da mídia ou serão revisados para democratizar o acesso ao recurso
público pela comunicação popular, comunitária, independente e alternativa?
Haverá, afinal, um pensamento estratégico sobre comunicações ou apenas um refazer da visão instrumental? São várias perguntas para uma incógnita: de qual lado estarão as esquerdas (na comunicação) em uma eventual retomada do poder?
Nota: Esse texto expressa a avaliação individual do editor deste blog: Ed Wilson Araújo
Na iminência de ser derrotada logo no primeiro turno, a candidata Roseana Sarney (MDB) busca colar sua imagem à de Lula (PT), o principal “cabo eleitoral” do Maranhão.
O programa de TV exibido na noite de ontem (1º) insere um depoimento de Lula fazendo declarações de apoio a Roseana. A propaganda recorta o trecho de um discurso em que o petista exalta a lealdade da candidata.
A fala de Lula em elogio à filha de José Sarney é de campanhas passadas, quando o PT e o PMDB eram aliados, nas eleições de 2006, 2010 e 2014. Nesse período, o petista fez várias declarações de apoio a Roseana.
Em 2014 o candidato do grupo Sarney ao governo do Maranhão, Edinho Lobão (PMDB), filho do senador Edison Lobão (PMDB), também recebeu apoio de Lula e do PT, oficialmente coligado ao PMDB.
Mas, a partir de 2016, durante o processo do impeachment da presidente Dilma Roussef (PT), liderado pelo PMDB, José Sarney marchou com Eduardo Cunha e Michel Temer, comandando a votação da sua bancada de deputados e senadores para degolar a petista.
Após o impeachment, quando a Lava Jato mirou na prisão de Lula, Sarney também negou solidariedade ao petista, estrangulando as relações entre o PT e o PMDB em 2018. Estão, portanto, rompidos.
Mudança de rumo
Oficialmente, o PT nacional e Lula já declararam apoio ao governador Flávio Dino (PCdoB), candidato à reeleição.
Dino fez vários movimentos liderando politicamente a defesa de Dilma Roussef e de Lula durante todo o processo do impeachment, no curso da prisão do ex-presidente petista e na campanha Lula Livre.
O PCdoB compõe a chapa de Fernando Haddad (PT), com a candidata a vice-presidente Manuela Dávila. Na eleição para o Governo do Maranhão, o PT apoia a reeleição de Flávio Dino.
Antes de ser preso, Lula encerrou a caravana pelo Nordeste em um ato público na porta do Palácio dos Leões, ao lado do governador Flávio Dino. Estava selada, naquele momento, a aliança entre o PT e o PCdoB.
Roseana Sarney, ao exibir a declaração de Lula sobre lealdade, tenta uma reaproximação artificial e tardia, em tom de desespero.
No texto, Lula denuncia a perseguição política que impede a sua candidatura a presidente e convida a militância para engajar na campanha: “Nós já somos milhões de Lulas e, de hoje em diante, Fernando Haddad será Lula para milhões de brasileiros”
CARTA AO POVO BRASILEIRO
Luiz Inácio Lula da Silva, 11 de setembro de 2018
Vocês já devem saber que os tribunais proibiram minha candidatura a presidente da República. Na verdade, proibiram o povo brasileiro de votar livremente para mudar a triste realidade do país.
Nunca aceitei a injustiça nem vou aceitar. Há mais de 40 anos ando junto com o povo, defendendo a igualdade e a transformação do Brasil num país melhor e mais justo. E foi andando pelo nosso país que vi de perto o sofrimento queimando na alma e a esperança brilhando de novo nos olhos da nossa gente. Vi a indignação com as coisas muito erradas que estão acontecendo e a vontade de melhorar de vida outra vez.
Foi para corrigir tantos erros e renovar a esperança no futuro que decidi ser candidato a presidente. E apesar das mentiras e da perseguição, o povo nos abraçou nas ruas e nos levou à liderança disparada em todas as pesquisas.
Há mais de cinco meses estou preso injustamente. Não cometi nenhum crime e fui condenado pela imprensa muito antes de ser julgado. Continuo desafiando os procuradores da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro e o TRF-4 a apresentarem uma única prova contra mim, pois não se pode condenar ninguém por crimes que não praticou, por dinheiro que não desviou, por atos indeterminados.
Minha condenação é uma farsa judicial, uma vingança política, sempre usando medidas de exceção contra mim. Eles não querem prender e interditar apenas o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva. Querem prender e interditar o projeto de Brasil que a maioria aprovou em quatro eleições consecutivas, e que só foi interrompido por um golpe contra uma presidenta legitimamente eleita, que não cometeu crime de responsabilidade, jogando o país no caos.
Vocês me conhecem e sabem que eu jamais desistiria de lutar. Perdi minha companheira Marisa, amargurada com tudo o que aconteceu a nossa família, mas não desisti, até em homenagem a sua memória. Enfrentei as acusações com base na lei e no direito. Denunciei as mentiras e os abusos de autoridade em todos os tribunais, inclusive no Comitê de Direitos Humanos da ONU, que reconheceu meu direito de ser candidato.
A comunidade jurídica, dentro e fora do país, indignou-se com as aberrações cometidas por Sergio Moro e pelo Tribunal de Porto Alegre. Lideranças de todo o mundo denunciaram o atentado à democracia em que meu processo se transformou. A imprensa internacional mostrou ao mundo o que a Globo tentou esconder.
E mesmo assim os tribunais brasileiros me negaram o direito que é garantido pela Constituição a qualquer cidadão, desde que não se chame Luiz Inácio Lula da Silva. Negaram a decisão da ONU, desrespeitando do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos que o Brasil assinou soberanamente.
Por ação, omissão e protelação, o Judiciário brasileiro privou o país de um processo eleitoral com a presença de todas as forças políticas. Cassaram o direito do povo de votar livremente. Agora querem me proibir de falar ao povo e até de aparecer na televisão. Me censuram, como na época da ditadura.
Talvez nada disso tivesse acontecido se eu não liderasse todas as pesquisas de intenção de votos. Talvez eu não estivesse preso se aceitasse abrir mão da minha candidatura. Mas eu jamais trocaria a minha dignidade pela minha liberdade, pelo compromisso que tenho com o povo brasileiro.
Fui incluído artificialmente na Lei da Ficha Limpa para ser arbitrariamente arrancado da disputa eleitoral, mas não deixarei que façam disto pretexto para aprisionar o futuro do Brasil.
É diante dessas circunstâncias que tenho de tomar uma decisão, no prazo que foi imposto de forma arbitrária. Estou indicando ao PT e à Coligação “O Povo Feliz de Novo” a substituição da minha candidatura pela do companheiro Fernando Haddad, que até este momento desempenhou com extrema lealdade a posição de candidato a vice-presidente.
Fernando Haddad, ministro da Educação em meu governo, foi responsável por uma das mais importantes transformações em nosso país. Juntos, abrimos as portas da Universidade para quase 4 milhões de alunos de escolas públicas, negros, indígenas, filhos de trabalhadores que nunca tiveram antes esta oportunidade. Juntos criamos o Prouni, o novo Fies, as cotas, o Fundeb, o Enem, o Plano Nacional de Educação, o Pronatec e fizemos quatro vezes mais escolas técnicas do que fizeram antes em cem anos. Criamos o futuro.
Haddad é o coordenador do nosso Plano de Governo para tirar o país da crise, recebendo contribuições de milhares de pessoas e discutindo cada ponto comigo. Ele será meu representante nessa batalha para retomarmos o rumo do desenvolvimento e da justiça social.
Se querem calar nossa voz e derrotar nosso projeto para o País, estão muito enganados. Nós continuamos vivos, no coração e na memória do povo. E o nosso nome agora é Haddad.
Ao lado dele, como candidata a vice-presidente, teremos a companheira Manuela D’Ávila, confirmando nossa aliança histórica com o PCdoB, e que também conta com outras forças, como o PROS, setores do PSB, lideranças de outros partidos e, principalmente, com os movimentos sociais, trabalhadores da cidade e do campo, expoentes das forças democráticas e populares.
A nossa lealdade, minha, do Haddad e da Manuela, é com o povo em primeiro lugar. É com os sonhos de quem quer viver outra vez num país em que todos tenham comida na mesa, em que haja emprego, salário digno e proteção da lei para quem trabalha; em que as crianças tenham escola e os jovens tenham futuro; em que as famílias possam comprar o carro, a casa e continuar sonhando e realizando cada vez mais. Um país em que todos tenham oportunidades e ninguém tenha privilégios.
Eu sei que um dia a verdadeira Justiça será feita e será reconhecida minha inocência. E nesse dia eu estarei junto com o Haddad para fazer o governo do povo e da esperança. Nós todos estaremos lá, juntos, para fazer o Brasil feliz de novo.
Quero agradecer a solidariedade dos que me enviam mensagens e cartas, fazem orações e atos públicos pela minha liberdade, que protestam no mundo inteiro contra a perseguição e pela democracia, e especialmente aos que me acompanham diariamente na vigília em frente ao lugar onde estou.
Um homem pode ser injustamente preso, mas as suas ideias, não. Nenhum opressor pode ser maior que o povo. Por isso, nossas ideias vão chegar a todo mundo pela voz do povo, mais alta e mais forte que as mentiras da Globo.
Por isso, quero pedir, de coração, a todos que votariam em mim, que votem no companheiro Fernando Haddad para Presidente da República. E peço que votem nos nossos candidatos a governador, deputado e senador para construirmos um país mais democrático, com soberania, sem a privatização das empresas públicas, com mais justiça social, mais educação, cultura, ciência e tecnologia, com mais segurança, moradia e saúde, com mais emprego, salário digno e reforma agrária.
Nós já somos milhões de Lulas e, de hoje em diante, Fernando Haddad será Lula para milhões de brasileiros.
Até breve, meus amigos e minhas amigas. Até a vitória!
O golpe parlamentar-jurídico-midiático que derrubou a presidente Dilma Roussef (PT) não deu certo no todo, só em parte.
Lula está preso, mas lidera as pesquisas.
O PT, com suas qualidades e defeitos, continua vivo.
Os artífices do golpe planejaram a exterminação do petismo e colocaram o PMDB, liderado por Eduardo Cunha, para fazer o “trabalho sujo” encaminhando o impeachment.
A ideia dos golpistas era “limpar o terreno” para que o príncipe da elite paulistana, a serviço das corporações do capitalismo internacional, subisse no palco de 2018 como o salvador da pátria.
Esse príncipe, Geraldo Alckmin, patina em todas as pesquisas. E os tucanos, com a maior coligação e tempo de TV, além da fortuna de campanha, buscam uma luz no fim do túnel.
A única saída para Geraldo Alckmin é a polarização com Bolsonaro, na tentativa de criar uma antítese àquele que ameaça ir ao segundo turno contra o candidato de Lula – Fernando Hadad (PT).
Na campanha da TV, a propaganda de Geraldo Alckmin é explicita nesse intento de ser o antípoda de Bolsonaro – “não é na bala que se resolve”.
Em contraponto, faz o discurso apelando ao equilíbrio, o bom senso, a razão e o coração.
O primeiro filme da campanha tucana, belo e organizado, busca construir um conceito de Geraldo Alckmin vinculado à ideia de pacificador e aglutinador.
O apelo à paz e o repúdio ao ódio constroem a narrativa desesperada dos tucanos, eles próprios protagonistas do ódio ao PT, na campanha organizada e sistematicamente veiculada nos meios de comunicação, no curso da estratégia de desmonte da democracia, da esquerda e da política que resultou no golpe.
Ficam claras, portanto, as digitais dos estrategistas tucanos na tentativa exasperada de polarizar Alckmin x Bolsonaro.
Os marqueteiros tucanos sabem que não adianta refutar o discurso de ódio usando as mesmas armas.
Eles perceberam que o estilo agressivo de Ciro Gomes (PDT), tentando ser na verborragia a antítese de Bolsonaro, não funciona.
No fundo, os tucanos tentam fazer de Geraldo Alckmin uma especie de candidato paz e amor, mas sem a popularidade de Lula e o cheiro de povo.
Há milagres que nem a TV opera. O filme do tucano até começa bem, com o discurso pacificador de uma atriz negra, cabelo black power, tentando construir uma identidade que não existe na figura do senhor de engenho Geraldo Alckmin.
Marqueteiros constroem mitos e heróis, mas falta para o candidato tucano algo que até Bolsonaro tem – o mínimo de liga com o povo.
Kucinski construiu uma trajetória importante como jornalista e professor universitário. Trabalhou em grandes veículos como Veja, BBC de Londres e The Guardian. Nos anos 1970, atuou nos semanários alternativos “Movimento” e “Em Tempo”. Fez carreira docente no Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da USP e foi assessor especial da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Considerado entre as mais significativas distinções jornalísticas do país, o Prêmio Vladimir Herzog reconhece trabalhos que valorizam a Democracia e os Direitos Humanos. Em 2018, foram 607 produções inscritas que já estão em avaliação em seis categorias: Artes (ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos), Fotografia, Produção jornalística em texto, Produção jornalística em vídeo, Produção jornalística em áudio e Produção jornalística em multimídia.
A escolha dos vencedores será em sessão pública, com transmissão ao vivo pela internet, dia 11 de outubro de 2018, na Sala Tiradentes da Câmara Municipal de São Paulo. Neste ano, foi instituído em caráter experimental o Voto Popular – uma etapa totalmente independente e aberta ao público entre os dias 1 e 10 de outubro para avaliar as produções finalistas e cujo resultado antecede o Júri de Premiação. O Voto Popular premiará apenas uma única produção – a mais votada pelo público, independentemente de categorias de inscrição – com o troféu símbolo do Prêmio, criado pelo artista plástico Elifas Andreato.
O 40º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos é promovido e organizado pelas seguintes instituições: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – ABRAJI; Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil – UNIC Rio; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP; Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Nacional; Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo, coletivo Periferia em Movimento, Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e Instituto Vladimir Herzog.
Calendário
40º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
Júri de 1ª etapa: 7 de agosto a 23 de setembro, via sistema
Voto popular: 1º a 10 de outubro, via sistema
Júri de 2ª etapa e divulgação dos vencedores: 11 de outubro, quinta-feira, em sessão pública de julgamento na Câmara Municipal de São Paulo / Sala Tiradentes e transmissão ao vivo pela internet, das 10h às 14h, em http://www.camara.sp.gov.br/transparencia/auditorios-online/
Roda de Conversa com os Ganhadores: 25 de outubro, quinta-feira, das 14h às 18h
Solenidade de premiação: 25 de outubro, quinta-feira, 20h
Local: Tucarena – Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes, São Paulo
A passagem de Fernando Hadad (PT) em São Luís sepultou qualquer indício de que Lula possa declarar apoio a Roseana Sarney (PMDB) na eleição para o governo.
Lula é o maior cabo eleitoral do Maranhão, onde sempre obteve votações acima da média nacional. O apoio dele a Roseana Sarney em 2006 e 2010 foi decisivo para o prolongamento da oligarquia.
Mas, em 2018 será diferente. Preso e liderando as pesquisas, Lula acertou com a direção nacional do PT o apoio a Flávio Dino (PCdoB), atual governador e candidato à releição.
Dino já vinha costurando a aliança com o PT desde o impeachment da presidente Dilma Roussef, quando se posicionou com ênfase em defesa do mandato da petista.
A caravana de Lula pelo Nordeste, encerrada em São Luís, foi uma etapa importante da costura política feita por Flávio Dino para “amarrar” o apoio de Lula.
Além disso, caso o pedido de registro da candidatura de Lula seja derrotado em todas as instâncias, a chapa será formada por Fernando Hadad e a vice será Manuela Dávila (PCdoB).
Ambos estiveram em São Luís nesta sexta-feira (24) e selaram definitivamente o apoio à reeleição do governador comunista.
E não teriam feito esse gesto sem a ordem de Lula.
Nesse cenário, a candidatura de Roseana Sarney, que tinha esperança de uma guinada de Lula em direção ao PMDB, está cada dia mais fragilizada.
Tudo indica uma vitória de Flávio Dino no primeiro turno.
O candidato a deputado estadual pelo PT, jornalista Luiz Henrique, realizou nessa sexta-feira (24) mais um importante ato político com a demonstração de força na campanha rumo à Assembleia Legislativa.
Lideranças petistas e apoiadores dos mais diversos movimentos sociais de todo o Maranhão vieram a São Luís participar do ato de inauguração do comitê central, localizado na avenida Kennedy, próximo ao colégio Gonçalves Dias.
“Esse local tem muita identidade comigo, porque eu nasci na rua Basson, no Apeadouro, onde estão as minhas raízes e foi neste bairro que tudo começou. Portanto, temos um simbolismo e estamos muito felizes de receber todos vocês aqui”, declarou Henrique.
Força em São Luís e nas regionais
Coordenadores regionais da campanha participaram do ato de inauguração do comitê central, que inicia uma nova etapa da jornada 13013 em São Luís. A mobilização também terá grupos de apoio nos bairros em dezenas de áreas na região metropolitana onde pré-campanha formou grupos de apoiadores e vão atuar em sintonia com as atividades do comitê central.
No seu discurso, Luiz Henrique agradeceu o apoio a a disponibilidade dos apoiadores, parceiros e amigos que compareceram para prestigiá-lo. O candidato fez menção especial a Lula. “Vamos manter a teimosia com Lula até o final. Ele é o nosso candidato do coração e vamos votar no 13, com Fernando Hadad liderando a chapa, até a vitória”, registrou.
Juntamente com Fernando Hadad, Luiz Henrique reiterou o apoio e empenho na campanha pela reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB), reconhecendo os programas sociais e de infraestrutura implantados no Maranhão nos últimos quatro anos, superiores aos quase 50 anos de mando da oligarquia Sarney. “A principal ‘obra’ de Flávio Dino é transformar o Maranhão em um estado sem dono, sem uma família mandando”, disse Luiz Henrique.
O candidato a deputado federal e presidente licenciado do Sindsep Raimundo Pereira (PT) e o candidato a senador pelo PSOL, Saulo Pinto, participaram do evento e reforçaram a defesa de Lula como símbolo da luta contra o golpe que derrubou a presidenta Dilma Roussef (PT).
Após a inauguração do comitê central, os apoiadores de Luiz Henrique saíram em carreata pelo bairro Apeadouro, começando pela rua Basson, depois Raimundo Corrêa, avenida Getúlio Vargas, bairro Bom Milagre, novamente avenida Kennedy até o Reviver/Praia Grande, onde a militância participou do comício com Fernando Hadad, candidato a vice-presidente na chapa de Lula.
O PT do Maranhão está com boas chances de eleger dois deputados estaduais, ou até três. Entre os principais candidatos está o jornalista e secretário de Formação do PT Luiz Henrique Lula da Silva.
Com longa militância dentro e fora do PT, Luiz Henrique fez um amplo trabalho de mobilização ao longo de toda a pré-campanha, reunindo apoiadores nas áreas urbanas e rurais em todo o Maranhão.
“São muitas reuniões, plenárias, encontros, debates e dedos de prosa para construir uma candidatura coletiva, solidária, formada a partir da base, com a militância na veia. Nossa candidatura é um projeto coletivo, fruto da nossa militância que iniciou ainda na juventude, na rua Basson, no bairro Apeadouro, em São Luís”, detalhou Silva.
Nos eventos já realizados, colhendo sugestões dos apoiadores, o candidato montou os eixos da campanha que vão direcionar a atuação parlamentar, com foco em direitos humanos e democracia, juventudes, reforma agrária e defesa das comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas e quebradeiras de coco) e desenvolvimento sustentável.
A plataforma do candidato tem especial atenção à defesa dos direitos e segurança das mulheres. “Diante do alto índice de violência e feminicídio, nosso mandato terá como uma das principais atuações a participação das mulheres nos debates e decisões fundamentais sobre políticas públicas de inclusão e proteção”, acentuou Luiz Henrique.
O núcleo de apoio no setor juventudes teve um evento próprio, denominado “Dizaê”, que reuniu dezenas de lideranças estudantis, quilombolas, assentados e militantes jovens de coletivos urbanos. O “Dizaê” apresentou uma carta-programa ao candidato, contendo as principais reivindicações das juventudes para compor os eixos da campanha.
A democratização da comunicação é outro eixo presente não só na campanha, mas ao longo da militância de Luiz Henrique como um dos fundadores e presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão. “Nosso mandato será um esteio para o movimento de rádios comunitárias e estaremos na Assembleia Legislativa de portas abertas para defender as emissoras e o direito à comunicação livre, democrática e popular”, destacou.
Lula e Flávio Dino
Luiz Henrique adotou o sobrenome “Lula da Silva” pela identidade e defesa do legado dos dois governos do PT na Presidência da República e sobretudo pelo direito de Lula ser candidato, tese defendida pelo candidato em todas as suas agendas de campanha, dentro e fora do PT. “Nas minhas viagens pelo Maranhão é muito visível o desejo da população de votar em Lula e renovar o mandato do governador Flavio Dino. Esses dois projetos somam na nossa campanha e vamos vencer”, reforçou o candidato.
Para Luiz Henrique, é necessário alinhar as candidaturas no plano nacional e estadual, com o objetivo de fortalecer a aliança do campo democrático-popular. Caso Lula seja vetado, a chapa à Presidência da República será formada pelo PT e PCdoB, Fernando Hadad e Manuela Dávila.
“Vejo na reeleição de Flávio Dino a oportunidade para ampliar as mudanças que já estão sendo realizadas no Maranhão. Daí a importância de eleger deputados que possam atuar de forma propositiva junto ao governador. Eu me coloco nessa perspectiva de ser um representante dos movimentos sociais na Assembleia Legislativa”, sustentou Luiz Henrique, que foi um dos coordenadores da campanha de Flávio Dino, ainda na disputa eleitoral pela Prefeitura de São Luís, em 2008.
Com o bordão “compromisso e confiança”, Luiz Henrique se apresenta oficialmente candidato com o número 13013. Veja abaixo a biografia e o manifesto do candidato.
Biografia
Luiz HENRIQUE Lula da Silva é maranhense de São Luís. Suas raízes estão na rua Basson, no bairro Apeadouro. Lá ele cresceu, estudou e fez amigos. Seu primeiro emprego foi como office boy na Phocus Publicidade.
Iniciou sua militância na igreja, em grupos de jovens e no teatro. Participou do movimento estudantil e esteve presente na Greve de 1979, que conquistou o direito à meia passagem para os estudantes de São Luís.
Da Basson, ganhou o mundo. Ainda jovem partiu para Pedreiras, onde trabalhou como gerente comercial e posteriormente se constituiu médio empresário. Viveu 18 anos em Pedreiras e foi candidato a prefeito pelo PT, em 1996, ajudando a eleger o primeiro vereador petista naquela cidade.
A militância dentro e fora do PT é uma constante na vida de Luiz HENRIQUE Lula da Silva. Ele foi presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão, entidade que ajudou a criar, em 1998, juntamente com a rádio comunitária Carcará FM, de Pedreiras. Luiz HENRIQUE Lula da Silva também é um dos criadores da Apoesp (Associação de Poetas e Escritores de Pedreiras), entidade que reuniu artistas e boêmios na terra de João do Vale.
Na área profissional, Luiz HENRIQUE Lula da Silva trabalhou em duas agências de publicidade e formou-se em Jornalismo. Durante o segundo governo Lula, foi gestor substituto da Delegacia de Desenvolvimento Agrário do Maranhão. No governo Jackson Lago, foi Secretário de Estado Adjunto de Cidades. É também fundador do Instituto Foco Cidadania, com atuação na habitação popular.
Em 2008, coordenou a campanha de Flávio Dino para prefeito de São Luís e chefiou os gabinetes dos deputados federais Washington Luiz e Zé Carlos, ambos do PT. Atualmente, Luiz HENRIQUE Lula da Silva é Secretário de Formação do PT-MA.
A maior parte da sua vida é dedicada à organização do povo, à construção do PT e aos ideais que levaram LULA a mudar o Brasil.
Movido por ideais, companheiro de tantas lutas, solidário, dedicado às causas populares, Luiz HENRIQUE Lula da Silva é homem de COMPROMISSO e CONFIANÇA e levará para a Assembleia Legislativa um projeto coletivo de parlamento.
Como tantos outros brasileiros que lutaram arduamente e conquistaram vitórias, Luiz HENRIQUE é um SILVA.
Luiz HENRIQUE Lula da Silva é um dos principais incentivadores da criação dos comitês populares LULA LIVRE e convida você a somar forças em 2018 para conquistar um mandato na Assembleia Legislativa, fazer juntos a vitória de Lula/Hadad e reeleger Flávio Dino 65 governador do Maranhão.
Manifesto 13013
Luiz Henrique Lula da Silva deputado estadual: uma candidatura raiz, partidária e coletiva
“Fé na vida, fé no homem, fé no que virá” (Gonzaguinha)
Esse manifesto é uma convocação da nossa militância para os grandes desafios de 2018: eleger Lula/Hadad presidente, renovar o mandato do governador Flávio Dino (PCdoB) e garantir uma expressiva e qualificada bancada de deputados federais e estaduais.
E a nossa tarefa eleitoral passa necessariamente pela eleição de LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA DEPUTADO ESTADUAL.
A conquista deste mandato é o desejo coletivo de milhares de pessoas, de todas as cores e gerações, reunindo mulheres, homens e juventude em torno de ideias, projetos e sonhos.
Para chegar até aqui fizemos uma longa caminhada. Percorremos mais de 100 municípios, reunindo assentamentos, sindicatos, diretórios do PT, associações, bairros, vilas, ruas e nas casas das pessoas. Por todos esses lugares semeamos esperança, colhemos sugestões e dialogamos sobre ações reais para seguir mudando o Maranhão, desta vez na Assembleia Legislativa.
Somos muitos e estamos determinados a construir um mandato com a cara do PT, enraizado na nossa militância, nos movimentos sociais, na força que vem da juventude e do povo organizado, das mulheres e homens trabalhadores urbanos e rurais, indígenas, quilombolas e quebradeiras de coco.
Fruto de um grande movimento coletivo que a cada dia ganha mais força no Maranhão, apresentamos aqui as nossas motivações e bandeiras de luta, as razões de um mandato partidário, coletivo e popular.
LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato a Deputado Estadual para denunciar o governo ilegítimo de Michel Temer, bem como a tentativa de eleger seus sucessores (PSDB, MDB e aliados) e as medidas golpistas contra o povo brasileiro. Esta candidatura visa combater a farsa jurídica da prisão de LULA sem prova; a escalada de violência e criminalização dos movimentos sociais; os assassinatos de lideranças políticas no campo e na cidade; e o extermínio da juventude negra e pobre na periferia, onde a vereadora Marielle Franco é apenas o caso mais visível.
LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato para defender a Petrobras como empresa estratégica do Brasil e preço justo para o gás de cozinha, a gasolina, o álcool e o diesel, atendendo as necessidades da maioria da população.
LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato para defender mais investimento do dinheiro público nos programas sociais, nas obras de infraestrutura e na indústria, para retomar a geração de emprego e renda.
LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato para defender a DEMOCRACIA, a volta de LULA a Presidência da República, o legado e a retomada dos programas Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, PROUNI, aumento do crédito para agricultura familiar, aumento real do salário mínimo, dentre outros. Portanto, é candidato para, junto com Lula, construir o Brasil feliz de novo.
LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato para participar das mudanças implementadas pelo governo FLAVIO DINO, atuando na Assembleia Legislativa de forma propositiva para o Maranhão seguir mudando como estado sem dono, democrático, ampliando os programas Escola Digna, Sim, eu Posso!, Mais Asfalto, Mais IDH, IEMA e outas ações transformadoras.
LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato para fortalecer o PT, ampliando sua inserção nos movimentos sociais e municípios, valorizando as lideranças locais, vereadores e a militância do partido.
LUIZ HENRIQUE é candidato para defender a democratização da comunicação, a agricultura familiar, as mulheres, os negros, quilombolas, os indígenas, a diversidade sexual e religiosa, as pessoas com deficiência e o desenvolvimento com respeito ao meio ambiente.
Agora é o momento de avançar e consolidar cada voto, apoio e parceria. Estamos juntos, irmanados em duas palavras que traduzem o sentimento construído ao longo de toda a sua militância e reafirmadas na pré-campanha: LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA É COMPROMISSO E CONFIANÇA.