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Nota do PT: transferência de Lula é novo ato de perseguição

“Lula sequer deveria estar preso em lugar nenhum porque é inocente e foi condenado numa farsa judicial”, traz a nota subscrita por Gleisi, Pimenta e Humberto Costa.

1) A decisão de transferir o presidente Lula de Curitiba para São Paulo é de exclusiva responsabilidade da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, que solicitou a medida, e da juíza de Execuções Penais Carolina Lebbos, que deferiu o pedido sem considerar os argumentos da defesa do ex-presidente.

2) Lula não deveria estar preso em lugar nenhum porque é inocente e foi condenado numa farsa judicial. Não deveria sequer ter sido julgado em Curitiba, pois o próprio ex-juiz Sergio Moro admitiu que seu processo não envolvia desvios da Petrobrás investigados na Lava Jato.

3) A decisão da juíza Carolina Lebbos caracteriza mais uma ilegalidade e um gesto de perseguição a Lula, ao negar-lhe arbitrariamente as prerrogativas de ex-presidente da República e ex-Comandante Supremo das Forças Armadas.

4) O Partido dos Trabalhadores exige que os direitos de Lula e sua segurança pessoal sejam garantidos pelo estado brasileiro, até que os tribunais reconheçam a sua inocência, a parcialidade da sentença de Moro e a ilegalidade da prisão, onde quer que seja cumprida.

Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara dos Deputados
Humberto Costa, líder do PT no Senado Federal

Brasília, 7 de agosto de 2019

Imagem destacada: Militância na porta da Polícia Federal em Curitiba reafirma “Lula livre” / Ricardo Stuckert

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São Luís: a cidade encantadora ameaçada pelo Plano Diretor

Enquanto a população se deslumbra com as maquiagens na cidade, a Prefeitura e parte da Câmara de Vereadores costuram mudanças perversas na legislação urbanística que podem levar a capital ao caos

O ano de 2019 “celebra” os 30 anos de domínio relativo do PDT em São Luís. Embora não tenha elegido todos os prefeitos consecutivamente desde 1989, o partido segue no comando das principais instâncias de poder na máquina pública.

Nessas três décadas pelo menos as avenidas principais da cidade deveriam ter condições melhores de pavimentação. No mais, nem vamos perder tempo avaliando o segundo mandato de Edivaldo Holanda Junior.

Seguindo a tradição, o prefeito se esbalda na propaganda para divulgar seus feitos e esconde o principal: a revisão na legislação urbanística.

A quase totalidade da população sequer tem conhecimento de que a Câmara dos Vereadores vai apreciar a proposta de revisão do principal instrumento de planejamento da cidade. O Plano Diretor é a lei maior e dela derivam outras importantes relacionadas ao zoneamento, uso e ocupação do solo, toponímia, etc.

O Estatuto das Cidades orienta a realização de audiências públicas para que a população participe efetivamente dos debates e tome amplo conhecimento das mudanças previstas no Plano Diretor.

A Prefeitura de São Luís praticamente silenciou a divulgação das nove audiências públicas realizadas em janeiro e fevereiro de 2019 para apresentar a proposta de revisão da legislação da cidade.

A primeira audiência, realizada em 15 de janeiro de 2019, na Faculdade Pitágoras, foi esvaziada do principal – a população.  As audiências de fachada apenas cumpriram as exigências do Estatuto das Cidades e foram ocupadas por funcionários da Prefeitura, lobistas da construção civil e do setor industrial e portuário. além de representantes dos movimentos sociais.

Os moradores da cidade não participam simplesmente porque não foram convidados com ampla divulgação e propositadamente a Prefeitura esconde do interesse público um tema que mexe diretamente na vida de mais de 1 milhão de pessoas.

O calor, as inundações e os alagamentos, a falta de água, os engarrafamentos, a morte dos rios, a mobilidade urbana e rural, a poluição intensa das praias, do ar e das águas subterrâneas, a violência etc têm relação direta com o Plano Diretor.

Os mais apaixonados e encantados com a cidade vão dizer que há exagero nesta análise, mas a coisa é grave. Não se trata apenas de revisão da lei, mas de uma descarada entrega da cidade para a especulação imobiliária e ao capital internacional visando transformar São Luís em uma cidade portuária e industrial.

Entre as várias aberrações, a proposta de revisão do Plano Diretor que será apreciada pelos vereadores prevê a redução da área rural em 41%.

Quem mora no Centro ou nos bairros urbanizados pode até não perceber com intensidade, mas a zona rural tem importância fundamental na qualidade de vida de toda a cidade. Se forem retirados 41% da zona rural as implicações serão sentidas por tod@s, indistintamente, até para quem mora na área nobre.

A zona rural é um precioso território no contexto do mercado de terras em São Luís. 41% significam 8.643 hectares a menos (redução de 20.820 para 12.177 hectares.

Os principais operadores do mercado de terras são as empreiteiras (Sindicato da Construção Civil – Sinduscon), a Vale, a Alumar, a Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema) e o capital internacional chinês, entre outros grupos econômicos interessados em um vasto território fundamental para a qualidade de vida na cidade.

Silenciosamente, sem que a população tome conhecimento, a Prefeitura e os lobistas com influência nos três poderes armam uma bomba para o próximo aniversário de São Luís.

Brevemente, a Câmara dos Vereadores vai debater o tema mais importante para o futuro próximo da cidade. Espera-se que os nossos parlamentares tenham sensibilidade para não fazer do Plano Diretor um presente estragado nos outros 400 anos de São Luís.

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Verdades e mentiras

por Renato Ortiz

Publicado no site GGN

“Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira”; “Os dados da economia estão maravilhosos”; “Suicídio acontece pessoal pratica” (em relação à morte do jornalista Herzog); “É uma coisa que não mede a realidade” (em relação ao IBGE); “Estou convencido que os dados de desmatamento são falsos”. As afirmações são daquele que ocupa o mais alto cargo político do país: presidência da república.

A lista poderia ser alongada, mas seria inútil ampliá-la, importa entender: elas são recorrentes. Uma forma de se interpretar este comportamento bizarro é dizer que simplesmente nos encontramos diante de um conjunto de mentiras (diz-se muitas vezes fake news).  Esta é a explicação corrente entre jornalistas e políticos. Basta lermos os jornais, blogs e sites de notícias para nos convencermos disso.

Cada afirmação pode ser desmentida pela apresentação dos dados de realidade: há fome no Brasil; a economia anda mal; Herzog foi assassinado; o IBGE é uma instituição confiável; o desmatamento é um fato. O equívoco seria desconsiderar o mundo real de maneira assim tão evidente; as afirmações seriam uma espécie de aberração. Entretanto, outra interpretação, que não anula inteiramente a anterior, é possível. Há primeiro um elemento que não se pode descartar: se elas são recorrentes devem significar algo mais.

A repetição não pode ser considerada apenas expressão de mentira. Mas para entendê-las é preciso circunscrever sua falsidade dentro de um contexto mais amplo: o governo Bolsonaro nada tem de “normal”, ele é uma ruptura em relação à vida política brasileira. Sem considerar este aspecto anterior, um conjunto de falas, gestos e ações da presidência tornam-se ininteligíveis. Não se pode esquecer que nos encontramos diante de uma situação na qual o autoritarismo (manifesta-se em diversas áreas: educação, cultura, meio ambiente, direitos humanos, etc.) tornou-se moeda corrente, quero dizer, banal. Dito de outra forma: os mecanismos institucionais intrínsecos à democracia são sistematicamente destruídos pela eleição institucionalmente democrática de um oligarca. Trata-se portanto de uma realização perversa da democracia, pois seus valores são atingidos na sua essência. 

Uma maneira de se compreender alguns traços deste mandonismo recente (lembra o fascismo de início e meados do século XX) é considerá-lo através da noção de populismo (não tenho a intenção de fazer uma discussão conceitual a respeito).

Mas faço antes uma ressalva: o termo, neste caso, não se confunde com a ideia de tradição populista existente no Brasil ou na América Latina (Vargas ou Peron), ele adquire um novo significado. O populismo atual é resultado de uma falha estrutural das democracias contemporâneas, por isso manifesta-se em diferentes lugares do planeta: Trump nos Estados Unidos, extrema-direita nos países da Europa oriental e ocidental.

Pode-se dizer que existem duas dimensões que o conceito nos ajuda a apreender da vida política nacional. Primeiro, que a ideia de povo pode ser simplificada como uma simples oposição entre “nós” e “eles”, “virtuosos” e “corruptos”, neste sentido, ele coincidiria com a parte sã da sociedade, àquela que os políticos conservadores preferem privilegiar. Segundo, a suspeita que o sistema representativo seria estruturalmente corrompido. Esta é uma reivindicação explícita dos bolsonaristas, o fim do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal; toda mediação entre governo e povo seria abolida em nome de uma representação mítica do governante, ele traduziria, sem intermediários, a vontade popular. Entre nós isso ficou conhecido como substituição da “velha” pela “nova” política. 

Para efeito de argumentação neste artigo, deixarei de lado o aspecto no qual o oligarca se vê como alguém acima das instituições democráticas. Considerar a ideia que ele exprime a vontade de um povo, significa aceitar uma premissa anterior: existe uma entidade idealizada, denominada “povo”, que coincide com a própria dimensão sociológica na qual os indivíduos que dele fazem parte estão inseridos. Não existiria assim uma defasagem entre a concepção ideal e a vida real das pessoas.

O populismo imagina que existe uma superposição entre que essas duas esferas. O representante do povo seria uma expressão do real. Colocadas dentro desta perspectiva as afirmações acima podem ser lidas dentro de uma linha distinta de interpretação. Não é difícil demonstrar que existe fome no Brasil, ou que o desmatamento da Amazônia seja um fato verídico. Os dados acumulados são suficientes para contradizer sua denegação. Porém, isso é pouco relevante, pois a afirmação não toma a realidade como seu referente.

O oligarca que a enuncia não está interessado na vida concreta das pessoas, mas na delimitação de um “nós” do qual ela seria a expressão autêntica. É este “nós”, que se manifesta, sobretudo nas redes sociais, que confere materialidade à sua falácia. Os apoiadores de Bolsonaro reforçam sua própria ilusão, ela planta raiz na concretude do terreno das disputas políticas.

Mas para se acreditar na veracidade do que está sendo dito é preciso aceitar que tal operação discursiva repousa numa ideologia (no sentido de falsa consciência) que exige uma clara separação entre “nós” e “eles”. A mentira é evidente para os que se situam fora do discurso populista, “verdadeira” para os que nele estão incluídos.

Mais importante ainda, o “nós” estabelece o vínculo, sem mediação, entre o povo e o oligarca. Isso tem uma implicação, os que se encontram fora das fronteiras desta definição restritiva e discriminatória de povo deveriam ser considerados como estrangeiros, isto é, a fração mínima a ser apagada da nação. Os insultos, as agressões e a força, tornam-se assim elementos legítimos na luta contra a parte malsã da sociedade, o “eles” que ameaça a idealização de um “nós”. Este é certamente um aspecto que diferencia o populismo no Brasil de outros países como os Estados Unidos, França ou Alemanha. Ali o “eles” é representado pelo que se encontra fora de suas fronteiras: os imigrantes. Tudo deve ser feito para impedir sua entrada para evitar a poluição dos valores originais da cultura nacional. Por isso a metáfora do muro retornou com toda sua força. Antes ela se aplicava à cidade de Berlim, cindida em duas partes incomunicáveis, representando a divisão entre capitalismo e comunismo. Agora volta a ser utilizada em relação aos limites territoriais de cada país ou conjunto de países (Comunidade Européia), separando a identidade de uns em detrimento de outros. No caso brasileiro a questão é outra, o tema da imigração não faz parte da agenda política atual (embora o fenômeno exista), ele não conquistou (pelo menos ainda) as mentes e os corações.

Neste sentido o “eles” manifesta-se no interior do espaço da nação. O ideal seria que ele desaparecesse, deixasse de existir, dando lugar apenas ao “nós” autoritário que se quer afirmar. Surge assim uma estranha figura política de nossos tempos: ser exilado em nosso próprio país. 

Renato Ortiz – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – Departamento de Sociologia – Unicamp

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Taboa: moradores usam energia solar para iluminar residências e acionar eletrodomésticos

Nos lugares distantes no litoral do Maranhão a criatividade dos moradores adapta os recursos naturais para o uso cotidiano. Na ilha de Mangunça, a comunidade Taboa tem apenas seis residências, quase todas do mesmo tronco familiar. A pequena vila tem criação de gado, ovinos, caprinos, pescaria e extrativismo.

Sem energia elétrica convencional, as casas são beneficiadas com o recurso natural do sol para tornar a vida mais cômoda.

Dona Nalva explica como os moradores da Taboa adaptam placa de energia solar para iluminar as residências e acionar eletrodomésticos.

A Taboa está localizada no “fundo” da ilha de Mangunça, no município de Cururupu, litoral ocidental do Maranhão.

Mangunça é uma das 17 ilhas da Reserva Extrativista de Cururupu.

Breve novas postagens sobre o panorama da Taboa. Aguarde.

Imagens e edição: Marizélia Ribeiro

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Amplificadoras: a pré-história do rádio em São Luís (parte 1)

Esse é o primeiro vídeo sobre os antigos sistemas de som com tecnologia de alto-falante, as memoráveis amplificadoras ou “voz”, como eram popularmente conhecidas.

Nossa primeira entrevistada, a aposentada Ligia Oliveira Belfort, de 77 anos, era fã de rádio desde criança. Ela lembra com empolgação dos bons anos 1950, quando vários bairros de São Luís tinham os seus próprios meios de comunicação – as amplificadoras.

Ligia Belfort morava na rua Senador João Pedro e ouvia sempre a “Voz Guarani”, localizada no bairro Coréia, nas proximidades da praça da Bíblia.

Ligia e as memórias das amplificadoras de São Luís

Ela sempre gostou de cantar e recorda com saudosismo as agitadas tardes de domingo, quando aconteciam os concorridos shows ou concursos de calouros. “Eu e minhas colegas íamos lá. Era muito bom, saudável”, recordou.

Segundo Belfort, a Voz Guarani pertencia a José Ribamar Sousa. As instalações das amplificadoras eram modestas: mesa de som, amplificadores e alto-falantes afixados nas copas de árvores ou em postes de madeira para propagar o som.

A programação normal durante os dias úteis consistia em pequenos informes como esboço de notícias, avisos de utilidade pública, recados, mensagens, leitura de versos e oferta de músicas, além dos cobiçados anúncios de festas na cidade.

Em São Luís, a primeira emissora de rádio propriamente dita, com uma estação profissional e transmissão por ondas hertzianas, tem registro em 1941, quando foi criada a rádio Timbira AM, batizada anteriormente de PRJ-9.

Vídeo / gravação e edição: Marizélia Ribeiro

Imagem destacada alto-falante capturada neste site

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Junto e misturado

Eloy Melonio*

Que tal chamar o Latino para organizar a nossa festa?

Quem?! Que festa?!

Vamos contextualizar pra você entender melhor. Porque sem contexto não há texto, não é verdade?

Então, vamos lá. A festa do Latino é uma festa aberta e democrática, e mais um monte de outras coisas boas e politicamente corretas. E o Latino é aquele cantor-dançarino que interpreta músicas dançantes. Seu grande sucesso foi Festa no Apê, de 2008. Não sei se você lembra, mas, nessa balada, o astro da música pop dá um bom exemplo de cordialidade: “Olá, prazer”; “Chega aí, pode entrar”; “Quem tá aqui, tá em casa”; “Garçom, por favor, venha aqui e sirva bem a visita”.

Lembrou agora? De tão bacana, dá até vontade de entrar e curtir.

Nessa festa ficcional cabe todo o mundo: branco, negro, pobre, hétero, gordinho, gente vestindo verde, gente vestindo vermelho. O que vale é a curtição, a “alegria”. E em nome dessa alegria, todo mundo “pode chegar”.

Dado o contexto, vamos ver se as festas no mundo real também podem ser assim. Muita gente duvida, e acha que isso, hoje, é uma utopia.

O que se vê por aí são “grupos” (partidos, frentes, bancadas) puxando a brasa para sua sardinha. Mas não é pouca brasa, não! Se possível, é toda a brasa. E não é fácil imaginar uma festa em que todo o mundo possa entrar e se divertir. Porque, nessas festas, prevalece uma tendência exclusivista cada vez mais forte, onde as pessoas se reúnem segundo suas convicções, preferências, origens. E fecham a porta da casa para quem não dança a sua dança.

E assim nascem os conflitos, as disputas nas redes sociais, escolas e faculdades, nos eventos político-partidários. São tantas vozes, tantos gritos! Todo o mundo querendo ser o mais “isso”, o mais “aquilo”. Tudo isso faz parte da democracia, mas a forma como está acontecendo é que não é nada democrática. Palavras como “tolerância e respeito” parecem se esconder nos manuais de boa conduta, e de lá não saem pra nada.

Divergências são aceitáveis numa festa democrática e devem ser fomentadas. Especialmente se acompanhadas de bom senso, respeito, tolerância. Segundo o Gênesis, até Abraão discordou de Deus com relação à destruição de Sodoma e Gomorra. E tentou, sem sucesso, negociar uma forma de salvar aquelas duas cidades.

E a quem se poderia recorrer então?

Acho que a arte pode dar uma mãozinha. A música “Verdade Chinesa”, eternizada na voz de Emílio Santiago, nos mostra um ritmo possível: “Muita coisa a gente faz/ Seguindo a receita da vida normal”. E conclui: “O que vale/ É o sentimento/ E o amor que/ A gente tem no coração”.

Mas por onde andam essa “vida normal” e esse “sentimento”?

A verdade é que as redes sociais consolidaram uma ampla liberdade de expressão, abrindo canais para a troca de ideias, experiências e informações, promoção pessoal. Com tantas possibilidades, parecia que o homem finalmente encontrara a fonte da felicidade. Mas não tem sido assim. O universo virtual é uma “arena” onde as pessoas se digladiam, defendendo fervorosamente suas opiniões e posições. Acham que sabem tudo sobre tudo, e que podem dizer tudo sobre todos. E por aí vai. 

Antigamente dizia-se que todo brasileiro é um pouco de tudo: técnico de futebol, médico, advogado. Hoje parece que viramos todos (ou quase todos) “jornalistas e cientistas políticos”.

Não queria me deter nesse assunto, mas esta semana acompanhei indignado os “insultos” dirigidos a Alcione, nossa maior referência artística na atualidade, por causa de seu posicionamento em defesa dos nordestinos (e contra o presidente Jair Bolsonaro) no caso dos “paraíbas”. Tanta gente arrumando argumentos (e até vasculhando seu passado) para massacrar a Marrom. Não estou defendendo nossa conterrânea. O que defendo é “seu” (e nosso) direito de se manifestar criticamente sobre qualquer assunto. E o que condeno é a forma como esses ataques são feitos, e como são ― de forma inescrupulosa ― passados e repassados a outras pessoas.

Voltando ao nosso bom rapaz, seu disco era intitulado “Junto & Misturado: Fazendo a festa” (Som Livre). Uma revolução, porque até então tínhamos aprendido que “a gente se une, mas não se mistura”. A proposta do “junto e misturado” do Latino é pura empatia: personificada e materializada. Ou seja, rara expressão de atenção e cordialidade.

À propósito, a última estrofe do poema “Nosso Mundo”, escalado para o meu segundo livro de poesias, diz: O nosso mundo somos nós: eu, você, e os outros.

E por fim ― já que criar e acabar ministérios no Brasil parece brincadeira ― sugiro a criação do ministério do Junto e Misturado, que teria a nobre missão de promover o diálogo, a tolerância e o respeito entre cores, siglas, bandeiras, e tudo o mais que está “separado” por conta de nossas opções político-ideológicas.

Será que dá pra adivinhar quem eu sugiro para ministro?

Imagem destacada capturada neste site

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Abraço Maranhão: nota de pesar pela morte do radialista Celso Costa

A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão lamenta a perda do estimado radialista e companheiro de lutas pela democracia na comunicação, Afonso Celso Costa, de 52 anos, que faleceu na tarde de sábado (27), vítima de infarto.

Celso Costa era diretor geral da rádio comunitária Portal dos Lençóis FM e foi também conselheiro tutelar na cidade de Apicum-Açu, no litoral ocidental do Maranhão.

Celso Costa, ao centro, com a equipe da rádio Portal dos Lençóis, durante o I Encontro da Abraço Maranhão na Região da Floresta dos Guarás

Além de atuar como radialista e gestor da emissora Portal dos Lençóis, Celso Costa era uma liderança atuante no movimento de rádios comunitárias, se destacando nas ações em prol do fortalecimento da Abraço Maranhão.

Como radialista e cidadão, estava sempre atento e vigilante sobre a função social do comunicador, fiscalizando e cobrando os gestores públicos e as autoridades em geral.

A Abraço Maranhão perde um grande combatente, na cidade de Apicum-Açu silencia uma voz importante no rádio e os familiares e amigos de Celso Costa ficam na saudade diante da ausência precoce de um homem solidário, companheiro e querido.

Celso Costa visitando a rádio web Tambor, parceira da Abraço Maranhão

Nós, da Abraço Maranhão, lamentamos profundamente a passagem de Celso Costa e nos solidarizamos com a sua família, amigos e ouvintes da rádio comunitária Portal dos Lençóis FM.

Desejamos que o seu exemplo de vida e a prática de radialista sirvam de inspiração para outros comunicadores e comunicadoras comprometidos com os bons princípios.

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Casa D’Arte recebe o guitarrista pernambucano Antônio de Hollanda

O Quintal Cultural, do Casa d’Arte, apresenta o Cantor, Compositor e Guitarrista pernambucano Antônio de Hollanda, com seu show autoral, ao pôr do sol, no próximo sábado, 20 de julho, como parte da programação em comemoração aos 5 anos do Casa D’Arte Centro de Cultura.

Desde criança, Antônio de Hollanda, esteve sempre presente em rodas de violão da família, originária de Barreiros, Zona da Mata Sul de Pernambuco, onde aprendeu a tocar o instrumento com o seu pai e seu tio. Em 2011, Antônio mudou-se para a Espanha, onde estudou a música flamenca que abriu uma nova dimensão do violão para o artista. Em Segovia (Espanha), realizou diversos shows solo e também em parceria com o músico espanhol José Escudero e a dançarina argentina Gisela Zaid. O artista trabalhou, ainda, com trilha sonora para teatro, vídeoarte, cinema e documentários.

Antônio de Hollanda também é arteterapeuta e facilita oficinas de música em uma instituição de Saúde Mental no Recife. O músico apresentará seu trabalho autoral em formato solo, com voz, violão e pedais eletrônicos, onde faz uma fusão entre a música nordestina, o rock e a world music.

Como sempre, a nossa Cozinha Guará estará funcionando com as deliciosas comidinhas criativas.

E também você poderá apreciar a exposição Urban Sketchers SLZ, do coletivo, de mesmo nome, que desembarcou nas areias e manguezais de Raposa para desenhar a cidade.

DIA 20 de julho a partir das 16h (Show ao põr do sol)

ENTRADA FRANCA – Contribuição voluntária (contribua com o que quiser ou puder).

Local: Casa d´Arte Centro de Cultura. Rua do Farol do Araçagy, nº 09 – Raposa / MA

(Rua em frente à clínica Ruy Palhano).

Informações: www.casadarte.art.br / (98) 99974-9366 / (98) 98160-9188

vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=uNjhXUQvP84

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Rádio & Literatura: produção de estudantes da Ufma adapta crônicas de Josué Montello

Um encontro entre a literatura e o rádio com base no gênero educativo-cultural. Esse foi um dos resultados da disciplina Produção e Direção de Programa de Rádio no primeiro semestre de 2019, no curso de Rádio e TV da Universidade Federal do Maranhão (Ufma).

Ao longo da disciplina os estudantes leram várias crônicas do escritor Josué Montello e adaptaram trechos para o rádio.

As crônicas foram retiradas do segundo volume da obra “Josué Montello (Escritores Maranhenses: 1966-1993)”, organizado pela bibliotecária e diretora da Casa de Cultura Josué Montello, Joseane Sousa, lançado em 15 de março de 2019.

Ouça os trabalhos clickando nos links abaixo:

Crônica de Josué Montello sobre Raimundo Magalhães Jr, biógrafo de Arthur Azevedo

Crônica de Josué Montello sobre Joaquim Serra

Crônica de Josué Montello sobre Cândido Mendes

Crônica de Josué Montello sobre Bandeira Tribuzzi

Crônica de Josué Montello sobre Luis Augusto Cassas

Crônica de Josué Montello sobre Maria Firmina dos Reis

Os alunos produziram os programas, com média de 6 minutos, no Laboratório de Rádio do Curso de Rádio e TV, como parte das atividades da disciplina ministrada pelo professor Ed Wilson Araújo e trabalhos técnicos do radialista Saylon Sousa.

As produções foram realizadas pelos alunos e alunas Bárbara Liz, Daniel Teixeira, Geovane Camargo, Janilton Silva, Kaio Lima, Livia Lima, Beatriz Benetti, Lucas Fonseca, Marileide Lima, Valdo Tavares e Vivian Nunes, com participação especial de Brenda Diniz.

Ouça aqui outra produção (especial Marielle Vive) dos alunos da disciplina Produção e Direção de Programa de Rádio no primeiro semestre de 2019.

Sobre o livro

No livro “Josué Montello (Escritores Maranhenses: 1966-1993)” constam 57 crônicas que foram publicadas entre os anos de 1966 a 1993 no Jornal do Brasil, onde Josué Montello tinha uma coluna intitulada Areia do Tempo. Entre as crônicas selecionadas estão presentes escritores que remontam a infância e juventude de Josué Montello, como Antonio Lopes, Dunshee de Abranches, a professora Celina Nina, entre outros, e também os amigos que já faziam parte do mundo literário ou aqueles que estavam iniciando sua trajetória como Gonçalves Dias, Humberto de Campos, Sousandrade, Maria Firma dos Reis, Odylo Costa filho e Nauro Machado.

Imagem destacada de Josué Montello capturada neste site

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Marielle Vive: programas de rádio abordam violência, resistência e a participação da mulher na literatura e no movimento sindical

Os estudantes da disciplina Produção e Direção de Rádio concluíram o primeiro semestre de 2019 apresentando ao vivo uma série de quatro programas especiais com temas relacionados à vida e militância da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.

Kaio Lima, Vivian Nunes, a escritora Milena Carvalho e Janilton Silva

Ao longo da disciplina os alunos fizeram o trabalho de produção organizado em quatro temas:

1 – Serviço Social e os direitos da mulher (ouça aqui)

2 – Violência contra a mulher (ouça aqui)

3 – A mulher na literatura (ouça aqui)

4 – A mulher no movimento sindical

Marileide Lima, Daniel Teixeira, escritora Mary Ferreira
e Valdo Tavares. Em pé: Saylon Sousa

Para cada tema a produção dos programas escalou uma especialista convidada para entrevista ao vivo, respectivamente: as professoras da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) Marly Dias (Departamento de Serviço Social) e Mary Ferreira (Departamento de Biblioteconomia); a escritora Milena Carvalho e a diretora do Sindicato dos Bancários Gerlane Pimenta.

Geovane Camargo, Livia Lima, professora Marly Dias e Bárbara Liz

O objetivo dos programas é manter acesa a chama do legado de Marielle Franco para a defesa dos direitos da mulher, assegurando visibilidade aos assuntos fundamentais diretamente relacionados ao combate à violência, legislação protetiva, atuação feminina em áreas como literatura e nas lutas e espaços de resistência, a exemplo do movimento sindical.

Beatriz Benetti e a dirigente do Sindicato dos Bancários Gerlane Pimenta

As apresentações aconteceram dias 21 e 28 de junho de 2019, com transmissão ao vivo pelo Facebook e gravação em áudio. Todos os programas foram produzidos como atividade prática da Sala de Rádio, recurso didático idealizado e coordenado pelo professor Ed Wilson Araújo para proporcionar experimentos teórico-práticos aos estudantes, com trabalhos técnicos do radialista e pesquisador Saylon Sousa.

Participaram da série Marielle Vive alunos e alunas da turma de Produção e Direção de Programa de Rádio, formada por Bárbara Liz, Daniel Teixeira, Geovane Camargo, Janilton Silva, Kaio Lima, Livia Lima, Beatriz Benetti, Marileide Lima, Valdo Tavares e Vivian Nunes.