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Um vampiro no governo

Por Marco Rodrigues, filósofo e escritor

Relatos acerca de criaturas sanguessugas não são raros ao longo da história. Na mitologia grega, por exemplo, Λάμια (Lâmia) é uma representação significativa. Ela era descrita como uma belíssima rainha que, ao se envolver amorosamente com o grande Zeus, fora punida pela ciumenta e violentíssima deusa Hera, tendo como desfecho seus filhos mortos logo ao nascer. Conta-se, que a partir de então, tornara-se uma criatura vil e atormentada, devoradora insaciável do sangue de crianças e jovens. De modo análogo é Lilith, na mitologia judaica, associada a mortes inexplicáveis de recém-nascidos.

Em outras tradições, pode-se destacar as seguintes figuras: o Tlahuelpuchi (México), provável inspiração para os vampiros da série de TV “Um drink no Inferno”; o Chiang-shih, que segundo o folclore chinês é capaz de drenar a força vital humana; o Nachtzehrer (Alemanha), cujo nome pode se traduzir por “devorador da noite”; o Yara-ma-yha-who (Austrália), que de acordo com as lendas aborígenes habitam os pés de figos e as fontes d’água, permanecendo à estreita de suas vítimas. Há muitos outros exemplos. Porém, a representação mais popularmente conhecida, através de várias obras literárias e pelo cinema, deriva das expressões eslavas upir e vampir, personagens oriundos das lendas dos países do Leste Europeu.

O que importa compreender, no fim das contas, em relação às perspectivas imaginárias do vampirismo, é a fascinação que a morte expectora através do simbolismo do sangue. Sangue é vida, tanto para Jesus quanto para Drácula, respectivamente: “Este cálice é a nova Aliança no meu sangue”; “Sangue é tudo de que você precisa. Só no sangue descobrimos a verdade”. Mas na natureza vampírica vidas precisam ser ceifadas para conferir o prazer da experimentação de quem já não vive exatamente. Não sendo possível morrer a vida perde o significado, o que gera plena insuportabilidade por meio de veias translúcidas que revelam uma insaciável sede. Uma profunda crise inexistencial os acomete, marcada por angústia e profundo ressentimento.

No imaginário cultural brasileiro, o primeiro vampiro deve ter sido Bento Carneiro, um dos mais famosos personagens do humorista Chico Anysio, que sempre era mal sucedido em suas empreitadas em busca de sangue. “Minha Vingança será malígrina!”, dizia ele. Não conseguia assustar ninguém, além de medroso, em companhia de seu servo, o corcunda zumbilóide Calunga. Por outro lado, há relatos que sugerem ataques verídicos de vampiros no Brasil. Dentre eles, destaca-se uma reportagem de 1973, cuja história foi rememorada pela Folha de São Paulo em matéria de 27 de fevereiro de 2018, com o título “Há 45 anos, taxista disse ter sido atacado por vampiro em São Paulo”. O tal vampiro, que se apresentara com o nome Baron Franks, segundo taxista, confessou ser médico, embora não mais exercesse a profissão. Por ter confessado problemas no carro, precisando chegar ao Paraná, o taxista oferece uma carona até uma cidade próxima. Ao chegar ao local, conta ter sido atacado pelo vampiro, e somente foi salvo por ter rezado ao Padre Cícero que, coincidentemente, é conterrâneo de Chico Anysio, o criador de Bento Carneiro, o vampiro brasileiro.

Não seria qualquer surpresa se descobríssemos, de repente, que Baron Franks seria Nelson Teich, o atual ministro da saúde, ou alguém próximo dele, proveniente de uma possível dinastia vampírica radicada no Brasil. A diferença é que não é inofensivo, e nem cômico, como Bento Carneiro. Sua falta de afinco diante de suas urgentes atribuições lança trevas sobre um cenário de morte.

O ministro da saúde está e não está no ministério. Na prática, não há ninguém. Foi escolhido para conduzir morosamente a grave crise acarretada pela pandemia. Sempre evasivo, impreciso e hipotético, sem qualquer proposta objetiva endossa a posição homicida de Bolsonaro sem precisar concordar na ordem do discurso. Estudou Gestão de Negócios na Universidade de Harvard, mas demonstrou imperícia com o simples uso da máscara, como se atestou em vídeo viralizado. Talvez isso demonstre sua natureza vampírica, deixando os dentes a mostra por pura necessidade de fluídos orgânicos. E quanto sangue de brasileiros, agora mais do que nunca, poder-se-á está à altura de sua língua sádica, que não hesitou em dizer: “Como você tem dinheiro limitado, você vai ter que fazer escolhas, vai ter que definir onde você vai investir” (…) “O mesmo dinheiro, é igual, só que essa pessoa é um adolescente que tem a vida inteira pela frente e a outra pessoa idosa que pode estar no final da vida.” Se o dinheiro é igual, sua isonomia é financeira, tão fria quanto a de um açougueiro de frigorífico. Sim, é isso que importa, investir. Ao ser cogitado a compra de mais ventiladores, ele conjecturou: “(…) aí de repente você dobra a sua quantidade de ventilador mecânico. O que você vai fazer com isso depois?”… Alguma semelhança com o “E daí?”

Essa absoluta insensibilidade flerta com a morte na mais absoluta sedução do senhor das trevas. Mas como poderia ser diferente? Ora, em algum momento a categoria médica, em sua maioria esmagadora bolsonarista, terá que responder a isso diante de sua história. Quanta falta de inteligência política, para uma classe que se acha elite, e que se dizem doutores, mesmo quando são desprovidos de doutorado. Não obstante, Mauro Luiz de Brito Ribeiro, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), uma espécie de sub-vampiro de Teich, quase um Nosferatu, fez questão de fazer corporativismo barato e mesquinho, em plena pandemia, em vídeo numa rede social oficial do CFM, em negativa diante da proposta de flexibilização do revalida, o que permitiria a médicos estrangeiros atuarem no combate à covid-19, como se o Brasil fosse assim tão bem servido de médicos, para se dá ao luxo de recusar tal medida caso se instaure um colapso absoluto no sistema de saúde. Isso é sem dúvida de uma arrogância descomunal, pois, além do baixo contingente de médicos, tal presidente de conselho faz pose de altíssimo pica-da-galáxia, como se as melhores faculdades de medicina do mundo fossem brasileiras.

Sendo assim considerado, como oncologista, Nelson Teich navega sobre a metástase da ignorância do Governo Bolsonaro, cuja natureza corrobora perfeitamente às expectativas de qualquer amante da morte e degustadores de sangue.

Resta-nos, então, afiar as nossas estacas, recolher os dentes de alho, crucifixos e coletar o que resta de água benta das Igrejas, mesmo na ausência de algum Van Helsing. Fiquemos em quarentena, a fim de preservar o sangue vital da ameaça não de vampiros, mas de vermes que têm sido mais danosos que o vírus.

Calma, caríssimos leitores, não julguem que este filósofo surtou, não se trata de uma apologia à existência de vampiros, deixemos as teorias da conspiração para terraplanistas, olavistas e demais delirantes desqualificados. A questão aqui é demasiadamente séria, apesar da ironia…

Sem inteligência, não há salvação!

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Palavra da vez

* Eloy Melonio

Lockdown. É só o que se fala e se ouve aqui na Ilha do Amor.

Não bastasse a exagerada quantidade de anglicismos já integrados a nossa língua, parece que a imprensa e outros segmentos da atividade político-cultural têm um certo tesão por esses termos. O da moda na mídia é “lockdown”. Nas redes sociais, só se fala em “live”. No fitness (opa!), ― sei lá! ― um monte.

Um exemplo clássico dessa vocação é o da meninina perguntando à professora da 3ª série: “Tia, como se diz shopping em inglês?”

Antigamente nossas palavras originavam-se do latim, hoje uma língua morta. Culpa de D. João VI, que, em 1809, oficializou o ensino do inglês e do francês no Brasil, antecipando a decadência do latim e do grego, cujo declínio começou logo após a segunda Guerra Mundial (1939 a 1945). Cheguei a fazer um ano de francês no ginásio, em 1967, no meu sempre-lembrado Colégio Municipal Luís Viana. Ainda me lembro da professora, uma loira de “fechar a escola”, e do “Parlez-vous Français?” Depois disso, só inglês.

“Lock”, em inglês, significa “trancar com chave, isolar”. É usado em vários sentidos. Nessa fase da pandemia de Covid-19, por extensão (substantivado com o acréscimo do advérbio down), significa “proibição da livre circulação de pessoas”, sistema primeiramente adotado aqui em São Luís-MA, a partir de 5 de maio, depois de uma decisão do poder Judiciário, seguida de decreto do Governo do Estado.

Pois bem, agora lockdown é a bola da vez, popularizada pelo ex-ministro Mandetta em suas intensas “coletivas de imprensa”. É óbvio que ele aprendeu a palavra com o pessoal da OMS, pois o termo já estava sendo usado em boa parte do mundo. E aí, é lockdown pra lá, lockdown pra cá. Até os vigias de minha rua já pronunciam o “palavrão” com uma naturalidade de dar inveja. É que eles precisam de um documento para passar nas barreiras da polícia quando vão e voltam do trabalho.

De repente, lembrei-me que lockdown tá na cabeça e na memória afetiva de duas personalidades de nosso mundo político. A primeira, o atual presidente da República; a outra, o ex-presidente Lula. No caso do atual, quanto mais Mandetta dizia “Fica no palácio, Jair”, mais o presidente se misturava à sua galera. E quanto ao ex, por uma razão mais justificável. Ficou preso numa salinha de 15 metros quadrados, na sede da PF em Curitiba por 580 dias. Aí, sim, um verdadeiro lockdown.

Pegando “carona” nessa coincidência, imaginei uma conversa telefônica entre os dois:

― Alô! É o Bozonaro?

― Quem? Aqui é o Bolsonaro, presidente da República do Brasil.

― E aí, seu presidente? Aqui é o Lula. Também já fui presidente por duas vezes. Tá lembrado, num tá?

― OK. Fala aí. O que é que tu tá querendo? Um ministério?

― Não, de jeito nenhum. É que o povo quer saber como é que tá esse negócio do isolamento social?

― Que isolamento porra nenhuma! Agora mesmo eu tô saindo pra padaria pra comprar uns pãezinhos.

― Padaria?! Mas, presidente…

― Sou livre pra fazer o que eu quiser, ir aonde eu quiser, na hora que eu quiser. Isolamento é pra quem tá, ou devia tá na cadeia.

― Tá falando comigo? Veja bem, se eu tô solto é por causa de uma decisão judicial.

― Tá certo! Enquanto esses caras do STF tiverem uma caneta na mão e nenhum juízo na cabeça, vão soltar gente que devia ficar na cadeia a vida inteira.

― É, presidente, pimenta no “olho” dos outros é refresco. Só sei que tá todo mundo comentando essa sua mania de quebrar as regras. Já tão até falando em impeachment.

― Tu tá me achando com cara de Dilma Rousseff, rapá?

― Não, absolutamente. Mas o meu amigo Dr. Moro tem provas que podem complicar sua vida.

― Tudo fake news. Coisa de desocupado.

― Ouvi dizer que vai ter lockdown aqui em Brasília. É verdade?

― Lock o quê?

― Lockdown, aquilo que fizeram comigo lá em Curitiba.

― Vai te coçar, malandro. Aqui quem manda sou eu. Preciso desligar agora porque vou falar com o meu povo lá na frente do palácio. Não sou o Milton Nascimento, né?, mas gosto de ir aonde o povo está. Fui!

― (Falando sozinho) Nunca antes na história desse lockdown

Com ou sem isolamento social, nossa velha cidade continua linda! E, na mídia nacional! Tudo por causa desse tal de lockdown.

*Eloy Melonio é professor de inglês, compositor, escritor e poeta.

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Abraço Maranhão divulga novos programas educativos sobre a pandemia covid19

A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão começou a distribuir nas emissoras de todo o estado a segunda série de programas contendo dicas, orientações e instruções sobre o novo coronavírus.

Na segunda série dos programas “Rádio Abraço Saúde” a entrevistada é a professora doutora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Sirliane Paiva, que orienta sobre os procedimentos básicos em caso de sintomas da doença, reforça a necessidade do isolamento social e ensina os modos corretos de lavar as mãos, além dos cuidados com sapatos, tênis e sandálias no dia a dia.

Clique e ouça os programas 05, 06, 07, 08, e 09.

Profª Sirliane Paiva orienta sobre medidas de prevenção

Os programas serão veiculados nas rádios comunitárias e têm o objetivo de ajudar no trabalho de conscientização da população sobre os cuidados diante da pandemia.

Ouça as edições 05, 06, 07, 08, 09 e 10.

A iniciativa da Abraço Maranhão, em parceria com a Agência Tambor, visa disponibilizar conteúdo radiofônico em linguagem acessível à maioria da população e reforça o papel das rádios comunitárias no enfrentamento da pandemia.

A primeira série dos programas teve a participação da médica infectologista e professora doutora da UFMA Maria dos Remédios Carvalho Branco. Para ouvir a primeira série, clique aqui.

Os programas têm roteiro do presidente da Abraço Maranhão e professor da UFMA, Ed Wilson Araújo; locução e edição de Marcio Calvet; participação especial da radialista Lanna Gatinho; e consultoria do engenheiro eletricista e consultor em tecnologia de comunicações Fernando Cesar Moraes.

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Aniversário na pandemia covid19

No meu aniversário, agradeço tod@s pelas felicitações. Estar vivo e com saúde é uma glória nesses tempos. Sigamos firmes e vamos fazer a travessia. Como diz o poeta Maiakóvski…

E então, que quereis?…

Fiz ranger as folhas de jornal

abrindo-lhes as pálpebras piscantes.

E logo

de cada fronteira distante

subiu um cheiro de pólvora

perseguindo-me até em casa.

Nestes últimos vinte anos

nada de novo há

no rugir das tempestades.

Não estamos alegres,

é certo,

mas também por que razão

haveríamos de ficar tristes?

O mar da história

é agitado.

As ameaças

e as guerras

havemos de atravessá-las,

rompê-las ao meio,

cortando-as

como uma quilha corta

as ondas.

Vladímir Maiakóvski

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O verdadeiro lado de Rodrigo Maia é a “velha” nova direita

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Democratas), não é um bolsonarista assumido, mas pode ser algo tão perigoso quanto.

Perigoso porque faz pose de democrata, dialoga com todos os partidos e conduz a Câmara à base do fisiologismo e do clientelismo, velhos vícios da política no Brasil.

Nas mãos do presidente da Câmara está a condução de uma série de investigações e pedidos que podem levar à derrocada do presidente Jair Bolsonaro.

Mas, Rodrigo Maia não faz andar.

Antes da pandemia, ele tomava café com Bolsonaro e jantava com o Centrão. Negociava com um e outro, indistintamente.

Agora, em meio ao caos da covid19, Maia segue no mesmo “equilíbrio” de sempre. Ele é o centro do Centrão.

Em frente às câmeras de TV dá declarações de repúdio às atitudes tresloucadas de Bolsonaro, mas dentro da Câmara conduz todas as votações de interesse do campo conservador.

Maia tem o DNA da direita, é filho do conservadorismo e vai sempre defender os interesses da elite.

Entre os privilégios de um banqueiro e os interesses de um pobre que está nas filas da Caixa para receber 600 reais, sacrificando sua integridade física, Maia vai sempre optar pelo representante do capital.

Não nos iludamos com o presidente da Câmara. Ele parece o executivo de luxo do governo Bolsonaro.

Foto: Marcos Corrêa/PR

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Bombeiros iniciam operação para organizar filas e evitar aglomerações em agências bancárias no Maranhão

Sob coordenação do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), dezenas de bombeiros iniciaram na manhã desta segunda-feira (4) uma operação para organizar as filas nas agências da Caixa espalhadas pelas quatro cidades que integram a Ilha de São Luís. 

A medida é para evitar as aglomerações em agências bancárias que vêm efetuando o pagamento do auxílio emergencial, pacote aprovado pelo Congresso Nacional para reduzir os impactos econômicos decorrentes da pandemia de Covid-19 entre os brasileiros.

Batizada de Operação Distância Segura, a ação vem sendo realizada em agências bancárias dos municípios de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa. De acordo com o major Lisboa, chefe da seção de Comunicação do CBMMA, durante a Operação Distância Segura as equipes estão utilizando viaturas equipadas com megafones para conscientizar a população sobre a importância dessas medidas de segurança no combate à pandemia.

Bombeiros organizam filas na Caixa

“Temos consciência que essas ações não serão eficientes se não houver a conscientização das pessoas. Além dessas ações que nós estamos desenvolvendo na Operação Distância Segura, estamos trabalhando na conscientização das pessoas, para usarem máscaras e para se manterem organizadas no distanciamento. Assim a gente acredita que consegue uma boa intervenção para prevenir a transmissão do novo coronavírus”, frisou major Lisboa.         

Uma força-tarefa envolvendo equipes do CBMMA e da Secretaria de Estado de Governo (Segov) trabalhou diuturnamente, durante o sábado e o domingo, para balizar e marcar as filas nas agências bancárias e evitar as cenas de aglomerações recorrentes em todo o Brasil, que são foco de transmissão do novo coronavírus.

Segundo o tenente Paulo Costa, que coordenou o início de uma das fiscalizações, as posições foram sinalizadas para garantir uma distância segura entre cada pessoa na fila e evitar possíveis contágios.

Bombeiros organizam filas na Caixa

“Foi feita uma marcação na fila pelo Corpo de Bombeiros a cada 1,5 metro. A gente fica orientando as pessoas para que fiquem nessas marcações para evitar aglomerações. Todas as agências bancárias têm uma equipe do Corpo de Bombeiros fazendo essa organização, acompanhado de algum funcionário da Caixa, que nos auxiliam nessa organização”, explicou o militar.

A intervenção estadual nas filas dos bancos surge em razão da falta de providências do Governo Federal e das instituições financeiras para resolver o problema. 

“Depois vamos cobrar da Caixa o ressarcimento ao Governo do Estado, uma vez que a obrigação jurídica é deles”, afirmou o governador Flávio Dino.

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ADBJ presta solidariedade ao juiz Douglas de Melo Martins, ameaçado por decisão sobre lockdown

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD, através de seu núcleo Maranhão, vem a público manifestar total solidariedade ao juiz Douglas de Melo Martins, do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, que, em razão do exercício de suas atribuições jurisdicionais, passou a ser vítima de ofensas e ameaças à sua integridade física após ter concedido liminar em ação proposta por representantes do Ministério Público que atuam nos quatro municípios que compõem a Ilha de São Luís no sentido de determinar ao Estado do Maranhão e aos municípios que decretassem lockdown e adotassem medidas para proteger vidas durante a pandemia do novo coronavírus, que já ceifou a vida mais de centenas de maranhenses e coloca todos em risco.

É absolutamente inaceitável que, em um Estado de Direito, um magistrado no exercício de suas funções seja vítima desse tipo de violência. As prerrogativas da magistratura são garantias civilizatórias, asseguradas pela Constituição da República com a função imprescindível de permitir que os juízes exerçam suas funções com independência e imparcialidade.

Sem prejuízo do direito de expressão e crítica, e independentemente do mérito da decisão proferida pelo magistrado, as medidas adequadas para a revisão do conteúdo das decisões judiciais são os recursos jurídicos previstos em lei, não se admitindo sejam combatidas pela violência ou intimidação.

Importante destacar que a violência sofrida pelo magistrado neste caso não é um ato isolado, e se dá em um momento em que profissionais da imprensa e até de saúde pública têm sido vítimas de agressões por hordas de militantes de extrema direita, fanatizados e estimulados por mentiras e manifestações de ódio disseminadas pelo Presidente da República, seus filhos e assessores mais próximos, os quais, evocando períodos sombrios da nossa história, compõem um verdadeiro gabinete do ódio, antidemocrático e anticientífico, colocando em grave risco a independência das instituições, a democracia e até mesmo a saúde e a vida dos brasileiros.

Ressalte-se que também o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional vêm sendo agredidos e ameaçados publicamente pelas mesmas pessoas, inclusive com ameaças de fechamento e intervenção, sob aparente respaldo criminoso de agentes das Forças Armadas, como sugerido reiteradamente pelo presidente Jair Bolsonaro em discurso na data de ontem, domingo, 3/05/2020.

Aliás, a interferência de membros do Exército Brasileiro contra a independência dos Tribunais é fato que antecede ao atual governo, como inequivocamente registram as manifestações de alguns de suas maiores autoridades em redes sociais. O vírus que ataca a democracia é anterior ao novo coronavírus, e, na conjuntura brasileira, demandam enfrentamento conjunto, pois, hoje, são aliados. Um fortalece o outro.

A ABJD tem se posicionado de forma crítica e alertado a sociedade para esse fenômeno, que vem deplorando a democracia no Brasil nos últimos anos e, agora com mais violência, também os valores civilizatórios mais básicos da sociedade. Hoje, no Brasil infectado pelo vírus anticivilizatório de gurus e milícias de sociopatas que ultrajam os símbolos nacionais, se tornou mais do que nunca necessário dizer o óbvio: que ditadura não é opção, que democracia é fundamental, que a ciência é importante, que a vida é mais importante que os negócios e que o papel de um governo legítimo é proteger ambos. A sociedade precisa estar atenta para defender a democracia, a civilização e a vida antes que seja tarde demais.

Ao magistrado Douglas de Melo Martins o nosso absoluto respeito e solidariedade.

São Luís/MA, 04 de maio de 2020.

COORDENAÇÃO ESTADUAL ABJD – NÚCLEO MARANHÃO

Foto: De Jesus / O Estado

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Obras do hospital de campanha em Açailândia chegam à reta final

Com obras em estágio avançado, o Hospital de Campanha em Açailândia está cada vez mais próximo de ser entregue, fortalecendo a luta contra o novo coronavírus (Covid-19) no Maranhão. Resultado da parceria entre o Governo do Estado e a empresa Vale, responsável pela montagem do espaço, a estrutura fica localizada nas proximidades do Fórum de Açailândia, no bairro Tropical, e contará com 60 leitos para atender os casos de Covid-19 considerados de baixa complexidade.

“Em tempo recorde ampliamos a nossa oferta de leitos no intuito de oportunizar a assistência aos diagnosticadas com a Covid-19. Com o Hospital de Campanha em Açailândia, vamos ampliar o suporte às unidades públicas que atendem a região, deixando-as exclusivas para os casos que demandam maior atenção devido à gravidade”, disse o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.

Ao todo, serão 60 leitos, sendo 53 de enfermaria e sete para UTI. “Para a Vale é uma honra contribuir com o hospital de campanha, que visa o atendimento às pessoas infectadas pelo coronavírus. O nosso principal objetivo é contribuir para que as equipes médicas tenham uma qualidade de trabalho a contento e que também a população seja bem atendida com infraestrutura adequada”, afirmou a gerente de Relações Governamentais da Vale, Vanessa Tavares.

O hospital contará com o apoio de duas ambulâncias de plantão, ambas equipadas com estrutura de UTI. Aproximadamente 217 profissionais deverão trabalhar no local, entre equipe multiprofissional e médica. O hospital será entregue ainda neste mês de maio.

Capital

Em São Luís, o Governo segue construindo outro Hospital de Campanha como forma de aliviar a crescente demanda nas unidades de saúde. Localizado no pavilhão de eventos do Multicenter Negócios e Eventos, a instalação da estrutura foi requerida por meio do Decreto Governamental nº 35.779.

“No que compete à responsabilidade do Estado, temos feito todo possível para salvar vidas, todavia, o nosso principal aliado na luta contra o coronavírus continuará sendo a população. Por esta razão continuaremos a enfatizar que sejam seguidas com rigor as medidas de prevenção, principalmente o respeito ao decreto de lockdown que entra em vigor nesta terça-feira. Este momento é o momento de pôr a mão na consciência, deixar o individualismo de lado e pensar no próximo”, pontuou Carlos Lula.

Com o piso finalizado e as paredes sendo erguidas. A estrutura contará com 200 leitos, sendo 186 leitos clínicos e mais 14 de UTI. A região concentra atualmente mais de 90% dos casos do novo coronavírus do estado.

A estrutura será administrada pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (Emserh), com apoio da Casa Civil. A montagem do hospital em São Luís é resultado de uma parceria entre a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), Vale, Secretaria de Estado da Saúde (SES) e a Emserh.

(Foto: Reprodução/Ascom Vale)

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Podcast: Robson Junior estreia “Conversando é que a gente se entende”

Já começou a ser distribuído nas redes sociais o podcast “Conversando é que a gente se entende”, idealizado pelo radialista Robson Júnior, a usina de criatividade na mídia sonora, apresentador do programa Repórter Difusora, na rádio Difusora FM, instrutor de Comunicação para rádio e professor de Oratória.

Entre tantas ideias e projetos, o “Conversando…” saiu do papel com a proposta de ser um bate-papo em volta de uma mesa, como se fosse uma conversa informal, porém com um fio condutor para não dispersar a audiência.

A cada edição os convidados falam sobre o tema definido pelo âncora Robson Junior. No programa de estreia distribuído dia 30 de abril de 2020 a abordagem teve como foco as perspectivas de futuro após a pandemia do novo coronavírus.

Na edição inaugural a música tema do programa, “Dias melhores”, de Jota Quest, costurou os sentidos e as narrativas desenvolvidas pelos convidados que falaram sobre as suas impressões do mundo quando a pandemia passar.

É mais ou menos assim: a dor e o sofrimento de hoje têm algo a nos ensinar no futuro.

Participaram do primeiro programa o médico e ex-secretário de Saúde do Governo do Maranhão, Marcos Pacheco; o professor universitário e diretor do Instituto de Criminalística do Maranhão, Robson Mourão; o mestre em Oratória, escritor, teólogo e publicitário, Marcos Soares; e o jornalista, doutor em Comunicação pela PUC do Rio Grande do Sul, professor da UFMA, presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão e membro da Agência Tambor, Ed Wilson Araújo.

Na segunda edição, postada em 1º de maio, o tema da pandemia seguiu na pauta.

Como será o mundo pós-coronavírus?

Para dialogar em torno dessa pergunta participaram o médico William Cantanhede, psiquiatra e psicólogo, também com formação em Filosofia; e a professora universitária Itapotiara, bacharel e licenciada em Ciências Biológicas e mestre em Geologia.

Vale a pena conferir.

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Makers do Maranhão já produziram mais de 2.500 protetores faciais para profissionais de saúde

No dia 7 de abril, o grupo ‘Makers contra o Covid-19’ fez a entrega de 320 protetores faciais (face shields) para atender a demanda dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra o novo coronavírus no Maranhão. Em menos de um mês, a produção desse coletivo de voluntários inovadores mais do que sextuplicou e hoje eles já contabilizam 2.559 protetores faciais fabricados.

Os makers são pessoas que usam a inovação para produzir coisas. Eles têm parceria com o Casarão Tech, do Governo do Maranhão, que estimula o uso de novas tecnologias. 

Do total produzido, já foram entregues 1.165 máscaras e mais de 1.000 unidades deste tipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI) devem ser entregues nos próximos dias. Tudo isso obedecendo as normas especificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Equipamentos produzidos pelos makers (Foto: Divulgação)

Mas a produção não para aí. Em meio à escassez mundial de EPIs hospitalares para tratar pacientes com a Covid-19, a comunidade Makers do Maranhão e a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) desenvolveram dois novos produtos para proteção de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas. 

Na última sexta-feira (24), o grupo entregou para teste e validação da Secretaria de Estado da Saúde (SES) dez cabines de proteção em acrílico e dois protótipos de máscaras N95. 

Enquanto as face shields se assemelham às viseiras de capacetes de motociclistas e são a primeira barreira física para que os profissionais de saúde evitem contato com gotículas do vírus, a máscara do tipo N95 (ou PFF2) se diferencia das máscaras cirúrgicas por filtrar partículas em dois sentidos, retendo o que é emitido por quem a utiliza e bloqueando cerca de 95% das partículas em suspensão.  

Casarão Tech

Makers são pessoas ou grupos que promovem a inovação e essa iniciativa contra a Covid-19 tem como makerspace o Casarão Tech Renato Archer, espaço de inovação do Governo do Maranhão localizado no Centro Histórico de São Luís, voltado para estimular achados tecnológicos no estado.

Produção feita pelos makers do Casarão Tech (Foto: Divulgação)

Para evitar aglomerações, uma parte reduzida da equipe de desenvolvedores atua na montagem, controle de qualidade e distribuição dos equipamentos na sede do Casarão Tech, e outros 70 voluntários trabalham de casa.    

O Casarão Tech conta com mais de 14 impressoras 3D e maquinários de alta performance para produção em escala de EPIs. 

Os equipamentos que hoje atuam na produção de EPIs no combate ao novo coronavírus poderão ser reutilizados em outros projetos inovadores no futuro. É o que avalia o superintendente de Inovação da Secti, Leandro Franco. 

“Toda essa estrutura que está sendo criada pode ser aproveitada pós-Covid, o que torna mais interessante ainda esse investimento”, afirma o superintendente.