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E o poeta, quem é?

Eloy Melonio é professor, escritor, poeta e compositor

Certamente não é “ladrão de mulher”, como diziam as pessoas ao se referir ao palhaço do circo. E também não é o que muita gente diz ou pensa que ele é.

Leio e ouço com frequência que, na tentativa de definir o “poeta”, algumas pessoas se referem a esse artista como um ser diferenciado, com uma aura de supremacia moral e intelectual. E beneficiário de dons da tão celebrada “inspiração”. Tentam defini-lo como se todos fossem “um”, e um fosse “todos”.

Demorei algum tempo para me aceitar e me proclamar poeta. Talvez por causa dessas caracterizações superficiais. Estou mais para o tipo definido por Cassiano Ricardo (1894-1974): “O poeta é um homem que trabalha o poema com o suor do seu rosto. Um homem que tem fome como qualquer outro homem”.

No meu caso: que atrasa seus pagamentos, que se esquece de seus compromissos. Que diz palavrão, bebe cerveja! E não duvide se também não estou na mesma vibe de Cássia Eller, na canção “Malandragem” (1994): Eu troco cheque. Mas, hoje, com o velho cheque aposentado, a cantora e compositora carioca, falecida em 2001, certamente pegaria dinheiro emprestado, via PIX.

Apesar de comum entre os poetas (e não-poetas), nunca gostei de ser tratado por “poeta”. Não reclamo, mas não me sinto bem. Prefiro atender pelo meu nome próprio.

Em relação à poesia (e ao poeta), parece-me razoável a visão de Cecília Meireles (“nem alegre nem triste”); ou a de Ferreira Gullar (“nem fede nem cheira”); ou mesmo a consagrada definição de Fernando Pessoa (“um fingidor”).

Nessa perspectiva, vejo o poeta (ou a poetisa) como um artista igual aos outros. Alguém que sabe “trabalhar a palavra”, assim como um escultor esculpe o mármore ou o bronze com destreza. Ou um ator, que “naturalmente imprime sua concepção às expressões humanas”. 

É errado então definir o poeta ou a poesia? Acho que não. Muitos o fazem, não apenas para definir, mas para revelar seu modo particular de vê-los enquanto “artista da palavra”e “gênero textual”. Ferreira Gullar rejeitava qualquer tentativa de definição. Mário Quintana dizia que “a poesia não se entrega a quem a define”. Cassiano Ricardo, já citado neste ensaio, define a poesia da forma mais simplista possível: “uma ilha cercada de palavras por todos os lados”. Isso basta? Para mim, uma definição satisfatória, desde que se tome “ilha” por um sem-número de possibilidades metafóricas.

Quanto à minha visão, tento dar uma contribuição em alguns versos:“O poeta diz o que vê e o que sente/ que pode ser verdade/ ou apenas invenção de sua mente”; “O poeta é um ser/ que não sabe/ se o ser/ excede o parecer”;“Sou dor que finjo não sentir. Sou ideia e fantasia. Sou ninguém e todo mundo. Sou poesia.” (versos do livro Dentro de Mim, p. 62).

Numa crítica sobre o livro “Geometria do Lúdico”, do poeta Weliton Carvalho, o prof. José Neres fala do exagero de algumas pessoas ao se proclamarem poetas: “São poucas, porém, as que conseguem atingir o status de trabalho de boa ou pelo menos razoável qualidade literária”. No mesmo artigo, o professor de literatura, escritor e membro da Academia Maranhense de Letras declara, depois de falar da qualidade dos poemas, que o referido autor “realmente pode ser chamado de poeta” (grifo meu).

Ouço sempre com atenção o recorrente conselho do meu amigo e “mestre”, prof. Fernando Novaes: “A literatura (…) é a arte da palavra escrita esteticamente”. Nesse aspecto, o prof. José Neres está absolutamente certo: nem tudo o que vê por aí é “poesia”, e nem todos os que se intitulam poetas são realmente poetas.

Em “Epigramas de Artur Azevedo” (pág. 31), Dino Cavalcante e José Neres destacam a veia crítica e cômica do teatrólogo maranhense ao se referir à falta de qualidade nos versos de um contemporâneo: “(…) Eu prosa não quero mais/ O verso é mais delicado/ Se não é de pé quebrado/ Como o de Melo Morais”. 

Deixando de lado o humor, um professor de literatura refez o formato de um poema, transformando-o em prosa. E provou que, na verdade, o texto estava mais para prosa do que para poesia. Faltava-lhe “apuro artístico, beleza e harmonia”, a tão exaltada “estética”. Assim, os poemas hoje assumem diferentes formatos, cada um traduzindo o estilo de seu autor, que, por sua vez, assume um determinado estilo de criação. Uns, sozinhos; outros, em grupos fechados; e muitos, perdidos no meio do caminho.

Posso dizer que a poesia navega as águas tranquilas da liberdade criativa. Isso significa que a ideia do “poeticamente correto” foi para o brejo? Ou melhor, o jogo virou uma pelada? Uma resposta difícil. Deixo-a para os especialistas.

Não hesito em fazer minhas as palavras de Carlos Drummond de Andrade: “Entendo que a poesia é negócio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta, quem apenas verseja (…) sem se entregar aos trabalhos cotidianos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação”.

Sem a pretensão de definir, o poeta é um artífice da palavra escrita, empenhado em expressar sua visão do mundo em versos impregnados de sensibilidade, imaginação, fantasia. Ou, numa concepção lexicográfica, “aquele que tem faculdades poéticas e se consagra à poesia”.

Quando comecei a esboçar meus primeiros poemas, hesitava em mostrá-los a outras pessoas. Não tinha convicção de que eram realmente poemas. E só havia uma saída: verificar se estava no caminho certo. A saudosa profa. Elaine Araújo, que prefaciou meu primeiro livro, foi minha tábua de salvação. E, como num passe de mágica, em 2004, sou presenteado com o livro “DRUMMOND, um olhar amoroso”, da profa. Luzia de Maria. Esse livro representou minha “faculdade da poesia”, de onde não pretendo sair. Ou seja, minha fonte real de teoria e inspiração.

Em seguida, corri para o abraço, e penetrei “surdamente no reino das palavras”. E como resultado desse relacionamento: “Dentro de Mim” (2015) e “Travessia” (2021). Hoje, na cabeça e no coração, ideias, projetos, sonhos.

Sinto-me à vontade na minha praia poética. Mas não sou sereia para ficar apenas “sambando na beira do mar”. Quero ir além, “atravessar” as fronteiras da criação com maturidade ecom o passaporte do “esteticamente poético”.

Nessa travessia, minha sugestão a quem pretende escrever poemas: Viver é a arte de poetizar a vida.Sem jamais se esquecer da lição de Machado de Assis: “poetizava por natureza, como as flores dimanam cheiros”.

E aos iniciados, não se deixem confundir com um palhaço.

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Eloy Melonio é professor, escritor, poeta e compositor

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“Magia Negra”: Enme & Bixarte lançam novo videoclipe

Após o sucesso de “Dama da Quebrada”, Enme anuncia “Magia Negra” como single de estreia do seu novo álbum. 

Reunindo o rap e o speed flow das cantoras com a batida pop e percussiva do produtor Noize Men, “Magia Negra” com participação de Bixarte chega as plataformas digitais com o novo álbum de Enme no dia 18 de fevereiro. O videoclipe estreia às 11h no YouTube. 

Enme é natural do Maranhão e Bixarte de João Pessoa-PB. Para dar vida ao projeto, as cantoras gravaram nas ruas do Centro Histórico de São Luís, um videoclipe que remete a sensualidade, sedução e poder. 

“A Magia Negra que a música fala é nosso poder de encantar através das nossas vozes. Eu acho delicioso o poder que a música tem de conquistar as pessoas, de seduzir de fato. Não tem como resistir, só se deixar levar” comenta Enme. 

Bixarte afirma que foi muito significativo gravar a parceria. “É uma aposta muito grande minha também porque é uma música pop mas que ao mesmo tempo fala sobre tudo o que a gente é e representa.” diz a cantora.

A música é o novo single do primeiro álbum da cantora Enme, intitulado “Atabake”, que chega as plataformas a meia noite do dia 18 de fevereiro. O disco é inspirado no bairro da cantora e reúne hip hop, funk, pop e afrobeat.

Serviço:  

O quê: Videoclipe “Magia Negra” de Enme e Bixarte 

Quando: sexta-feira (18 de fevereiro). 

Link (YouTube) Dama da Quebrada:

Fotos: Danrley Igor

 Redes Sociais: @enmepaixao no Instagram, Facebook e Twitter.   Contato para entrevistas: (98) 9-8215-9556 (Walber Sousa – Assessoria).

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Podcast: obra de Josué Montello tem adaptações produzidas por estudantes de Rádio & TV da UFMA

Alunos(as) da disciplina Texto e Roteiro para Mídia Sonora criaram narrativas em audio baseadas no romance “Noite sobre Alcântara”, de Josué Montello. A obra, lançada em 1978, terá nova edição em 2022

Concebidos no gênero educativo-cultural, os podcasts (veja links ao fim da postagem) têm o objetivo de proporcionar aos ouvintes o acesso a alguns trechos, conteúdos e personagens emblemáticas do livro.

O romance memorial e histórico transita entre a opulência e a decadência de Alcântara, manifestada no processo de empobrecimento da aristocracia.

Duas personagens evidenciam o conflito: Natalino, herói militar da Guerra do Paraguai; e Maria Olivia, filha da aristocracia que na juventude estudara na Europa. Ambos retornam a Alcântara e as suas vidas são pontuadas por vários lances ao longo da narrativa.

Na aurora do século XX, a obra é marcada pelos contrastes entre opulência e decadência, republicanos e monarquistas, escravocratas e abolicionistas, sagrado e profano, vida e morte…

Os podcasts foram estruturados com aberturas que situam a audiência no tema abordado, seguidos da leitura de trechos do livro relacionados ao assunto e a análise de especialistas na obra montelliana: o professor doutor do Departamento de Letras da UFMA, Dino Cavalcante; e a bibliotecária gestora da Casa de Cultura Josué Montello, Wanda França de Sousa.

Na fase de planejamento e redação dos roteiros, Wanda Sousa e Dino Cavalcante proferiram palestras alusivas à obra Noite sobre Alcântara e fomentaram junto aos alunos um conhecimento mais detalhado acerca do livro, enfatizando as suas personagens, os cenários, a conjuntura político-econômica da época e a dimensão estética presentes no romance.

A disciplina inteira foi ministrada de forma remota, inclusive a gravação dos podcasts, utilizando a plataforma Zencastr. No uso da plataforma os estudantes foram orientados por Saylon Sousa, radialista, mestrando em Comunicação e sonoplasta do Laboratório de Rádio da UFMA. Os trabalhos foram concluídos em janeiro de 2022.

Ao longo da disciplina, a única atividade presencial foi uma visita à rádio Timbira AM, quando os(as) discentes tiverem o primeiro contato face a face (veja fotos abaixo):

Escadaria de acesso à rádio Timbira AM
Estudantes com gestores e profissionais no estudio da Timbira AM
Visita técnica à rádio Timbira AM

Durante o planejamento, a produção, a redação dos scripts, a gravação e a edição, os(as) estudantes aplicaram as técnicas e o conteúdo teórico sobre a estratégia do roteiro, manejando os elementos da linguagem radiofônica: palavra falada, música, efeitos sonoros e silêncio.

Os podcasts foram elaborados em equipes, mas a turma inteira participou de todas as etapas de planejamento e produção. A coordenação geral da série é do professor Ed Wilson Araújo.

Clique na lista abaixo para ouvir os episódios.

A decadência das fazendas, por Fernanda Daphiny, Marcos Grativol e Mateus de Sousa.

O incêndio no casarão de Davi Cohen, por Ana Rafaele Silva, Sylmara Durans e Jarina Gomes.

Alcântara do passado e o cenário atual, por Joelma Baldez e Cryslane Sousa.

O contexto sócio político de Alcântara, por Victor Sá e Amorim Filho.

A falência do modelo agro-exportador, por Luis Felipe Ribeiro, Raul Pontes e Camila Moura.

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Os calibres da extrema direita

O partido “União”, resultado da fusão entre DEM e PSL, tem o número 44.

A “nova” legenda é um genérico do “Aliança pelo Brasil”, número 38, que seria criado para abrigar Jair Bolsonaro, em 2019, mas não vingou.

Enfim, quem não tem um 38 vai de 44 mesmo.

É tudo bala.

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PT 42 anos

Hoje o Partido dos Trabalhadores completa 42 anos.

A legenda é uma importante conquista da democracia brasileira.

Entre acertos e equívocos, é o maior partido orgânico da América Latina, construído por diversas gerações de mulheres e homens que, em alguns casos, sacrificaram a própria vida.

Nos governos do PT, de Lula a Dilma, o Brasil melhorou em várias dimensões.

Mas, as elites não suportaram a construção de um Brasil menos desigual.

Então, veio o golpe em várias etapas: o impeachment de Dilma Roussef, a Lava Jato, a condenação sem provas e prisão de Lula…

Mesmo assim, apesar de todo o retrocesso, o PT ressurge com Lula à frente de todas as pesquisas para a Presidência da República em 2022.

O PT é grande!

Imagem destacada / Ricardo Stuckert

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Joãozinho Ribeiro lança EP “Apesar dos coronas contrários”

Produção carnavalesca reúne cinco composições inéditas e traz participações especiais de Zeca Baleiro, Ronald Pinheiro, Flávia Bittencourt, Marconi Rezende e Allysson Ribeiro

Por Paula Brito e Zema Ribeiro

Em tempos difíceis para a população brasileira, tanto pelo momento político que o país atravessa, quanto pela pandemia que sua população enfrenta, nada melhor do que espalhar amor e alegria para as pessoas através da música.

Pensando nisso, o poeta e compositor maranhense Joãozinho Ribeiro lança, no próximo sábado (12) a partir da meia noite, em todas as plataformas digitais, o seu mais novo EP, intitulado “Apesar dos coronas contrários”. O EP de carnaval traz cinco canções inéditas, sendo três frevos e dois sambas encharcados de maranhensidade.

“Coronas contrários”, um frevo criado em parceria com o cantor e compositor Zeca Baleiro, que também a interpreta, e é o carro-chefe da coletânea. O EP traz ainda “Memórias de Moraes”, composta em 2020, em parceria com o cantor, compositor e instrumentista Ronald Pinheiro, uma merecida homenagem ao falecido artista baiano Moraes Moreira, interpretada pelos dois autores. Nesta faixa, Ronald Pinheiro empresta o solo da sua criativa guitarra baiana ao saboroso gênero. “Azar do arlequim”, um frevo-canção, de autoria de Joãozinho Ribeiro, interpretado pelas belas vozes dos cantores e compositores Flávia Bittencourt e Marconi Rezende, é outra faixa do trabalho. Os sambas autorais “Valeu, Cacá!” e “Vou engomar” completam a lista sob a forma de pot-pourri, cantados, respectivamente, por Joãozinho Ribeiro e pelo cantor e compositor Allysson Ribeiro.

O maestro Rui Mário assina a direção musical e arranjos, e também participa com a sua sanfona e teclados em algumas faixas, assistido de perto pelo talentoso e respeitado músico Arlindo Pipiu (baixo, violões de seis e sete cordas e guitarra). O time de músicos se completa com Luiz Cláudio (percussão), Danilo Santos (saxofone e flauta), Hugo Carafunim (trompete e flugelhorn) e Jovan Lopes (trombone). Daniel Miranda (trombone) participa de “Azar do arlequim”. Robertinho Chinês entra em cena com o seu inconfundível cavaquinho no pot-pourri de sambas, adicionando um molho todo especial à batucada tipicamente maranhense.

Os vocais ficam por conta das cantoras Kátia Espíndola e Mariana Rosa, que participam de todas as faixas. Jaílton Sodré comanda, com apurada técnica, a mixagem e a masterização do EP, gravado no Estúdio Zabumba Records. A produção executiva e coordenação geral do projeto ficam a cargo do próprio Joãozinho Ribeiro.

Um dos parceiros e incentivadores de Joãozinho Ribeiro nesta empreitada é o cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro. Ele resume esse trabalho como um ato de resistência: “Joãozinho Ribeiro já era “resistência” antes mesmo do termo virar lugar-comum em tempos de redes sociais e de ameaças neofacistas. Sempre resistiu. À imobilidade, à falta de ação política, à omissão na luta pela afirmação da cultura e até ao próprio cansaço – sim, porque a luta cansa até os guerreiros mais fervorosos. Neste momento político pavoroso, Joãozinho quer resistir cantando, provocando e espalhando ventos humanistas por este velho mundo. Por isso (e para isso), gestou este EP de carnaval, “Apesar dos coronas contrários”, com três frevos e um medley de dois sambas, da safra recente do compositor, ora sozinho, ora em parceria. O EP reúne vários parceiros – músicos, intérpretes e compositores – e é uma conclamação amorosa e divertida à dança e à festa. Por que a vida é essencial, especialmente em tempos de trevas”, afirma.

Serviço

O quê: Lançamento do EP carnavalesco “Apesar dos coronas contrários”

Quem: Joãozinho Ribeiro, com participações especiais de Zeca Baleiro, Ronald Pinheiro, Flávia Bittencourt, Marconi Rezende e Allysson Ribeiro

Onde: em todas as plataformas digitais

Quando: sábado (12), à meia-noite

Quanto: grátis

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Projeto educacional forma equipe para atuar na biblioteca Luiz Phelipe Andrès

O projeto “Cidadania e Leitura” entregará mais um novo espaço na área Itaqui-Bacanga. Desta vez, é a Vila Ariri que ganhará a Biblioteca Comunitária Luiz Phelipe Andrès, com toda infraestrutura e rico acervo. O projeto está na etapa de capacitação da equipe, com realização de palestra, minicurso e oficina para formação dos que trabalharão com os leitores na comunidade.

“É uma etapa de capacitação da equipe e também de sensibilização da comunidade para a importância da Biblioteca Luiz Phelipe Andrès como instrumento de fortalecimento da Vila Ariri”, ressalta Rosa Maria Ferreira Lima, que coordena o projeto.

A próxima oficina ocorrerá nos dias 19 e 20 de fevereiro, enfocará a “Promoção da leitura” e será conduzida pela professora doutora Leoneide Maria Brito Martins (UFMA). No roteiro, as práticas de incentivo à leitura, dirigida aos mediadores da comunidade, professores, pais e demais interessados.

Já o minicurso será no período de 25 e 26 de fevereiro e tratará temas relacionados à organização técnica, informatização do acervo e ações de dinamização da biblioteca. Será ministrado pela professora doutora Rosário Almeida.

Cidadania

A primeira palestra, realizada no dia 29 de janeiro, enfocou “A importância da leitura e da biblioteca no exercício da cidadania” e também foi ministrada pela professora doutora Leoneide Maria Brito Martins.

Antes da palestra, houve a apresentação da iniciativa à comunidade, feita pela bibliotecária e coordenadora do projeto, Rosa Maria Ferreira Lima. 

O projeto é realizado pela Sociedade de Amigos das Bibliotecas do Maranhão (SAB), com apoio da Lei Rouanet e patrocínio do Instituto Cultural Vale. Tem parceria da Associação Comunitária do Itaqui-Bacanga (ACIB), responsável por selecionar a equipe que trabalhará na biblioteca e pela mobilização da comunidade quanto à necessidade de utilização do espaço por leitores de todas as idades.

Homenagem O nome foi escolhido pela comunidade e é uma homenagem ao reconhecido e grandioso engenheiro Luiz Phelipe Andrès, que dirigia o Estaleiro Escola no mesmo bairro da Vila Ariri e faleceu recentemente. Ele também estava apoiando o projeto para que o mobiliário das novas bibliotecas fosse confeccionado pelo Estaleiro Escola.

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Movimento “Cadê o Circo?” terá audiência com a Prefeitura de São Luís

Após o crescimento da mobilização nas redes sociais e em algumas atividades presenciais, respeitando as normas sanitárias, o movimento Cadê o Circo? será recebido em audiência pela Prefeitura de São Luís nesta quarta-feira (9).

O pedido de reunião com o prefeito Eduardo Braide (Podemos) foi protocolado na sexta-feira (4) pelo coletivo de artistas, produtores culturais, profissionais de comunicação, advogados e apoiadores da reivindicação pelo retorno do Centro Cultural Nelson Brito (antigo Circo da Cidade).

Em resposta ao “Cadê o Circo?”, o prefeito solicitou ao secretário de cultura, Marcos Duailibe, que convidasse o movimento para uma reunião quarta-feira (9 de fevereiro), às 15h, na Secretaria Municipal de Cultura. 

O movimento “Cadê o Circo” informou que vai comparecer à reunião para dialogar com o poder público sobre o retorno deste espaço de suma importância para a cena cultural independente e que faz parte da memória afetiva dos maranhenses.

Sem Circo nem VLT

Na eleição de 2020, o então candidato a prefeito Eduardo Braide prometeu retomar o projeto do espaço cultural que foi desativado em 2012, na gestão do então prefeito João Castelo, a pretexto de implantar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que não foi concretizado.

O movimento Cadê o Circo? foi criado em janeiro de 2022 para cobrar das autoridades públicas a reconstrução do circo, desativado há dez anos, mas que abrigou shows e espetáculos não só de artistas do cenário nacional, como também produções independentes e projetos de arte-educação a exemplo do Circo-Escola.

Para os membros do Cadê o Circo?, o espaço era um território democrático que fomentou a produção cultural, valorizou os artistas locais, formou platéia e estimulou a produção cultural independente e, por todos esses motivos, precisa voltar a produzir cultura, gerando emprego e renda na capital maranhense.

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STF, anule a farsa!

Por Jeferson Miola

Não é preciso ser exímio constitucionalista ou notório especialista em Direito para saber que “perda de sustentação política” jamais poderia fundamentar o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, eleita em outubro de 2014 com 54.501.118 votos. 

Qualquer pessoa com a menor capacidade de discernimento e que leia e releia cada um dos 250 artigos da Constituição da República e cada um dos 82 artigos da Lei 1079 de 1950 – que define os crimes de responsabilidade –, não encontrará a “perda de sustentação política” como um dos fundamentos constitucionais e legais para a promoção do impeachment. 

Quando o ministro da Suprema Corte Luis Roberto Barroso confessa que “o motivo real” para o impeachment da presidenta Dilma foi “a perda de sustentação política” e não “a justificativa formal das denominadas ‘pedaladas fiscais’”, ele reconhece a ocorrência de uma fraude jurídica. 

Aliás, segundo a Lei e a Constituição, nem mesmo as chamadas “pedaladas fiscais” podem fundamentar qualquer impeachment. As tais “pedaladas fiscais” foram um “invento criativo” do ministro do TCU Augusto Nardes/ex-PP, criado sob medida para o pedido de impeachment que o PSDB comprou por 45 mil reais de Janaína Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. 

Barroso assumiu que o STF teve papel central na farsa engendrada pelas oligarquias para golpear a soberania popular e colocar em marcha “a ponte para o futuro” ultraliberal, trágico, fascista e genocida. 

Com sua confissão, Barroso atestou que o golpe foi com “o Supremo, com tudo”, como disse Romero Jucá, o comparsa dos conspiradores Temer, Cunha, Villas Bôas, Etchegoyen, Aloysio Nunes, Aécio e de toda a malta que lançou o país no precipício. 

Barroso se enreda ainda mais ao dizer que o usurpador Temer, “abalado por sucessivas acusações de corrupção” – e, por isso mesmo, passível de impeachment –, foi protegido pela Câmara dos Deputados, que “em duas oportunidades impediu a instauração de ações penais” contra ele. Ou seja, Temer tinha “sustentação política”, conclui Barroso. 

Em outra circunstância, o próprio Barroso já tinha admitido que Dilma foi golpeada do poder “não por crimes de responsabilidade ou corrupção; mas, sim, foi afastada por perda de sustentação política”. 

Diante da confissão do ministro Barroso, a Suprema Corte não tem outra saída que não a de anular o impeachment farsesco e fraudulento da presidenta Dilma. 

O reconhecimento desta violência política e jurídica de parte do STF não teria, assim mesmo, o condão de reparar os irreparáveis prejuízos causados ao povo brasileiro e à economia nacional desde o golpe. 

Mas é um gesto essencial para o encontro da nação brasileira e do povo com o direito à verdade e à memória. Para que ninguém se esqueça e para que nunca mais aconteça. 

Por isso, é preciso bradar: STF, anula a farsa!

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Laborarte completa 50 anos de resistência cultural

Uma das maiores referências em produção e difusão cultural do Maranhão, o Laboratório de Expressões Artísticas (Laborarte) chega aos 50 anos com a marca da resistência política e cultural.

O coletivo de artistas surgiu em outubro de 1972, congregando teatro, música, dança, literatura, artes plásticas e os diversos folguedos marcantes no Carnaval e no São João.

Ao longo de cinco décadas, o Laborarte vem se constituindo na partilha de conhecimento entre gerações de artistas, ativistas, pesquisadores e fazedores de cultura, revelando talentos em várias dimensões estéticas.

Devido às limitações impostas pela crise sanitária, as atividades presenciais serão limitadas.

Aguarde a programação em breve aqui no Blog do Ed Wilson.