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Democratas: a “noiva” cobiçada nas eleições 2018

Neto da Arena, filho do PDS com o PFL, o Democratas é a legenda mais disputada no mercado eleitoral no Maranhão.

Principal resíduo da ditadura militar e esteio da direita brasileira, protagonista do impeachment da presidente Dilma Roussef (PT), eis que o Democratas é a noiva virgem à espera de um bom casamento.

A corte ao partido ficou mais intensa após a movimentação do deputado federal José Reinaldo Tavares para fazer o terceiro palanque da eleição para governador.

Tavares, dissidente do governo Flávio Dino (PCdoB), tenta capturar o Democratas para impulsionar o projeto de candidatura do deputado estadual Eduardo Braide (PMN) ao Palácio dos Leões (releia aqui).

Simultaneamente, o governo articula o apoio do Democratas na chapa comunista, com o objetivo de aniquilar os planos de José Reinaldo.

A favor do deputado dissidente conta o lançamento da candidatura presidencial de Rodrigo Maia. Se vingar o palanque nacional do Democratas, as chances de uma composição demo-comunista no Maranhão diminuem.

No plano nacional, o governador Flávio Dino tende a cerrar fileiras com o PT, PDT, PSB e o seu próprio partido, PCdoB, que já lançou a pré-candidatura da deputada estadual Manuela D’Ávila à Presidência da República.

Contra José Reinaldo há um fato recente que fragiliza suas pretensões de controlar a legenda. Na convenção nacional do Democratas, quinta-feira (8), em Brasília, o partido foi inflado com a filiação de várias lideranças em um grande ato político onde, estranhamente, o próprio Tavares não compareceu.

Bases do governo comunista no Democratas: Felipe Camarão, Rodrigo Maia, Juscelino Filho e Rogério Cafeteira.

Há quem veja na inflação do Democratas as digitais do Palácio dos Leões, visando impedir o domínio do partido por José Reinaldo Tavares.

Faz sentido. Entre os novos democratas estão figuras de proa do governo Flávio Dino, como o secretário de Educação Felipe Camarão e o deputado estadual Rogério Cafeteira, líder governista na Assembleia Legislativa.

Esse é o retrato de hoje, mas pode haver mudanças.

A candidatura presidencial do Democratas deve estimular palanques estaduais convergentes. É um cenário que favorece o nome de José Reinaldo Tavares ao Senado e Eduardo Braide governador, alinhados a Rodrigo Maia.

Flávio Dino tem a seu favor a força gravitacional do Palácio dos Leões, sempre capaz de costurar alianças improváveis, em nome do pragmatismo eleitoral de todos os governos.

Sendo assim, pode haver casamento entre o PCdoB e o Democratas, isolando José Reinaldo Tavares no projeto da candidatura de Eduardo Braide.

Vingando esse cenário, o deputado dissidente volta para a sombra de Flávio Dino e se acomoda com outro mandato de deputado federal.

E tudo fica em paz.

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Natalino quer pênalti

Depois de tentar, sem sucesso, candidaturas de prefeito de São Luis, deputado e senador, o ex-reitor da UFMA, Natalino Salgado Filho, anda testando sua popularidade. Anuncia nos corredores e celulares que será candidato a reitor nas próximas eleições. Será que ele tem o aval da atual reitora Nair Portela ou já é um racha?

É certo que ele não intervém na administração superior como gostaria. Mas, recebeu um cargo de pró-reitor em um órgão que não existe de fato na UFMA para ficar à vontade no Hospital Universitário.

Chega a ser trator demais articular candidatura a magnífico sem saber se a reitora atual vai disputar um novo mandato. Ousadia e vaidade além da conta podem ser perigosos, já dizia o poeta Gregório de Matos, finalizando assim: “penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?”.

É fundamental observar o passado e o futuro no processo eleitoral da UFMA. Nem tudo foram flores na gestão anterior.

Com os prédios inacabados se deteriorando e alguns de seus auxiliares sendo processados, como no caso do elefante branco da Biblioteca Central (foto), ele tem mesmo de pesquisar sobre sua popularidade.

A eleição será em 2019, mas pelo que rola nos bastidores o ex-reitor já entrou em campo. Resta saber se combinou o jogo com os aliados e conhece o esquema tático dos adversários.

No campo, estão em aquecimento o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Allan Kardec; o vice-reitor, Fernando Carvalho; e o comandante da Assistência Estudantil, João de Deus. Allan Kardec pilota a Pró-Reitoria mais poderosa, que foi tirada de Fernando Carvalho.

Foto: Marizélia Ribeiro

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Desfiliação em massa no partido de Marina Silva: Rede Sustentabilidade perde 141 militantes de 12 municípios, no Maranhão

O projeto da “nova” política não vingou na Rede Sustentabilidade, no Maranhão, onde 141 militantes comunicaram desfiliação, em carta destinada à direção nacional e estadual da legenda, controlada pela presidenciável Marina Silva.

Veja a lista dos(as) desfiliados(as) ao final do texto.

A carta não expõe detalhadamente os motivos da desfiliação, mas fontes consultadas pelo blog revelaram que o descontentamento da militância já vinha ocorrendo devido às velhas práticas de autoritarismo da cúpula partidária, posições conservadoras no cenário nacional e ausência de democracia interna para a tomada de decisões.

Estas críticas, discretamente, estão logo no primeiro parágrafo da carta de desfiliação coletiva (veja abaixo), onde são apontados os vícios do partido e a decepção da militância diante da promessa não cumprida de uma organização política distinta das legendas convencionais.

“Defendemos a grande política, a democracia de alta intensidade, a participação popular ativa da base, a ética, e um partido com uma concepção minimamente progressista, sendo esses os propósitos principais que acreditávamos encontrar ao decidirmos nos filiar ao partido Rede Sustentabilidade”, enfatiza o documento.

Entre os que deixam a Rede estão fundadores, militantes e dirigentes que participaram das primeiras articulações para criar a nova legenda.

Em março de 2016, o Blog do Ed Wilson revelou que a deputada federal Eliziane Gama (hoje no PPS) havia colocado seu próprio irmão, Eliel Pereira Gama, no cargo de 1º presidente e porta-voz da Rede Sustentabilidade em São Luís. Reveja aqui

À época, o blog apurou que a indicação do irmão da deputada não era um caso isolado e situações semelhantes vinham se repetindo em vários municípios do Maranhão, onde a composição dos diretórios e as alianças para a campanha de 2016 estavam sendo feitas no padrão da velha política, negociando apoios sem critério de alinhamento ideológico ou coerência com o programa da Rede Sustentabilidade.

Criado sob a promessa da “nova” política e das boas práticas, a Rede já nasceu com defeito de fábrica ao agregar excessivamente sua imagem na liderança de Marina Silva, somando-se ao agravante da eleição de 2014, quando ela foi alçada à cabeça da chapa presidencial após a morte de Eduardo Campos (PSB).

Marina teve um crescimento vertiginoso, mas acabou em queda livre e no segundo turno apoiou Aécio Neves (PSDB) contra Dilma Roussef (PT).

O destempero ideológico de Marina Silva acabou contaminando a Rede e, na base dos diretórios estaduais e municipais, as velhas práticas políticas do clientelismo e pragmatismo eleitoral acabaram dominando o partido.

Abaixo, a carta de desfiliação e os nomes dos militantes e dirigentes que deixam a legenda.

CARTA DE DESFILIAÇÃO COLETIVA DO PARTIDO REDE SUSTENTABILIDADE – MA

Para: Direção Nacional da REDE SUSTENTABILIDADE

C/C: Direção Estadual da REDE SUSTENTABILIDADE-MA

São Luís (MA), 09 de março de 2018.

Prezados e Prezadas,

Nós, abaixo assinados, fundadores, militantes e dirigentes que contribuíram modestamente, mas de forma comprometida e propositiva para existência da REDE, manifestamo-nos, conforme o que se segue:

  1. Defendemos a grande política, a democracia de alta intensidade, a participação popular ativa da base, a ética, e um partido com uma concepção minimamente progressista, sendo esses os propósitos principais que acreditávamos encontrar ao decidirmos nos filiar ao partido Rede Sustentabilidade;
  2. Vivemos momentos de uma crise profunda na política brasileira, e que requer uma posição muito bem definida e, no Maranhão, vive-se ainda um período em que a cultura política de base familiar, de parentela, oligárquica, do coronelismo, patrimonialista e autoritária, é predominante, que influencia a formação de cenários contra os quais enfrentamos, mas que não encontramos a retaguarda partidária para nos fortalecer, animar e engrossar a luta, sem contar as grandes desigualdades também fortes;
  3. Nós entendemos que a dinâmica partidária é permeada por contradições próprias do modelo de sociedade em que vivemos. Entretanto, faz-se imprescindível que em meio ao debate interno, prevaleça o respeito, o consenso crítico e a polidez daqueles que buscam encontrar coletivamente as respostas e traçar estratégias, táticas e encaminhamentos consequentes;
  4. Essas questões e outras situações que não cabe aqui relacionar, mas que é do conhecimento do Elo Nacional, chegamos à conclusão de que não há mais condições para permanecermos na REDE;

Diante do exposto, e por não mais concordar com os rumos que este partido vem trilhando tomamos a decisão de pedir nossa desfiliação.

Queremos agradecer a acolhida no partido, e desejamos sucesso na luta dos militantes sérios que permanecem.

Assinam:

1 Anthony Dantas – Porta-Voz (Imperatriz)

2 Paulo Menis (Imperatriz)

3 Antônio Moraes (Imperatriz)

4 Sílvio Bembem – Fundador nacional (São Luís)

5 Cláudio Moraes – Fundador nacional (São Luís)

6 Nonato Moraes – Fundador nacional (Viana)

7 Ana Margarida – Fundadora nacional (São Luís)

8 Shirley Martins – Fundadora nacional (São Luís)

9 Joan Botelho (São Luís)

10 Joel Beserra (São Luís)

11 Francisco Ribeiro Cruz (São Luís)

12 Maria da Cruz – Filiado (São Luís)

13 Gilmar Dias da Silva – Porta-Voz (João Lisboa)

14 Antônio Carlos Santos Silva – Porta-Voz (Itapecuru)

15 Acácio Silva – Dirigente (Itapecuru)

16 Antônio José Santos Silva (Itapecuru)

17 Antônia Teixeira Araújo (Itapecuru)

18 Adailton Neves Verde (Itapecuru)

19 Antônio José Reis (Itapecuru)

20 Antônio Ozimar Mendes (Itapecuru)

21 Benedito Campelo Amorim (Itapecuru)

22 Clemilto Santos de Sousa (Itapecuru)

23 Cleomenes Gouveia (Itapecuru)

24 Dalziza Nascimento Silva (Itapecuru)

25 Evanio Rodrigues Vidinha (Itapecuru)

26 Francisco Costa dos Santos (Itapecuru)

27 Francisco das Chagas Nogueira Amorim (Itapecuru )

28 Jose Domingos Oliveira (Itapecuru)

29 José da Silva Filho (Itapecuru)

30 Jamilson Marcedo da Silva (Itapecuru)

31 José Maria Amorim (Itapecuru)

32 Maijara Mendes Pereira (Itapecuru)

33 Maria José Lopes Almeida (Itapecuru)

34 Rener Bandeira de Melo (Itapecuru)

35 Raimundo Nonato dos Santos Fonseca (Itapecuru )

36 Raimundo João Coimbra Gonçalves (Itapecuru)

37 Valdirene Barbosa Sousa Correa (Itapecuru)

38 Vitorino Alexandre Mendes Bezerra (Itapecuru)

39 Jurandir Aquino Area Leão (Itapecuru)

40 José Mendes Sobrinho (Itapecuru)

41 Maria Cleonice de Araujo Santos (Itapecuru)

42 José Ribamar dos Reis (Itapecuru )

43 Ferdinan Lima Lisboa (Itapecuru)

44 Miguel dos Anjos Pereira (Itapecuru)

45 Maria Cleide Dutra Silva (Itapecuru)

46 Anfiloquio Alves Sousa (Itapecuru )

47 Francisco de Assis Mendes dos Santos (Itapecuru)

48 Josielma Ferreira dos Santos (Itapecuru)

49 Erasmo Lopes da Silva (Itapecuru)

50 Geraldo de Souza F. Filho –  Candidato e Prefeito em 2016 (Buriti).

51 Maria de Fátima Costa Freitas (Buriti)

52 João Batista Oliveira da Costa (Buriti)

53 Cleonice Pereira Lima (Buriti)

54 José Ribamar Mendes de Freitas (Buriti)

55 Cláudio Marinho de Sousa (Buriti)

56 José Luís Sousa do Carmo (Buriti)

57 Ivanice Pereira Assis (Buriti)

58 Diego Rafael Marinho Martins.

59 Edmar Silva Castro – Porta-Voz (Axixá)

60 Eliane Cristina Abreu Castro (Axixá)

61 Lorena Cristine Abreu Carvalho (Axixá)

62 Marcelo Melo Marques – Porta-Voz (Paço do Lumiar)

63 Maria Zélia Moreno de Araújo –Porta-Voz (Paço do Lumiar)

64 Alan Jorge Rodrigues (Paço do Lumiar)

65 Benedito Danis Silva Araújo (Paço do Lumiar)

66 Celso Portugal da Rocha (Paço do Lumiar)

67 Cleyton Abreu Araujo (Paço do Lumiar)

68 Creusimar Sousa da Rocha (Paço do Lumiar)

69 Cristiano Barbosa Campos (Paço do Lumiar)

70 Daniel Vieira Dutra (Paço do Lumiar)

71 Delice Rosa de Sá Menezes (Paço do Lumiar)

72 Dintheiverson Gomes Rocha (Paço do Lumiar)

73 Domingos da Conceição Rodrigues (Paço do Lumiar)

74 Elias Viveiro dos Santos (Paço do Lumiar)

75 Elizio Pinheiro (Paço do Lumiar)

76 Esmeraldina Santos Campos (Paço do Lumiar)

77 Francinete Fernandes Dutra (Paço do Lumiar)

78 Francisco Pereira de Sousa (Paço do Lumiar)

79 Joaquim Ribeiro Sodré Costa (Paço do Lumiar)

80 José dos Santos Cordeiro de Melo (Paço do Lumiar)

81 José Edmar Nunes Melo (Paço do Lumiar)

82 José Eraldo Ribeiro Melo (Paço do Lumiar)

83 Juvenal Lobato (Paço do Lumiar)

84 Luciana Hayana Azevedo Serra Castro (Paço do Lumiar)

85 Luzinete Ribeiro Melo (Paço do Lumiar)

86 Márcia Cristina Lobato Ramos (Paço do Lumiar)

87 Maria da Piedade Sá Meneses Santos (Paço do Lumiar)

88 Maria do Rosário de Fátima C Silva (Paço do Lumiar)

89 Maria Gracilene Morais Cruz (Paço do Lumiar)

90 Maria Luziene Ribeiro Melo (Paço do Lumiar)

91 Maria Rosete Reis (Paço do Lumiar)

92 Mayara Diniz Silva (Paço do Lumiar)

93 Moacir Sodré Costa (Paço do Lumiar)

94 Neire Santa Cantanhede Gomes (Paço do Lumiar)

95 Sergio Sousa da Rocha (Paço do Lumiar)

96 Silvana Teresa Santos Marques (Paço do Lumiar)

97 Carlos Lucena – Porta-Voz (Montes Altos)

98 Anderval Vanderlei Alves (Senador Lá Roque)

99 Eliete Castro Oliveira (Senador Lá Roque)

100 Gilmar Nascimento dos Santos (Senador Lá Roque)

101 Jardeane da Silva Alencar (Senador Lá Roque)

102 Jean Rocha Macedo (Senador Lá Roque)

103 Jhon Randson Macedo de Oliveira (Senador Lá Roque)

104 Josimar de Jesus Araujo (Senador Lá Roque)

105 Maria Elza Silva Sousa (Senador Lá Roque)

106 Nalu Fonseca Morais (Senador Lá Roque)

107 Odailson Silva Santos (Senador Lá Roque)

108 Ramiro da Conceição Melo (Senador Lá Roque)

109 Ray Sousa Alves Miranda (Senador Lá Roque)

110 Rubmar Rodrigues de Sousa (Senador Lá Roque)

111 Sandra Maria Macedo de Oliveira (Senador Lá Roque)

112 Vera Lucia Martins Oliveira (Senador Lá Roque)

113 Zenilson Dos Santos (Senador Lá Roque)

114 Adão José Bezerra P. Cutrim Pinto -Porta-Voz (São João Batista)

115 Edilene Paiva Ferreira – Porta-Voz (São João Batista)

116 Johnathan Davi Ferreira Teixeira (São João Batista)

117 Dayanne Aguiar Cutrim (São João Batista)

118 David Derik A. Cutrim – Candidato a prefeito 2016 (São João Batista)

119 Silvana de Jesus Barros de Oliveira (São João Batista)

120 Claudiana Cutrim (São João Batista)

121 Fabio Pires (São João Batista)

122 Timóteo Santos Barros (São João Batista)

123 Gilson Cutrim (São João Batista)

124 Djalma Campus Ferreira (São João Batista)

125 Jeane dos anjos Pereira (Igarapé do Meio)

126 Edson Rodrigo Lima Costa (Igarapé do Meio)

127 Antônio Mendes Pereira (Igarapé do Meio)

128 Antônio José Andrade (Igarapé do Meio)

129 Antônio Alves dos Santos (Igarapé do Meio)

130 Ronilson Silva Araújo (Igarapé do Meio)

131 Raimunda nonato Sena Costa (Igarapé do Meio)

132 Maria do Bom Parto dos Anjos Pereira (Igarapé do Meio)

133 Odenir da Conceição Costa (Igarapé do Meio)

134 Marcelino Barbosa de Souza (Igarapé do Meio)

135 Raimundo da Silva Pereira (Igarapé do Meio)

136 Luís Pereira de Matos (Igarapé do Meio)

137 Edilene Santana da Silva (Igarapé do Meio)

138 Antônio Nascimento (Igarapé do Meio)

139 Edimilson Lopes (Igarapé do Meio)

140 João Francisco Mendes Pereira (Igarapé do Meio)

141 Maria Alzenir Gomes do nascimento (Igarapé do Meio)

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Trilhas de cinema em vinil

Neste sábado 10 de março, o Eitza Lounge & Bar será o local da nova edição do Cinema AnaIógico, uma discotecagem somente com trilhas sonoras de cinema em vinil comandada por Chico Flávio, Lucas Sá e Raffaele Petrini (foto).

As músicas viajam desde as trilhas do imaginário cinematográfico de Wong Kar-Wai, Quentin Tarantino e Dario Argento passando também pelas trilhas de filmes cultuados como Flashdance, Drive, As Branquelas, Meninas Malvadas e As Patricinhas de Beverly Hills!

O repertório faz mistura louca do melhor das trilhas dançantes e chorosas!

A arte gráfica desta edição do Cinema Analógico é criada por Joubert Ribeiro.
A entrada é gratuita, sujeita à lotação do espaço.

Repertório: 5 músicas que não podem faltar em uma discotecagem de trilha de cinema

Chico Flávio

  1. Kavinsky – Nightcall (do filme DRIVE de Nicolas Windows Refn)
  2. The Siouxsie and The Banshees – Hong Kong Garden (do filme MARIA ANTONIETA de Sofia Coppola)
  3. Moby – Porcelain (do filme A PRAIA de Danny Boyle)
  4. Oingo Boingo – Weird Science (do filme MULHER NOTA 1000 de John Hughes)
  5. Will Smith – Men in Black (do filme M.I.B. de Barry Sonnenfeld)

Lucas Sá

  1. M.I.A. – Paper Planes (do filme QUEM QUER SER UM MILIONÁRIO? de Danny Boyle)
  2. The Knife – Pass This On (do filme AMORES IMAGINÁRIOS de Xavier Dolan)
  3. Nancy Sinatra- Bang, Bang (do filme KILL BILL VOL. 1 de Quentin Tarantino)
  4. Vanessa Carlton – A Thousand Miles (do filme AS BRANQUELAS de Keenen Ivory Wayans)
  5. Lykke Li – I Follow Rivers (do filme AZUL A COR MAIS QUENTE de Abdellatif Kechiche)

Raffaele Petrini

  1. Bob Sinclar feat. Raffaella Carrá – Far l’Amore (do filme A GRANDE BELEZA de Paolo Sorrentino)
  2. Buena Vista Social Club – El Cuarto de Tula (do filme BUENA VISTA SOCIAL CLUB de Wim Wenders)
  3. The Psychedelic Furs – Love My Way (do filme ME CHAME PELO SEU NOME de Luca Guadagnino)
  4. Gilberto Gil – Toda Menina Baiana (do filme AQUARIUS de Kleber Mendonça Filho)
  5. Blondie feat. Giorgio Moroder – Call Me (do filme Gigolô Americano, de Paul Schrader)

Serviço

Cinema Analógico – Discotecagem de Trilhas Sonoras de Cinema em Vinil (com Chico Flávio, Lucas Sáe Raffaele Petrini)

Dia e horário: sábado, 10 de março, às 21h00

Local: Eitza Lounge & Bar (Piso Superior) – Rua Coronel Amorim nº 103 – Lagoa da Jansen – São Luís

Entrada Franca: sujeita à lotação do local.

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Literatura

Umanidade

Eloy Melonio

“E o mundo será como se fosse um” (John Lennon, na canção Imagine)

Fechei os olhos por alguns segundos para ter a certeza de que não estava sonhando. E inspirei-me na cena que prendeu o meu olhar de forma inescapável. Foi durante a festinha de formatura dos alunos do ABC (Alfabetização) da escola de minha neta, em dezembro do ano passado.

Refiro-me mais precisamente ao momento quando as crianças, entre 7 e 8 anos, estavam no palco, à vista dos pais, parentes e amigos, trajando a mesma roupa: beca e chapéu vermelhos. Os meninos de calça branca e as meninas com meias-calças brancas. Pareciam irmãos da mesma idade, com pequena diferença na altura, uns mais gordinhos que outros, e detalhes como cabelo, óculos.

O momento áureo, ao menos para mim, foi quando elas puseram uma máscara com a cara de um leão (o tema da festa era O Rei Leão). Aí sim, ficaram ainda mais parecidas umas com as outras. Tanto que, se pedissem a uma das mães para encontrar seu filho, ela teria certa dificuldade em identificá-lo.

Veio-me então o insight. Dei por mim devaneando: por que também não somos assim? Por que não somos iguais, unidos, como se fôssemos crianças? Quando digo “iguais” não quero dizer “fisicamente iguais”, mas iguais naquilo que é coletivo, relativo ao companheirismo, aos direitos e deveres, aos valores éticos e morais, às atitudes.

É um sonhador? Isso não faz o menor sentido?

Já posso até ouvir as objeções dos patrulheiros do politicamente correto e o grito dos reacionários de plantão. Aí, lembro-me de John Lennon: “Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas não sou o único” (Imagine). E do meu lado tenho alguns amigos da mais conceituada estirpe: Jesus, Luther King, Ghandi, Nelson Mandela, John Lennon.

E tudo isso coincidindo com as festas natalinas. Tempo de se ouvir Imagine, And so this is Christmas (ou a versão em português, interpretada por Simone). Tempo em que ficamos mais generosos, mais “chegados que irmãos”. E, no meu caso, coincidentemente, quando estava compondo uma música que fala sobre o sonho de sermos “uma só humanidade”.

Voltando à cena da festinha, tenho certeza de que, naquele momento (e quem sabe, em todos os outros), aquelas crianças viam-se apenas como amiguinhas, com uma só mente e um só coração. Ali não havia crianças negras, brancas, brasileiras, angolanas, gordinhas, católicas, umbandistas, feias, bonitas… havia crianças.

Infelizmente o mesmo não se pode dizer dos que estavam no auditório.

Aqui chamo a sua atenção para este “nosso tempo” em que, em vez de buscarmos união, igualdade, tendemos a nos isolar, formar grupos, segregar uns dos outros. Entendo (e defendo) a luta pelos direitos das minorias, dos injustiçados e marginalizados. Mas o que defendo, num nível bem mais humano e solidário, é que sejamos todos, em primeiro lugar, gente. E que a expressão “gente como a gente” seja mais real, mais significativa.

A nossa sociedade tende para um sistema em que cada vez mais as pessoas estão puxando “a brasa para a sua sardinha”. E cada vez mais novos grupos vão surgindo: o grupo dos que não gostam de música sertaneja (que odeiam os que gostam), o grupo dos que usam cabelos longos (que odeiam os que têm cabelos curtos) e assim por diante. Recentemente um deputado apresentou um projeto de lei para criar “a semana de valorização do heterossexual” (Veja [Conversa], 6-12-2017). Será que ele não sabe que a valorização está no respeito, e não numa data meramente representativa?

Como disse, é preciso garantir os direitos básicos a todos indistintamente: ao pobre, ao deficiente físico, aos homossexuais. Infelizmente, nosso pensamento e nossas atitudes precisam mudar em muitos aspectos.

O passo mais decisivo ― e paradoxalmente o mais difícil ― para atingirmos este patamar é a consciência individual. E como diz o anúncio de uma campanha de combate à intolerância e preconceito de uma rede de TV: “Tudo começo pelo respeito”. Posso não entender, não gostar, ou até mesmo não aceitar por que o “outro” faz ou age de forma diferente. Só não posso desrespeitá-lo por isso.

Em nossas resoluções de início de ano, podíamos todos pedir (“prometer”, seria bem melhor), em uníssono, que a sociedade se torne mais humana, mais respeitosa, mais tolerante e mais generosa. Quem sabe até criar um neologismo: umanidade, uma sociedade em que todos são um.

É tempo de ver e respeitar o outro como queremos ser vistos e respeitados. E assim finalizo com três citações relevantes:

“Todo mundo tem seu valor, suas riquezas e também suas fraquezas. A paz se constrói no corpo das diferenças, porque a unidade sempre implicará a diversidade.” (Papa Francisco [Citações na Veja, 6-12, 2017]).

“Fiquei pensando em como o avião é elemento aglutinador, capaz de igualar os seres, transformando-os num bloco unitário” (Maria Julieta Drummond de Andrade, Um Buquê de Alcachofras, p. 14).

“Enquanto não for bom para todos, não será bom para ninguém” – Mylene Pereira Ramos, juíza do trabalho (Veja [Página Aberta – 24-1-2018])

  • Eloy Melonio é professor, escritor, poeta e compositor
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Política

José Reinaldo Tavares além do bem e do mal

Ed Wilson Araújo

Se política fosse guiada por lógica, José Reinaldo Tavares (sem partido) seria o primeiro candidato ao Senado na chapa do governador Flávio Dino (PCdoB).

A coerência e a correspondência, princípios da lógica, recomendariam ao governador retribuir o apoio que obteve do então governador José Reinaldo Tavares, em 2006, quando Flávio Dino elegeu-se deputado federal.

Tavares considera-se o avalista do ingresso de Dino na política. Não só isso. Ele computa à sua ruptura com José Sarney todo o sucesso das oposições que levou Jackson Lago (2006) e Flávio Dino (2014) ao Palácio dos Leões.

Coloca-se ainda na balança a regra de que todo ex-governador naturalmente vai para o Senado. Foi assim com José Sarney, Epitácio Cafeteira, João Alberto, Roseana Sarney, Edison Lobão e João Castelo.

Apenas José Reinaldo ficou fora. Para ele, está passando da hora e esperava ser candidato com o aval e a proteção do Palácio dos Leões, mas não encontrou viabilidade e anunciou o racha.

Reinaldo cobra fatura pelo apoio a Dino

Uma coisa é a lógica; outra, a condução das alianças partidárias obedecendo à regra do pragmatismo eleitoral.

Nesse enquadramento, José Reinaldo não tem a moeda principal: o controle de um partido. Ele ainda tenta se filiar ao DEM, mas a legenda já está na mira do Palácio dos Leões.

Além de não ser “proprietário” de um partido, Tavares optou por caminho oposto ao do governador durante todo o processo que levou ao impeachment de Dilma Roussef (PT).

Enquanto Dino assumia publicamente a defesa da presidente petista e também de Lula, Tavares alinhava-se ao golpismo e à sustentação do governo Michel Temer (PMDB), votando “sim” às reformas trabalhista e previdenciária (esta não concluída).

Esse dado da conjuntura nacional precisa ser observado, mas não é critério universal para compor a chapa ao Senado, visto que o governo corteja a deputada federal Eliziane Gama (PPS), que também votou favorável ao impeachment.

Mais uma vez, a lógica não funciona, até porque o governo compõe com vários deputados golpistas, a exemplo de Pedro Fernandes, André Fufuca e o próprio Juscelino Filho, que controla o DEM no Maranhão e pode ser uma barreira aos planos de José Reinaldo Tavares.

O racha provocado pelo desentendimento entre o governo e o deputado postulante ao Senado ainda pode ter conserto.

Muita gente ficou surpresa e traumatizada com o anúncio da ruptura. Para mim, é tudo normal. Trata-se apenas do jogo de forças na disputa por espaços no modo pragmático de fazer política.

José Reinaldo não tem preferências ideológicas. Ele está além do bem e do mal. Nasceu e cresceu sob a proteção da oligarquia liderada por José Sarney, depois aliou-se a Flávio Dino e, sem apoio, busca outro caminho, provavelmente na eventual chapa com Eduardo Braide (PMN) disputando o governo.

A ruptura ainda depende do controle do DEM e do cenário nacional. Se Tavares se firmar no controle do partido, com mão de ferro, pode compor com Braide.

Se perder o DEM para Flávio Dino, pode até voltar humilhado a uma candidatura de deputado federal sob a proteção do Palácio dos Leões, apenas para não ficar sem mandato.

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Duo Moron: música instrumental no Chico Discos

Temas de Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Jacob do Bandolim e Chico Buarque estão no repertório da dupla

Eles tocam juntos há bastante tempo, mas somente agora resolveram apresentar um show completo, lado a lado. Trata-se do Duo Moron, formado por Ronaldo Rodrigues (bandolim) e Morais de Iza (violão), que apresenta o concerto “Diversidade”, nesta sexta-feira, 2, a partir das 20h, no Chico Discos (Rua São João – Centro).

O evento encerra a temporada de apresentações do instrumentista Ronaldo Rodrigues, em São Luís, neste período. Depois, ele retornará para o Rio de Janeiro, onde está radicado desde 2008.

Exclusivamente dedicado à música instrumental, o Duo Moron vai interpretar temas como “Água e vinho”, de Egberto Gismonti; “Bebê”, de Hermeto Pascoal; “Santamorena”, de Jacob do Bandolim, “Bye bye, Brasil”, de Chico Buarque, além de composições autorais, a exemplo de “Rastro de silêncio” e “Shinning in the dark”,ambas de Morais de Iza.

Do repertório internacional, estão na lista “500 miles high”, de Chick Corea, e “My favorite things”, de John Coltrane.

O interesse pela música instrumental aproximou os músicos e solidificou a amizade deles. “Tempos atrás, foi o Morais quem me fez escutar com maior atenção o jazz e a música barroca de Bach, por exemplo”, conta Ronaldo, que havia crescido no ambiente do blues e do hard rock.

Em 2005, eles inciaram uma série de ensaios que, no fundo, foi a semente deste trabalho atual. “A concretização da parceria só não foi estabelecida anteriormente, porque fui morar no Rio de Janeiro. No entanto, todo esse tempo foi importante para a concepção de um trabalho maduro, lapidado”, reflete o bandolinista.

É importante lembrar que, em quase todas as vezes que Ronaldo Rodrigues esteve de passagem por São Luís, ele e Morais não perderam a chance de tocar juntos, realizando pequenas apresentações, como as que abriram três edições do show Black & Tal, no Chico Discos.

No período atual, com a estada de Ronaldo mais prolongada na ilha, a dupla teve a oportunidade de formar o Duo Moron tal como foi concebido e apresentar o espetáculo “Diversidade” em alguns espaços culturais de São Luís.

Com repertório variado e volátil, no ambiente sonoro do duo cabem jazz, choro, flamenco, folk, baião, entre outros gêneros e estilos, sempre em forma acústica e instrumental.

SERVIÇO

Show Diversidade, com Duo Moron

Quando: Sexta-feira, 2, às 20h

Local: Chico Discos (Rua São João – Centro)

Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia)

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Editais vão permitir 23 novas rádios comunitárias no Maranhão

As associações que pretendem criar rádios comunitárias terão novas oportunidades de disputar os editais que serão publicados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) a partir de março deste ano.

No Maranhão serão contemplados 23 municípios nos editais programados para os meses de março, maio e julho (veja lista abaixo).

A Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Maranhão (Abraço-MA) orienta as entidades a organizar a documentação com antecedência, antes mesmo da publicação dos editais.

“Após a publicação do edital, as entidades terão 60 dias para providenciar a documentação, mas mesmo assim é importante organizar a papelada desde já, não deixando para a última hora”, explica o presidente da Abraço-MA, Ed Wilson Araujo.

Todas as informações sobre a documentação necessária para concorrer nos editais está disponível no site do MCTIC, mas a Abraço-MA recomenda aos interessados o engenheiro eletricista Fernando Cesar Moraes para orientar as entidades sobre os procedimentos burocráticos e técnicos que devem ser feitos no processo de organização das entidades.

Os contatos do engenheiro Fernando Cesar Moraes são: fcemoraes@hotmail.com, fcemorares@gmail.com e fones: 99117-3403, 98147-7501 e 98726-9067

Veja a lista de cidades maranhenses que serão contempladas nos próximos três editais, segundo o MCTIC:

Edital 1 (será publicado em março 2018)

Jenipapo dos Vieiras

Timon

Edital 2 (será publicado em maio 2018)

Araioses

Edital 3 (será publicado em julho 2018)

Boa Vista do Gurupi

Cajapió

Cajari

Centro Novo do Maranhão

Chapadinha

Codó

Colinas

Grajaú

Imperatriz

Itinga do Maranhão

Lago dos Rodrigues

Lajeado Novo

Monção

Olinda Nova do Maranhão

Peritoró

Presidente Vargas

Santa Filomena do Maranhão

São Luís

São Mateus do Maranhão

Turiaçu

PLANO NACIONAL DE OUTORGA

O Plano Nacional de Outorga (PNO) apresenta todas as localidades que serão contempladas com a oportunidade de novas outorgas em cada um dos serviços de radiodifusão.

No PNO é apresentado um cronograma com a previsão de todos os editais de seleção subsequentes e as localidades contempladas em cada um destes editais.

Em 2018-2019 o PNO de Radiodifusão Comunitária disponibiliza 7 editais para rádios comunitárias, abrangendo 697 localidades com oportunidades de novas outorgas, segundo dados do MCTIC. Deste total, 340 municípios ainda não possuem nenhuma entidade autorizada.

A Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço Brasil) criticou em parte o PNO 2018-2019. Segundo a entidade, o MCTIC deveria priorizar os municípios onde ainda não houve nenhuma publicação de edital e; portanto, não terão oportunidade de implantar rádio comunitária.

A Abraço Brasil orienta as associações organizadas a fazerem a demonstração de interesse ao MCTIC, pressionando o governo para que inclua no PNO os municípios ainda não contemplados pelo serviço de radiodifusão comunitária.

As pessoas ou entidades interessadas em criar rádios comunitárias devem “provocar” o MCTIC, enviando o documento de demonstração de interesse para o ministério.

No PNO 2018-2019 de Radiodifusão Comunitária estão previstos sete editais, a partir do mês de março. O Maranhão será contemplado apenas nos editais 1, 2 e 3 (conforme a lista dos municípios acima). Os editais 4 (setembro), 5 (novembro), 6 (janeiro 2019) e 7 (março 2019) não contemplam municípios maranhenses.

O MCTIC disponibiliza o email duvidasradcom@mctic.gov.br para a obtenção de informações sobre o PNO ou qualquer outro assunto acerca do Serviço de Radiodifusão Comunitária.

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III Simpósio Nacional do Rádio será realizado em Conceição do Coité

O III Simpósio Nacional do Rádio, com o tema “Todos os rádios do Brasil:  novas frequências, sintonias e conexões para a democracia”, é a edição 2018 do principal evento promovido pelo GP Rádio e Mídia Sonora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom.

Este ano, o simpósio será realizado sob acolhida do Curso de Comunicação Social (Rádio e TV) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), campus XIV, na cidade de Conceição do Coité, no nordeste baiano, fora do eixo dos grandes centros urbanos, proporcionando ampliação de linguagens e contextos de atuação das práticas de radiofonia.

Segundo a organização do evento, será um momento importante para debates acerca dos ativismos da contemporaneidade, bem como das mutações na forma de fazer e vivenciar o rádio, constituindo uma nova  oportunidade de dialogar, universalmente, com as diferentes tendências e dialetos sonoros e radiofônicos circulantes pelo Brasil.

O prazo para submissão dos resumos expandidos vai até 03 de março de 2018.

Veja todas as informações no site https://simposioradio2018.wordpress.com/

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Juscelino Kubistcheck, Lula e apartamentos: “velho” Judiciário é o mesmo de hoje?

Ed Wilson Araújo

O que há de comum entre o tríplex do Guarujá e um apartamento na Vieira Souto?

Os imóveis, em diferentes épocas, foram atribuídos aos ex-presidentes Juscelino Kubistcheck e Lula, respectivamente.

E qual a influência do Judiciário na atribuição da propriedade a eles?

Uma das pistas para encontrar a resposta está no “Diário do Entardecer”, obra do escritor Josué Montello, que relata as confidências de Juscelino Kubistcheck diante da angústia de uma acusação que ele considerada indevida.

Mas, não só isso. JK revela detalhes sórdidos no submundo do Supremo Tribunal Federal (STF), à época.

Transcrevo abaixo um trecho do diário montelliano, tal qual está na imagem recortada, à página 114:

“Nos atropelos da viagem para Lisboa, não esqueço de levar meu abraço de despedida a Juscelino Kubistcheck, a quem devo outro abraço, mais forte e efusivo, por sua vitória no Supremo Tribunal Federal, o qual se negou, por unanimidade, a tomar conhecimento da acusação levantada contra o ex-Presidente, como suposto proprietário de um apartamento em que reside, na avenida Vieira Souto, e que teria sido adquirido ilicitamente, tendo como testa de ferro o ex-Ministro Sebastião Paes de Almeida.

Senti-o, em nosso último encontro, há quatro dias, tenso, abatido, e vejo agora que está novamente lépido, descontraído, otimista. E é ele quem me explica sua transformação:

– Passei uma semana atormentada. Imagine você que, na quarta-feira da semana passada, quando ia ser julgado o processo, um novo Ministro do Supremo, o Thompson Flores, nomeado recentemente pelo presidente Costa e Silva, pediu vistas. Fiquei certo de que era uma manobra política, destinada a pressionar o Supremo. Ali, como você sabe, tenho muitos inimigos – uns, por não ter nomeado Embaixadores; outros, por não ter atendido em pedidos menores. Diante disso, esperei o pior. Agora, ouça o que lhe vou revelar: eu dispus tudo para me matar, caso o julgamento do Supremo fosse contrário a mim.

E ante meu espanto:

– Eu não tinha outro recurso para provar minha honradez. A sentença iníqua estouraria como uma bomba em todo o mundo. Só o recurso extremo do Presidente Vargas, com uma bala no peito, como um ato político, poderia responder à iniquidade.” (Trecho datado em 16 de maio de 1968, no Diário do Entardecer).

Jk e Lula, guardadas as devidas proporções, foram objeto de intensas campanhas midiáticas e perseguições políticas, orquestradas com o velho carimbo da UDN, a elite patrimonialista e clientelista que domina o Brasil desde tanto tempo.

A memória política do Brasil está recheada de lances obscuros, alguns deles revelados apenas em documentos secretos, trazidos a tona após longas buscas investigatórias. As ossadas do cemitério clandestino de Perus são apenas um exemplo.

JK não recorreu ao suicídio, como chegara a cogitar. Ele morreu em um acidente de carro, em circunstâncias nunca explicadas na totalidade.