Categorias
Notícias

Bob Marley era fã do Santos e jogou bola com Chico Buarque

O programa Música Futebol Clube, criado e apresentado pelo jornalista Fábio Cabral, vem se destacando pela qualidade das informações e formato agradável de assistir.

Neste episódio ele revela a paixão do ídolo do reggae, Bob Marley, pelo futebol e especialmente pelo Santos, time de Pelé.

Marley amava o time santista e o futebol brasileiro, mas nunca chegou fazer um show aqui. Ele veio ao país uma só vez para fazer o lançamento do selo de uma gravadora e acabou visitando Chico Buarque, com quem jogou uma pelada no famoso campo Politeama.

Assista ao vídeo.

Imagem destacada capturada neste site

Categorias
Notícias

Conheça a rádio comunitária Mocidade FM, em Serrano do Maranhão

Neste vídeo conversamos com o radialista Donato Duran, locutor da rádio comunitária Mocidade FM, a única emissora do município de Serrano do Maranhão, localizado no litoral ocidental, na região também conhecida como Floresta dos Guarás.

Donato Duran fala sobre a importância da rádio no município, a interação com os ouvintes, a prestação de serviços e o entretenimento proporcionado pela emissora.

Veja o vídeo.

Imagem destacada: o presidente da Abraço Maranhão, Ed Wilson Araújo, Donato Duran e o engenheiro Fernando Cesar Moraes em visita à rádio comunitária Mocidade FM

Categorias
Notícias

Prazo prorrogado! IV Simpósio Nacional de Arte e Mídia recebe resumos até 10 de fevereiro

Foi prorrogado para o dia 10 de fevereiro o prazo de envio de resumos expandidos ao quarto Simpósio será realizada em São Luís

A Comissão organizadora do IV Simpósio Nacional de Arte e Mídia, que acontecerá de 3 a 5 de abril, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), prorrogou o prazo para submissão de trabalhos (resumos expandidos). Até o dia 10 de fevereiro de 2019, os interessados poderão enviar trabalhos para a quarta edição do evento, que selecionará resultados finais ou parciais de projetos de pesquisa em nível de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado, assim como relatos de experiência de pesquisas artísticas e midiáticas.

O Simpósio é promovido pelo Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem (Nuppi) com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e traz como tema central “Imagina(R)Existências”. Através dessa temática busca-se promover o debate sobre as resistências, imagens e iniciativas que com seu acontecer reafirmam a variabilidade de existências possíveis e que acabam muitas vezes por se contrapor às visibilidades e narrativas predominantes nos meios midiáticos e artísticos.

Compõem a programação do evento pessoas de referências do campo da comunicação social e das artes. Dentre eles já estão confirmadas: Rosana Paulino, Miro Spinelli, Rosane Borges, Cíntia Guedes, Genilson Guajajara e Antônio Bispo. A conferência de abertura será ministrada pela artista e doutora Artes Visuais pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), Rosana Paulino. A obra de Paulino caracteriza-se por abordar temáticas ligadas a questões sociais, étnicas e de gênero e tem encontrado destaque e repercussão no cenário artístico nacional. Seus trabalhos têm como foco principal a posição da mulher negra na sociedade brasileira e os diversos tipos de violência sofridos por esta população decorrente do racismo e das marcas deixadas pela escravidão.

Durante o Simpósio, além de palestras, mesas redondas, oficinas, exibição de filmes, atividades culturais e artísticas, também serão realizadas as reuniões dos Grupos de Trabalho (GTs) do evento. Os Gts, coordenados por pesquisadoras e pesquisadores de diferentes instituições do Brasil, configuram-se como um espaço favorável à troca e reflexão sobre diversas temáticas emergentes na intersecção entre arte e mídia.

A submissão de trabalhos pode ser feita no formato de resumo expandido, de 2 a 5 páginas, que deve ser enviado para o e-mail coletivonuppi@gmail.com até 10 de fevereiro. Poderão ser submetidos resultados finais ou parciais de projetos de pesquisa em nível de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado, assim como relatos de experiência de pesquisas artísticas e midiáticas. Outras informações sobre o processo de submissão de trabalhos acessem http://simposioartemidia.ufma.br . Confira abaixo a lista dos Grupos de Trabalho e suas ementas:

GT 1 – Estética, mídia e cultura – Metodologias de pesquisas em mediações culturais. Arte e cultura popular. Folkcomunicação. Artivismo e ação cultural. Cultura das mídias. Memória e patrimônio cultural.

GT 2 – Arte contemporânea e o contemporâneo das artes – Estados e Estudos Contemporâneos das Artes. Artes Integradas e Sociedade Contemporânea Fragmentada. História Social da Arte. Ensino das artes e da cultura visual. Pensamentos emergentes sobre processos criativos e artísticos como existência e resistência.

GT 3 – Fotografia, cinema e vídeo – Tecnologias, linguagens e estéticas fotográficas e audiovisuais. Narrativas: hibridismo e transmidiação. Visualidades e visibilidades contemporâneas. Videoarte. Fotografia artística. Usos sociais e cotidiano das imagens técnicas. Suportes e materialidades.

GT 4 – Redes Sociais, Mídias Digitais e Economia das imagens – Economia e Política das imagens. Midiativismo. Cultura Visual e partilha em rede. Arte, design e comunicação visual. Curadoria digital. Arquivos e apropriações.

GT 5 – Corpo, arte e mídia – Teatro e os desafios da narrativa. Performance: corpo, memórias e tecnologias. Corpo instalação. Intervenções urbanas: o corpo e a cidade. O corpo e os invisíveis. Corpo e conflito. Corpo e imagem. Corpo e gênero. Corpo e racialidade.

GT 6 – Palavra, imagem e som – Música e mídia sonora. Rádio, podcast, streaming e compartilhamento. Trilha sonora, som ambiente, sonoplastia e ruído no audiovisual. Audiodescrição. Arte Sonora. Literaturas expandidas. Poesia visual e sonora. Linguagens poéticas e mídias. Palavra e performance. Literaturas e artes visuais.

Calendário dos GTs

Envio de resumos – 10 de fevereiro

Aceite dos resumos – 25 de fevereiro

Serviço

O que

IV Simpósio Nacional de Arte e Mídia

Quando

03, 04, 05 de abril de 2019

Onde

Universidade Federal do Maranhão e Instituto Federal do Maranhão

Categorias
Notícias

Artistas nas rádios comunitárias: o talento musical de Lucas Brenner, da Bacuri FM

José Lucas, diretor da Abraço Maranhão e da rádio comunitária Bacuri FM, tem múltiplas habilidades. É radialista, pedreiro, eletricista e carpinteiro, entre outras profissões, mas se destacou também na música, onde é conhecido pelo nome artístico de Lucas Brenner.

No início dos anos 1990, quando ainda era muito difícil gravar um CD, ele superou todas as dificuldades e emplacou a música “A garçonete” no seu primeiro disco, intitulado “Eu e você”.

A segunda produção foi o CD “Sonhos de Primavera” e depois veio o terceiro disco, lançado apenas nas redes sociais. Na família de Brenner tem ainda o talento do seu irmão, José Raimundo, líder da banda ZN, bastante requisitada na região de Bacuri e Cururupu.

Lucas Brenner é cantor e compositor. Suas músicas caminham na trilha do brega e do arrocha, mas têm muita influência percussiva. “Gosto muito de botar um tambor”, frisou Brenner.

O tambor de crioula, marcante na musicalidade maranhense, está muito presente na Baixada e no Litoral Ocidental, onde ainda resistem muitas tradições remanescentes das comunidades quilombolas.

Essa influência sonora junta-se ao carimbó de Pinduca e faz uma mistura sonora interessante na fronteira entre o Maranhão e o Pará.

As rádios comunitárias cumprem um papel fundamental na divulgação dos artistas populares que não têm acesso aos grandes meios de comunicação.

Imagem / Ed Wilson Araújo: Em visita à rádio Bacuri FM, o engenheiro Fernando Cesar Moraes aprecia o trabalho musical de Lucas Brenner

Categorias
Artigos

Plano Diretor de São Luís, para que e a quem serve?

Luiz Eduardo Neves dos Santos *

* Professor Adjunto I do Curso de Licenciatura em Ciências Humanas da UFMA,  Campus Pinheiro. Doutorando em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia pela UFC.

Desde o dia 17 de janeiro, a Prefeitura Municipal de São Luís, vem organizando audiências públicas para revisão da Lei 4.669/06 que dispõe sobre o Plano Diretor. Ao todo são 9 sessões, que terminarão no próximo dia 2 de fevereiro. O Capítulo III, do Art. 40, §4º, I, do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001), determina que, para elaborar o plano diretor e fiscalizar sua implantação, os municípios devem realizar “audiências públicas e debates com a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade”. 

O Plano Diretor é um diagnóstico científico da realidade territorial socioeconômica e política do município, segundo Flávio Villaça, “apresenta um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento dos usos do solo urbano, das redes de infra-estrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana”. Portanto, é indiscutível a relevância desta legislação. 

O processo de revisão do Plano Diretor de São Luís foi proposto em 2015 por órgãos da prefeitura com o intuito de fazer apenas alguns ajustes no texto sobre o Macrozoneamento Ambiental, estratégia que visava a discussão e aprovação da legislação de zoneamento, parcelamento, uso e ocupação do solo, uma lei que complementa o Plano Diretor e estabelece índices e usos urbanísticos, dividindo a cidade em zonas. O processo previa 8 audiências, o Ministério Público Estadual e a sociedade civil pediram um número maior e mais divulgação à época, a prefeitura acatou e estabeleceu 15 audiências, destas, 13 foram realizadas e o processo foi cancelado pelo MP Estadual que determinou que se discutisse, de maneira mais ampla, o Plano Diretor.

O Plano Diretor de fato foi rediscutido por órgãos e membros da prefeitura e de outros setores da sociedade em reuniões técnicas no Conselho da Cidade. Houve alterações que chamam atenção do ponto de vista quantitativo, como a inclusão de 59 artigos, exclusão de outros 19 e algumas inclusões textuais. Mas no geral, do ponto de vista qualitativo, não há diferenças substanciais em relação a lei vigente. 

Algumas propostas estão recebendo duras críticas da sociedade civil, a exemplo da escandalosa supressão da Zona Rural sem a devida apresentação de estudos técnicos consistentes, utilizando uma metodologia frágil, baseada principalmente em imagens de satélite e fotografias aéreas de 2009, e sem uma análise empírica do território passível de ser transformado em zona urbana, que por sua vez apresenta características de ocupação espontânea recente, sem o mínimo de infraestrutura. Outra questão a ser destacada são as respostas do Instituto da Cidade (INCID) por meio de seu presidente José Marcelo do Espírito Santo, quando das indagações, elas em muitas ocasiões são vagas, às vezes em linguagem não adequada à população leiga e frequentemente não satisfazem os que levantam as questões, o que faz das audiências um grande teatro.

Pelo que há na proposta, a ampliação da zona urbana, sobretudo na porção oeste e sudoeste do território – chamado no Macrozoneamento Urbano de “zona em consolidação 2” – favorecerá a instalação de um porto privado ao sul da baía de São Marcos, objeto da sanha do capital financeiro chinês, que possui previsão de investimentos em São Luís com o aval do governo estadual. Os próprios representantes da prefeitura defenderam essa posição nas audiências, o discurso é velho conhecido: tais empreendimentos proporcionarão emprego, renda e desenvolvimento ao município. Curiosamente, apenas setores empresariais da construção civil estão batendo palmas.  Além disso, tal ampliação comprime um território da zona rural na bacia do rio dos Cachorros, onde estão comunidades como Taim, Colier, Juçaral, Santa Cruz, que sofrerão em pouco tempo com a investida de empresários para comprar suas terras e destruir seus modos de vida caso a proposta vá para frente. 

É digno de nota ainda, a omissão dos funcionários do alto escalão da gestão Edivaldo Holanda Junior em não propor neste Plano Diretor a delimitação de novas Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) no município, principalmente em territórios da porção norte de São Luís e na área do Itaqui-Bacanga, onde há grande adensamento e milhares de ocupações precárias. As ZEIS ou ZIS (Zonas de Interesse Social) como é chamada na legislação vigente nunca foram regulamentadas enquanto instrumento de política urbana, apesar de existirem desde 1992, um absurdo, já que elas abrem possibilidades de garantia de fixação via regularização fundiária aos habitantes pobres em diversos bairros da cidade. 

O que a prefeitura tem feito, de forma irresponsável, é criar ZIS em lugares distantes na zona rural via Programas como o Minha Casa, Minha Vida – a exemplo do elefante branco na comunidade Mato Grosso – favorecendo o lucro de construtores, promovendo uma segregação institucionalizada ao deixar milhares de pessoas sem o mínimo de dignidade, usurpando-as do direito de ter saneamento básico, transporte público adequado, rede de água potável, acesso à serviços e equipamentos urbanos como escolas, creches, hospitais, dentre outros. 

Outro ponto que merece destaque e que tem sido objeto de polêmica nas audiências é o descaso com o Mapa de Vulnerabilidade Socioambiental, que vem sendo prometido pela prefeitura e pelo INCID há mais de uma década, o que configura um total desrespeito à população da cidade. Tal mapa seria de extrema importância para diagnosticar problemas ambientais e sociais em muitos territórios do município. Na lei vigente de 2006 a prefeitura tinha um prazo de 90 dias a partir da data de promulgação do Plano Diretor para elaborar o mapa de vulnerabilidade socioambiental, até hoje nunca se viu tal mapa. Na proposta atual o prazo para elaboração é de 150 dias, o que é um acinte se formos levar em consideração um atraso de 12 anos.

Pelo exposto, ainda é preciso dizer que o planejamento urbano em São Luís tem sido uma lástima nos últimos 30 anos, só para falar de um período mais recente. A pobreza e a desigualdade têm aumentado na cidade, assentamentos informais se proliferam, o transporte público é caótico e caro, não há acessibilidade digna, ruas e avenidas padecem por falta de pavimentação – aliás essa cidade é dos carros – faltam espaços públicos de lazer, não por acaso os shoppings estão abarrotados de gente. 

A impressão que dá é que os planejadores deste município – que são os mesmos há três décadas! – ainda não saíram de seus gabinetes refrigerados, não conhecem a totalidade da cidade concreta e os problemas reais de seus habitantes, conhecem no máximo a cidade legal e/ou a cidade pelos mapas e estão a serviço dos poderosos. Aliás, as legislações urbanísticas representam as ideologias das elites, funcionando como marco delimitador de fronteiras de poder, como bem pode ser observado no processo de revisão do Plano Diretor atual. O planejamento urbano deve ser feito com a participação ativa da população no cotidiano e não apenas em poucas audiências públicas em intervalos de anos, como diria Jane Jacobs o planejamento urbano tem como “objetivo alcançar uma vitalidade urbana”, levando em conta as relações de proximidade, afinal nunca é demais lembrar a lição deixada por Milton Santos nos limites da sua psicosfera: “o planejamento urbano, antes de tudo, supõe uma mudança de comportamento nos habitantes da cidade”, o que a gestão municipal, definitivamente, não leva em consideração.

Imagem / Reprodução / TV Mirante: caminho da roça no Calhau, na área nobre de São Luís, onde deveria ser uma calçada.

Categorias
Artigos

Apenas visita protocolar dos vereadores à Alumar, não Vale

Após a repercussão sobre as condições de segurança das lagoas de resíduos de bauxita da Alumar, os vereadores de São Luís decidiram montar uma comissão para inspecionar as instalações da multinacional, nesta quinta-feira (31), às 14 horas.

Em nota, a empresa antecipou o discurso, afirmando que as
ARBs (Áreas de Resíduos de Bauxita) não oferecem riscos de vazamento.

A iniciativa da Câmara Municipal só está ocorrendo porque o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho mobiliza a opinião pública sobre outros potenciais poluidores Brasil afora.

Com as devidas exceções, os nossos edis têm algumas dívidas com a cidade. A Câmara, por exemplo, se mobiliza para discutir projeto similar ao “Escola Sem Partido”, mas não tem o mesmo empenho para fiscalizar algumas escolas da rede municipal de São Luís que correm o risco de desabar sobre as crianças e os professores.

A Alumar e a Vale são irmãs siamesas filhas da poluição, mas em raras ocasiões foram objeto da atenção dos vereadores, deputados ou senadores do Maranhão.

Justiça seja feita ao vereador Sá Marques, ex-funcionário da Alumar, que se manifestou com preocupação e conhecimento técnico sobre as condições de segurança das rumorosas lagoas de lama vermelha, onde estão armazenados os resíduos de bauxita resultantes do processo de produção de alumina.

Na Assembleia Legislativa apenas o deputado Wellington do Curso vem se posicionando sobre a urgência de fiscalizar as empresas como Vale e Alumar.

É preciso, portanto, muita atenção à qualidade da visita dos edis a uma multinacional tão poderosa. Se for apenas uma inspeção protocolar, para ouvir a direção da Alumar, fazer self e divulgar nas redes sociais, não Vale!

A inspeção dos vereadores precisa ter consequências. Eles têm todas as condições de mobilizar a cidade para cobrar transparência da Alumar, mediante a apresentação de relatórios circunstanciados, analisados por especialistas e pesquisadores independentes, capazes de traduzir os termos técnicos e torná-los acessíveis à maioria da população.

Os vereadores devem também convocar audiências públicas e obrigar a Alumar a comparecer e prestar contas sobre as reais condições de armazenamento dos resíduos da bauxita.

As audiências públicas devem ser realizadas tanto na Câmara Municipal quanto nos bairros de São Luís, com ampla divulgação, transmissões ao vivo pelas redes sociais, acompanhadas de material didático acessível aos moradores.

A Alumar e a Vale estão no centro do debate atual da cidade, visto que a Prefeitura de São Luís está fazendo a revisão do Plano Diretor e, na proposta, prevê a redução da zona rural em 41%.

Serão suprimidos mais de 8 mil hectares e, obviamente, este território deve ser pleiteado para expandir a zona industrial. É aí que mora o perigo.

Portanto, há um jogo muito poderoso de interesses na revisão do Plano Diretor, onde atuam como lobistas as empreiteiras e a Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), esta a principal interessada na redução da zona rural para expandir as plantas industriais dos empreendimentos mínero-metalúrgicos e outros tão agressivos quanto.

Em São Luís já funciona uma usina termelétrica à base de carvão mineral, da Eneva. Outros empreendimentos podem estar de olho na revisão do Plano Diretor, que ao final passará pelo aval de quem?

Justamente ela, a Câmara Municipal.

Como se vê, a inspeção dos vereadores na Alumar não é algo tão simples.

Categorias
Artigos

Proposta de revisão do Plano Diretor destrói a zona rural de São Luís

José Guilherme Carvalho Zagallo, advogado

A Prefeitura de São Luís está submetendo à população, por intermédio de nove audiências públicas, proposta de revisão do Plano Diretor – Lei nº 4.669/06, que reduz em 41% a zona rural do município.

O Plano Diretor é a lei urbanística mais importante de um município. É a partir dela que todas as outras leis que tratam da questão urbana são editadas, como lei de zoneamento, uso e ocupação do solo, lei de toponímia, dentre outras.

A atual lei do Plano Diretor de São Luís é do ano 2006, e, deveria ter sido revisada até 2016, conforme determina o Estatuto das Cidades – lei federal nº 10.257/2001, que também obriga que esse processo tenha participação da população, na forma de audiências públicas.

A Prefeitura chegou a iniciar o processo de revisão do Plano Diretor em 2015, mas por falhas graves no processo de revisão tais como divulgação precária das audiências e revisão simultânea da lei de zoneamento, uso e ocupação do solo, houve uma recomendação do Ministério Público Estadual para que o processo fosse reiniciado, com a revisão exclusiva do Plano Diretor, que foi transformada num Termo de Ajuste de Conduta.

Com base nesse Termo de Ajuste de Conduta, o Município de São Luís, através do seu Conselho da Cidade, que tem representantes do poder público e da sociedade civil, elaborou uma minuta de alteração da Lei nº 4.669/06, propondo uma grande revisão, com a inclusão de 59 artigos, alteração de outros 63 artigos e exclusão de 19 artigos, além da substituição dos 3 mapas anexos à lei, sendo que estes foram elaborados com base em imagens aéreas realizadas em 2009.

Dentre as principais alterações propostas estão a redução de 8.643 hectares na zona rural do município, que passaria de 20.820 hectares para 12.177 hectares, a redução de 11,5 hectares da área de dunas, a diminuição das áreas de recarga de aquíferos e a redução parcial da área protegida no Sítio Santa Eulália.

Causam espanto as propostas apresentadas, pois terão graves consequências sobre a produção rural do município, além de permitir a ampliação da já elevada atividade industrial na Ilha de São Luís, que já emite quatro vezes o volume poluição do Município de Cubatão, em São Paulo, e ultrapassa os limites legais de emissões de três poluentes, segundo relatório produzido em janeiro de 2017 pela Secretaria de Indústria e Comércio do Estado do Maranhão. Além disso, afetará a produção de água potável em São Luís, uma vez que 40% da água consumida é extraída do subsolo da ilha.

Todos esses pontos de preocupação quanto ao conteúdo da proposta apresentada têm sido apontados, nas audiências públicas já realizadas, por professores, líderes comunitários, pesquisadores e ambientalistas, que também criticam a ausência de estudos técnicos a justificar cada uma dessas alterações.

Espera-se que o Poder Executivo Municipal reavalie sua proposta, e que, antes de enviar o Projeto de Lei à Câmara de Vereadores, proceda os ajustes quanto aos problemas que estão sendo levantados nas audiências públicas.

Foto: Claudio Castro

Categorias
Artigos

Abaixo o desmonte da EBC no Maranhão!

Sindicatos e funcionários reagem aos ataques do governo federal para destruir um patrimônio do Brasil. Veja a nota abaixo:

Nesta segunda-feira, os trabalhadores da EBC Maranhão foram surpreendidos com o fim súbito do telejornal local, sem qualquer aviso inclusive aos telespectadores. Superintendente e coordenadores de jornalismo e operações da praça foram dispensados de suas funções, deixando tudo à deriva por lá. Até as portas dos setores foram fechadas, de modo que os trabalhadores no momento se encontram sem poder entrar nas salas, sem local para ficar e sem qualquer orientação.

Esta situação é absurda. Entendemos que qualquer processo de reestruturação deve ser feito a partir do diálogo com os trabalhadores, sendo pautado numa relação de respeito. Infelizmente, não é isto que estamos vendo. Não há sequer transparência da empresa com relação ao que se pretende, de maneira que somos periodicamente informados pela imprensa que praça x ou y vai fechar ou mesmo, nas palavras de um determinado veículo, “ser dizimada”. Ora, é das vidas das pessoas que estamos falando.

Nenhuma praça deve fechar, pois isto significa diminuir a abrangência da comunicação pública no país. 

A praça Maranhão particularmente tem história: são 50 anos da emissora de TV no ar (antes como TVE) e 30 só de telejornal local. Não é razoável colocar uma pá de cal em cima de tudo isso dessa forma atabalhoada. Inclusive a lei de criação da EBC estabelece a exigência de veiculação de conteúdos regionalizados. 

Sendo assim, reivindicamos que as entidades dos trabalhadores sejam recebidas pela direção da empresa para uma reunião em que se esclareça que reestruturação se pretende fazer e como ela impactará a vida dos funcionários. Reivindicamos também que a direção da empresa explique como fica a situação da praça do Maranhão, totalmente à deriva neste momento. 

Assinam esta nota:

 Comissão de Empregados da EBC

Sindicato dos Jornalistas de Brasília

Sindicato dos Radialistas de Brasília

Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro

Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro

Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

Sindicato dos Radialistas de São Paulo

Categorias
Notícias

Alumar emite nota e garante que as lagoas de lama vermelha não oferecem riscos em São Luís

Por meio da sua Assessoria de Imprensa, a Alumar divulgou um comunicado garantindo que as ARBs (Áreas de Resíduos de Bauxita) não oferecem riscos de vazamento.

O comunicado foi enviado ao blog após a publicação do texto que cobra uma intensa fiscalização nas instalações na multinacional, principalmente nas lagoas de lama vermelha, onde estão depositados os resíduos.

Em sua justificativa, a Alumar informa que opera “dentro dos mais altos padrões internacionais” de segurança e alinhada às agências ambientais e regulatórias.

Apesar do esclarecimento da empresa, o blog mantém a proposta de ampla fiscalização dentro das instalações da fábrica, envolvendo uma força-tarefa de parlamentares, Ministério Público, Governo do Estado e Ibama.

As ARBs são conhecidas pela designação de lagoas de lama vermelha, coloração resultante do refinamento da bauxita, durante o processo de produção da alumina.

“Todas as ARBs possuem a parte interna (taludes e fundo)  impermeabilizados com sistema composto por três barreiras de proteção”, garante a Alumar.

Segundo o comunicado, a multinacional possui sete áreas de Disposição de Resíduos de Bauxita, Desse total, três já foram fechadas e reabilitadas.

Veja abaixo o comunicado integral.

O Consórcio de Alumínio do Maranhão – Alumar – formado pelas empresas Alcoa, Rio Tinto e South32 opera dentro dos mais altos padrões internacionais. Trabalhamos alinhados às várias agências ambientais e regulatórias, incluindo as Secretarias do Meio Ambiente no sentido de garantir excelência operacional e evitar riscos.

A Alumar foi planejada e implantada com modernas tecnologias e mantém o seu sistema em conformidade com as suas políticas de saúde, segurança e meio ambiente.

Sobre as ARBs

As Áreas de Resíduos de Bauxita nascem de minuciosos projetos de engenharia e são construídas com alto controle de qualidade, a fim de garantir a sua operacionalização, sem oferecer riscos.

O ciclo de vida das ARBs envolve projeto, construção, operação e reabilitação. Todas as etapas passam por processo de monitoramento, para garantir a integridade estrutural das áreas.

As ARBs são áreas especialmente construídas para a atividade de disposição do resíduo alcalino oriundo do processo de refinamento da bauxita, minério de cor avermelhada, para obtenção de Alumina, e são dimensionadas com base na produção da Refinaria, na geração de resíduo e no balanço hídrico da planta. Atualmente, a produção de Alumina é de 3,7 milhões de toneladas por ano.

As ARBs são formadas pelos Sistema de Contenção, Sistema de Impermeabilização e Sistema de Drenagem de Fundo. Este método construtivo não utiliza o próprio resíduo como material de construção e sim o solo local, conforme investigação geotécnica realizada para a implantação de cada área. Tais diques possuem altura máxima de 25 m.

Todas as ARBs possuem a parte interna (taludes e fundo)  impermeabilizados com sistema composto por três barreiras de proteção.

Adicionalmente, um fator muito relevante é a presença de sistemas de drenagem de fundo, cuja função é aliviar a pressão hidrostática no interior das áreas. Tal pressão é monitorada através de piezômetros elétricos.

A Alumar possui sete áreas de Disposição de Resíduos de Bauxita. E destas, três já foram fechadas e reabilitadas.

Aplicando os melhores recursos tecnológicos e as mais rigorosas normas de engenharia do mundo, a Alumar, em parceria com a UFMA, tem desenvolvido pesquisas para a transformação sustentável do resíduo.

Imagem: jornal O Imparcial

Categorias
Artigos

Sobre Brumadinho e o nosso vizinho, Alumar, em São Luís

Já está passando da hora de os vereadores de São Luís, a Assembleia Legislativa do Maranhão, deputados federais, senadores, Ministério Público e o Governo do Estado constituírem uma força tarefa para fiscalizar a Vale e a Alumar, em São Luís.

Atenção especial deve ser dispensada à multinacional Alumar, fábrica de alumínio instalada no Distrito Industrial de São Luís, desde a década de 1980.

Na Alumar, a lama vermelha, resíduo da indústria de beneficiamento do alumino, é gerada a partir do refino da bauxita para produção de alumina (Al2O3).

As rumorosas “lagoas de lama vermelha” da Alumar são pouco agendadas entre os parlamentares e nos meios de comunicação. Com o novo desastre provocado pela Vale, em Brumadinho, o assunto vem à tona, mas sem desdobramentos visíveis.

É urgente dar ampla publicidade a uma rigorosa fiscalização na Alumar.

Quando digo fiscalizar falo em montar comissões e fazer visita in loco às instalações onde estão depositados os rejeitos nas lagoas de lama vermelha.

Essas visitas devem ser amplamente divulgadas, com imagens, acompanhadas de relatórios substanciosos sobre as condições de segurança onde estão armazenados os rejeitos.

Deputados e vereadores podem ainda solicitar audiências públicas com a representação da Alumar, dando divulgação ampla, a fim de que a população possa tomar conhecimento sobre todos os procedimentos de segurança nos depósitos de rejeitos.

A Vale e a Alumar instalaram-se em São Luís nos anos 1980, no contexto da modernização conservadora do Maranhão, mediante a promessa de geração de empregos e prosperidade.

As duas empresas sempre foram questionadas pelos movimentos ambientalistas, mas nunca fiscalizadas com rigor, apesar da repercussão negativa da Vale desde o desastre de Mariana, em 2015.

Brumadinho é mais um aviso.

Imagem: lagoa de lama vermelha / O Imparcial