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Causos de campanhas eleitorais: o jumento namorador

O blog publica hoje o terceiro episódio da série “Causos de campanhas eleitorais”. Veja os dois primeiros aqui

Nos anos 1980 as campanhas dos partidos pobres tinham um grande engenho criativo.

Com parcos recursos, a candidatura de prefeito e vereadores em uma cidade média do leste do Maranhão inventou uma carroça multimídia para animar a campanha.

Equiparam a carroça com sistema de som e uma televisão. E assim percorriam a cidade, faziam visitas e reuniões nas comunidades e pequenos comícios. A TV servia para exibir um filme à época muito utilizado para projetar a figura de um grande líder da esquerda.

A carroça era atração na cidade e mobilizou muita gente.

No decorrer da campanha, um grande comício estava sendo preparado para receber líderes políticos de São Luís que iriam prestigiar as candidaturas locais.

O comício fora anunciado nos quatro cantos da cidade pelo sistema de som da carroça, gerando grande expectativa.

No meio da tarde, depois de uma exaustiva jornada de trabalho, a carroça foi recolhida para voltar à praça principal da cidade às 19h.

Nesse intervalo, os partidários das candidaturas foram tomar banho e se preparar para o grande evento.

Quando tudo parecia perfeito, eis que o jumento-condutor da carroça, querido por todos e codinominado Ambrósio, desapareceu!

Foi um Deus nos acuda.

Ambrósio já era uma personagem da campanha e às vezes mais famoso que os próprios candidatos.

Todos os esforços e buscas para encontrá-lo resultaram em nada.

O comício foi improvisado sobre uma velha caminhonete porque ninguém encontrou Ambrósio.

Só no dia seguinte, depois de uma força tarefa de busca, o jumento foi encontrado às margens de um campo, na beira de um lago, enamorado de uma formosa burra.

Entre todas as candidaturas, ninguém se elegeu. Apenas Ambrósio ficou na memória do povo pela sua peripécia no dia mais importante da campanha.

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Rádio e agricultura familiar: cultivo de hortaliças muda a realidade do povoado Flexeira, nos Lençóis Maranhenses

Rádio comunitária como indutora do desenvolvimento local. Esse objetivo está sendo alcançado através da parceria entre a Secretaria de Estado da Agricultura do Maranhão (Sagrima) e a Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço). A iniciativa vem mudando a realidade do povoado Flexeira, em Humberto de Campos, na região dos Lençóis Maranhenses.

Flexeira é pioneiro na implantação do projeto “Mulheres semeando quintais”, que consiste na produção de hortaliças nas áreas livres dos fundos das casas do povoado.

Os quintais que eram apenas terrenos baldios agora produzem alface, tomate, cebolinha, coentro, cheiro verde, quiabo, entre outros. O projeto já funciona em 17 quintais. Toda a produção é aproveitada para consumo e venda do excedente pelas famílias.

A Sagrima viabilizou kits de irrigação e assistência técnica para orientar todo o processo de preparo da terra, manejo das sementes, plantio e monitoramento dos cultivos.

A ideia de cultivar os quintais partiu do diretor da Abraço Maranhão, engenheiro Fernando Cesar Moraes, em diálogo com a rádio comunitária Mapari 87.9 FM, sediada em Flexeira. A emissora coordenada pela professora Lauri e Erick Viegas abraçou a ideia e foi fundamental no trabalho da comunicação visando sensibilizar a comunidade para aderir ao projeto (veja vídeo abaixo).

Dona Licinha partilha a alegria do projeto com a professora Lauri e Erick Viegas, da rádio comunitária Mapari FM

A proposta foi acatada e aperfeiçoada na Sagrima, à época sob a gestão do secretário Luiz Henrique Lula. “Percebemos o potencial da parceria envolvendo a produção de alimentos e a mobilização local através da rádio comunitária e logo designamos a nossa equipe para acompanhar o projeto, viabilizando todas as condições materiais e assistência técnica”, destacou Lula.

O engenheiro Moraes sonha em multiplicar o projeto para outras emissoras comunitárias e criar uma cadeia de produção de alimentos saudáveis, gerando renda e segurança alimentar para milhares de famílias no Maranhão.

Veja depoimentos de integrantes do projeto “Mulheres semeando quintais”

“Ver as famílias e especialmente as mulheres fazendo sementeiras, canteiros, plantando, colhendo e vendendo o excedente dá uma alegria danada e a certeza de que para combater a pobreza, a insegurança alimentar, gerar trabalho, renda e dignidade para o povo das comunidades rurais, precisamos de tão pouco”, comemorou José de Mesquita, coordenador da equipe técnica da Sagrima.

Imagem destacada / Pastor Teorodo, entusiasta do projeto, colhe alface em seu quintal

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César Teixeira em novo show: “Samba de Botequim”

“Samba de Botequim” é o mais novo projeto e show que o cantor e compositor Cesar Teixeira vai apresentar no dia 23 de setembro, às 21h, no Ceprama, no Centro de São Luís. Na oportunidade haveráa arrecadação de alimentos destinados à APROSMA, a Associação dasProfissionais do Sexono Maranhão, que atua na área do Centro Histórico da capital maranhense.

Em 53 anos de carreira, Cesar Teixeira participou do álbum “Bandeira de Aço”,produzido pela Gravadora Marcus Pereira, em 1978, depois de ter participado de vários espetáculos e festivais de música popular. A partir de 1979 destaca-se como compositor de sambas para a Turma do Quinto e o Pirata do Samba, de São João de Ribamar.

Agora surge a oportunidade de registrar alguns de seus sambas feitos nos bares e quitandas da Madre Deus e da Praia Grande.  Esse é o objetivo do Projeto “Samba de Botequim”, que tem o patrocínio do Grupo Mateus através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

“Vamos abrir as gavetas, os arquivos, a memória e selecionar algumas obras, em parte inéditas, que devem ser preservadas, contribuindo assim com o acervo musical do samba maranhense”, assinalou Cesar Teixeira que promete um show vibrante com a participação de mais 20 artistas maranhenses, entre equipe de produção, criação, direção, músicos, intérpretes, técnicos e assistentes.

Cesar Teixeira também assinala que “essa é uma oportunidade ímpar para demonstrar que o Maranhão tem uma cultura musical ligada ao samba e que suas ramificações se enquadram na notável participação cultural das etnias que vieram para cá escravizados, sobretudo da Costa da Mina, como Jeje, Iorubá, Fanti-Ashanti, entre outros”. 

O show, com entrada gratuita, possibilita ainda o acesso democrático à cultura e ao lazer do público de todas as idades, fomentando e incentivando a formação de plateia do samba maranhense num estado em que as raízes dos batuques afro-brasileiros estão muitos presentes. Raízes que vão do Tambor de Crioula, passando pelo Bumba Meu Boi e Tambor de Mina, ao Samba de Angolaexistente em alguns terreiros.

Nesse contexto, é importante observar que, devido à sua proximidade e relação com bairros de grande densidade e efervescência cultural, como a Madre de Deus e São Pantaleão, Cesar Teixeira absorveu muito da sua produção cultural popular e conviveu com os compositores tradicionais ligados à Escola de Samba Turma do Quinto e ao bloco Os Fuzileiros da Fuzarca.

O cantor, compositor, jornalista, poeta e artista plástico, Cesar Teixeira é considerado um dos principais nomes das artes do Maranhão na contemporaneidade, com mais de 100 composições, entre sambas, valsas, canções e boleros.

Nascido em São Luís, ele participouem 1972 da fundação do Laborarte, movimento artístico de música, teatro, artes plásticas, dança e literatura existente até hoje.

Em 2000 realizou o histórico show “Papel de Seda”, no Circo da Cidade, ao lado do mestre Antônio Vieira. Em 2021, participou do Rumos Itaú Cultural Música, em São Paulo, tendo composições suas na coletânea de CDs do programa.

Também participou do Projeto Brasil de Todos os Sambas, ao lado do mestre Antônio Vieira, no CCBB, no Rio de Janeiro, em 2004, com as participações especiais da carioca Teresa Cristina e das maranhenses Rita Benneditto e Célia Maria.

Em agosto também de 2004 lançou o CD experimental Shopping Brazil, através de lei de incentivo fiscal, mostrando uma variedade de ritmos tradicionais do Maranhão e tendências da música urbana contemporânea.Cesar Teixeira foi, ainda, homenageado pela Favela do Samba no Carnaval de 2010, quando a escola de samba conquistou o pentacampeonato com o enredo “A Favela se fez Bandeira no Planeta de Cesar Teixeira”.

Em 2013, ele participou do Projeto BR 135 – Energia Musical, com o show “Bandeira de Aço 35 anos” no Teatro Arthur Azevedo, além de ter músicas de carnaval gravadas por intérpretes maranhenses como Rita Benneditto, Cláudio Pinheiro, Fátima Passarinho, Roberto Brandão, Gabriel Melônio, Regional 310, Grupo Lamparina, dentre tantos outros.

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Gente: atos e falas

Eloy Melonio

Eles estão nas ruas, nas favelas, nos condomínios. Nos palácios, nos tribunais. Nas salas de cirurgia, nas cadeias.

Nas “cracolândias” da vida e até onde não se pode imaginar.

Assim como o romancista dispõe das palavras para “caracterizar” suas personagens, recorro a “uma” que é adjetivo e substantivo. Com o adjetivo, tento desnudar o caráter dessas pessoas. Com o substantivo, vestir-lhes com o figurino desenhado pelo adjetivo. Acho que deu pra entender ― ou não?

Seja qual for a sua resposta, prepare-se para um cenário de realidades cruas. Um teatro em que não se admitem ensaios nem improvisações. Os atos são visivelmente naturais. No palco, um elenco que faz um estrago danado onde vive e por onde passa.

E, assim, minhas personagens não são doentes mentais, embora ― vale lembrar ― a psiquiatria caracterize seu comportamento como “atraso mental acentuado”. Na minha abordagem, vou apenas considerá-las “desprovidas” de inteligência e de bom senso.

Não por acaso, preciso ir além do óbvio. Porque esses “vacilões” dizem e fazem coisas sem levar em conta o resultado que elas trazem. Se olhar ao seu redor, você é capaz de identificá-los. Quem sabe alguém na sua empresa ou repartição? Ou a moça do caixa da padaria? Ou, talvez, um correligionário, um vizinho.

Lembro-me agora do tempo em que eu me meti a dono de barzinho. Quando queriam “zoar” um colega, os garçons diziam algo que eu não entendia: Esse cara é “senourrau”. Depois de algum tempo, saquei o que estavam dizendo. Essa expressão era uma deturpação de “know-how” (habilidade para executar tarefas), antecedido da preposição “sem”. Ou seja, seu coleguinha era um “imbecil”, notável por fazer um monte de coisas erradas.

Das muitas situações do dia a dia que motivaram esta crônica, destaco a principal: depois da missa, uma senhora que se espremia na fila da comida típica de um arraial do São João (num espaço religioso), reclamava da “lerdeza” da atendente. E bradou: “Isso aqui tá um inferno!”. Felizmente, uma voz sensata interveio: “Senhora, essas pessoas são voluntárias e estão doando seu tempo para a obra do Senhor”. Não sei se ela achou um lugar para meter a cara, mas provavelmente garantiu sua morada no inferno.

Duas outras cenas típicas da imbecilidade urbana: um carroceiro espancando o traseiro do burro só porque o pobrezinho, já cansado, empacou no meio da rua. E o anestesista (escândalo nacional) que abusava das parturientes para satisfazer seu estro descontrolado. (Se eu fosse um desbocado, trocaria, nesse caso, “imbecil” por fdp).

No caso do ignorante carroceiro, não se pode precisar se a burrice anda na frente ou “na trás” (como dizia, aos seis anos, a minha neta). Quanto à ética do sexo, talvez a imortal Nélida Piñon tenha uma explicação mais plausível para esse “calor” destemperado.

Como a lista dos “imbecis” é tão grande quanto a torcida do Flamengo, vou poupá-lo, caro leitor, de tanta imbecilidade. Não sem antes lembrar seu “point” favorito: as videocassetadas e as pegadinhas, tão populares na TV, e cujos protagonistas são “imbecis assumidos” de todas as raças, idades e profissões.

Além de falar de suas ações, que tal também considerar suas falas? Sim, porque ― no ambiente das redes sociais ― os imbecis são mais conhecidos pelo que dizem. Suas palavras voam no espaço digital numa velocidade assustadora. Felizmente, não constituem evangelho que mereça fé e confiança, ou mesmo atenção.

Os primeiros anos da pandemia da covid-19 foramum terreno fértil para esse show de idiotices. Da parte de quem falava e da parte de quem lhes dava ouvidos. E o teatro da estupidez não fechava suas portas. No palco e na plateia, gente que resistia à vacina com medo de “virar jacaré”.

Fiz uma enquete no WhatsApp para saber qual seria ― entre seis adjetivos ― o mais repudiado numa discussão acirrada. Das três mulheres, duas optaram por “imbecil”; dos quatro homens, dois seguiram a mesma opção. Os outros três se dividiram entre “idiota”, “ignorante” e “estúpido”. E, assim, “imbecil” (57.14%) foi sumariamente condenado. Talvez por sua pesada carga negativa. Ou porque alguns de seus sinônimos são blindados com requinte lexical: estulto, inepto, néscio, parvo.

É razoável que ninguém se julgue um imbecil. Em atitude humilde, sempre é sensato considerar a ironia de Millôr Fernandes (1923-2012): “Às vezes você está discutindo com um imbecil… e ele também”.

Em pleno século XXI, uma constatação mítica: nosso mundo político (legislativo e executivo) ― que sempre foi um “saco de gatos” ― hoje é uma “caverna” que abriga milhares de “espertinhos”. Acho até que nem mesmo Platão conseguiria jogar luz sobre tanta escuridão.

Nessa estrada de loucuras, dois imbecis juntos não valem um sozinho. Esse aforismo é tão verdadeiro que, numa discussão entre dois radicais seguidores dos principais candidatos à presidente, um deles se arrepende de ter insultado o outro: “Desculpa. Pensei que você fosse um imbecil”. O outro, sereno, aceita a desculpa. E, logo em seguida, solta ― segundo ele mesmo ― uma antiga expressão chinesa: “Sem no problem”.

Nesse fogo cruzado, não sei se fico com “um pouco de esperança” do Fundo de Quintal ou se “pego a viola e vou viajar” com o Renato Teixeira.

Acho que o melhor mesmo é pedir carona nas asas do “Pavão Mysteriozo”, do cearense Ednardo: “Eles são muitos, mas não podem voar”.

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Eloy Melonio é contista, cronista, ensaísta, letrista e poeta.

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Viva a Literatura Maranhense

Dino Cavalcante

Dia 10 de agosto de 1823: há exatos 199 anos, nascia, em Caxias, Maranhão, Antônio Gonçalves Dias, o nosso poeta maior, o cantor dos nossos índios e de nossa terra.

Dia 10 de agosto de 1908: há exatos 114 anos, na então Biblioteca Pública do Estado do Maranhão, na Rua da Paz, era fundada a Academia Maranhense de Letras, a casa de Antônio Lobo.

Dia 10 de agosto de 2013: há 9 anos, era fundada a Casa de Maria Firmina dos Reis, a Academia Ludovicense de Letras.

Dia 10 de agosto de 2021: o deputado Marcos Aurélio, atendendo a um pedido feito pelo Curso de Letras da UFMA, apresenta um projeto de lei, na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, para a Criação do Dia Estadual de Literatura Maranhense. Consegue aprovação por unanimidade, sendo o projeto sancionado no mesmo ano pelo governador Flávio Dino.

Dia 10 de agosto de 2022: vá até a sua estante ou a uma livraria ou a uma biblioteca, pegue um livro de Literatura Maranhense, abra, folheie e leia algumas frases. Dessa forma, você estará celebrando, reavivando, eternizando o que o Maranhão tem de melhor: a sua cultura. Lendo algumas frases, você estará retirando, talvez, do ostracismo, nomes injustamente olvidados pelo tempo, como Trajano Galvão, Celso Magalhães, Joaquim Serra, Marques Rodrigues, Gentil Braga, Reis Carvalho, Frutuoso Ferreira, Inácio Xavier de Carvalho, Vieira da Silva, Alfredo de Assis, Coelho Neto, Godofredo Viana, Viriato Corrêa, Mariana Luz, Laura Rosa e muitos outros.

Se você ler algum poema de Odorico Mendes, verá o cuidado com a forma, com a linguagem, etc. Se ler um poema de Gonçalves, sentirá o lirismo romântico inigualável na poesia de língua portuguesa.

Se porventura abrir uma página de Trajano Galvão, verá a descrição de um negro valente, que não tema a luta. Se mergulhar em algumas passagens de Maria Firmina dos Reis, poderá entender a visão de mundo de uma negra Suzana. Se ler alguns contos de Arthur Azevedo, rirá largamente.

Se desfrutar da leitura de algum texto de Viriato Corrêa, mergulhará na nossa história ou nos tipos brasileiros. Caso você abra um romance de Josué Montello, caminhará ao lado de um Damião, de um Natalino, de um Major Taborda, de um Ernesto, de uma Ariana, entre tantos personagens, pelas ruas, becos, praças e corredores dos casarões de nossa eterna São Luís.

Se abrir um livro de Ferreira Gullar, sentirá a poesia pulsando na alma. Caso abra um livro de Nauro Machado, os versos do mestre farão você beber o que há de mais denso e hermético na poesia maranhense.

Se quiser pegar o livro Maria da Tempestade ou Compasso Binário e ler todo, sairá (da leitura) com um doce sabor de revolta, de amargura, de emoção, etc. Isso porque a literatura é a janela aberta para um mundo que nós muitas vezes não conhecemos ou fingimos não conhecer.

É o livro literário que, aberto, nos mostra um percurso de nossa história, a essência da sociedade em que vivemos, os nossos males, as nossas desgraças e as nossas riquezas. Por tudo isso, o livro é tão essencial como o pão com que nos alimentamos o corpo, é tão essencial quanto as nossas conversas com os amigos, quanto os passeios pelos lugares de nossa terra.

A vida sem literatura deve ser um fardo muito pesado. Fernando Pessoa já dizia: “A literatura, como toda a arte, é uma confissão de que a vida não basta”. E Ferreira Gullar sintetiza: “A arte existe porque a vida não basta”.

Que em todos os dias do ano, nossa cultura seja celebrada, mas que neste dia, 10 de agosto, ela se torne rainha, como disse o poeta Casimiro de Abreu, referindo-se a sua terra (o Brasil): “Todos cantam sua terra, / Também vou cantar a minha, / Nas débeis cordas da lira / Hei de fazê-la rainha”. 

Viva a arte de Gonçalves Dias, de Maria Firmina dos Reis, de Aluísio Azevedo, de Celso Magalhães, de Maranhão Sobrinho, de Frutuosos Ferreira, de Humberto de Campos, de Nascimento Moraes, de Bandeira Tribuzi, de José Chagas, de Arlete Nogueira, de Waldemiro Viana e de tantos outros autores e autoras maranhenses.

Viva a Literatura Maranhense! Que ela seja eterna e cada vez mais amada por todos nós.  

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Causos de campanhas eleitorais: o discurso mal entendido

No segundo episódio da série “Causos de campanhas eleitorais”, o blog conta uma situação inusitada ocorrida em 2020, na eleição municipal.

Um coletivo de jornalistas, professores, lideranças populares e ativistas da democracia e dos direitos humanos decidiu fazer uma campanha diferenciada do pragmatismo recorrente nos pleitos.

A campanha consistia em denunciar a compra de votos, levando ao eleitorado a mensagem da ética na política e das boas práticas republicanas.

Parte da campanha era realizada nas feiras e locais de grande concentração popular.

Em uma dessas atividades, no bairro Anjo da Guarda, o coletivo se revezava nos discursos ao carro de som tentando convencer as pessoas a não venderem o voto.

Eu mesmo fui um dos oradores e deitei falação. “Não venda seu voto. Voto não tem preço, tem conseqüência. Se você vender seu voto não vai poder cobrar as responsabilidades do parlamentar ou prefeito eleito à base do mercado eleitoral… e por aí vai”

Depois de discursar, procurei uma quitanda no bairro para comprar água e refrescar o corpo do calor exagerado de setembro.

Encontrei uma banquinha de venda de café, água e bolo e fiquei por lá enquanto outra pessoa do coletivo discursava.

Enquanto eu me refrescava, batendo papo com a senhora da banquinha, eis que chega um homem de meia idade me abordando discretamente:

– Moço, eu vi o senhor falando ali no carro de som e queria lhe fazer uma pergunta.

– Pode falar, mestre.

– Mas eu queria perguntar no reservado. Podemos ir ali ao lado?

– Claro, você manda.

– É porque eu vi o seu discurso sobre compra de voto e queria saber onde vocês estão comprando porque eu quero vender o meu e até agora não apareceu nenhum candidato para comprar.

Eu levei um susto, tomei um gole atravessado de água, tive um engasgo e me despedi dele rapidamente, saindo pela tangente:

– Mestre, se eu comprar seu voto eu posso até ser preso. E para evitar problema é melhor a gente se separar porque nesse momento está passando uma viatura da polícia ali perto do carro de som. Até mais.

Leia aqui o causo “A família renegada”

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Feira Pertinho de Casa será nova opção no Centro Histórico

“O coração do projeto é fazer com que a nossa economia circule e gere oportunidades e conexões entre todos os presentes”. Essa é a aposta para a realização da Feira Pertinho de Casa, evento que terá sua primeira edição no primeiro sábado do mês de setembro, no dia 3, no Centro Histórico de São Luís, com programação gratuita e aberta para todos os públicos.

A feira integra o movimento “Pertinho de Casa”, iniciativa da Rede Asta, Organização Social que atua há 16 anos articulando negócios sociais, sustentáveis e empreendedores – as sedes são localizadas no Rio de Janeiro e São Paulo, em parceria com a Accenture, e em São Luís, com a execução e apoio da Organização Nave (ONG Nave).

Em sua primeira edição, a Feira Pertinho de Casa objetiva conectar empreendedores e consumidores de toda a Região Metropolitana de São Luís, possibilitando a troca de experiências, fomentando o consumo local. Cerca de 40 empreendedores maranhenses participarão do evento, apresentando a diversidade de seus produtos, como comidas, bebidas artesanais, entre outros.

A expectativa é fazer com que o povo maranhense possa se conectar dentro do evento e criar possibilidades para os expositores da Plataforma Pertinho de Casa a nível econômico, cultural e empreendedor.

O evento foi pensado, desde o início, para potencializar o território maranhense, por isso a escolha das ruas do Centro Histórico de São Luís e das atrações locais – que serão divulgadas nos próximos dias. A feira será realizada das 16h às 00h, na Rua de Nazaré e na Travessa Couto Fernandes, próximas à Praça Pedro II e ao Palácio dos Leões.

1ª edição da Feira Pertinho de Casa iniciará com ações voltadas ao público infantil e seguirá ao longo da noite, com atrações artísticas. Para acompanhar todas as novidades da feira e conferir a programação completa, basta acessar os perfis da ONG Nave (https://www.instagram.com/nave_ong/) e Pertinho de Casa (https://www.instagram.com/pertinhode.casa/) no Instagram.

Movimento Pertinho de Casa

O movimento Pertinho de Casa, que abarca o projeto da Feira Pertinho de Casa, visa possibilitar que os microempreendedores tenham uma plataforma digital a seu favor para comercializar seus produtos. Além disso, com o recurso de geolocalização, permite que o consumidor compre de quem está mais próximo da sua casa, fomentando o comércio local.

Em São Luís, o movimento Pertinho de Casa é articulado pela ONG Nave, uma organização sem fins lucrativos que tem 15 anos de existência. Ao longo de sua trajetória, tem trabalhado com empreendedorismo feminino em diversas comunidades de São Luís, proporcionando meios para que os grupos produtivos femininos possam atuar de forma assertiva.

A plataforma digital Pertinho de Casa está em São Luís e já conta com mais de mil empreendedores cadastrados. Para mais informações, acesse: https://www.pertinhodecasa.com.br/.

Assessoria de Imprensa: Gustavo Sampaio – (98) 999682033.

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Olimpíada Maranhense de Foguetes recebe inscrições até 10 de agosto

As inscrições para participar da 2ª Olimpíada Maranhense de Foguetes (Omafog) seguem abertas até o dia 10 de agosto. 

O evento, promovido pelo Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema), será realizado, de forma presencial, na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), nos dias 16 e 17 de agosto de 2022, em São Luís. 

Nesta edição da Omafog, o Iema tem como parceiros a Prefeitura de São Luís, a Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate), o Planetário e o curso de Engenharia Aeroespacial da UFMA (Universidade Federal do Maranhão. 

Para se inscrever e participar acesse a ficha de inscrição e preencha formulário: http://bit.ly/3BiYlih2omafog 

A Omafog tem como missão despertar o interesse dos estudantes maranhenses da Educação Básica pela Astronomia, Astronáutica, Física, Química e Ciências afins, promovendo a difusão dos conhecimentos básicos de uma forma lúdica e interessante através do lançamento de foguetes. 

O evento será aberto à participação das escolas públicas e privadas do Maranhão e tem como público estudantes de todas as séries da Educação Básica (Ensino Fundamental de 6° ao 9° ano e Ensino Médio), sendo em diferentes níveis e estará em consonância com as regras da XVI edição da Mostra Brasileira de Foguetes. 

As equipes devem ser formadas por até três alunos e um professor e cada equipe precisa construir um foguete para participar da 2ª Omafog. 

Dúvidas com relação ao critério de participação, modalidades, premiação ou informações suplementares podem ser respondidas pela Coordenação de Pesquisa e Inovação do IEMA, através do e-mail: segundaomafog2022@gmail.com

Os contatos para mais informações são disponibilizados pela Coordenação de Comunicação do IEMA, como Leidyane Ramos – (98) 98239-1684 – e Guilherme Florêncio – (98) 98566-4190.

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Carta do X Fórum Social Pan-Amazônico alerta para a ameaça de caos no planeta

Com informações do Sindsep Amapá / Foto: Nielton Trindade

O encerramento da 10ª edição do Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa) realizado no campus da Universidade Federal do Pará, em Belém, no dia 31 de julho, foi regado pelo forte simbolismo de combate a destruição da natureza entre as mais de dez mil pessoas que participaram dos três de dias de evento, vindas dos nove países que compõem a parte de cima da América Latina: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.

Ao final do evento foi sistematizada a DECLARAÇÃO PAN-AMAZÔNICA DE BELÉM, um documento contendo o resultado dos debates, oficinas, palestras e rodas de conversa ao longo de três dias, às margens do rio Guamá.

Nos três primeiros tópicos, a declaração assinala:

  1. Abraçados em frente ao Rio Guamá, no grande encontro de toda a diversidade que habita a Pan Amazônia, nós, indígenas, negros, quilombolas, camponeses, ribeirinhos, urbanos, de todos os gênero e faixas etárias dos nove países da Bacia Amazônica: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, reafirmamos a viagem que começamos há 20 anos, desde o Primeiro Encontro como Fórum Social Pan Amazônico, com a esperança de um “Outro mundo possível”. Não podíamos imaginar, na época, que hoje o mundo seria ainda pior.

  2. Hoje, a Amazônia está no seu pior momento, devastada por governos para os quais a natureza é uma mercadoria e os direitos dos povos não têm validade. Até hoje, nenhum governo tem garantido o pleno exercício dos direitos dos povos amazônicos na defesa da Mãe Natureza. Nesta situação, é necessário chamar os movimentos sociais, apelar para a criatividade, aprender com os erros e continuar a luta.

  3. O que percebemos ontem como ameaças são hoje realidades derivadas de um sistema de opressão múltipla: patriarcal, racista, capitalista e colonial, que localizou a grande Bacia Amazônica como sua mais recente fronteira de expansão, colocando em risco todas as formas
    de vida e aqueles que as defendem.

    Veja o texto integral aqui
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Agosto de choros e encantamentos

Joãozinho Ribeiro, poeta e compositor

Sem apegos maiores ao sentido literal do título, o mês de agosto escancara uma belíssima janela para os apreciadores do gênero musical, com várias apresentações públicas, juntando diferenciados grupos, intérpretes e compositores, em diversificados espaços comunitários da cidade encantada de São Luís.

O vitorioso projeto RicoChoro ComVida na Praça, liderado pelo estimado parceiro Ricarte Almeida Santos, cujo nome já diz tudo, oferece-nos três edições nos dias 06 (Praça do Letrado, Vinhais), 20 (Praça Nossa Senhora de Nazaré, Cohatrac) e 27 (Largo da Igreja do Desterro). Sucesso antecipado de palco e de público, só podemos desejar vida longa ao projeto RicoChoro ComVida na Praça, e parabenizar toda equipe de produção do vitorioso evento.

A novidade da temporada é o lançamento no dia 13/08 (um sábado), às 19h, no Convento das Mercês, do projeto “Choro (en)Cantado”. Este, coordenado pelo poeta e compositor Joãozinho Ribeiro, conta com a cumplicidade cultural de vários parceiros, com destaque para a Academia do Show, a Fundação Memória Republicana do Brasil, a Dupla Criações e os aguerridos companheiros da Feira da Tralha. 

Lena Santos assina a produção cultural. A direção musical é do consagrado maestro Arlindo Pipiu, que integra o Regional Roda de Choro no Céu, tocando violões de 6 e 7 cordas. No trombone e na flauta, respectivamente, contamos com o auxílio sonoro dos músicos Jovan Lopes e João Neto. Na percussão, o auxílio luxuoso do Mestre Carbrasa e de Madson Peixoto. No cavaquinho, a gentileza solidária de Gustavo Belan. Nos vocais, e também em algumas interpretações solos, as afinadas vozes de Mariana Rosa e Kátia Espíndola.

Para esta edição do dia 13/08, o “Choro (en)Cantado” terá como convidadas e convidado especiais as cantoras Anna Cláudia e Fátima Passarinho; os professores e pianistas Rose Fontoura e Daniel Lemos, expressando um dos seus principais objetivos, que é:

“Gerar e/ou consolidar espaços de convivências solidárias e musicais, onde possamos divulgar, por meio de apresentações, produções criativas do gênero (choro e assemelhados), combinando obras instrumentais com outras lítero-musicais. Sempre que possível, promovendo diálogos intergeracionais com os apreciadores, intérpretes, compositores e músicos que divulguem e valorizem a chorografia do Maranhão e do Brasil.”

“O projeto também propiciará uma abertura para pequenos recitais poéticos, performances e exibições de curtas; lançamentos de livros, desde que os parceiros interessados se responsabilizem por todos os detalhes de suas apresentações específicas.”

Nesta edição do dia 13/08 contaremos também com a participação especialíssima da jovem e criativa escritora Camila Cutrim, nascida no Bairro do Desterro, Mestre em Letras pela UFMA, lançando o seu primeiro livro “Letras e silêncio: o caos sentimental”. Do Desterro também contaremos com os quitutes da Didica e com uma pracinha de alimentação organizada pelos próprios moradores das comunidades do Centro Histórico.

Desta feita, o espaço de realização do evento não será a tradicional quadra do Convento das Mercês, porém um belíssimo terraço, com uma vista panorâmica para a paisagem da área Itaqui-Bacanga, além de um jardim maravilhoso que fazem parte do conjunto arquitetônico deste centenário espaço cultural.

Somado a tudo isso, temos ainda o engajamento social do evento, através da parceria com o Pacto pelos 15% com Fome, encabeçado pela Ação pela Cidadania, materializado na doação de um quilo de alimentos não perecíveis, como forma de ingresso ao show de lançamento do projeto “Choro (en)Cantado”. 

“Roda de choro é uma brincadeira

Brinca com a gente uma vida inteira

Toca bem fundo nossa lembrança

Vibra o acorde da esperança”