1º Festival de Música Universal (MUN) celebra a diversidade sonora na capital do Maranhão. Todas as apresentações musicais serão realizadas na Casa Barrica, no bairro Madre Deus
Imagem: Hermeto Pascoal, aos 87 anos, um dos artistas mais consagrados da musica brasileira, será homenageado do MUN Festival
De 11 a 14 de abril de 2024, São Luís será palco do 1º Festival de Música Universal, uma celebração vibrante que promete enriquecer a capital maranhense com uma fusão de estilos musicais de todo o mundo em um intercâmbio cultural sem precedentes.
O MUN Festival envolve a diversidade e a pluralidade, trazendo ao público um estilo musical único que incorpora influências de várias tradições musicais do mundo todo e influências da música popular brasileira, dos sons da natureza, da cidade ou do silêncio. Ao longo dos quatro dias intensos, o festival – com patrocínio do Instituto Cultural Vale por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – oferecerá, gratuitamente, uma variedade de atividades, desde oficinas e workshops até concertos, sendo um marco histórico como o primeiro evento desse gênero no país. O evento tem o propósito de visitar outras cidades dando seguimento em seus objetivos.
Homenageado
O festival é uma homenagem direta ao lendário compositor e multi-instrumentista Hermeto Pascoal e sua inovadora trajetória musical, sendo ele o criador desse novo estilo. Sob a curadoria de Carol d’Avila, renomada flautista, saxofonista, compositora, arranjadora, o MUN Festival reunirá projetos artísticos, concertos e atividades educacionais com o objetivo de formar plateias e enriquecer o conhecimento musical.
O projeto vai destacar a música universal como uma poderosa forma de expressão artística, e exaltará a música tradicional do Maranhão como uma das fontes de pesquisa e inspiração para toda essa diversidade musical da qual nasceu a Música Universal. Com concertos de diferentes gerações influenciadas por essa linguagem musical única, a iniciativa promete cativar e inspirar os espectadores.
Programação (workshops e shows)
Na quinta-feira, 11 de abril, o evento tem início com o workshop de Itiberê Zwarg, das 10h às 12h. E o show de abertura do festival se dá com o grande homenageado Hermeto Pascoal e seu grupo às 20h.
Já na sexta-feira, 12 de abril, o destaque será o workshop de André Marques das 10h às 12h. A noite será embalada pela apresentação de Carol Panesi e trio, às 19h30, seguida pelas Caixeiras do Divino, com mestra Rosa Barbosa à frente, e em seguida a apresentação de André Marques Trio, das 21h às 22h.
No sábado, 13 de abril, o MUN Festival continuará com o workshop de Carol Panesi, das 10h às 12h. A noite será animada pela apresentação de Aline Gonçalves Quinteto, às 19h30, seguida pelo Tambor de Crioula, com mestre Tonico, e pelo grupo de Itiberê Zwarg.
Por fim, no domingo, 14 de abril, o festival encerrará suas atividades, com o workshop de Mariana Zwarg, das 10h às 12h. À noite, o público poderá desfrutar do espetáculo Cacuriá da Dona Teté em colaboração com Carol d’Avila, das 18h30 às 19h30, seguido pela apresentação de Mariana Zwarg e grupo, das 19h30 às 20h30.
Todas as apresentações musicais e culturais serão realizadas na Casa Barrica (Avenida Rui Barbosa, n. 238, bairro Madre Deus), enquanto os workshops acontecerão na Escola de Música do Maranhão “Lilah Lisboa de Araújo” (Rua da Estrela, 363, Praia Grande, Centro). Todas as atividades serão gratuitas. Os workshops terão limite de inscrições, através do Sympla e podem ser feitas através do munfestival.com.
Conheça os músicos e artistas do 1º MUN Festival
Hermeto Pascoal e Grupo
Aos 87 anos, Hermeto Pascoal é um dos ícones mais venerados da música brasileira. Com uma carreira multifacetada como compositor, multi-instrumentista e arranjador, Hermeto é aclamado mundialmente por sua genialidade e criatividade sem limites. Seus inúmeros prêmios, incluindo dois Latin Grammy Awards, atestam seu impacto duradouro na cena musical. Ao lado de seu lendário Grupo, Hermeto continua a surpreender e encantar o público com sua música inovadora e única. Atualmente, o Grupo se apresenta com a tradicional formação “Nave Mãe” que hoje é composta por Itiberê Zwarg (baixo), Jota P. (saxes e flautas), Fabio Pascoal (percussão), André Marques (piano) e Ajurinã Zwarg (bateria) que acompanham Hermeto e, ao lado do “Campeão”, tornam suas apresentações uma verdadeira experiência sensorial, indescritível.
Mestra Rosa Barbosa
As Caixeiras do Divino são responsáveis por conduzir todos os rituais da festa do Divino Espírito Santo no Maranhão. Trata-se de um conjunto de pessoas que tocam caixa (instrumento de percussão) e cantam, comandando os rituais da festa. São guardiãs da tradição e se espalham pelo estado do Maranhão.
Realizada nas casas de culto e terreiros de umbanda, também chamadas Tambor de Mina, a festa começou no Brasil no início do século XVII, com a vinda dos colonos portugueses para o Brasil. No século XIX, essa tradição já fazia parte da cultura popular da região.
Mestra Rosa Barbosa é reconhecida como Caixeira Régia do Divino por comandar a execução dos rituais, conhecer a ordem e as necessidades de cada festa que participa, orientando as demais, além disso também confecciona as caixas em tamanho real e miniatura, uma artesã.
Boi da Fé em Deus
No bairro Fé em Deus o boi do sotaque de zabumba chamado Boi da Fé em Deus existe desde 1930 fundado por Laurentino e hoje no comando de Antônio Ribeiro, o Mestre Tonico. Vale Ressaltar que durante muitos anos o grupo foi organizado pela Teresinha Jansen que historicamente pode ter sido a primeira mulher na cidade de São Luís a comandar administrativamente um Bumba Meu Boi Sotaque de Zabumba. É o primeiro sotaque de bumba meu boi do Maranhão que é marcado pela percussão rústica e cadenciada, caracterizada também pela presença das próprias zabumbas, além de outros instrumentos de percussão como o tambor-de-fogo, tamborino ou pandeirinho, tambor-onça, maracás e apitos.
Cacuriá de Dona Teté
O Cacuriá é uma dança tipicamente maranhense e tem seus fundamentos na Festa do Divino Espírito Santo. O primeiro Cacuriá data de 1973, inventado por Seu Lauro, mestre popular que organizava vários tipos de manifestações populares, como Festa do Divino, Bumba-meu-boi, Baião Cruzado e outros
Dona Teté foi brincante da manifestação de seu Lauro. Com seu jeito irreverente e descontraído, trouxe a sensualidade para a manifestação. Na época, uma mulher tão espontânea causava um enorme desconforto social, ao ponto de ser realocada na brincadeira como caixeira.
Aline Gonçalves
Aline Gonçalves é flautista, clarinetista, arranjadora e compositora. Ela acabou de lançar seu álbum solo “Pacífico” e o EP da EMMBRA Big Band, no qual é fundadora. Foi integrante fundadora da Itiberê Orquestra Família por seis anos tendo gravado em seus dois primeiros discos: Pedra do Espia e Calendário do Som. Em 2002 gravou no disco Mundo Verde Esperança de Hermeto Pascoal e Grupo.
André Marques Trio
O Trio Curupira é formado por músicos e compositores do estado de São Paulo – André Marques, Cleber Almeida e Fábio Gouvêa – que vêm exibindo para plateias do Brasil e do exterior um dos trabalhos mais criativos do gênero instrumental. Destaque no Rock In Rio – Lisboa/2004, o grupo foi ainda um dos finalistas no Prêmio Visa Instrumental no mesmo ano. Além disso, seu CD “Pés no Brasil, cabeça no mundo” foi indicado para o Grammy Latino de 2008 e para o Prêmio da Música Brasileira em 2009.
Carol d’Avila
Mineira radicada no Rio de Janeiro, Carol d’Avila é uma talentosa flautista, saxofonista, compositora e educadora. Integrante do grupo Itiberê Zwarg e Grupo, desde 2007, ela traz em sua música uma rica fusão de influências da música popular brasileira e da Música Universal de Hermeto Pascoal. Com uma carreira repleta de colaborações, com diversos artistas renomados, além de projetos educacionais inovadores, Carol d’Avila é uma figura proeminente no cenário musical contemporâneo.
Carol Panesi e Grupo
Para a violinista carioca Carol Panesi, a música é uma presença constante em todos os contextos. Com uma habilidade impressionante em diversos instrumentos, como violino, piano e trompete, Carol destaca-se pela capacidade de explorar as nuances musicais onde quer que esteja. Iniciou seus estudos musicais no Conservatório Brasileiro de Música, em 1996, e foi integrante do renomado grupo “Itiberê Zwarg & Grupo” por 13 anos, com o qual gravou 3 CDs e 1 DVD. Como arranjadora, teve seu trabalho reconhecido em festivais nacionais e internacionais, como o Festival Internacional de Compositoras Sonora. Participa ativamente do Coletivo de Violino Popular e, já dividiu o palco com grandes nomes da música brasileira e internacional, incluindo Hermeto Pascoal, Edu Lobo e Nicolas Krassik.
Itiberê Zwarg e Grupo
Multi-instrumentista, compositor e arranjador, Itiberê Zwarg é uma figura lendária na música brasileira. Criador da Oficina de Música Universal, Itiberê trabalha há décadas ao lado de Hermeto Pascoal, explorando os limites da música e difundindo a “Música Universal”. Seu grupo, composto por talentosos músicos como Mariana Zwarg, Ricardo Sá Reston e Ajurinã Zwarg, encanta o público com uma performance marcada pela universalidade temática, criatividade nos arranjos e improvisação genuína. Com uma discografia rica e diversificada, Itiberê e seu grupo continuam a deixar uma marca indelével no cenário musical brasileiro e internacional.
Mariana Zwarg
Descendente de uma família de músicos, Mariana Zwarg, filha de Itiberê Zwarg (também seu mentor) é uma flautista, saxofonista, compositora e arranjadora que cativa o público com sua música desde 2001. Com seu Sexteto Universal, Mariana combina elementos da música brasileira e do jazz em performances envolventes que já percorreram diversos países e festivais renomados. Sua dedicação à música e seu compromisso com a educação musical fazem dela uma figura inspiradora no cenário contemporâneo.
Mestra Rosa Barbosa
Rosa Barbosa é reconhecida como caixeira régia por comandar a execução dos rituais, conhecer a ordem e as necessidades de cada festa que participa, orientando as demais, além disso também confecciona as caixas em tamanho real e miniatura, uma artesã. As Caixeiras do Divino são responsáveis por conduzir todos os rituais da festa do Divino Espírito Santo no Maranhão. Trata-se de um conjunto de pessoas que tocam caixa (instrumento de percussão) e cantam, comandando os rituais da festa. São guardiãs da tradição e se espalham pelo estado do Maranhão.
Realizada nas casas de culto e terreiros de umbanda, também chamadas Tambor de Mina, a festa começou no Brasil no início do século XVII, com a vinda dos colonos portugueses para o Brasil. No século XIX, essa tradição já fazia parte da cultura popular da região.
Cacuriá de Dona Teté
O Cacuriá é uma dança tipicamente maranhense e tem seus fundamentos na Festa do Divino Espírito Santo. O primeiro Cacuriá data de 1973, inventado por Seu Lauro, mestre popular que organizava vários tipos de manifestações populares, como Festa do Divino, Bumba-meu-boi, Baião Cruzado e outros
Dona Teté foi brincante da manifestação de seu Lauro. Com seu jeito irreverente e descontraído, trouxe a sensualidade para a manifestação. Na época, uma mulher tão espontânea causava um enorme desconforto social, ao ponto de ser realocada na brincadeira como caixeira.
Mestre Tonico e o Tambor de Crioula da Fé em Deus
Mestre Tonico é hoje o responsável por conduzir o Bumba Meu Boi e o Tambor de Crioula Amor de São Benedito, no bairro da Fé em Deus. Esse Tambor de Crioula nasceu do encontro informal de amigos brincantes do Boi, Mestre Zezinho, Mestra Doraci, Mestra Tacinha e outros coreiros e coreiras. Algum tempo depois, a então gestora do Boi, Dona Teresinha Jansen, que recebeu o Boi do Mestre Laurentino, foi a responsável por ajudar o grupo de tambor com as indumentárias e incorporar o Tambor de Crioula dessa comunidade, Fé em Deus. Sendo assim, a instituição é composta por um Bumba Meu Boi e o Tambor de Crioula da Fé em Deus até os dias atuais.