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O poema “Marabá” nos 200 anos de Gonçalves Dias

Neste 10 de agosto, quando da comemoração do bicentenário do múltiplo intelectual Gonçalves Dias, o poema Marabá merece destaque.

Pelos seus versos fala Marabá, de origem miscigenada, filha de europeu com indígena.

O poema explora o conflito identitário da protagonista, rejeitada entre seus pares indígenas e também entre os brancos porque é mestiça.

Marabá dialoga com o outro, interpelando-lhe à procura de respostas, em uma exuberante construção poética.

Veja o trecho inicial:

Eu vivo sozinha, ninguém me procura!

Acaso feitura

Não sou de Tupá!

Se algum dentre os homens de mim não se esconde:

— “Tu és”, me responde,

“Tu és Marabá!”

…….

— Meus olhos são garços, são cor das safiras,

— Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;

— Imitam as nuvens de um céu anilado,

— As cores imitam das vagas do mar!

……….

Se algum dos guerreiros não foge a meus passos:

“Teus olhos são garços”,

Responde anojado, “mas és Marabá:

“Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes,

“Uns olhos fulgentes,

“Bem pretos, retintos, não cor d’anajá!”

………..

— É alvo meu rosto da alvura dos lírios,

— Da cor das areias batidas do mar;

— As aves mais brancas, as conchas mais puras

— Não têm mais alvura, não têm mais brilhar.

……..

Se ainda me escuta meus agros delírios:

— “És alva de lírios”,

Sorrindo responde, “mas és Marabá:

“Quero antes um rosto de jambo corado,

“Um rosto crestado

“Do sol do deserto, não flor de cajá.”

……….

— Meu colo de leve se encurva engraçado,

— Como hástea pendente do cáctus em flor;

— Mimosa, indolente, resvalo no prado,

— Como um soluçado suspiro de amor! —

…………….

“Eu amo a estatura flexível, ligeira,

Qual duma palmeira”,

Então me respondem; “tu és Marabá:

“Quero antes o colo da ema orgulhosa,

Que pisa vaidosa,

“Que as flóreas campinas governa, onde está.”

………..

— Meus loiros cabelos em ondas se anelam,

— O oiro mais puro não tem seu fulgor;

— As brisas nos bosques de os ver se enamoram

— De os ver tão formosos como um beija-flor!

………..

Mas eles respondem: “Teus longos cabelos,

“São loiros, são belos,

“Mas são anelados; tu és Marabá:

“Quero antes cabelos, bem lisos, corridos,

“Cabelos compridos,

“Não cor d’oiro fino, nem cor d’anajá,”

………….

E as doces palavras que eu tinha cá dentro

A quem nas direi?

O ramo d’acácia na fronte de um homem

Jamais cingirei:

……………

Jamais um guerreiro da minha arazóia

Me desprenderá:

Eu vivo sozinha, chorando mesquinha,

Que sou Marabá!

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Clausewitz para “ler” Oppenheimer

O filme “Oppenheimer” constrói a trama entre três campos sociais: o científico, o militar e o político. Entre eles, transita o campo filosófico, permeando os temas da moral e da ética.

Cientista renomado, Robert Oppenheimer lidera uma elite de pesquisadores para construir a bomba atômica, sob o argumento de que os Estados Unidos precisavam se antecipar na corrida nuclear contra os nazistas.

A pegada filosófica, no campo das ideias, percorre as três horas do longa. Embora reconhecido e adorado pelos seus feitos científicos, Oppenheimer vive assombrado pela acusação de ter pertencido ao partido comunista.

O imperialismo e o macarthismo (ação de “caça” aos comunistas, liderado pelo senador Joseph McCarthy) souberam usá-lo e descartaram seus serviços quando a tecnologia da bomba já era de pleno domínio dos militares.

As reflexões morais e éticas sobre a bomba ganham evidência na cena em que Oppenheimer tem um encontro com o presidente dos EUA Dwight Eisenhower. No diálogo, o cientista demonstra preocupação e certa dose de arrependimento sobre os futuros efeitos da corrida nuclear, considerando os danos causados em Hiroshima e Nagasaki.

Bem ali, naquele momento da narrativa, Oppenheimer cai na real, quando o presidente diz que o Japão e suas vítimas pouco se importavam com que idealizou a bomba e sim com quem autorizou o bombardeio – o presidente dos EUA.

O personagem de Eisenhouer, no filme, chega a ser sarcástico, quando sugere evitar novos encontros com o “bebê chorão” Oppenheimer.

A palavra final do presidente dos EUA pode ser lida com apoio do livro “Da guerra”, do general prussiano Carl von Clausewitz. A obra é considerada um tratado sobre a arte da guerra e uma das principais referências sobre conflitos bélicos.

General de campo e teórico, Clausewitz ensina que na guerra os objetivos políticos estão acima dos objetivos militares, sendo estes o meio para concretizar a estratégia.

Em síntese, Clausewitz é preciso ao apontar a subordinação da guerra à política e aos objetivos políticos, assunto de decisão exclusiva do Governo de um Estado.

Os ensinamentos do general e teórico prussiano ajudam a entender porque um gênio da Ciência foi devorado pelos interesses maiores da política imperialista dos Estados Unidos.

Dos quatro campos sociais agendados no filme, prevaleceu a combinação político-filosófica: o poder da força guiado pelas ideias da dominação.

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UFMA despreza orientação de TCC

Imagem destacada / Cerimônia de defesa do TCC: professor orientador Arnold Filho, professor membro da banca avaliadora Marcos Figueiredo, o estudante Lucas Gonçalves e o professor coorientador Ed Wilson Araújo

Causa indignação e total repúdio a omissão dos nomes dos professores orientadores do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do aluno autista Lucas Marques Araújo Gonçalves, do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Ele desenvolveu um excelente trabalho, intitulado “A popularidade dos artistas na Era de Ouro do rádio: a construção da celebridade de Emilinha Borba e Marlene”

Aluno brilhante, Lucas Gonçalves teve assistência dos tutores da Diretoria de Acessibilidade (Daces-UFMA), formada por uma equipe multidisciplinar que deu total apoio ao estudante.

Segundo a Daces, Lucas é o primeiro estudante com Transtorno de Espectro Autista (TEA) a concluir sua graduação na UFMA e foi aprovado com nota máxima (10) no TCC.

É muito importante também lembrar e registrar que ele teve orientador e coorientador; respectivamente, os docentes José Arnold da Serra Costa Filho e Ed Wilson Ferreira Araújo.

Foram dias e noites, horas e horas de trabalho, inclusive fora do horário normal da UFMA. Lembro especialmente de uma sexta-feira, quando tive de sair às pressas no início da missa de sétimo dia de uma família amiga para correr muito, chegar em casa 21h sem jantar e ter uma das tantas orientações. Isso sem contar as constantes demandas por WhatsApp, até nos fins de semana.

Apesar de todo esse esforço e trabalho, meu nome de coorientador não teve registro nas redes sociais da UFMA, conforme prints abaixo:

Publicação do Instagram sem os nomes do orientador e coorientador. O mesmo textão foi reproduzido no Facebook

A UFMA só registrou a orientação e coorientação na matéria do site (no último parágrafo!), mas omitiu a informação nos textões das redes sociais.

Para mim, professor Ed Wilson Ferreira Araújo, não é surpresa que a UFMA tenha deletado meu nome da orientação nas redes sociais.

Sigamos em frente. A luta continua.

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Gonçalves Dias: “Como eu te amo”

Como se ama o silêncio, a luz, o aroma,
O orvalho numa flor, nos céus a estrela,
No largo mar a sombra de uma vela,
Que lá na extrema do horizonte assoma;

Como se ama o clarão da branca lua,
Da noite na mudez os sons da flauta,
As canções saudosíssimas do nauta,
Quando em mole vaivém a nau flutua,

Como se ama das aves o gemido,
Da noite as sombras e do dia as cores,
Um céu com luzes, um jardim com flores,
Um canto quase em lágrimas sumido;

Como se ama o crepúsculo da aurora,
A mansa viração que o bosque ondeia,
O sussurro da fonte que serpeia,
Uma imagem risonha e sedutora;

Como se ama o calor e a luz querida,
A harmonia, o frescor, os sons, os céus,
Silêncio, e cores, e perfume, e vida,
Os pais e a pátria e a virtude e a Deus:

Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-to os lábios meus, — mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em ti. — Por tudo quanto sofro,
Por quanto já sofri, por quanto ainda
Me resta de sofrer, por tudo eu te amo.

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Gonçalves Dias: Canção do Tamoio

I

Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.

II

Um dia vivemos!
E o homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.

III

O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!

IV

Domina, se vive;
Se morre, descansa
Dos seus na lembrança,
Na voz do porvir.
Não cures da vida!
Sê bravo, sê forte!
Não fujas da morte,
Que a morte há de vir!

V

E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.

VI

Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D’imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d’ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.

VII

E a mãe nessas tabas,
Querendo calados
Os filhos criados
Na lei do terror;
Teu nome lhes diga,
Que a gente inimiga
Talvez não escute
Sem pranto, sem dor!

VIII

Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do inimigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.

IX

E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.

X

As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.

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Gonçalves Dias: Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá

Nosso céu tem mais estrelas
Nossas várzeas têm mais flores
Nossos bosques têm mais vida
Nossa vida mais amores

Em cismar, sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá

Minha terra tem primores
Que tais não encontro eu cá
Em cismar sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá
Sem que ainda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiáMinha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá

Minha terra tem primores
Que tais não encontro eu cá
Em cismar sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá

Não permita Deus que eu morra
Sem que eu volte para lá
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá
Sem que ainda aviste as palmeiras
Onde canta o sabiá

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Mostra Novo Cinema Maranhense divulga filmes selecionados para 5ª edição

Com recorde de inscrições, a 5ª Mostra Novo Cinema Maranhense divulgou através das redes sociais os filmes selecionados. O projeto que tem o apoio do sétimo edital de Projetos Audiovisuais do Maranhão da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma), com incentivo da Ancine/FSA – tem direção criativa e curadoria dos cineastas Lucas Sá, Marcos Ponts e Raffaele Petrini. É realizada pelas produtoras Jirau Filmes e Ipecine.

Neste ano, foram 2 longas-metragem, 6 curtas-metragem e 12 videoclipes produzidos no Maranhão selecionados para compor a programação. A mostra acontecerá nos dias 04 a 05 de agosto no Teatro da Cidade de São Luís (Antigo Cine Roxy). Toda a programação será gratuita.  

Confira a lista de selecionados:

LONGA-METRAGEM

1 – DE REPENTE DRAG (Dir. Rafaela Gonçalves)

2 – OS FÃS MAIS REBELDES QUE A BANDA (Dir. Chris Araújo, João Luciano e Tamires Cecim)

CURTA-METRAGEM

1 – BASTIDORES DO MISTÉRIO (Dir. Jesús Pérez Aparicio)

2 – BATALHAS DA ILHA (Dir. Lucas Silva)

3 – CASA DE BONECAS (Dir. George Pedrosa)

4 – DESEJO (Dir. Tássia Dhur)

5 – O PROMESSEIRO (Dir. Ana Carolina Sousa)

6 – TERRA 333 (Dir. Keyci Martins)

VIDEOCLIPES

1 – AQNO – TÔ EM OUTRA  (Dir. Sunday James)

2 – AMON, KAINÊ, DILLA – BAILA (Dir. Amon de Oliveira)

3 – DEEP HATRED – MINOTAURO (Dir. Rogério Sousa e Lourena Myrla)

4 – ENME FEAT. BIXARTE – MAGIA NEGRA (Dir. Enme Paixão)

5 – FORRÓ DO MEL – XOTE À BEIRA MAR (Dir. Jonas Sakamoto)

6 – FRIMES – COSMETICS (Dir. Frimes)

7 – GUGS FEAT. ELOI E ALEH – DESDOBROSA (Dir. Gugs)

8 – JAÍSA CALDAS – TIMON, PAPEL E LETRA (Dir. Renata Fortes)

9 – MARCO GABRIEL – PELO MENOS EU TENHO VOZ (Dir. Renata Fortes e Weslley Oliveira)

10 – ROSA REIS E CACURIÁ DE DONA TETÉ – CAIXEIRA (Dir. Thais Lima)

11 – PAULÃO – CORPO ABERTO (Dir. Ingrid Barros)

12 – PAOLO RAVLEY – SELVAGEM (Dir. Paolo Ravley e Sunday James)

Além das exibições de filmes, a Mostra promoverá debates com os realizadores das obras e o público. Acompanhe a programação completa através das redes sociais @novocinemaranhense e site www.novocinemaranhense.com.br.

Imagem destacada / Cena do filme “De repente drag”

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Sessões solenes celebram 200 anos de Gonçalves Dias

O maranhense Gonçalves Dias completa seu bicentenário de nascimento no dia 10 de agosto. Considerado o mais importante poeta do Romantismo brasileiro, autor do poema Canção do Exílio, foi também etnógrafo, dramaturgo, historiador e professor.

Foi membro criador da Escola Indianista ou Panteísta. Por sua imensa contribuição literária, é patrono nas Academias Brasileira de Letras, Brasileira de Filologia, Maranhense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Na mesma data será comemorado o aniversário de 115 anos de atividades da Academia Maranhense de Letras.

O Bicentenário de Nascimento do poeta maranhense Antônio Gonçalves Dias tem sido celebrado ao longo do ano por meio de uma série de eventos organizados pelo Comitê Especial Gonçalves Dias 200 Anos, da Academia Maranhense de Letras. Na primeira semana de agosto começa o ciclo de palestras ministradas pelo professor, membro da Academia Brasileira de Letras e diretor da Biblioteca Nacional, Marco Lucchesi; pelo escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, Antônio Carlos Secchin; e pela escritora Ana Miranda.

A programação contempla ainda o lançamento do selo oficial Gonçalves Dias 200 Anos, a sessão solene comemorativa ao Bicentenário de Nascimento do Poeta Gonçalves Dias e aos 115 anos de fundação da Academia Maranhense de Letras, com cerimônia de entrega da Medalha 200 Anos de Gonçalves Dias.

As homenagens se estendem para fora do Maranhão e repercutem, em Brasília, onde os deputados federais participam de uma sessão solene proposta pelo deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA), em homenagem ao Bicentenário de Gonçalves Dias, no dia 14 de agosto, no Congresso Nacional.

PROGRAMAÇÃO

Dia 7 de agosto, 18h, na Academia Maranhense de Letras – Palestra Gonçalves Dias, uma ideia de Brasil, com o professor Marco Lucchesi, da Academia Brasileira de Letras e diretor da Biblioteca Nacional

Dia 8 de agosto, 18h, na Academia Maranhense de Letras – palestra A canção de todos os exílios, com a escritora Ana Miranda

Dia 9 de agosto, 17h30, na Academia Maranhense de Letras – Lançamento do selo oficial Gonçalves Dias 200 anos

Dia 9 de agosto, 18h, na Academia Maranhense de Letras – Palestra Gonçalves Dias: o outro, a outra, com o professor e escritor Antônio Carlos Secchin, da Academia Brasileira de Letras

Dia 10 de agosto, 19h, na Academia Maranhense de Letras – Sessão solene comemorativa ao Bicentenário de Nascimento do Poeta Gonçalves Dias e aos 115 anos de fundação da Academia Maranhense de Letras, com cerimônia de entrega da Medalha 200 Anos de Gonçalves Dias

Dia 14 de agosto – Sessão solene em homenagem ao bicentenário do nascimento do poeta maranhense Gonçalves Dias, no Congresso Nacional, em Brasília

Marco Lucchesi

Membro da Academia Brasileira de Letras. É o sétimo ocupante da cadeira nº 15, eleito em 3 de março de 2011, na sucessão de Pe. Fernando Bastos de Ávila, foi recebido em 20 de maio de 2011 pelo Acadêmico Tarcísio Padilha. Foi eleito Presidente da ABL para o exercício de 2018, 2019, 2020 e 2021. É professor titular da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro, além de presidente da Fundação Biblioteca Nacional.

Marco Americo Lucchesi nasceu em 9 de dezembro de 1963, no Rio de Janeiro.

Poeta, romancista, memorialista, ensaísta, tradutor e editor, em sua ampla produção, contemplada por diversos prêmios, destacam-se: Sphera, Meridiano Celeste e Bestiário e Clio (poesia); O Dom do Crime, O Bibliotecário do Imperador  e Adeus, Pirandello (romances); Saudades do Paraíso e Os Olhos do Deserto (memória); A Memória de Ulisses e O Carteiro Imaterial (ensaios).

Traduziu diversos autores, dentre os quais, publicados em livro, dois romances de Umberto Eco, a Ciência Nova, de Vico, os poemas do romance Doutor Jivago, obras de Guillevic, Primo Levi, Rumi, Hölderlin, Khliebnikov, Trakl, Juan de la Cruz, Francisco Quevedo, Angelus Silesius.

Antônio Carlos Secchin

É membro da Academia Brasileira de Letras. É o sétimo ocupante da Cadeira nº 19, eleito em 3 de junho de 2004, na sucessão de Marcos Almir Madeira e recebido em 6 de agosto de 2004 pelo acadêmico Ivan Junqueira.

Antonio Carlos Secchin nasceu no Rio de Janeiro em 10 de junho de 1952.

É Doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982). Professor de Literatura Brasileira das Universidades de Bordeaux, (1975-1979), Roma (1985), Rennes (1991), Mérida (1999) Paris III-Sorbonne Nouvelle (2009) e da Faculdade de Letras da UFRJ, onde foi aprovado (1993), por unanimidade, com nota máxima, em concurso público para professor titular. Ministrou 50 cursos de pós-graduação, no país e no exterior. Em 2013, tornou-se professor emérito da UFRJ.

Ana Miranda

Nasceu em Fortaleza, em 1951. Morou em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Hoje vive no Ceará. Estreou como romancista em 1989, com Boca do Inferno (prêmio Jabuti de revelação). De lá para cá escreveu diversos romances, entre eles Desmundo (1996), Amrik (1997) e Dias & Dias (2002, prêmio Jabuti de romance e prêmio da Academia Brasileira de Letras). Foi escritora visitante em universidades como Stanford e Yale, nos Estados Unidos, e representou o Brasil perante a União Latina, em Roma.

Ana Miranda é autora do livro Dias & Dias Dias & Dias, publicado originalmente em 2002, no Brasil. Trata-se da biografia romanceada do poeta romântico Gonçalves Dias, sob a óptica feminina da autora.

SERVIÇO

O que: Comemoração ao bicentenário de nascimento de Gonçalves Dias

Onde: Academia Maranhense de Letras (Rua da Paz, 84, Centro)

Quando: 7, 8, 9 , 10 e 14 de agosto

Contato: Maristela Sena (98) 98260 9969

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Festival Amazônia Encena Na Rua chega ao Maranhão em agosto

A programação inicia com um esquenta em escolas públicas de São Luís, com sessões especiais entre 2 e 7 de agosto.

O Festival Amazônia Encena na Rua chega a sua 14ª edição e em um feito inédito: será realizado em dois estados, Rondônia e Maranhão. De acordo com a produção do evento, 145 espetáculos de teatro, circo e dança foram inscritos – dentre os inscritos, uma curadoria especializada selecionou 13 espetáculos para a programação.

O Coordenador do Festival, Chicão Santos comemora: “O Amazônia Encena na Rua é a grande festa das artes cênicas de rua, é o lugar onde o teatro, a dança e o circo se encontram para encantar toda a gente que vai até o festival. Nós estamos muito felizes com a quantidade de obras inscritas, é bom ver que os artistas estão voltando a produzir depois da pandemia”.

O Amazônia Encena na Rua nasceu para preencher uma lacuna no cenário cultural da Amazônia Legal, que ainda não possui outro evento com essa dimensão voltado para a difusão das artes cênicas de rua produzidas no eixo.

Além de ser uma celebração artística, o festival também se configura como uma importante ferramenta de política pública para a fruição, fomento, difusão e circulação da produção artística amazônica, além de contribuir para a formação de plateia e artistas locais.

A sua programação abrangente, descentralizada, gratuita e inclusiva visa estimular o interesse da comunidade pelas atividades artísticas e promover a troca e o intercâmbio entre diferentes linguagens, estéticas e grupos da Amazônia e do Brasil.

O Amazônia Encena na Rua se potencializa pela formação de novas plateias, valorização e oportunização de visibilidade aos artistas, grupos, conteúdos e espetáculos produzidos na Amazônia, além de gerar conexões e fortalecimento da Rede de Teatro da Floresta, Rede Brasileira de Teatro de Rua, entre outras redes.

A programação do festival se inicia com um esquenta em escolas públicas de São Luís que acontecerá entre os dias 02 e 07 de agosto. Já a Programação Oficial ocorrerá entre os dias 08 e 13 de agosto na Praça Nauro Machado, no Centro Histórico de São Luís e contará com 09 (nove) apresentações de grupos do Maranhão, Pará, Amapá, Tocantins, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Todas as ações do evento são gratuitas e realizadas em locais públicos, garantindo que haja democratização do acesso à arte pela comunidade. O festival oferecerá também atividades formativas – as inscrições já estão abertas e podem ser feitas nos seguintes links:

ATIVIDADES FORMATIVAS

OFICINA 1:  Treinamento do Ator de Rua;
10 de Agosto, 15h, Praça Nauro Machado (Reviver);
INSCRIÇÃO: https://forms.gle/8XseqN3AKrxsqNPh9.

OFICINA 2: A Dramaturgia da Rua;
11 de Agosto, 15h, Praça Nauro Machado (Reviver);
INSCRIÇÃO: https://forms.gle/ZN41bmaKQoHCNNB89.

O festival é realizado com recursos da Lei de Incentivo à Cultura, idealização do O Imaginário, possui patrocínio master da Energisa e Instituto Cultural Vale e realização do Ministério da Cultura e Governo Federal.

Imagem destacada / Foto – Inovar Produtora / Divulgação

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O mercado e a mídia não gostaram de Marcio Pochmann no IBGE

Não é de se estranhar a reação da mídia de mercado diante do anúncio de que o economista Marcio Pochmann vai assumir a presidência do IBGE.

Pochmann foi atacado porque é um intelectual e militante do campo democrático-popular.

Longe de ser um lulista apaixonado, daquele tipo de só enxerga virtudes no chefe, o agora presidente do IBGE sempre teve uma postura crítica sobre as políticas neoliberais.

É por isso que está na mira da velha corporação da mídia.

Quando o agiota Paulo Guedes foi nomeado ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro a reação da mídia foi de euforia.

Já Pochmann, nome de fora do mercado, é mal visto pelo rentismo.

Foto destacada: Marcio Pochmann / Agência Brasil