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Rádio das Tulhas: som na feira da Praia Grande roda música, afetos e resistência

Texto: Vanessa Aguiar, estudante do 1º período de Jornalismo da UFMA

Revisão: Ed Wilson Araújo

Os sábados na feira da Praia Grande ou Mercado das Tulhas ganharam um tom especial há dois anos, quando o economista e agitador cultural Luiz Noleto instalou uma emissora alternativa no local.

A ideia surgiu no período da pandemia, em 2021, apenas com um celular e uma pequena caixa de som. Perseverante, aos poucos a caixinha foi carinhosamente nomeada de Rádio das Tulhas. Por dois anos, Noleto fez com que a música ecoasse pelo mercado e preenchesse o vazio que a pandemia provocou.

O projeto nasceu com o objetivo de reproduzir a produção musical de artistas maranhenses e de outros bambas do cenário nacional e internacional. No começo, teve o ouvido amigo da produtora cultural Juliana Hadad, do jornalista Zema Ribeiro e do DJ Vitor Hugo, incentivadores para a consolidação do projeto.

Na discotecagem, o DJ Vitor Hugo pilota a rádio em parceria com Luiz Noleto, que cuida também da produção, junto com Filipeza. A marca que contem a identidade visual da emissora (veja detalhe na imagem destacada) foi criada pelo design Regis Chaves. Além da música eletrônica, a rádio conta com a presença de artistas convidados e homenageados fazendo som ao vivo.

Vitor Hugo e Luiz Noleto agitam os sábados pilotando a Rádio das Tulhas

Ao longo de dois anos, dezenas de fazedores e fazedoras de cultura ecoaram no microfone da Rádio das Tulhas, registrados em fotos expostas em um painel que ornamenta o cenário da emissora. “É uma rádio feita para cultura e os feirantes”, define Noleto.

Homenagem ao Samba

Uma data marcante na história da Rádio das Tulhas foi o Dia Nacional do Samba, celebrado em 2 de dezembro, quando uma trupe de artistas lotou o mercado na festa denominada “Kizomba da Rádio das Tulhas”, tendo como homenageado especial o cantor e compositor Joãozinho Ribeiro.

Diante da importância desse gênero musical contagiante, a Rádio das Tulhas e seu anfitrião Luís Noleto prestaram uma grande homenagem ao samba.

Centro Histórico

A palavra tulha significa um local para venda de grãos. É sinônimo de celeiro público onde se comercializam gêneros alimentícios. O Mercado das Tulhas, conhecido também como Feira da Praia Grande, é uma construção do século XIX, localizada no coração da cidade de São Luís, no Centro Histórico.

No passado teve grande importância para o desenvolvimento do Maranhão, por ser o entreposto utilizado pelos principais comerciantes do estado e, portanto, uma referência do poder econômico. Hoje, marca da cultura e história do Maranhão, a Feira da Praia Grande ou Marcado das Tulhas é um ponto turístico obrigatório.

Apesar de o projeto contar com muitos ouvintes e afetividade do público, a Rádio das Tulhas é uma iniciativa independente. Não conta com apoio dos órgãos públicos, mas reivindica apoio para funcionar como equipamento cultural de interesse coletivo na cidade.

A falta de apoio governamental não impediu que a continuidade da rádio. O projeto é mantido com patrocínio dos feirantes e a solidariedade dos freqüentadores do mercado, assim como dos apreciadores da boa música.

Todos os sábados, das 12h às 18h, a rádio atrai muitos visitantes, como Cristina Salazar, aposentada e frequentadora assídua da feira. “Eu espero que o governo e a prefeitura invistam nesse projeto lindo”, reivindica.

Além de atrair visitantes de fora, “a rádio se torna uma atração muito boa para rotatividade dos turistas”, afirma a pedagoga Carla Lima.

E não são apenas os visitantes que se usufruem da boa música e do agradável ambiente. Com tantas atrações no Centro Histórico de São Luís, os feirantes se beneficiam pela quantidade de clientes, que estão cada vez mais interessados em conhecer e provar da nossa cultura. “A rádio traz alegria para as barracas e ajuda nossas vendas”, registra a comerciante Maria Raimunda Mendes.

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NPC inicia o 26º curso anual com palestras e oficinas

“Planeta Terra: Comunicação e Estado de Emergência” é o tema do 26º Curso Anual do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), com início nesta quinta-feira (10), estendendo-se nos dias 11, 14 e 15 de dezembro.

Devido à pandemia covid19, o curso será realizado com atividades on line, inclusive as oficinas.

A programação está recheada de palestras, oficinas, debates, painéis e atividades culturais no contexto da comunicação popular e sindical, do mundo do trabalho e dos movimentos sociais. A íntegra da programação pode ser acessada no site do NPC.

Agenda NPC 2021

No curso também será lançado o livro-agenda do NPC 2021. Com o cacique Raoni na capa, a temática da agenda traz os povos originários, quilombolas, agricultores familiares e grupos religiosos.

A agenda 2021 – Essa Terra tem Dono já está disponível à venda.

Capa da Agenda NPC 2021 traz cacique Raoni / Divulgação

Programação

10 DE DEZEMBRO

9h30 – Abertura

10h às 12h

Comunicação e Estado de Emergência

Ana Lucia Enne, Paulo Leal e Giovandro Marcus

14h às 17h

Oficinas

Mídias Digitais – Najla Passos

Do rádio de pilha ao podcast – Ed Wilson Araújo

19h às 21h

Democracia e Estado de Emergência

Virgínia Fontes, Rubens Casara e Jayme Brener

11 DE DEZEMBRO

10h às 12h

Comunicação e Política Digital

Adriano Martins (CAIS) e Sergio Amadeu da Silveira (UFABC)

14h às 17h

Oficinas II

Segurança Digital – Guilherme Pimentel

Cobertura de manifestações por dispositivos móveis – Vitor Ribeiro

14 DE DEZEMBRO

9h30 às 10h30

Comunicação e Eleições 2020: lições

Renata Souza, Najla Passos, Altamiro Borges, Lalo Leal e Beto Almeida

11h30 às 12h30

Comunicação Sindical

Claudia Costa, Claudia Santiago, Nina Valente e José Bergamini

14h às 15h30

Comunicação e Lutas Populares

Nathália Purificação (CONAQ), Cristiane Passos (CPT), Michelle Silva (Fala Roça), Gabriel Gallindo (MTST)

15h30 às 17h

Comunicação, ideologia e lutas populares

Ana Chã (MST), Mateus Mendes (NPC) e Wesley (MST)

15 DE DEZEMBRO

10 às 13h

Comunicação e Mundo do Trabalho

Marcio Pochmann, Giovanni Alves, Maria dos Camelôs, Renato Prata Biar

14h às 15h30

História, Memória e Comunicação Popular

Paula Salles (CPV), Ana Valim (CPV) e Adi Spezia (CIMI)

17 às 19h

Comunicação e Estado de Emergência

Bartira Santos Silva, Luiz Arnaldo Campos, Mauro Iasi e Gustavo Barreto

Com informações do jornal Brasil de Fato RS

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Festival da Comunicação Sindical e Popular vai levar exposições e aulas públicas para a Cinelândia

O Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) realiza no dia 19 de novembro de 2019, na Cinelândia (Rio de Janeiro), o 3º Festival da Comunicação Sindical e Popular. A ideia é levar para a rua a produção da imprensa sindical, popular e alternativa no Brasil desde a segunda metade do século XX.

O evento será uma feira da comunicação dos trabalhadores, com tudo organizado em barracas e exposto para quem estiver passando pelo Centro do Rio. O acervo do NPC e materiais de sindicatos e movimentos populares estarão expostos em barraquinhas em praça pública.

Ao longo do dia haverá rodas de conversa sobre mídia e poder com professores de Comunicação da UFRJ, UERJ, UFF, Rural, Facha e PUC, comunicadores populares e sindicalistas. Também participarão do evento representantes MST, CMP (Central dos Movimentos Populares), MCP (Movimento de Cultura Popular), MTST (Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto), Ocupação Vito Giannotti, Pastoral de Favelas, Conselho Indigenista Missionário e jornal Vozes das Comunidades.

“É um momento muito importante. Vamos conversar com os trabalhadores e trabalhadoras que passam pelo Centro do Rio sobre a história das lutas do povo contadas pela nossa comunicação. Tragam cartilhas, revistas, jornais”, convidou a jornalista e coordenadora do NPC, Claudia Santiago.

Haverá transmissão ao vivo de programas de rádio e TV pela Internet.

A organização do evento pede que os sindicatos, associações, coletivos de comunicação e movimentos populares participem assumindo uma barraquinha para expor suas publicações.

As pessoas de fora do Rio de Janeiro podem enviar antecipadamente seus materiais que já encontrarão as barracas prontas. Se preferirem, podem montar assim que chegar no Rio. O hotel onde ficarão hospedados é na própria Cinelândia.

O NPC solicita aos participantes e a quem mais puder ajudar um apoio financeiro de qualquer valor para garantir toda a infraestrutura necessária: palco, som, barracas, iluminação e ajuda de custo aos artistas, mas a participação não está condicionada ao apoio financeiro.

Depósitos devem ser feitos na conta do Núcleo Piratininga de Comunicação:
CNPJ: 02.510.093/0001-20
Banco do Brasil
Agência: 3520-3
Conta: 63311-9

Informações
(21) 99628-5022 (zap) e 2220-5618.

Imagem destacada: Núcleo Piratininga de Comunicação / divulgação