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Joãozinho Ribeiro celebra 40 anos de carreira com show no Teatro Arthur Azevedo

Apresentação em São Luís integra a turnê nacional
“Milhões de uns” e terá convidados especiais

No ano em que se celebram os 40 anos de carreira musical de Joãozinho Ribeiro – contados a partir da estreia em um festival universitário de música em 1979 – o Brasil tem a oportunidade de conhecer melhor um dos maiores compositores já surgidos no Maranhão, onde é bastante requisitado pelo repertório de diversos intérpretes.

“Milhões de uns”, título de sua mais conhecida composição, premiada desde 2001, ano em que foi lançada por Célia Maria, considerada a “voz de ouro” do Maranhão, empresta o nome à turnê com que Joãozinho Ribeiro está percorrendo alguns palcos brasileiros, com patrocínio do Supermercado Mateus, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão.

Joãozinho canta quatro décadas de palco.
Foto: Nem Queiroz

Durante o espetáculo, Joãozinho Ribeiro passeia por diversas fases de sua carreira e por diversos estilos que marcam sua atividade de compositor: samba, choro, marchinha, forró, cacuriá, tambor de crioula, bumba-meu-boi, blues. O repertório é cerzido por temas diversos, com pitadas de amor, eterno pano pra manga na obra de nossos melhores compositores, e crítica social, assunto do qual o artista nunca fugiu.

Com apenas um cd lançado, também intitulado “Milhões de uns”, Joãozinho Ribeiro sempre foi pautado por um exercício agregador, ao longo de sua carreira. O disco traz várias participações especiais, de intérpretes e parceiros, algo que também está sendo visto nas apresentações da turnê homônima.

“A gente vinha ensaiando essa celebração há algum tempo. Com formações reduzidas vínhamos passando por diversos projetos e casas na noite de São Luís. Mas em se tratando de 40 anos de carreira, fui provocado pelos amigos a ultrapassar o Estreito dos Mosquitos e mostrar um pouco destas décadas de arte em municípios do interior do Maranhão e em outras capitais brasileiras”, declara Joãozinho Ribeiro, protagonista desta bela festa.

A cada show, Joãozinho Ribeiro tem recebido convidados especiais e em São Luís não será diferente. No palco do Teatro Arthur Azevedo, nesta sexta-feira (13), às 20h, com o compositor anfitrião estarão o Coral São João, Anna Cláudia, Alexandra Nícolas, Fátima Passarinho, Juliana Cutrim, Lenita Pinheiro, Célia Maria, Milena Mendonça e Adler São Luís. A apresentação acontece dia 13 de setembro (sexta-feira), às 21h.

A banda que acompanha Joãozinho Ribeiro é formada por Luiz Jr. Maranhão (violão, guitarra, viola caipira e direção musical), George Gomes (bateria), Marquinhos Carcará (percussão), Arlindo Pipiu (contrabaixo e cavaquinho), Rui Mário (sanfona e teclado), Danilo Santos (flauta e saxofone) e Hugo Carafunim (trompete). A produção executiva é de Lena Santos e a coordenação geral de Josias Sobrinho.

SERVIÇO

O quê: show da turnê nacional “Milhões de uns”

Quem: Joãozinho Ribeiro e convidados

Quando: 13 de setembro (sexta-feira), às 20h

Onde: Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro)

Quanto: os ingressos serão trocados por 1kg de alimento não perecível. A troca pode ser realizada antecipadamente no Convento das Mercês (no dia do show na bilheteria do teatro, mediante disponibilidade)

Patrocínio: Supermercado Mateus, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Maranhão

Imagem destacada / divulgação: Coral São João é um dos convidados do show

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Sergio Frota agradece Fernando Sarney por “arbitragem neutra” no jogo de acesso do Sampaio

Segundo Frota, “Fernando faz muito pelo futebol maranhense”

O presidente do Sampaio Correa e ex-deputado estadual Sergio Frota (PSDB) concedeu entrevista hoje pela manhã na TV Mirante e avaliou o desempenho do Sampaio Correa na temporada que levou o time à série B da temporada 2020.

O Sampaio derrotou o São José por 3 x 2 no jogo de volta, no Castelão, em São Luís. Na primeira partida, realizada em Porto Alegre, os times empataram sem gols.

Durante a entrevista Frota revelou que ao final do jogo na capital gaúcha ele conversou com o vice-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Fernando Sarney, e pediu ao cartola uma “arbitragem neutra” para a partida de São Luís. A solicitação, segundo o presidente do Sampaio, foi atendida.

“Eu falei para o Fernando depois jogo em Porto Alegre, onde nós fomos prejudicados, teve um gol legal que foi anulado, e eu falei ‘Fernando eu preciso de uma arbitragem neutra’ e ele fez tudo. Então meu muito obrigado, já que muita gente diz que Fernando não faz nada e eu quero dizer para você que ele faz muito pelo futebol maranhense”, destacou o presidente do Sampaio.

Assista à entrevista aqui

Além de vice-presidente da CBF e conselheiro da Fifa, Fernando Sarney é o principal executivo do Sistema Mirante de Comunicação, maior conglomerado de mídia do Maranhão.

Tapas e beijos

No balanço da temporada, Frota elogiou a equipe e o técnico do Sampaio, mas voltou a lamentar o baixo investimento da iniciativa privada e dos próprios torcedores que comparecem pouco ao estádio e não se engajam suficientemente nos programas de incentivo financeiro do clube.

O presidente comparou o futebol maranhense com o paraense e citou como exemplos as torcidas do Remo e Paissandu, bem mais participativas e solidárias que a boliviana.

Ele mencionou também a adesão dos empresários e da torcida do time do Imperatriz em campanhas colaborativas para ajudar financeiramente o clube tocantino.

Imagem destacada / Flora Dolores: Fernando Sarney dá aquele abraço no medalhado Sergio Frota

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As mortes no Jaracaty, os vereadores e o Plano Diretor de São Luís

Uma das maneiras de conhecer São Luís é navegando fora das avenidas principais. Além das belezas naturais, do Centro Histórico exuberante e do alto astral, a cidade parece ter sido feita a facão.

É como se a capital fosse um garimpo. Cada dono de barranco ergue sua construção sem lei nem ordem. E nas sobras dos terrenos a cidade vai se fazendo.

Muitas áreas nobres em São Luís foram griladas pelos endinheirados. A cidade ficou o caos e vai se agravando a cada dia, priorizando a especulação imobiliária, os carros e as empreiteiras.

Colado ao shopping São Luís ergueram várias torres e o trânsito foi modificado para facilitar a entrada e saída dos carros.

Os moradores do Jaracaty, imprensados entre a avenida e a maré, não têm sequer o direito de atravessar a pista. E mesmo quando estão em suas casas, à noite, celebrando um aniversário, são vítimas da cidade que oprime e mata os pobres para beneficiar os grandes empreendimentos comerciais e imobiliários.

Os transeuntes em geral são excluídos da cidade onde não tem uma ciclovia decente e as faixas de pedestre são marcas de giz nas avenidas mal cuidadas, cheias de ondulações ou buracos.

Já são 30 anos do mesmo grupo político controlando a Prefeitura de São Luís e nem as avenidas principais têm a aplicação dos conceitos básicos da Engenharia.

No aniversário de 407 anos da cidade houve muita festa, deslumbramentos, celebrações e bajulações, mas existe outra São Luís que vive na barbárie.

Domingo morreram 4 pessoas e 5 ficaram feridas. As famílias estão dilaceradas.

Breve chegará na Câmara dos Vereadores a proposta de revisão do Plano Diretor. A maioria da população nem sabe do que se trata porque a Prefeitura escondeu o debate de alto interesse público.

A proposta de revisão do Plano Diretor vai tornar a cidade ainda mais cruel, desumana e excludente. Só para ter uma ideia, 40% da zona rural serão eliminados, caso o pacote seja aprovado na Câmara dos Vereadores.

Entre os 31 parlamentares pouco se fala sobre o Plano Diretor. Embora tenhamos edis atuantes nas suas bases, focados no varejo eleitoral, quase nada existe de debate sobre a legislação urbanística que vai interferir diretamente na vida de mais de 1 milhão de pessoas.

Enquanto as famílias do Jaracaty enterram seus mortos e sofrem nas portas dos hospitais com os feridos, as lideranças da Câmara dos Vereadores celebram um grande feito – a construção da nova sede do Legislativo Municipal.

Isso mesmo! Em meio a essa crise braba, nós, contribuintes, vamos bancar uma fortuna para a construção da nova sede da Câmara dos Vereadores de São Luís, a ser implantada na antiga Fábrica das Artes, perto do Ceprama.

A construção vai custar uma fortuna.

Ninguém pode negar que a obra vai trazer benefícios para o esplendoroso e encantador Centro Histórico, tão amado por todos nós.

Mas, em meio à crise econômica e na iminência de mudanças profundas na legislação urbanística, seria melhor converter essa montanha de dinheiro pelo menos para pintar uma faixa ou construir uma passarela no Jaracaty.

Já seria uma grande coisa.

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Comunicação, democracia e desigualdade social será tema de debate na UFMA

Em meio à situação política conturbada por qual passa a sociedade brasileira – com fake news, ódio e desqualificação do jornalismo – torna-se fundamental pensar os próximos passos a serem tomados por organizações de trabalhadores, movimentos populares, coletivos e comunicadores sociais. Por conta disso, os tópicos “Comunicação, democracia e desigualdade social” serão os pilares de um debate que está marcado para acontecer na Universidade Federal do Maranhão, na próxima quinta-feira (12 de setembro), às 17h, no Auditório Central. A organização é da Agência Tambor.

O debate reunirá três figuras para discorrer sobre as diversas facetas do tema: uma das editoras da revista Brejeiras, Cristiane Furtado, feminista carioca que pelo seu trabalho busca dar voz e espaço às mulheres lésbicas; a quebradeira de coco Rosa Gregório, uma das fundadoras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB); e o historiador e pastor evangélico Lydon de Araújo Santos, autor de diversos livros que tratam da história do protestantismo no Brasil.

O evento tem mais de 50 entidades apoiadoras, dentre coletivos, movimentos, sindicatos, pastorais, comunidades evangélicas e outras organizações. A entrada é totalmente gratuita e os participantes têm direito a certificado. Para adquiri-lo, basta se inscrever com antecedência no site agenciatambor.net.br. (É só ir no menu e achar “inscrições”).

Fonte: Jornal Vias de Fato.

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Quando os bois morrem eu me sinto mais forte

Ed Wilson Araújo

De tudo que foi dito e feito até agora pela velha política, galopando na besta fera da onda obscurantista, uma das instituições mais aviltadas é o Jornalismo. Basta ver o recente paredão montado no programa Roda Viva (TV Cultura!) para encurralar o diretor do The Intercept Brasil Glenn Greenwald.

Nada até hoje foi tão demolidor para a operação Lava Jato e o bolsonarismo como as revelações da Vaza Jato. Sergio Moro e Deltan Dallagnol enterraram na lama o Estado Democrático de Direito e jogaram na vala comum até mesmo os probos e republicanos juízes e procuradores.

O Jornalismo e a Ciência, na sua caminhada institucional, tiraram parte do poder da Igreja Católica sobre os documentos secretos mantidos em mistério pela guarda silenciosa dos monges. Nas páginas dos jornais, o poder sobre o conhecimento e o saber, há tempos restrito aos mosteiros, veio à luz nas manchetes e fotografias.

Por isso as conversas privadas de agentes públicos interessam à sociedade. O leitor, ouvinte, telespectador, internauta etc têm o direito de acessar alguns conteúdos secretos transitados entre juízes e procuradores, quando o interesse público está em jogo.

A justificativa é simples: certas conversas e as decisões ali tramadas são de amplo interesse coletivo, dizem respeito às reputações e decidem sobre a liberdade das pessoas, interferem na Economia e nas medidas sobre temas diretamente relacionados ao cotidiano de cada brasileiro.

Algumas deliberações tomadas pela operação Lava Jato incidiram concretamente na vida de milhões de brasileiros: fizeram um julgamento partidário de Lula, destruíram em parte as instituições, macularam famílias, debocharam da morte de entes queridos e mancharam a imagem da Justiça e do Ministério Público por inteiro, até mesmo dos operadores do Direito não incorporados ao lavajatismo.

Onde não há instituições brota a barbárie.

Quando Sergio Moro e Deltan Dallagnol tiveram as conversas reveladas houve várias reações, até acertarem o foco – atacar o Jornalismo.

Por isso o paredão contra Glenn Greenwald no Roda Viva e o foguetório na Feira Literária de Paraty. Agiram até mesmo contra Miriam Leitão, uma jornalista conservadora e expoente do liberalismo na mídia.

Trata-se de uma ofensiva não só contra o The Intercept Brasil e os seus parceiros, mas uma guerra declarada a um campo estratégico no contexto das mediações sociais – a Comunicação, em especial, o Jornalismo.

Após o aparelhamento de parte do Ministério Público e do Judiciário em conluio para sufocar a democracia no Brasil, a cúpula da operação Lava Jato está desmoralizada, exalando entre os corredores dos tribunais o enxofre do golpe.

Moro e Dallagnol ofenderam de modo vil os bons e honestos procuradores, juízes, ministros, desembargadores, promotores, delegados e outros servidores do Ministério Público e da Justiça do Brasil ciosos das suas funções republicanas.

Não por acaso o espírito lavajateiro cresceu junto com a onda bolsonarista embalada na mentira.

Os movimentos de contornos fascistas repetem uma tragédia anunciada. A ciência, a política e a estética livre são inimigos primordiais dos intolerantes, avessos à verdade e ao encantamento.

O espelho deles quebra quando encaram os fatos concretos da realidade.

Assim, fizeram campanha disseminando fake news. É uma forma de piorar as coisas. Se outrora manipulavam os fatos para distorcer os enredos, agora retrocedem ao nível da mentira deslavada.

A onda obscurantista é desumana. Os propagandistas de fake news, do terraplanismo e de outras aberrações como a ineficiência da vacina são capazes de negar até a própria existência, embora haja testemunhas oculares do parto e o registro do nascimento em cartório. Contra Descartes, diriam: “minto; logo, não existo”.

Vem daí o ataque à Ciência, campo de trânsito permanente do Jornalismo. Fascistas detestam a ordem lógica das narrativas.

Os movimentos de inspiração fascista são um terreno infértil, onde só brota o ódio e a intolerância. A verdade é uma ofensa. Eles não conseguem sequer lidar com um princípio básico do Iluminismo aplicado ao Jornalismo – a transparência, uma conquista da Modernidade no curso das revoluções burguesas.

Apesar de tudo isso, temos resistência! Vejamos, por exemplo, como se ergue e consolida a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), uma auspiciosa organização de operadores do Direito focada em princípios republicanos.

Na mídia, o The Intercept Brasil deu um cavalo de pau nos meios tradicionais e alguns deles, apoiadores do golpe, tentam refazer caminhos porque conhecem a sabedoria das audiências.

No campo da mídia alternativa a Teia de Comunicação Popular do Brasil junta gente de todo canto do país. São jornalistas, ativistas, humanistas, comunicadores e comunicadoras que se recusam a bater continência para o pensamento único.

Do Maranhão, rufam a Agência Tambor e a Rádio Web Tambor.

A juventude lota as ruas para dizer não aos cortes de gastos na Educação. Nas universidades o Future-se é negado.

Existem alguns motivos para ficarmos tristes, mas temos outros tantos para revigorar as forças e seguir em frente lutando contra essa onda de obscurantismo que tenta negar a verdade, matar o Jornalismo e silenciar a arte livre.

Pras bandas do Maranhão estamos em tempos da morte dos grupos de bumba-meu-boi. Os batuques estão prenhes de trupiadas anunciando que no próximo ano haverá batizado. Banjos, maracás, pandeirões, matracas, zabumbas e os instrumentos de sopro anunciam fertilidade. Nos terreiros onde se cultuam os rituais da morte a dialética traduz ressurreição.

Aos meus amigos tristes só tenho palavras motivadoras. Essa chuva ácida vai passar. Já estamos no tempo das floradas de caju, manga e juçara. Vamos degustar arte, botar lenha na fogueira da razão, afirmar a Ciência e o Jornalismo como formas de conhecimento da realidade.

Viva a produção acadêmica (balbúrdia!) e a poesia. Maiakóvski, sempre bem lembrado, recomenda somar forças para atravessar as ameaças e as guerras […]

“rompê-las ao meio,

cortando-as


como uma quilha corta


as ondas.”

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Carpe diem, Jorge Capadócia

Era uma daquelas noites em que tudo pode acontecer, inclusive nada, como diz a música “A natureza das coisas”, letra de Accioly Neto interpretada por Flávio José.

Numa das minhas poucas idas a Brasília, nessas militâncias da vida, certa vez fui ao bar Carpe Diem, point de gente das letras e das artes ou, como se costuma dizer no jargão, lugar de encontro dos “intelectuais”.

Estava na companhia do jornalista e parceiro de lutas Marcio Jerry, ainda no PT e no movimento de rádios comunitárias, que à época convidou o então juiz federal Flávio Dino para um encontro informal.

Acho que àquele tempo Dino não pensava em ser governador do Maranhão e nem Jerry deputado federal. Mas, isso não vem ao caso agora.

Sentamos no Carpe Diem e começamos a papear. Eis que repentinamente aparece um homem negro de voz empostada, elegância nas palavras e foi logo anunciando mais ou menos assim: “eu sou a mesma pessoa, meus cabelos e minha voz são os de sempre, mas meus livros estão renovados”.

Quando viramos para mirar o pregoeiro, deparamos com Jorge Capadócia, velho conhecido da turma do movimento estudantil dos anos 1980 e 1990 no campus do Bacanga, na Universidade Federal do Maranhão.

Capadócia era o cara das grandes sacadas musicais e foi um importante agitador da cena cultural de São Luís naquelas décadas. Entre tantos shows, ele produziu o antológico Urubu GuaraniAs sete faces da canção (1987), uma referência inicial na carreira do cantor e compositor Zeca Baleiro.

No currículo de Capadócia está ainda a produção do Fump (Festival Universitário de Música Popular), em 1986 e 1987, organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Depois, não se sabe por qual motivo, ele partiu para Brasília, onde passou a viver e vender livros nos bares e restaurantes da capital federal. Era um misto de livreiro e sebista ambulante, sempre de bom humor e com ótimos títulos de literatura, principalmente.

Nos últimos três anos ele vinha passando por problemas de saúde e faleceu na última sexta-feira, no Hospital de Base.

O nome do bar onde encontramos Capadócia, Carpe Diem, é uma expressão originária do latim, atribuída ao poeta romano Horácio e significa “aproveite o dia”, rememorada no filme “Sociedade dos poetas mortos”.

Uma das interpretações para o texto de Horácio remete à fruição intensa da vida, sem se preocupar com o amanhã. Nosso militante da música deixou a ilha de São Luís, onde era produtor cultural, para vender livros em Brasília.

Capadócia fez a sua escolha. E viveu. Carpe diem!

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Quarta, dia 4: plenária na UFMA vai debater o programa Future-se

Professores, estudantes e servidores administrativos da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) vão realizar uma plenária quarta-feira, dia 4 de setembro, às 17h, no auditório principal do Centro Pedagógico Paulo Freire, no campus do Bacanga. A reunião é aberta à participação geral da população.

Na plenária será debatido o conteúdo do programa Future-se, imposto pelo governo federal, que tem nas suas diretrizes a destruição da Universidade pública e gratuita, mediante a retirada do financiamento público e a introdução de um modelo privado na gestão das instituições de ensino superior.

A plenária tem o objetivo de ouvir a comunidade universitária sobre a proposta radical do governo federal que afronta a Constituição do Brasil ao retirar do Estado a sua função de prover a Educação.

Sindicatos de professores e servidores do setor administrativo em várias universidades já se posicionaram de forma crítica sobre o Future-se, que foi imposto pelo governo federal sem amplo diálogo presencial junto aos docentes, alunos, técnicos e trabalhadores terceirizados.

Várias autoridades estão sendo convidadas para participar da plenária e ouvir os anseios e apreensões da sociedade sobre o Future-se, além de representantes da Administração da UFMA. O presidente do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), Antonio Gonçalves Filho, já confirmou participação.

A Associação dos Professores da Ufma (Apruma), seção sindical do Andes, realizou dia 27 de agosto uma palestra com a professora Marina Barbosa Pinto sobre o Future-se. Na oportunidade, ela explicou de forma detalhada como o governo trama para desmontar o tripé fundamental da Universidade pública – baseado no ensino, pesquisa e extensão – para introduzir um padrão administrativo de mercado, onde a lógica é o financiamento privado.

Ex-presidente do Andes, Marina Pinto concluiu a palestra afirmando que só há uma saída para a Universidade pública – rejeitar o Future-se. A professora apontou que em linhas gerais o programa desmonta todo o esforço realizado ao longo de décadas para a construção da carreira dos professores, ameaça a assistência estudantil, restringe as pesquisas e aniquila a produção científica.

Mobilização nas redes – A Apruma orienta professores e professoras, estudantes, técnicos, terceirizados e todos os que se sentem ameaçados pela proposta a comparecer e a convidar mais pessoas a participar da assembleia.

Para auxiliar na mobilização, a Apruma sugere aderir ao evento via Facebook, além de compartilhá-lo e convidar mais pessoas a confirmar presença. Para isso, basta clicar no link AQUI.

Haverá transmissão via Internet para todos os campi da UFMA e será assegurada a participação destas unidades via WhatsApp da Apruma (98 9 8844 0401 – para participar indique o nome e o campus de onde está falando).

Com informações da Apruma (Associação dos Professores da UFMA), seção sindical do Andes SN

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Fenaj e sindicato repudiam ameaças ao jornalista que denunciou “Dia do Fogo”

O Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará (Sinjor-PA) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) manifestam repúdio, indignação e denunciam as ameaças feitas contra o jornalista Adecio Piran, proprietário do jornal Folha do Progresso, que circula no município de Novo Progresso, no sudeste do Pará.

O jornalista publicou reportagem, denunciando o “Dia do Fogo”, ação criminosa contra a floresta amazônica praticada por produtores rurais da região. A notícia teve repercussão nacional e internacional.

Na quarta-feira (28), Adecio Piran foi alvo de ameaças, nas redes sociais, com a postagem de um folheto que foi distribuído na cidade de Novo Progresso, onde é exibida a sua foto com um texto que o acusa de ser estelionatário e responsável por incêndio criminoso.

O jornalista também denuncia que os anunciantes do jornal Folha do Progresso estão sendo ameaçados e coagidos a retirar o apoio ao periódico, que está em circulação há 20 anos.

Por conta dessas ameaças, o jornalista registrou Boletim de Ocorrência (BO) na Unidade da Polícia Civil da cidade.

O Sinjor-PA e a FENAJ repudiam mais um atentado contra o exercício do jornalismo, da liberdade de imprensa e de expressão. As entidades também pedem providências ao Governo do Estado do Pará e seus órgãos de Segurança Pública para garantir a integridade física e os direitos do jornalista Adecio Piran e que sejam identificados e punidos os autores das ameaças.

Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará – Sinjor/PA Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)

Foto: Victor Moriyama/Greenpeace/24 de agosto de 2019

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ETC realiza curso sobre mudanças e perspectivas profissionais na Comunicação

O Grupo de Pesquisa ETC (Comunicação, Tecnologia e Economia), vinculado ao Departamento de Comunicação Social e ao Mestrado Profissional em Comunicação da UFMA, realiza o minicurso gratuito “Mudanças e perspectivas profissionais na Comunicação: incursões a partir da economia da confiança” nesta sexta-feira (30/08), às 10h, no Anfiteatro de Comunicação (CCSo-UFMA).

O curso, a partir dos resultados de uma das pesquisas do ETC, tratará das transformações pelas quais o campo da comunicação tem passado e quais os cenários que se organizam para os próximos anos. “Inicialmente, abordaremos a economia da confiança enquanto fenômeno que nos convida a ampliar a compreensão sobre a comunicação. Em seguida, alguns dos resultados da pesquisa serão apresentados e, por fim, trataremos sobre profissões que têm surgido”, explica o professor e coordenador do ETC Ramon Bezerra Costa.

A economia da confiança não diz respeito somente a formas através das quais é possível acessar produtos e serviços por meio do compartilhamento envolvendo as tecnologias digitais de comunicação, mas a um processo de vinculação social com três características: a dinâmicas entre pares, a confiança entre desconhecidos e a existência da abundância de recursos e não da escassez. Essas questões serão apresentadas no minicurso.

INSCRIÇÕES

Para participar é preciso se inscrever, gratuitamente, neste link. Embora seja voltado para estudantes e profissionais de Comunicação, qualquer pessoa interessada na temática pode participar.

Se você quiser conhecer o ETC e suas pesquisas acesse o perfil no Instagram

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Fundadora da revista “Brejeiras” participará de evento da Agência Tambor

Fonte: Blog Buliçoso

O evento, a ser promovido pela Agência Tambor, com o tema “Comunicação, Democracia e Desigualdade Social”, no dia 12 de setembro, terá a participação na mesa de debates da comunicadora popular Cristiane Furtado, ativista lésbica e feminista, que atualmente desenvolve pesquisa para um doutorado sobre a história do feminismo na Imprensa carioca.

Cristiane, que possui no currículo formação no Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), referência no Brasil na área de comunicação popular e sindical, é uma das fundadoras da revista Brejeiras, publicação direcionada ao público lésbico. A revista é trimestral, produzida por cinco mulheres, ativistas das causas feministas e lésbicas: Camila Marins, Cristiane Furtado, Laila Maria, Luísa Tapajós e Roberta Cassiano. A Brejeiras já trouxe uma entrevista com Neusa das Dores, uma das organizadoras do 1º Seminário Nacional de Lésbicas, que deu origem ao Dia da Visibilidade Lésbica, celebrado oficialmente em 29 de agosto.

A segunda edição também estampou na capa a arquiteta Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), executada covardemente em março, no Rio de Janeiro, com repercussão no mundo inteiro. Em depoimento sobre a revista, a viúva de Marielle declarou: “Fundamental ter um veículo de comunicação desse tipo. Quando eu tinha 19 anos e estava apaixonada por uma mulher, senti medo. Se existisse uma revista dessa, talvez eu não tivesse sofrido tanto”.

Cristiane falou com exclusividade ao blog Buliçoso, um dos apoiadores da iniciativa, sobre sua participação no evento articulado pela Agência Tambor. Confira abaixo:

Cristiane Furtado será uma das palestrantes no evento da Tambor

O Brasil vive um momento escatológico, em que direitos assegurados pela ordem jurídica vigente são defecados e segmentos populacionais como negros, mulheres, indígenas e LGBTs achincalhados e negados pela maior autoridade da República. Qual a contribuição que a Brejeiras tem a dar na atual conjuntura?

A Revista Brejeiras é uma publicação impressa, feita por e para mulheres lésbicas, que busca em suas páginas ampliar imaginários, no quais, a construção do amor entre mulheres, o amar mulheres torna-se central. Num mundo patriarcal, machista e misógino, afirmar amar mulheres é revolucionário.  Somos parte de um movimento de resistência, que se opõe a normatividade e a universalidade da história única há muitos séculos. Vivemos sim um momento difícil politicamente, de tempos sombrios, onde os discursos de ódio estão sendo bradados de forma direta e explícitos nas políticas brancas, racistas, machistas, LGBTfóbicas coloniais e neoliberais, sem as máscaras de uma modernidade progressista. Obviamente, não estou dizendo que todos os discursos e relações com o Estado são iguais, pois não são. O que quero dizer é que esse discurso violento que nos choca, sempre esteve presente, sempre esteve no poder, ocupando e executando um projeto de extermínio desses segmentos da população. Os personagens dos capitães, coronéis, generais, que hoje voltam a ocupar os lugares centrais nas terras do planalto, nunca de fato saíram das esferas de poder e decisão em nossa democracia, mesmo nos momentos de governos mais progressistas. Como disse a ativista lésbica Virgínia Figueiredo em entrevista para a 3ª edição da Revista Brejeiras – #ElasSim, Lésbicas na política – “após a ditadura as forças conservadoras continuaram lá e nós ainda não conseguimos colocar as nossas”. É importante destacar a ideia de continuidade que a fala de Virgínia traz, pois esta não aponta apenas para as desigualdades proporcionais dos cargos ocupados pelo voto direto, que é enorme, mas destaca a permanência do conservadorismo em todos os setores estruturais do poder. Nesse sentido, Brejeiras é movimento, é a construção de um espaço de liberdade, de opinião, de multidão, onde reunimos vozes de mulheres lésbicas e juntas confabulamos e nos organizamos para afirmar que continuaremos sendo resistência nas mais diferentes formas, pois é em nossos corpos (mulheres lésbicas, negras, travestis, transexuais, indígenas) que se inscrevem as lutas por distribuição de renda , moradia, meios de produção, memória e poder político.

O Maranhão possui o maior número de pessoas vivendo em situação de pobreza, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com 54,1% dos maranhenses vivendo com menos de R$ 406 por mês. Temos um alto índice de feminicídio e outros graves problemas. evento sobre Comunicação, Democracia e Desigualdade Social aqui no topo do mapa do Brasil, distante das grandes metrópoles? 

Acredito na luta pela democratização da comunicação, pois como afirma a jornalista e editora da Revista Brejeiras, Camila Marins, a comunicação é um direito humano. A Revista Brejeiras é composta por cinco editoras que vem de diferentes lugares do Brasil, Luísa Tapajós é de Santarém (PA), Laila Maria é de Salvador (BA), Camila Marins é mineira de Santa Rita (MG),  Roberta Cassiano é do Rio de Janeiro (RJ) e eu, Cris Furtado, sou de Porto Alegre (RS). Essa mistura de experiências de diferentes lugares marcam a construção da revista que procura em todas as edições trazer em suas páginas as alianças e articulações feitas com coletivas das diferentes regiões do Brasil. Há, entre nós,  consciência e vivência da centralidade sudestina na distribuição de poder e dinheiro que governa o Brasil desde os tempos do Império, mas também dos processos de resistência e disputas à essa centralização. Falo de um projeto de poder que privilegia o eixo sul-sudeste, construído a ferro e fogo juntamente com o dispositivo de racialização colonial, um processo violento que aparece nos índices de precarização das vidas e distribuição de rendas. A mídia hegemônica reproduz com naturalidade hipócrita o foco sul-sudeste para representar o Brasil e isso é facilmente notável nos sotaques, corpos e cores que aparecem nas novelas, jornais ou em qualquer programação que pretenda ser nacional. Minha esposa, Luísa Tapajós, ficou chocada com o fato de que nesse momento em que o mundo grita e pede socorro para as queimadas na Amazônia, o que ganhou as manchetes da grande mídia sobre essa questão foi que “o céu de São Paulo escureceu”. Participar desse evento no Maranhão é estratégico, pois ao deslocar o olhar universalizante das metrópoles é possível compartilhar táticas, saberes e alianças que dialogam com diferentes realidades e firmar compromissos para o combate as desigualdades, a feminização da pobreza e as diferentes formas de opressão, além de tornar possível pensarmos e desejarmos juntos outras formas de comunicação e democracia. A feira de economia solidária Safeira, parceira da Revista Brejeiras desde a 2ª edição é um bom exemplo de como essas trocas de saberes e experiências são importantes. O combate à feminização da pobreza e o “acolhimento e resistência ao preconceito”, como elas descrevem , é feito através dessa estratégia de feira, onde as artesãs e artistas, mulheres lésbicas e bissexuais, podem expor seu trabalho, gerar alguma renda da venda de seus produtos e de suas apresentações e ainda ser uma espaço de encontro e acolhimento, um espaço seguro, de resistência ao preconceito. Essa estratégia compartilhada pela Safeira nos ensina a pensar formas de garantir que em nossas ocupações de militância, nas ruas e praças, em nossos eventos exista a preocupação em criar formas de gerar renda para mulheres lésbicas e criar espaços de segurança entre nós.

2ª edição da Brejeiras trouxe Marielle Franco na capa

SERVIÇO

O quê? Comunicação, Democracia e Desigualdade Social

Quando? 12 de setembro

Onde? Auditório Central da UFMA

Horário? 17h

Inscrições: site www.agenciatambor.net.br

Contatos: (98) 98408 8580 ou (98) 98405 6689

Apoio: Afronte (coletivo estudantil), ABJD (Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – Núcleo Maranhão), Abraço-MA (Associação Brasileira de Rádios Comunitárias do Maranhão), Apruma (Seção Sindical do Andes SN), Blog Buliçoso, Blog do Ed Wilson, Coletivo Célia Linhares, Coletivo de Mulheres Ufmistas, Coletivo Mães pela Diversidade, Coletivo Pinga Pinga, Conegro-Ufma, Comunidade Evangélica de Comissão Luterana em São Luís, Carabina Filmes, Caritas Brasileira Regional Nordeste-5, Comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, Comissão Pastoral da Terra (CPT- -MA), Conselho Indigenista Missionário (CIMI-MA), CSP Conlutas, Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão – FETAEMA, Fóruns e Redes de Defesa dos Direitos da Cidadania do Estado do Maranhão, Fórum Maranhense de Mulheres, Grupo de Estudos Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA), Grupo de Estudos, Pesquisas e Extensão Lutas Sociais Igualdade e Diversidade – (LIDA/Uema), Grupo de Pesquisa História, Religião e Cultura Material (Rehcult), Igreja Cristã da Ilha, Igreja Evangélica Congregacional de São Luís, Movimento Articulado de Política Ativa (MAPA), Marcha Mundial das Mulheres, Movimento dos Quilombolas do Maranhão (Moquibom), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Hip Hop Quilombo Urbano, Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Movimento Reocupa, Najup Negro Cosme (UFMA), Núcleo de Mulheres Lésbicas, Núcleo de Estudos Rurais e Agrários da Universidade Federal do Maranhão (NERA/UFMA), Núcleo Marielle Franco, Observatório de Experiências Expandidas em Comunicação (ObEEC/UFMA), Sinasefe/Maracanã, Sinasefe/Monte Castelo, Sindicato dos Bancários do Maranhão, Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Maranhão (Sindsalem), Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado do Maranhão (Sindsep), Sindicato dos Urbanitários do Maranhão, Sociedade Maranhense dos Direitos Humanos (SMDH), TV Comunidades, TV Quilombo.