Estava tudo caminhando para o consenso absoluto em que todos nós,
pesquisadores e militantes da democratização da comunicação, nos regozijamos na
crítica à mídia de mercado controlada pelo capital financeiro.
A tese central de que as Organizações Globo e os seus tentáculos
consorciaram-se à Lava Jato para consumar um golpe está consolidada e
fartamente comprovada pelas revelações do The Intercept Brasil.
Esse foi o tom dos debates ao longo do 4º Encontro Nacional pelo Direito à
Comunicação (ENDC), realizado na sequência da 22ª Plenária do FNDC (Fórum
Nacional pela Democratização da Comunicação), em São Luís, de 18 a 20 de
outubro/2019.
O consenso foi quebrado quando o jornalista e professor universitário
Franklin Douglas se pronunciou no ato público realizado sexta-feira (18) à
noite, no Convento das Mercês, como parte da programação do 4º ENDC.
Ele fez um apanhado sobre os obstáculos para uma efetiva democratização da comunicação no Brasil, inclusive registrando as dificuldades dos dois mandatos de Lula para implementar as políticas públicas formuladas ao longo de décadas pelo FNDC para termos menos concentração empresarial, mais pluralidade, apoio à comunicação comunitária, popular e independente, critérios justos para a distribuição de verbas publicitárias e regionalização da produção.
Os fatos são amplamente conhecidos. A cúpula do PT e do governo Lula tinham
o diagnóstico e o remédio, mas seguiram o caminho da conciliação, até que veio
o golpe.
No cenário local, o professor mencionou a Timbira AM, rádio estatal sob administração do Governo do Maranhão, sucateada no governo Roseana Sarney (MDB) e revitalizada na gestão Flávio Dino (PCdoB). Douglas registrou que a rádio só não foi privatizada nos anos 1990 devido ao bom combate da militância inspirada no FNDC e reconheceu o empenho do atual governo para recuperar a emissora.
Mas, criticou em parte a linha editorial. O jornalista pontuou que, apesar de fortalecida, a Timbira não ouve os quilombolas e aqueles que são contra a cessão da Base de Alcântara para os Estados Unidos e nem as vozes que combatem a entrega da comunidade Cajueiro para a construção de um porto privado com capital internacional.
“Calar Jamais!” é o mote da campanha em defesa da liberdade de expressão, organizada pelo FNDC, campo de militância, pesquisa e formulação de políticas públicas que ocupa um papel importante no debate sobre o tema da comunicação, fundamental para a democracia.
Os jornalistas e a Lava Jato
Outro assunto abordado no 4º ENDC foi o posicionamento de assessores de comunicação e jornalistas em setores estratégicos no processo de construção do golpe, quando a fronteira entre repórter e lobista fica tênue. Na conferência sobre “A naturalização e institucionalização da censura no Brasil”, o editor deste blog questionou os limites morais e éticos dos jornalistas com base nos seguintes fatos:
1 – Miriam Leitão é uma intelectual orgânica da elite conservadora
neoliberal;
2 – O filho de Miriam Leitão, Vladimir Netto, repórter destacado da TV Globo, lançou um livro enaltecendo os méritos e os feitos heroicos do juiz Sergio Moro na condução da Lava Jato;
3 – O livro de Vladimir Netto, intitulado “Lava Jato – O juiz Sergio Moro e
os bastidores da operação que abalou o Brasil”, inspirou o filme “O mecanismo”,
dirigido pelo cineasta José Padilha;
4 – O livro e o filme despejaram gasolina intensamente na fogueira do golpe;
5 – A esposa de Vladimir Netto e nora de Miriam Leitão, Giselly Siqueira, ocupou vários cargos no Sistema de Justiça e chegou ao topo da carreira quando foi nomeada Assessora de Comunicação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, posto de alta confiança na pasta de Sergio Moro.
Antes de comandar a área de Comunicação no ministério do herói da Lava Jato, Giselly Siqueira obteve cargos destacados em órgãos de operação da Justiça e na Procuradoria Geral da República: assessora-chefe de Comunicação Social no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na gestão de Gilmar Mendes, secretária de Comunicação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e secretária de Comunicação Social no Ministério Público Federal, esta última durante o rumoroso caso do “Mensalão”.
Apenas para reiterar: a minha pergunta foi sobre os limites morais e éticos de jornalistas em postos estratégicos no exercício profissional, relacionados principalmente às posições ocupadas pelo repórter Vladimir Netto, autor do livro enaltecendo a meritocracia de Sergio Moro; e da sua esposa Giselly Siqueira, que passou a exercer um cargo estratégico a convite do mesmo Sergio Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Não houve na minha pergunta qualquer intenção de atirar pedras ou condenar a jornalista Miriam Leitão pela sua maternidade e as escolhas do filho Vladimir Neto.
A própria Miriam Leitão, intelectual orgânica da elite conservadora, já sofreu hostilidade da extrema direita nas redes sociais, a ponto de cancelar até a presença dela na Feira do Livro de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, diante dos ataques disparados na internet por fanáticos bolsonaristas.
Nenhum jornalista com o mínimo de sanidade e bom senso aplaude esse tipo de
atitude. Se ontem agrediram Miriam Leitão, amanhã pode ser qualquer um. Esse é
o ponto.
Por fim, após exaustivos debates, a 22ª Plenária do FNDC e o 4º ENDC encerraram com uma incógnita: se o campo democrático voltar ao poder, para onde será guiada a política de comunicações? Voltará a fazer um acordo com a mídia conservadora golpista ou vai adotar o programa pela democratização já de amplo conhecimento das esquerdas em geral?
Os critérios de distribuição das verbas publicitárias vão priorizar os
barões da mídia ou serão revisados para democratizar o acesso ao recurso
público pela comunicação popular, comunitária, independente e alternativa?
Haverá, afinal, um pensamento estratégico sobre comunicações ou apenas um refazer da visão instrumental? São várias perguntas para uma incógnita: de qual lado estarão as esquerdas (na comunicação) em uma eventual retomada do poder?
Nota: Esse texto expressa a avaliação individual do editor deste blog: Ed Wilson Araújo
O espetáculo “Maria Firmina dos Reis: uma voz além do tempo” estreia nos dias 30 e 31 de outubro, às 19h30, no Museu de Artes Visuais (Rua Portugal, 273, Praia Grande), com sessões gratuitas e acessíveis em libras e áudio descrição.Aobraé fruto de uma pesquisa da atriz maranhense Júlia Martins a respeito da primeira romancista afro-brasileira e maranhense que deu voz ao feminino e através da literatura criticou as injustiças de uma sociedade machista, racista e escravocrata, perpetuada nos dias atuais.
Segundo a produção do
espetáculo, esta é a primeira abordagem na linguagem teatral com uma releitura
da obra e vida de Maria Firmina dos Reis, símbolo de resistência e luta contra a
escravidão, esquecida
por mais de um século, apesar da sua importância na construção da literatura
afro-brasileira.
O espetáculo é uma
realização do Núcleo Atmosfera de Dança-Teatro, com patrocínio do Banco da
Amazônia, apoio do Grupo Universitário de Teatro (GUT), Núcleo
de Acessibilidade da UFMA, Museu de Artes Visuais, Pajama Produções, Escola de
Cinema/IEMA e Guajajara Filmes.
FICHA
TÉCNICA
Elenco: Júlia Martins
Direção: Leônidas
Portella
Preparação Corporal:
Shamach Pacheco
Cenário e Figurino:
Marlene Barros e Marcos Ferreira
Adaptação tem roteiro de Iramir Araujo e ilustrações de Ronilson Freire
Por uma feliz sincronicidade do destino, “O
Mulato”, obra prima de Aluísio Azevedo, adaptada para os quadrinhos por Iramir
Araujo terá lançamento durante a 13ª Feira do Livro de São Luís (FeLiS), ano no
qual o romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista
maranhense é o grande homenageado do evento. O lançamento, com bate papo
e noite de autógrafos será neste domingo, 20 de outubro, à partir das 19h, no
espaço Casa do Escritor.
O livro, publicado pela Editora 7 Cores, com
patrocínio da Equatorial Energia, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do
Maranhão, chega ao público numa bela e impactante arte de Ronilson Freire,
impresso em papel pólen, formato 17x24cm, 130 páginas, P&B e capa colorida,
após mais de dois anos de pesquisa e roteirização. “É uma obra atemporal, e por
isto mesmo, profundamente contemporânea, que sinto que deveria ser lida por
todos. Por isso a opção de quadrinizá-la, porque além de permitir a
possibilidade de uma maior democratização da literatura de um dos maiores
escritores do Brasil, mesmo que por meio de uma adaptação, também é uma forma
de preservar e valorizar uma obra genuinamente maranhense, por meio dos
costumes, do cenário político e social da época, possibilitando um paralelo com
os dias atuais”, explica Araújo.
Lançado em 1881, o romance original de Azevedo
inaugurou o “Naturalismo” no Brasil, gênero literário do qual o autor é
precursor no país. Na época de seu lançamento, “O Mulato” causou rebuliço,
principalmente no Maranhão, por tratar de questões raciais de forma crua e
detalhadamente descritas, e por sua crítica explícita à igreja e ao clero
maranhense. Na obra, o mulato Raimundo retorna da Europa após formar-se
advogado. No Maranhão ele desperta a paixão da prima Ana Rosa, uma jovem
ingênua e sonhadora. O namoro dos dois, no entanto, não progride por causa da
origem do rapaz. Mesmo rico, advogado, educado e com um futuro promissor, ele
carrega uma grande sina: ser filho de uma negra escravizada, o que para a
sociedade maranhense de então era um pecado mortal.
Ambientado num Brasil escravocrata, o romance
chocou a sociedade, que não gostou de se ver retratada na obra. Hoje, passados
138 anos de sua primeira edição, o que teria “O Mulato”, de tão atual? Para
Iramir Araujo, certas formas de pensamentos e ações continuam arraigadas em uma
parte considerável da população brasileira. “Infelizmente continuamos, nos dias
de hoje, debatendo formas de trabalho análogas à escravidão, preconceitos
raciais, religiosos e ideológicos. A hipocrisia religiosa, por exemplo: muita
gente continua fazendo vítimas em nome de um Deus muito cruel. Tudo isto
continua muito presente no cotidiano da nossa sociedade”, analisa.
Outros lançamentos – Com uma
agenda previamente definida, O Mulato em quadrinhos será lançada em novembro,
mês da Consciência Negra, no Espaço Cultural Maria Firmina dos Reis, no Centro
de São Luís, e no dia 6 de dezembro na CCXP-2019 em São Paulo
“Pretendemos levar O Mulato em quadrinhos ao maior
número possível de pessoas, por isso estamos com uma agenda previamente
definida até o final do ano. Mas por hora, eu gostaria de convidar as pessoas
para visitarem a FeLiS. É um evento singular, que movimenta o cenário cultural
e literário do nosso Estado, e para mim será uma honra lançar “O Mulato em
quadrinhos” na Feira, bem como um imenso prazer bater um papo com quem aparecer
por lá”, convida o autor.
Serviço
O que: Lançamento de “O Mulato” em quadrinhos
Quando: dia 20 de outubro de 2019
Onde: Espaço Casa do escritor – 14ª FeLis –
Multicenter Sebrae
Horário: 19h
Valor: evento gratuito; livro: R$ 35
Contato para entrevista: (98)
98899-8214 – Iramir Araujo
De 19 a
24 de novembro, acontecerá no Rio de Janeiro, a 25ª edição do Curso Anual do
Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). A edição que marca um quarto de século
desse importante instrumento de formação de jornalistas e dirigentes de
movimentos sindicais, sociais e populares irá discutir Comunicação, Arte e
Resistência.
Na
programação, temas como “Internet e a democracia”, “A esquerda e o uso da
Internet”, “Comunicação dos Trabalhadores”, “Comunicação do Brasil”, “Trabalho,
sindicatos e partidos políticos no século XXI”, “Os riscos de um fascismo à
brasileira”, “Experiências em Comunicação Sindical e Popular”, “Memória: as
greves de 1979”, “Individualismo: uma ideologia a combater” e “ A cultura na
construção dos valores” irão contribuir para o debate sobre o papel da
comunicação e das artes na luta e resistência da classe trabalhadora.
Além dos
painéis, o curso oferecerá também oficinas de rádio, podcast, redação, oratória
e produção de vídeo por celular.
O Curso
do NPC é referência para sindicalistas, jornalistas, militantes sociais,
professores e estudantes de comunicação de todo o país, interessados em debater
a comunicação de um ponto de vista contra hegemônico. Se constitui também como
importante espaço de debate e formação continuada dos profissionais e
dirigentes da comunicação sindical.
Essa semana São Luís vai sediar dois importantes eventos
sobre liberdade de expressão, democracia, internet livre, mídia comunitária e
alternativa, jornalismo e conjuntura política. Dia 17 de outubro (quinta-feira)
será realizada a 22ª Plenária Nacional do FNDC (Fórum Nacional pela
Democratização da Comunicação) e a partir do dia 18 (sexta-feira) até domingo
(20) acontecerá o 4º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação – ENDC.
As inscrições estão disponíveis aqui e todas as atividades serão realizadas na Faculdade Estácio, (rua Grande/Oswaldo Cruz, nº 1.455, Centro, São Luís-Maranhão).
Entre os palestrantes e debatedores estão os jornalistas Luis Nassif, editor do Jornal GGN; e Leandro Demori, editor-executivo do The Intercept Brasil, além de militantes, pesquisadores(as), estudantes, parlamentares, profissionais de mídia e as organizações da sociedade civil direta ou indiretamente vinculados ao FNDC, entidade organizadora das duas atividades.
A 22ª Plenária Nacional do FNDC, dia 17, é deliberativa e
vai reunir delegados(as) representantes de Comitês Regionais e entidades
nacionais filiadas.
O foco do ENDC e da 22ª Plenária Nacional do FNDC sintoniza
a crítica à concentração dos meios de comunicação e aos oligopólios formados
por grupos políticos e empresariais. Esse processo, segundo os especialistas, gera
uma profunda desigualdade na produção de conteúdo jornalístico e de entretenimento
nas emissoras de TV, rádio e na mídia digital.
Partindo dessa análise, desde os anos 1990 o FNDC sugere ao
longo de várias teses a revisão da legislação e a implantação de um novo marco
regulatório para as comunicações no Brasil, apontando parâmetros mais abertos e
plurais na produção e distribuição dos bens culturais.
Um dos principais temas a ser debatido nos dois eventos é o
fenômeno das fake news, com ênfase na revelação mais recente sobre o disparo em
massa de mensagens falsas na campanha eleitoral para a Presidência da
República, em 2018, no Brasil.
O coordenador executivo da Associação Brasileira de
Radiodifusão Comunitária (Abraço), Geremias dos Santos, será um dos
palestrantes no painel temático “O papel da comunicação na resistência
democrática.”
Veja abaixo a programação completa:
Evento: 22ª Plenária Nacional do FNDC
Data: 17 de outubro de 2019 (quinta-feira)
Hora: 14h às 18h
Local: Faculdade Estácio
Evento: 4º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (ENDC)
Dada: 18 a 20 de outubro de 2019
Sexta-feira (18 de outubro)
9h às 12h – Painéis Temáticos do 4º ENDC – Parte 1
Tema: O papel da comunicação na resistência democrática
Paulo Salvador – diretor da TVT e coordenador da Rede Brasil
Atual (RBA)
Geremias dos Santos – presidente da Associação Brasileira de
Radiodifusão Comunitária (Abraço)
Werinton Telles – vice-presidente da Associação Brasileira
de Canais Comunitários (ABCom)
Kátia Passos – jornalista, uma das fundadoras da rede
Jornalistas Livres
Tema: Violação de Direitos Humanos na Mídia
Ana Potyara – diretora da Andi Comunicação e Direitos
Ana Veloso – professora da Ufpe e coodenadora do
Observatório Mídia
Eugenia Gonzaga – Procuradora-regional da República e
ex-presidente da Comissão Nacional sobre Mortos e Desaparecidos Políticos
Tema: O monopólio da mídia e o ataque aos direitos sociais
Ricardo Alvarenga – professor da Faculdade Estácio de São
Luís
Vinicius Santos Soares – diretor de comunicação da ANPG
Luís Nassif – jornalista, analista político e editor do
Jornal GGN
Tema: O papel da cultura na resistência democrática
Joãozinho Ribeiro – cantor, compositor e poeta maranhense
Manoel Rangel – cineasta e ex-diretor-presidente da Ancine
Émerson Maranhão – diretor de cinema
12h às 13h30 – Intervalo
13h30 às 17h30 – Painéis Temáticos do 4º ENDC – Parte 2
Tema: Comunicação pública como promotora da diversidade e pluralidade
Flávio Gonçalves – diretor-geral das emissoras públicas TVE
Bahia e Rádio Educadora FM
Melissa Moreira – professora de Comunicação Social da UFMA
Mara Régia – jornalista e apresentadora do programa Viva
Maria, da Rádio Nacional de Brasília
Juliana Cézar Nunes – coordenadora-geral do Sindicato dos
Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) e integrante da Cojira-DF
Tema: Fake news: a desinformação como tática politica
Iara Moura – diretora do Intervozes – Coletivo Brasil de
Comunicação Social
Maria José Braga – presidente da Federação Nacional dos
Jornalistas (Fenaj)
Márcio Jerry – jornalista e deputado federal, ex-secretário
de Comunicação Social e Assuntos Políticos do Maranhão
Tema: Proteção de comunicadores em tempos de autoritarismo
Artur Romeo – jornalista, coodenador de comunicação do
escritório para a América Latina da Repórteres Sem Fronteiras (RSF)
Angelina Nunes – jornalista, mestre em Comunicação e
ex-presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
Thiago Firbida – coordenador do programa de Proteção e
Segurança da Artigo 19
Josiane Gamba – coordenadora da Sociedade Maranhense de
Direitos Humanos (SMDH)
Tema: A mídia, a operação Lava Jato e a destruição do Estado Democrático de Direito
Fábio Palácio – professor do Departamento de Comunicação da
UFMA
Maria Inês Nassif – jornalista, uma das autoras do livro
“Relações Obscenas”, que analisa as revelações da Vaza-Jato
Silvio Luiz de Almeida – jurista, pós-doutor em Direito pela
USP
19h – Ato Político em Defesa da Liberdade de Expressão
Sábado, 19 de outubro
9h às 10h30 – Conferência “Os desafios para o exercício da liberdade de expressão numa sociedade hiperconectada”
Nick Couldry – sociólogo e professor da London School of
Economics and Political Science (por videoconferência)
10h30 às 12h30 – Conferência “A naturalização e institucionalização da censura no Brasil”
Leandro Demori – editor-executivo do The Intercept Brasil
Dennis de Oliveira – professor livre-docente em Jornalismo,
Informação e Sociedade da ECA/USP
Renata Mielli – coordenadora-geral do FNDC
12h30/14h – Intervalo
14h às 16h – Conferência “Democracia roubada – discurso de ódio, desinformação e as plataformas monopolistas digitais”
Martín Becerra – professor titular das Universidades de
Quilmes (UNQ) e de Buenos Aires (UBA)
Sérgio Amadeu – sociólogo, doutor em Ciência Política pela
USP e professor da Ufabc
Lola Aranovich – professora da UFC e autora do blog Escreva
Lola Escreva
Ana Claudia Mielke – secretária-geral do FNDC e diretora do
Coletivo Intervozes
19h – Programação cultural
Domingo, 20 de outubro
9h às 11h – Rodas de conversa temáticas
11h – Cerimônia de Premiação da Campanha de Vídeos Internet
Direito Seu!
11h30 às 12h30 – Leitura e aprovação da Carta de São Luís
A praia de Saçoitá, no município de Cedral, a 193 Km de São Luís, ficou conhecida em março de 2017, quando o navio Baraka, de bandeira desconhecida, atracou sem tripulantes e virou um mistério para as autoridades da Marinha do Brasil e da Polícia Federal, que até hoje não descobriram a origem da embarcação.
Sem tripulação nem vigilância, o navio ficou vulnerável. Logo após o encalhe, o Baraka virou atração “turística” e também foi saqueado pelos moradores das proximidades. Na mesma praia, no começo de 2019, começaram a encalhar as caixas misteriosas que apareceram em várias orlas de cidades do Nordeste, inclusive São Luís, capital do Maranhão.
As caixas podem ser observadas ao longo de toda a costa de Saçoitá, algumas totalmente expostas e outras semienterradas na areia, mas não despertaram tanta curiosidade quanto o Baraka.
Revelação
O mistério das caixas emborrachadas começou a ser desvendado pelos pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, do Instituto de Ciências do Mar (Labomar). Eles revelaram que os objetos estavam alojados em um navio alemão denominado “SS Rio Grande”, afundado em 1944, durante a II Guerra Mundial.
O alemão SS Rio Grande usava um nome brasileiro para não ser
percebido com facilidade pelos inimigos, mas foi abatido pelos Estados Unidos,
naufragou em 1944 e descoberto em 1996, a cerca de 1.000 quilômetros do litoral,
pelo oceanógrafo inglês David Mearns.
Os pesquisadores ainda não conseguiram descobrir a finalidade
das caixas.
Mistérios de Saçoitá
Saçoitá é uma praia semideserta com uma extensão de aproximadamente sete quilômetros e pode ser acessada com a orientação de guias no povoado Pericaua, próximo à sede do município de Cedral. Apenas proprietários de ranchos de pescadores artesanais frequentam Saçoitá e os barracões de madeira e palha passam a maior parte do tempo desocupados.
Ao longo da orla, onde já encalharam o Baraka e as caixas do navio SS Rio Grande, podem ser observados diversos objetos de variadas origens, provavelmente arrastados pelas correntes marítimas.
Embora seja uma praia sem fluxo de moradores e turistas, acumula bastante lixo trazido pelo mar como sobras de eletrodomésticos, colchões, metais, plástico e um sem número de pequenos artefatos ao longo de toda a orla.
Veja abaixo outra reportagem sobre o navio Baraka.
12 de agosto de 2019 foi um dia mais violento para os moradores do Cajueiro, área cobiçada para a implantação de um novo porto em São Luís, empreendimento bilionário liderado pela CCCC (China Communications Construction Company) com a participação da WPR-São Luís Gestão de Portos e Terminais, braço do grupo WTorre. Atual TUP (Terminal de Uso Privado) Porto São Luís S/A, o investimento inicial é de R$ 800 milhões do total de R$ 2 bilhões previstos para o total da obra.
Naquela
segunda-feira tensa, o Batalhão de Choque da Polícia Militar amanheceu na zona
rural de São Luís dando proteção para o cumprimento da reintegração de posse expedida
pelo Tribunal de Justiça do Maranhão em favor da WPR. Enquanto os tratores
derrubavam casas e arrancavam árvores, a força policial reprimia os moradores e
lideranças dos movimentos sociais que resistiam a mais uma etapa de expansão
dos empreendimentos portuários na capital do Maranhão.
Os
moradores despejados pela manhã, apoiados por ativistas, acamparam à noite na
porta do Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão, e de lá foram expulsos
pelo Batalhão de Choque que usou os mesmos métodos aplicados em Cajueiro:
bombas de efeito moral, spray de pimenta, balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Pelo
tamanho da violência se pode medir a dimensão do empreendimento. Os chineses
fincaram os pés no Maranhão pensando longe, na conexão entre os oceanos
Atlântico e Pacífico, passando pelo Canal do Panamá, para alcançar a Ásia.
Minério
e grãos em geral vão transitar nos grandes mercados internacionais pelo Arco
Norte, projeto conectado à expansão da logística portuária e aos modais de
transporte nos estados de Roraima, Amapá, Amazonas, Pará e Maranhão.
O
terminal localizado em Cajueiro vai integrar o Complexo Portuário de São Luís
(CPSL), onde já está instalado o porto público do Itaqui e os terminais
privados da Vale e da Alumar. Pela sua posição geográfica, a capital maranhense
tem condições de navegabilidade para os maiores navios cargueiros do mundo,
através da baía de São Marcos.
O gigante Arco Norte
A
edificação de complexos portuários na região Norte é um dos “pratos” do
indigesto cardápio oferecido às populações tradicionais na bandeja da agenda de
desenvolvimento do governo federal. Isto desde idos governos do PT. Vide Belo
Monte, na cidade de Altamira, no sudoeste do Pará.
Além dos portos, constam no menu estações de transbordo de cargas (ETCs), modais de transportes (rodovias, hidrovias e ferrovias), bem como a construção de grandes e pequenas hidroelétricas. “É um projeto de morte”, adverte a líder indígena do Baixo Amazonas, oeste paraense, Alessandra Munduruku, estudante do curso de Direito da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
Tais
projetos, marcados pela concentração de capitais sob o controle de grandes
corporações do mercado mundial, contam com as bênçãos do Banco Mundial e afins.
Os mesmos estão formatados a partir da Iniciativa de Integração Infraestrutura
Sul-Americana (IIRSA), que tem como rebatimento o Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC). Tudo desenhado a médio e longo prazo.
Produtores
de grãos do Mato Grosso – leia-se Grupo Amaggi – construtoras, megacorporações
do quilate da Bunge, Cargil e Dreyfus, empresas de consultoria ambiental e
mídia são alguns dos sujeitos interessados na pauta. Para não citar as mineradoras.
No caso, o papo já é o sobsolo.
Quando a Vale ainda era Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), o alto executivo Eliezer Batista, pai do big shot Eike Batista, foi o responsável pela consultoria do Arco Norte, que tinha como objetivo mapear as riquezas da região e sugerir as obras necessárias para acessá-las. Junte os pontos.
A
opção desenvolvimentista ratifica a região como mera exportadora de produtos
primários. No caso dos complexos portuários e modais de transporte, o objetivo
reside em reduzir drasticamente os custos no escoamento da produção de grãos do
Brasil Central, que em sua maioria converge para os portos de Santos, em São
Paulo; e de Paranaguá, no Paraná.
Neste mar de tubarões do capital agromineral, emerge o Arco Norte com a missão de consolidar essa região do Brasil, o Baixo Amazonas em particular, como um grande corredor de circulação de mercadorias (commodities). Trata-se da manutenção da condição colonial da Amazônia.
Desde
Cabral, e de forma sistemática a partir da ditadura civil-militar (1964-1985), as
experiências desenvolvimentistas têm cimentado rodovias de violações de
direitos humanos, indiferença às populações locais, destruição do meio
ambiente, trabalho escravo, execuções de lideranças de diversos campos e
genocídios na região.
É
o que os doutos chamam de expropriação ou a pré-história da produção
capitalista, que prima em: retirar das populações locais a terra e os recursos
naturais, casas e ferramentas de trabalho que garantem a sua reprodução
econômica, social, cultural e política, a exemplo de Cajueiro, na zona rural de
São Luís, e tantos outros casos que constam nos anais de mais de 30 anos do
Programa Grande Carajás. “Crescemos como rabo de cavalo”, ironiza o jornalista
Lúcio Flávio Pinto.
Entenda o Arco Norte
O
antropólogo Alfredo Wagner Berno de Almeida classifica o contexto como
agroestratégias, onde o setor ruralista reivindica a remoção dos obstáculos
jurídico-formais e político-administrativos [desregulamentação], que reservam
áreas para fins de preservação ambiental ou para atender às reinvindicações de
povos e comunidades tradicionais.
Nesse
jogo de poder, o agronegócio tende a influenciar as políticas e planos do
governo na localização de empreendimentos e na conversão de grandes extensões
de terras à racionalidade da escala mundo de fluxos de mercadorias e capitais,
entre outros itens.
O
projeto Arco Norte representa o triunfo do agronegócio, com predominância para
a figura de Blairo Maggi e seus pares organizados a partir da Associação Nacional
de Exportadores de Cereais. A trupe visa incrementar uma nova logística
intermodal de transporte para cargas e insumos com a utilização dos portos ao
norte do Brasil, desde Porto Velho, em Rondônia, passando pelos estados do
Amazonas, Amapá e Pará, até o sistema portuário de São Luís.
Formalmente
a concepção do Arco Norte nasceu em 2016, sob a paternidade do Centro de
Estudos e Debates Estratégicos Consultoria Legislativa (Cedes), uma instituição
de assessoria do poder Legislativo federal. A relatoria coube ao ex-deputado
federal Lúcio Vale (PR/PA), eleito vice-governador do Pará em 2018 na chapa liderada
por Helder Barbalho (MDB). À época Flexa Ribeiro (PSDB/PA), parlamentar do
setor de construtoras, fez paz com a Vale na elaboração no projeto. Oxalá, não
foi reeleito ao Senado.
Logística do Corredor Arco Norte de Exportação
Os
complexos portuários só serão viáveis a partir da consolidação do modal de
transportes. O documento do projeto Arco Norte defende que é necessário
concluir a rodovia BR-163/PA (Cuiabá/MT-Santarém/PA), restaurar as rodovias
BR-155/PA (liga Redenção a Marabá, no sudeste do Pará) e BR-158/PA (sul do
Pará, região de Rio Maria). O sul e o sudeste paraense representam uma
fronteira agromineral. Lá estão os
maiores rebanhos de gado do país e a mina de Carajás. Na mesma proporção agrega
baixos indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Índice de
Educação Básica (Ideb), e, é líder nacional em violência no campo, desmatamento
e trabalho escravo.
O
projeto de integração física advoga ainda intervenções de adequação de
capacidade na rodovia BR-364/RO (Porto Velho/RO-Comodoro/MT). Também é
importante viabilizar a chegada da Ferrovia Norte-Sul a Barcarena (PA). O
município situado ao norte do estado desde os anos 1980 conhece de perto todo
tipo de violência por conta de um complexo industrial de alumínio:
Albras/Alunorte, hoje sob o controle acionário da norueguesa Norsk Hidro, e
outras empresas, como a Imerys (francesa). Ambas são responsáveis por vários
crimes ambientais na região, que tem no portfólio o adernamento do navio de
gado com 5 mil cabeças e 600 mil litros de óleo, em outubro de 2015.
A
embarcação prestava serviço para a maior empresa exportadora de gado vivo do
país, a Minerva Foods, sediada em São Paulo, na cidade de Barretos. Os
principais destinos da carga são os mercados do Líbano, Venezuela e Egito. A
Samara Shipping é a proprietária do navio. Ela contratou a Mammoet Salvatage,
uma das principais empresas do setor no mercado mundial, para resgatar a
embarcação. O comércio de boi em pé, como se diz no jargão do negócio,
representa outro fator da nossa condição colonial. Ainda hoje os moradores de
Barcarena e circunvizinhança compartilham os prejuízos ambientais, econômicos e
sociais decorrentes do gado morto por afogamento e do óleo derramado.
Segue
o fluxo, a consolidação do Norte como corredor de mercadorias exige a
construção da ferrovia EF-170 (Ferrogrão). A China é o principal interessado. A ferrovia, se implementada, deverá ligar o
polo produtor do Mato Grosso aos terminais de Miritituba, na cidade de
Itaituba, no Baixo Amazonas. A cidade antes era celebrizada pela atividade do
garimpo.
Mapa do trecho deve ligar Lucas do Rio Verde/MT a Itaituba/PA
O
projeto Arco Norte prescreve também a derrocada do Pedral do Lourenço, na
região de Marabá, para viabilizar a navegação da bacia do Araguaia-Tocantins. O
Arco Norte pleiteia ainda viabilizar a construção dos terminais privados em
Miritituba e Vila do Conde/Barcarena/PA, além de dragar, balizar e sinalizar os
rios Madeira e Tapajós. Além disso, computa a retomada do projeto da BR-210,
que ligará Roraima, Pará e Amapá, viabilizando a integração comercial com as
Guianas, o Suriname e a Venezuela.
No caso de Miritituba, os terminais já estão em operação. Neste complexo tabuleiro de interesses somam inúmeros problemas que passam pela grilagem de terras, acirramento de conflitos, rompimento de laços de solidariedade nas comunidades após o anúncio do empreendimento, aprofundamento da condição colonial da região e não reconhecimento de impostos por conta da isenção assegurada pela Lei Kandir, instituída no governo Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990. Para coroar o bolo, tem-se como principal financiador o BNDES, com juros bem abaixo do mercado. Traduzindo: a sociedade financia o saque.
Porto à vista no Lago do Maicá
Maicá
é uma região de várzea da cidade de Santarém, no Pará. Nele, a Colônia de
Pescadores Z-20 estima que trabalham pelo menos 1.500 pescadores artesanais.
Ele abriga ainda comunidades camponesas, indígenas e remanescentes de
quilombos. É justo no rico e belo lugar, estudado e registrado por naturalistas
ingleses há 200 anos, entre eles Henry Walter Bates – um naturalista no rio
Amazonas – que e a empresa Embraps pretende construir um complexo portuário.
O
conturbado projeto tem à frente o empreendedor Pedro Riva. A família dele opera
no Mato Grosso desde o século passado em projetos de colonização crivados de
acusação de grilagens de terra, como revelam pesquisas do professor Ariovaldo
Umbelino de Oliveira, da USP (Universidade de São Paulo). São notórios ainda
como políticos influentes de reputação duvidosa, a exemplo do ex-deputado José
Riva (PSD), acusado por desvio de R$ 2 milhões da Assembleia Legislativa.
No
processo de revisão do Plano Diretor a assembleia consultiva definiu pela não
construção do complexo na região de lago. Decisão que a Câmara Legislativa, ao
apagar das luzes do ano de 2018, em flagrante desrespeito ao processo público, atendendo
ao setor do agronegócio, decidiu em favor do grande capital. Para entornar o
caldo de vez, o prefeito de Santarém, Nélio Aguiar (DEM), sancionou a infâmia.
Por
estas e outras causas que anuviam o processo, o mesmo está judicializado. Neste
mês a Justiça manteve o embargo da obra. Mesmo assim, um grupo desmatou a
região com vistas a iniciar a construção ainda em 2019. A prática segue o mesmo
modus operandi da Cargil, que nos anos de 2000 ergueu na frente da cidade o seu
porto sem realizar o Eia-Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de
Impacto Ambiental).
Cajueiro é Amazônia
Os
métodos de grilagem de terras, expulsão de comunidades tradicionais,
atropelamento dos ritos processuais e uso da força policial para varrer os
territórios e entregá-los aos novos conquistadores são comuns em todas as
situações onde estejam em jogo os portos e os modais de transporte de minério,
grãos e similares para atender à expansão capitalista.
Em
Cajueiro, tanto a concessão de licenças ambientais quanto a suposta venda do
terreno para a construção do Porto São Luís S/A são investigados pelo
Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Maranhão. Procuradores
e promotores seguem o rastro de uma denúncia sobre um suposto esquema de
grilagem para tomar ilegalmente as terras das comunidades tradicionais e dos
antigos moradores do território.
Na
década de 1980, a implantação da Vale e a Alumar em São Luís também foi marcada
por conflitos com antigos moradores e deslocamentos compulsórios, gerando concentração
de renda e exclusão social. Essa lógica de expansão capitalista reúne a maioria
dos governos, prefeituras, tribunais de justiça, lobistas e parlamentos das
três instâncias (municipal, estadual e federal) celebrando um consenso,
mediante o discurso do desenvolvimento, da geração de empregos e do crescimento
econômico.
Os
resultados, no entanto, são adversos. Basta observar a cena da pobreza visível.
No entorno da grande região portuária de São Luís, a área Itaqui-Bacanga, que
reúne aproximadamente 60 bairros periféricos, a pobreza da maioria da população
é vizinha das fortunas transportadas pelos navios em nome do superávit da
balança comercial. Além desse desencontro, há o vertiginoso processo de
poluição ambiental provocado pelos empreendimentos agregados à logística
portuária e à Vale.
O
atropelo das práticas republicanas no Lago do Maicá, em Santarém, segue a
lógica do Brasil clientelista e fisiológico aplicado no Cajueiro. A violência
perpetrada em 12 de agosto de 2019 pode ter outros episódios futuros. Em São
Luís, a Câmara dos Vereadores está prestes a votar a proposta de revisão do
Plano Diretor elaborado pela administração municipal.
A
revisão do plano tem um alvo central: eliminar 41% da zona rural do município,
justamente na área cobiçada para empreendimentos portuários e já sob influência
da expansão dos negócios da Vale e da Alumar. Caso a revisão seja aprovada,
serão subtraídos 8.643 hectares na zona rural do município, que passaria de
20.820 hectares para 12.177 hectares.
O
território Cajueiro é composto por cinco pequenos núcleos: Parnauaçu,
Andirobal, Guarimanduba, Morro do Egito e Cajueiro. Significa dizer que novos
espaços podem ser cobiçados no plano de expansão portuária e industrial da
capital do Maranhão.
Na próxima terça-feira, 15 de Outubro, a Apruma (Associação dos Professores da UFMA, seção sindical do Andes-SN) apresenta, como parte da programação da Semana do Docente, o espetáculo “Milhões de Uns“, do cantor maranhense Joãozinho Ribeiro.
A apresentação, com as participações especiais de Fátima
Passarinho e Josias Sobrinho, acontece às 17h30 no Auditório Principal do
Centro Pedagógico Paulo Freire, no Campus do Bacanga.
Em tempos de ataques à democracia, a atividade realizada
pela Apruma marca também os 40 Anos da Anistia e da Greve da Meia-Passagem,
mobilizações históricas das quais o artista-militante foi testemunha e
partícipe, fazendo da sua obra também um auto da liberdade de expressão e da
necessidade de resistência.
A Apruma honrosamente chama a categoria a celebrar seu dia,
em tempos também de duros ataques à Educação Pública, marcando a Nossa Semana
com arte, cultura, vida e luta, elementos que estão interligados e fazem parte
de nossa História!
Filme e Música
No dia seguinte, 16 de outubro, ainda como parte das
comemorações do Dia do/a Professor/a, tem o lançamento do documentário do
cineasta e professor Murilo Santos sobre a trajetória da Apruma, intitulado “40
Anos de Lutas e Conquistas“, com a participação de diversos docentes que
ajudaram a construir essa história ao longo destas décadas.
Nesse dia (16), a programação começa às 18h, no Auditório
Central da UFMA, também no Campus do Bacanga.
Além do filme, haverá exposição fotográfica, música ao vivo
com a cantora Tássia Campos e coquetel de confraternização.
Luta
No dia seguinte às comemorações, todos e todas à Assembleia
Geral da Apruma: dia 17, quinta-feira, às 17h, no Auditório Ribamar Carvalho,
na Área de Vivência do Campos do Bacanga.
Na ocasião, será debatido o último Congresso da CSP-Conlutas
e suas implicações, diante da conjuntura, para o Movimento Docente.
Semana do Docente – Agende-se:
Dia 15 – Show “Milhões de Uns”, de Joãozinho Ribeiro, com participações especiais de Fátima Passarinho e Josias Sobrinho – 17h30, Auditório Principal do Paulo Freire
Dia 16 – Lançamento do documentário “40 Anos de Lutas & Conquistas”, de Murilo Santos, com participação de diversas gerações de docentes da UFMA – 18h, Auditório Central, também no Campus do Bacanga
Dia 17 – Assembleia Geral – 17h, Auditório Ribamar Carvalho, Área de Vivência – Campus do Bacanga.
Um dos maiores festivais de cinema do estado será realizado de 1º a 9 de dezembro e ampliará mais uma vez sua abrangência para estados das regiões Norte e Meio-Norte
As inscrições para a competitiva e a rodada de negócios da 12ª edição do Festival Maranhão na Tela devem ser feitas pelo site (www.maranhaonatela.com.br) até o dia 20 de outubro. Poderão ser inscritos filmes e projetos dos nove estados das regiões Norte e Meio Norte. Para a mostra competitiva, as inscrições são gratuitas, enquanto que para as rodadas de negócios variam entre R$ 120,00 e R$ 100,00. Pelo segundo ano consecutivo a mostra terá abrangêcia paras as regiões Norte e Meio Norte e a realização de um ambiente de mercado, o Maranhão na Tela LAB. O festival foi idealizado pela produtora Mavi Simão em 2006 e é realizado pela Mil Ciclos Filmes.
Identidade visual – A identidade visual da edição deste ano é de Silvana Mendes, escolhida por uma curadoria entre vários artistas inscritos. Graduanda em Artes Visuais pela Universidade Federal do Maranhão, ela desenvolve um trabalho que busca investigar o cotidiano e a subjetividade do comum, resignificando símbolos e visualidades através da fotografia e colagem digital ou manual. Silvana Mendes também utiliza em seus trabalhos e colagens dispositivos móveis para produção fotográfica, usando como suporte o lambe.
MARANHÃO NA TELA 2019
De 1º a 9 de dezembro
Inscrições abertas até 20 de outubro
Realização: Mil Ciclos Filmes
Patrocínio: Oi, Minc/Ancine/FSA
Mais informações: assessoria de imprensa – 98 981791113
A Diretoria da APRUMA – Seção
Sindical do ANDES-SN, nos termos do artigo 13 de seu Regimento, convoca os
sindicalizados para Assembleia Geral Extraordinária, no dia 10 de outubro
de 2019 (quinta-feira), com primeira chamada às 17h, e segunda para às 17h30,
no Auditório Ribamar Carvalho – Campus Bacanga – UFMA.
Pauta:
1- Informes;
2- Discussão
sobre o IV Congresso da CSP Conlutas e suas repercussões para o Movimento
Docente.