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Escuta Ciência 9º ep: filósofo analisa a poética de Nauro Machado

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O Escuta Ciência recebeu o filósofo Marco Rodrigues e conversamos sobre o seu mais recente livro “Hermenêutica da angústia: frequências existenciais a partir da poética de Nauro Machado”, publicado em 2022.

A obra analisa especialmente a construção poética machadiana em “O anafilático desespero da esperança.”

Na entrevista, o filósofo detalha o sentido de esperança como antecipação, as relações entre a angústia e criação, a morte/vida na poesia e o esclarecimento sobre o significado de São Luís como uma “Tróia arrasada” em Nauro Machado, ao contrário do conceito de “Atenas Brasileira”.

Marco Rodrigues é natural de Teresina (PI), mas está radicado há 40 anos em São Luís, Maranhão.

Graduado em Filosofia e mestre em Letras (Teoria Literária) pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema), é tradutor do grego antigo pela editora Madamu, de São Paulo, docente da rede pública de Educação Básica no município de Paço do Lumiar e do Programa Ensinar, da Uema.

O entrevistado tem três livros publicados:

“O absoluto: mudança dos tempos e o desvanecimento do ser”, de 2011;

“Fragmentos da angústia: crise, decadência e contemporaneidade”, obra de 2017;

“Hermenêutica da angústia: frequências existenciais a partir da poética de Nauro Machado”, de 2022;

Escuta Ciência é um programa de divulgação científica que tem o objetivo de popularizar trabalhos acadêmicos ou da cultura popular. A produção tem apoio da Apruma Seção Sindical e é fruto da Oficina de Divulgação Científica realizada durante a greve dos docentes e técnicos administrativos da UFMA, no primeiro semestre de 2024.

O programa tem produção e apresentação dos professores Carlos Agostinho Couto e Ed Wilson Araújo. Os trabalhos técnicos são de Jorge Sousa.

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Reportagem do Blog do Ed Wilson sobre contaminação da areia em praia repercute na TV

Pelo menos quatro matérias em canais de TV aberta sediadas em São Luís, Maranhão, repercutiram a contaminação por agentes patogênicos na areia da praia do Olho d’Água, na capital maranhense.

As matérias na TV começaram a ser veiculadas após a reportagem especial publicada no Blog do Ed Wilson, em 25 de março de 2024.

O trabalho jornalístico deste blog revelou os resultados de uma pesquisa inédita do mestrado de Osmar Luís Silva Vasconcelos, com o título “Avaliação da contaminação microbiológica em praias de macromaré: uma proposição de metodologia”, sob orientação do professor doutor Jorge Luiz Silva Nunes, coordenador do Laboratório de Organismos Aquáticos do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFMA.

Até então, o noticiário sobre poluição na praia estava limitada apenas aos indicadores da água superficial (praia de banho), sem mencionar a contaminação da areia e da água intersticial.

Osmar Vasconcelos analisou o material coletado na praia do Olho d’Água. Os resultados apresentam contaminação por Escherichia coli, Enterococcus spp. e Vibrio spp., com indicadores até 22 mil vezes maiores que os parâmetros do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)

Veja aqui o texto completo do Blog do Ed Wilson

Após a publicação da reportagem, as emissoras de TV começaram a repercutir a descoberta.

Clique nos links e veja abaixo as matérias de TV já publicadas:

https://globoplay.globo.com/v/12476094/

https://globoplay.globo.com/v/12475145/

https://www.youtube.com/live/5I5NPt9eDHk?si=DNtz3GwNbMOytcYt

https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2024/03/29/areia-das-praias-de-sao-luis-esta-poluida-apontam-pesquisadores.ghtmlhttp://www.suacidade.com/noticias/sao-luis/estudo-aponta-contaminacao-por-bacteria-na-areia-das-praias-de-sao-luis

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Letras, palavras & ideias

Eloy Melonio é professor, escritor, letrista e poeta.

Um passeio pela passarela alfabética da nossa língua para destacar palavras e soletrar ideias.

A

“A” e “A” (alfa) são primas parecidas. E balizas, puxando uma turma de enfileiradas que se tornaram personagens lexicais.

B (bê)

Igualmente, essa também tem um primo parecido (B/β [beta]). As duas se juntaram para formar “alfabeto”. “B” puxa uma boa lista de bobagens, mas brilha na inicial do nosso país.

C (cê)

“C” é do c*.” E do coração, do caminho. Na linguagem informal, fantasia-se de pronome: “Cê pode pensar o que quiser, mas o C DE ASA é só um bloco carnavalesco da minha cidade”. Aos noivos, um conselho: “quem casa quer casa”. E aos crédulos, “Colher de chá não é só uma segunda chance, é presente de amigão”. Caramba, “C” é mesmo do cacete!

D (dê)

“D” é demais. Uns pensam logo em dinheiro, outros em doidos. É que antigamente esses rasgavam cédulas. Hoje, mais coerentes, guardam-nas em cuecas, e ainda declaram: “Pouco dinheiro eu tenho é muito”. Os compenetrados dizem: “Tá certo, ou Tá legal”. Mas a galera digital tá dizendo mesmo é “De boa!”

E (é)

“E” traz em si a essência de “ser”, de “unir”, de “explicar”. Acentuada ou não, é, respectivamente, tônica ou átona. E se é assim,… Mesmo curta, a espertinha é tão empoderada quanto “energicamente”.

F (efe ou fê)

“F é f*.” Se inferiu outra coisa, você “se ferrou-se” (sim, duplamente), porque essa letrinha funcional faz frutas renderem frutos. Antes do ponto final, fique frio, pois “o fim de um ato pode ser o começo de outro”.

G (gê ou guê)

Essa me lembra de meu pai, que gostava de dizer: “Gente é bicho complicado”. Gravei esse ditado e hoje sei por que governantes gulosos se parecem com gaivotas gordas. E aí, uma constatação: a gente, às vezes, se parece com os bichos.

H (agá)

“H” habitana canção de Ney Matogrosso. Também jogo no time do “H” (honesto e honrado). Haja o que houver, na hora “H”, acho inadiável impetrar um habeas corpus. É que, hoje, a balança pesa mais do lado da vantagem oportunizada. Se a hora é agora, que tal uma “hode ao odierno”?

I

Isto e isso e mais isso. Infinito, imagético. Ih! Lembrei-me de John Lennon (“Allthepeople living life in peace”). Com ele, é impossível não se inspirar para “imaginar” o inadiável.

J (jota)

Essa “joia” sempre jogou no meu time. J. Alves (repórter de TV) entrevistou-me quando passei em primeiro lugar para Direito, em 1974. Jocelyn, a primeira filha, é homenagem a uma professora de inglês. Josy, a nora que me deu dois netos. Desde jovem, já sabia que a vida joga a nosso favor quando jogamos o jogo do amor.

K (cá)

“K” não é uma qualquer, como o “Q” de “quadrilha”. É presente de King, e é tão versátil que ri à toa: “KKK”. Se, por acaso, um dia você acordar e tudo estiver de K para baixo, não se desespere. É só um pesadelo kafkiano.

L (ele ou lê)

Literalmente levado, lava a jato a roupa suja de ladrões levianos. Na mesma vibe de Chico Buarque, eLe “vai levando”. Seja essa vida, seja lá o que for: a lama, a dinheirama. Lembro, aqui, que “lero-lero” não é nome de pássaro. É conversa mole, sem lenço e sem licença poética.

M (ême ou mê)

Você lembra do “Mr. M”, o ilusionista que fez muito sucesso no Fantástico (Rede Globo/1999)? É que o “M” manda ver mesmo, porque mandar é como diz o ditado: “Manda quem pode, …”. “M é M”, dizem seus amigos. E, oportunistas medíocres, concluem: “O resto é merda mole”.

N (êne ou nê)

Muita gente nega que “N” seja um zé-ninguém. E que “Nadinha” seja nome de mulher. Nadinha é nada, nadica de nada. A galera do circo político aprendeu com Pedro, o apóstolo, a negar, negar e negar. Felizmente o Zezé de Camargo entrou nessa onda.

O (ó)

Essa é uma letra com obstinação! Está na “hora” do relógio, no “hoje” do calendário, na “oração” do crente. Ora bolas! Quem disse que o “O” é um zero à esquerda?!

P (pê)

Essa tem paixão por “podres poderes”. E faz uma festa pornográfica: pn, fdp, pqp. E é desaforado: “Que porra é essa?!” Agora peço licença à norma culta para “consertar uma pescada”. Nada de errado com a “peixinha”. Vou apenas “escamá-la e tirar suas vísceras”. Pesquei essa do livro “How to Speak Maranhês“, de Jáder Cavalcante, que, por sinal, está no prelo.

Q (quê)

Esse é craque em questionar— desses que não se deixa quedar. E que se queixa com qualidade: “Que que isso, minha gente?!” “E aí, cara, que qui tá pegando?” “Qual é tua?” e, enfim, o “q” da questão é que esse queridinho sempre bota pra quebrar. “Pqp!”

R (érre ou rê)

Rio rios de alegria quando dizem que “rir é o melhor remédio”. Seja um riso suave ou rasgado. Não sei se Jesus era de dar risadas (como a “Irene”, do Ivan Lins), mas sei que “chorou” o versículo mais curto da Bíblia (Jo 11:35).

S (esse)

Salve-se quem souber! Muita gente não sabe se sobreviveria entre “ser ou não ser”. Se tivesse de escolher parceiras em abreviaturas, o respeitável “S” fugiria do “F” e do “T” como o diabo foge da cruz. Por quê? Sei lá, pura intuição! Talvez porque o “S” não seja só isso que se sabe.

T (tê)

“T” é do trabalho. Mesmo cansado, não larga do trampo. E é “duro”, tipo o José do Drummond. Também pode ser a tristeza de Alegrete, cidade do Rio Grande do Sul, ao ver seu poeta na “Poeira ou folha levada/ No vento da madrugada”. Aí, talvez, Quintana seja apenas “um pouco do nada”.

U

Um “urro” e eu já me lembro de Coxinho, saudoso cantador de toadas do bumba meu boi do Maranhão. Não precisava dele (U) para expressar o pretérito perfeito: “Urrô, urrô/ Meu novilho brasileiro/ Que a natureza criô”.

V (vê)

Pura vivacidade, vigor para viver a vida. Com a força do “V”, você viaja na velocidade da imaginação. Em janeiro, virada de ano em Veneza. Só não vale vacilada, nem Valentine’s Day em fevereiro.

W (dáblio)

Essa tem cara de gringa, não tem? Washington, Warner Bros., White House. Walker, o Johnny, vive bebendo por aí. E induzindo seus seguidores a trilhar seus passos: Keep walking.

X (chis)

Acho que a cantora Lexa (léa Cristina) sabe que “X” serve para checar, dizer que algo já está resolvido. Se faltar alguma coisa, aí temos o “X” da questão. Avexado, meu amigo Xavier grita: “Xá comigo”.

Y (ípsilon)

Primo legítimo do W, acho que, originalmente, procedem de Wysconsin (EUA). Sempre me encanto com as águas melodiosas de “Yellow River” (Christie), que não saem da minha mente.

Z (zê)

Um “Z” sozinho não acorda ninguém, mas três (ZZZ) já dão um soninho, não dão? Zagueirão da última linha, ele “zofre” com o analfabetismo e “zonha” um dia ver nosso país na linha de frente no campo da alfabetização e do letramento, porque é um direito humano. Finalmente, uma conversa entre dois caipiras:
— Cê sabia que o Zé já é prisidente?
— Qual Zé, cumpade?
— O Zé Lensque, da cumade Ucrânia
— É mermo?! Ah, meu Deus! A coisa tá é russa!

Com todas as letras, quero expressar minha admiração e gratidão aos saudosos Zagalo (1931 – 5/1/2024) e Ziraldo (1932 – 6/4/2024).

(*) Eloy Melonio é professor, escritor, letrista e poeta.

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Os filhos do empregado da Ulen

Fonte: Agenda Maranhão

“Dois amiguinhos de ATHENAS, Aroldo e Walter, filhos do sr. João Costa, finccionario da ULEN”.

O texto entre aspas acima é a legenda desta fotografia quando a imagem foi publicada, na edição de julho de 1940, da Athenas Brasileira, revista que circulou, no Maranhão, em meados do século XX, no tempo da administração do interventor (governador indicado pelo presidente da República) Paulo Ramos.

Lembrando que a imagem foi captada de uma página de papel de uma revista de mais de 80 anos.

Autoria da foto ainda é desconhecida.

Ulen & Company

Há poucas pesquisas sobre a presença da ULEN no Maranhão, que aconteceu até a década de 1950.

A Ulen & Company foi uma empresa, com sede em New York, EUA, contratada pelo Governo do Maranhão, na década de 1920, para efetuar a “construção das redes de abastecimento de água e de esgoto, fornecimento de energia elétrica para luz, tração e força, inclusive a instalação de maquinismo para prensagem de algodão” (Contrato ULEN, de 26 de março de 1923).

A empresa Ulen, possivelmente, iniciou, a partir deste contrato no Brasil, uma experiência internacional que se estendeu ao Irã, Polônia e Grécia e a outros países da América do Sul, como Colômbia, Bolívia, Chile e Uruguai.

Em São Luís, ofereceu serviços públicos urbanos em áreas como energia e transporte (bonde elétrico). Isso porque, até a década de 1920, a cidade ainda tinha iluminação pública de suas ruas e praças feita com base no azeite em lampiões instalados nos postes.

Fato de grande notoriedade para a época foi, justamente, a chegada da empresa norte-americana Ulen Company, com promessas para atender aos anseios da população, por meio de acordo com o Governo do Maranhão para a oferta de distribuição de energia e outros serviços.

Os serviços oferecidos pela Ulen na cidade foram objetos de elogios, mas, também de críticas. Jornais e periódicos da época não pouparam opiniões negativas sobre a gestão da empresa internacional.

Apontavam o que consideraram “o descomedido empréstimo realizado pelo Governo do Maranhão para honrar o contrato com a Ulen”.

“Repitamos ao exmo. Sr. Dr. Godofredo Mendes Vianna, Presidente do Estado do Maranhão, a publicar as cláusulas do empréstimo externo celebrando com a casa Ulen & Company” (Jornal Combate em 1925).

A Ulen primava pela prerrogativa de ter seu capital negociado no mercado internacional, gerando vantagens financeiras para acionistas nas bolsas de valores de Londres, Nova York, Toronto ou Paria.

Alguns pesquisadores avaliam que “o projeto Ulen configurou-se num verdadeiro oligopólio, concentrando uma miríade de nichos de serviços, denotando uma gestão administrativa bastante duvidosa, desconhecimento da realidade maranhense, contrato com vantagens nababescas e sérios prejuízos para a população beneficiária dos serviços”.

Crime da Ulen

Um pouco mais investigado por pesquisadores, mas, ainda com muita especulação e pouco empirismo, é o chamado “Crime da Ulen”, episódio ocorrido em 30 de setembro de 1933, na rua da Estrela, em São Luís, quando um bilheteiro de bondes da multinacional, José de Ribamar Mendonça, “matou, com dois tiros, um tal de John Harold Kennedy, suposto tio de John F. Kennedy, ex-presidente dos EUA, por motivo de honra pessoal e ódio de classe”, segundo algumas versões.

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Revista Jabuti Erudito chega à 5ª edição

A Távola dos Escritores e Escritoras Alcantarenses realizará o lançamento do 5º número da Revista Literária Jabuti Erudito, na próxima quarta-feira, dia 10 de julho, às 19h, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alcântara, localizado na rua Direita, nº 216, Centro, em Alcântara-MA.

A revista reúne literatura e arte (entre poemas, contos, crônicas, textos de caráter filosófico, entrevista, biografia, ilustrações e fotografias) de pessoas que residem, trabalham ou são afetivamente conectadas com Alcântara.

O periódico trimestral é desenvolvido com o objetivo de estimular a produção literária e artística na comunidade. A Távola, coletivo de escritores e escritoras sem fins lucrativos, responsável pela revista, atua desde 2022 em Alcântara com ações de estímulo à leitura, escrita e valorização da cultura local.

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Fenaj promove curso sobre combate à desinformação

Começa neste sábado(06/07) ocurso on-line “Eleições 2024: O jornalismo no combate à desinformação”, uma parceria da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) com o programa de cursos De Olho na Rede. A atividade será on-line, com emissão de certificados para as pessoas que acompanharem pelo menos uma aula ao vivo. Ainda há disponibilidade de vagas para os interessados.

“Tendo em vista a proximidade das eleições municipais no Brasil e o processo eleitoral que se inicia oficialmente em agosto deste ano, torna-se muito importante para os profissionais do jornalismo e estudantes de graduação desse campo compreender melhor as ferramentas digitais e como utilizá-las em benefício do jornalismo de qualidade” destaca a facilitadora Ivone Rocha, que é jornalista, mestre em políticas públicas e doutoranda em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (PPGJOR/UFSC).

Voltada a jornalistas, estudantes de Jornalismo e demais interessados, a formação tem como objetivos: trabalhar a educação midiática e a infodemia no processo eleitoral, bem como a utilização de ferramentas de combate à desinformação; discutir a legislação e a agenda eleitoral para as eleições municipais de 2024; analisar o uso da inteligência artificial nas eleições; e apresentar estudo de casos de eleições do Brasil, de Portugal e dos Estados Unidos.

Com carga horária total de seis horas, o curso acontecerá aos sábados, no mês de julho (6 e 13/07/2024), sendo que cada encontro terá duração de três horas, de 9h às 12h.

O investimento é de R$ 60,00 (mais taxa) para jornalistas sindicalizados e estudantes de jornalismo; e R$ 80,00 (mais taxa) para jornalistas não sindicalizados e demais interessados. Jornalistas sindicalizados e estudantes de  graduação em jornalismo precisam enviar a carteirinha ou outro documento comprobatório ao fazer a inscrição.

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Com juros altos e dólar em disparada, Campos Neto segue emparedando o país

Após alta nos juros, presidente do Banco Central joga contra e valida alta do dólar, o maior patamar em dois anos e meio; presidente Lula reage e volta a fazer críticas. Uma pergunta se faz premente: afinal, o Banco Central é mesmo independente? 

Boletim Focus – Na segunda-feira, 1, o presidente Lula reagiu à crescente alta do dólar, cerca de duas semanas depois da decisão do Copom de manter a taxa Selic a 10,5%, ignorando a série de redução ou manutenção em baixa e apelos do governo, garroteando a população mais pobre. 

Na cotação de segunda, a moeda americana fechou o dia cotada a 5,65 reais, o maior patamar em dois anos e meio. Como previsto pelo presidente, a imprensa corporativa atribuiu a alta às críticas de Lula, não à manutenção da austeridade arbitrária do Banco Central. 

Indagado sobre a alta do dólar, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, faz a alegria dos mais ricos e diz que não irá interferir no Câmbio, utilizando reservas monetárias criadas por governos petistas – que foram depenadas nas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro, que segue com Campos neto, seu indicado, servindo à atribuição de mercado que ocupa a casa monetária.

“A autoridade monetária segue o princípio do câmbio flutuante e não vai intervir no mercado mirando uma cotação do dólar ante o real”, disse o presidente do BC em coletiva para comentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em São Paulo, no final do mês passado. Após a inação de Campos Neto, o dólar foi às alturas, gerando novas críticas e pressão do presidente Lula. 

“Obviamente me preocupa essa subida do dólar, é uma especulação. Há um jogo de interesses, especulativo, contra o real neste país. Eu tenho conversado com as pessoas para ver o que a gente vai fazer. Eu estou voltando [para Brasília] quarta-feira e vou ter uma reunião. Não é normal o que está acontecendo”, afirmou o presidente, em entrevista à Rádio Sociedade, de Salvador, na Bahia, na segunda-feira, 1º de julho. 

Uma pergunta se faz premente: afinal, o Banco Central é mesmo independente?  A pressão constante do mercado financeiro parece influenciar de forma desproporcional as decisões de política monetária, em detrimento das necessidades do desenvolvimento econômico nacional. Um exemplo claro dessa influência é a resistência em reduzir as taxas de juros, mesmo quando há sinais claros de que a inflação está sob controle e que a economia necessita de estímulos para crescer.

Juros altos 

A ata do Copom que decidiu pela manutenção da Selic também deixa incerto o futuro da economia, sem deixar indicações de redução futura – uma espécie de tortura e chantagem econômica.

Campos Neto disse, em resposta às afirmações do presidente, que ‘ruídos’ motivaram interrupção nos cortes de juros pelo BC, o que “explica” a motivação do Copom para manter Selic em 10,5% após sete reduções consecutivas, segundo o escolhido de Bolsonaro.

Lula ressaltou que o cenário econômico tem mostrado resultados positivos, como a redução do desemprego, o crescimento do PIB e aumentos salariais superiores aos índices de inflação. No entanto, há setores do mercado financeiro que estão atuando para forçar a alta da moeda estrangeira, a qual também está sendo pressionada por fatores externos.

“O Mundo não pode ser vítima de mentiras. A gente não pode inventar as crises. Por exemplo: semana passada dei uma entrevista ao UOL. Depois da entrevista, alguns especialistas começaram a dizer que ‘o dólar tinha subido por conta da entrevista do Lula’, e nós fomos descobrir que o dólar tinha subido 15 minutos antes da minha entrevista. É um absurdo”, apontou o presidente. 

No atual cenário, com a independência do BC aprovada pelo governo bolsonarista, Lula não pode trocar o comando da instituição, uma autarquia. Com Campos Neto na presidência, Bolsonaro pôs adiante a independência da casa para garantir a manutenção de seu indicado, escolhido por Paulo Guedes – um grande beneficiado da política econômica que comandava. 

“Quando a gente indica um presidente do Banco Central, do Banco do Brasil ou da Petrobras, a gente não indica a pessoa para ela fazer o que a gente quer. As empresas têm diretoria, têm Conselho, têm cronograma de trabalho. O que não dá é ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político. Definitivamente eu acho que ele [Campos Neto] tem viés político, e eu não posso fazer nada”, apontou o presidente Lula. 

Ao relembrar os anos 90, o presidente afirmou que a inflação alta afeta muito a vida das pessoas. Ele afirmou que manter a inflação baixa é uma “obsessão”: “É minha profissão de fé”. “Quanto mais baixa a inflação, mais o trabalhador tem poder aquisitivo, mais o dinheiro dele vai render”. 

Como a economia é afetada

A taxa de juros alta afeta a economia de várias maneiras, principalmente ao encarecer o custo do crédito. Isso desestimula o consumo e o investimento, pois tanto consumidores quanto empresas tendem a reduzir gastos e adiar projetos devido ao aumento dos custos de financiamento. Com menos dinheiro circulando na economia, a demanda por bens e serviços diminui, o que pode levar a uma desaceleração do crescimento econômico. 

Além disso, setores que dependem fortemente de financiamentos, como o imobiliário e o industrial, sofrem retrações significativas. A alta taxa de juros também atrai investimentos estrangeiros em busca de rendimentos mais elevados, valorizando a moeda local, o que pode prejudicar as exportações ao tornar os produtos nacionais menos competitivos no mercado internacional.

BC vive período crítico

A política monetária do Banco Central do Brasil tem sido alvo de críticas intensas nos últimos anos, com Campos Neto à frente. Em um cenário econômico global complexo, as decisões tomadas pelo Banco Central têm mostrado uma falta de sensibilidade às necessidades reais da economia brasileira e uma desconexão preocupante dos números apresentados pelo governo.

A manutenção de uma Selic elevada, justificada como medida para controlar a inflação, tem tido efeitos devastadores sobre o crescimento econômico. A taxa de juros alta desestimula o investimento produtivo, encarece o crédito para empresas e consumidores e impede a expansão de setores fundamentais para a geração de empregos. 

O Banco Central 

A função principal do Banco Central é garantir a estabilidade econômica e financeira do país. Isso é alcançado através da formulação e execução de políticas monetárias, que incluem o controle da inflação, a regulação das taxas de juros e a gestão da oferta de dinheiro. 

Além disso, o Banco Central supervisiona o sistema financeiro, assegurando a solvência e o bom funcionamento das instituições bancárias, e atua como banqueiro do governo, administrando a dívida pública e as reservas internacionais. Em última instância, a missão do Banco Central é promover um ambiente econômico estável e previsível, essencial para o crescimento sustentável e o bem-estar econômico da população.

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Mostra Artística Gaim apresenta espetáculos maranhenses inéditos no Teatro Sesc

O Gaim é uma iniciativa do Sesc que visa capacitar e desenvolver artistas independentes nas áreas de música, dança e teatro. Iniciado em março, a culminância do projeto acontece em formato de Mostra Artística, de 3 a 6 de julho, no Teatro Napoleão Ewerton. Os alunos apresentarão os espetáculos inéditos: “Ovo”, “A mulher no espelho”, “Bumba meu ball”, “Bicho que vira gente, gente que vira bicho” e “Era amor: aquilo que tem pressa para ser”. Toda a programação será gratuita, com retirada de ingressos pelo site sescma.com.br, na área do cliente, localizada no canto superior direito do site.

A Mostra Gaim é uma oportunidade para celebrar a diversidade, a nova cena teatral e a criatividade nas artes cênicas, além de promover o acesso à cultura e o desenvolvimento artístico na região. Aprimorando as habilidades artísticas e gestão de carreiras de 30 artistas maranhenses, o público poderá conferir gratuitamente o resultado desse trabalho no palco do Teatro Napoleão Ewerton.

O Projeto Gaim é uma oportunidade para artistas iniciantes e aqueles que já estão trilhando seus caminhos nas artes de aprofundarem seus conhecimentos em gestão artística, participando de cursos, oficinas, tutorias e ensaios conduzidos por profissionais da Gestão Cultural. A segunda edição do projeto contou com a participação de formadores de outros estados, enriquecendo ainda mais a experiência dos participantes.

Durante quatro meses, os trinta alunos do Projeto Gaim tiveram a oportunidade de se profissionalizar e estudar conceitos como a elaboração de projetos para o desenvolvimento de agentes e agendas; elementos cenográficos e figurinos; produção artística independente e acessibilidade nas produções e conteúdo digital.

A Mostra Artística do Projeto Gaim marca a última etapa do processo de ensino e aprendizagem durante o período de atuação do projeto. Victor Pereira, analista de Cultura do Teatro Sesc, explica que a iniciativa “pretende impulsionar projetos de artistas que estejam no início de carreira, a fim de que, por meio do entendimento da gestão de carreiras artísticas independentes, eles consigam acessar os circuitos culturais existentes no estado, na região e no país”.

O Sesc, por meio desta iniciativa de fomento e formação, visa acompanhar o progresso dessas cenas mesmo depois da finalização do projeto com o objetivo de mensurar os impactos reais do Gaim na linguagem artística e economia criativa do estado.

Confira a programação completa da Mostra Gaim:

03/07 – quarta-feira – 19h30 – “Ovo”, produção do Coletivo Cipó (MA), com um texto forte, provoca uma grande reflexão no público acerca da ausência e  abandono paterno.

04/07 – quinta-feira – 19h30 – “A mulher do espelho”, produção de Jaqueline Lince (MA), uma obra que mergulha nas emoções conflitantes de uma mulher que vive sob a angústia de um confinamento e com a infeliz presença do seu famigerado hospedeiro.

05/07 – sexta-feira – 19h30 – “Bumba meu ball”, produção de Josaniel Martins (MA), que promete surpreender e encantar todos com a fusão da cultura ballroom e bumba boi do Maranhão.

06/07 – sábado – 15h – “Bicho que vira gente, gente que vira bicho”, produção de Coletivo Narraiz (MA), uma experiência cênica que nos transporta para um mundo onde criaturas místicas se transformam sob os encantos ocultos da floresta.

06/07 – sábado – 19h – “Era amor: aquilo que tem pressa para ser”, do Coletivo Ícaro não sabe voar e Jambo Produções(MA), promete emocionar trazendo a história  do reencontro amoroso de um casal apaixonado em meados dos anos 90, que tiveram seus caminhos traçados pelas peripécias do destino.

SERVIÇO

Local: Teatro Sesc Napoleão Ewerton – Condomínio Fecomércio/Sesc/Senac – Edifício Francisco Guimarães e Souza.

Data: 3 a 6 de junho de 2024

Ingressos: Toda a programação será gratuita, com retirada de ingressos pelo site www.sescma.com.br, aba Área do Cliente

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Seminário pauta a situação das pessoas com deficiência visual

“O movimento das pessoas com Deficiência Visual no Maranhão: seis décadas construindo cidadania” é o tema do seminário que será realizado nos dias 25, 26 e 27 de julho de 2024, na sede da Asdevima (Associação dos Deficientes Visuais do Maranhão).

As inscrições, no valor de R$ 20,00 (vinte reais), já estão abertas nos formatos on line (nesse link https://forms.gle/upUna2cz9YzsRFEc9) e presencial, de segunda a sexta, das 14h às 18h.

A chave pix para fazer o pagamento é o e-mail: asdevima.ma@gmail.com

Mais informações podem ser obtidas no WhatsApp (98) 98732-2481 ou no e-mail: seminariomaranhensepcdv@gmail.com

DESCRIÇÃO DA IMAGEM

Card com fundo cinza, com detalhes na lateral esquerda em tons de azul. No centro superior, a logomarca da Asdevima e, logo abaixo, o seguinte texto: I Seminário Maranhense sobre às pessoas com Deficiência Visual. Ao lado do texto, na parte direita tem uma imagem (logomarca do evento) de uma mão espalmada, onde no dedo indicador tem a imagem de um olho. Na palma da mão, tem um desenho do mapa do Maranhão. Sobre o mapa, está escrito em braille negro: Maranhão em Braille.

 Na lateral superior à esquerda, as seguintes informações: 25, 26 e 27 de julho, São Luís – MA.

No centro do card, o tema do evento: *O movimento das pessoas com deficiência visual no Maranhão: seis décadas construindo cidadania.*

Em seguida, na lateral esquerda, da parte inferior do card, segue o informativo:

Início das inscrições: 1º de julho

Valor: 20,00

Chave pix: asdevima.ma@gmail.com

Informações:

seminariomaranhensepcdv@gmail.com

WhatsApp: (98) 98732-2481

Link para inscrição: https://forms.gle/upUna2cz9YzsRFEc9

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Escuta Ciência, 8º episódio: discografia da cultura popular com José Raimundo Rodrigues

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O programa recebeu o jornalista e radialista José Raimundo Rodrigues. Ele apresentou a sua mais recente produção de três livros-catálogo sobre a discografia de brincadeiras junina e carnavalesca do Maranhão.

As obras apresentam uma vasta lista dos discos de vinil e CDs gravados por grupos de bumba-meu-boi nos seus sotaques de orquestra, baixada, ilha, zabumba e costa de mão.

Os registros apontam também a discografia de escolas de samba, blocos afro, blodos tradicionais, bandas, músicos maranhenses e de tambor de mina.

Entre os discos estão ainda as produções dos festivais de toadas de bumba-meu-boi.

Todo o acervo físico em vinil e CD é particular e ainda não está digitalizado, necessitando de transposição para salvaguardar a memória de um importante capítulo da cultura popular do Maranhão.

José Raimundo Rodrigues é graduado em Jornalismo pela Universidade Ceuma, cursa Pós-Graduação em Gestão da Cultura Maranhense, pela Escola de Governo. É autor de três livros sobre a discografia em vinil e CD das brincadeiras de bumba meu boi, de artistas maranhenses e de outras manifestações culturais.

Atualmente, apresenta programas culturais nas rádios FM Difusora News e Timbira.

Produz e apresenta também o Maranhão TV, há 40 anos no ar, veiculado na TV Guará canal 23 e na TV Alternativa canal 19.1, sempre aos domingos, em diferentes horários.

Escuta Ciência é um programa de divulgação científica que tem o objetivo de popularizar trabalhos acadêmicos ou da cultura popular. A produção tem apoio da Apruma Seção Sindical e é fruto da Oficina de Divulgação Científica realizada durante a greve dos docentes e técnicos administrativos da UFMA, no primeiro semestre de 2024.

O programa tem produção e apresentação dos professores Carlos Agostinho Couto e Ed Wilson Araújo. Os trabalhos técnicos são de Jorge Sousa.