Apresentado pelos jornalistas Geraldo Iensen e Natanael Junior, o programa “Os Analistas”, da TV Guará, trouxe a público a exploração irregular de sítios arqueológicos em áreas quilombolas no município de Bacuri, no Litoral Ocidental do Maranhão.
O Dia Internacional do DJ (disk jockey) é comemorado anualmente em 9 de março. A data homenageia os profissionais responsáveis por entreter o público com seleções das mais variadas músicas, dependendo do estilo de festa que esteja trabalhando.
Em São Luís, o evento organizado pelo grupo “Movimento dos DJs MA” será realizando no Bora Bar, na avenida Litorânea, a partir das 10 horas. A programação consta de minipalestras, sorteios de brindes e ao longo do dia vários DJs ficarão se revezando no palco principal, com repertórios especiais preparados pelos profissionais das pick-ups.
O evento é aberto ao público. A colaboração é de apenas 1kg de alimento não perecível. Toda arrecadação será doada para entidades carentes.
“Venha e traga seus amigos e a família para conhecer um pouco desse universo chamado música. Essa é a primeira etapa, ao longo do ano vem muito mais”, explicou a organização do evento.
SERVIÇO
Evento: Comemoração ao Dia Internacional do DJ
Quando: 9 de março (sábado)
Onde: Bora Bar (Avenida Litorânea) @borabaroficial
Hora: 10h da manhã
Colaboração: de 1kg de alimento não perecível.
Use a nossa Hashtag #movimentodosdjsma
Imagem destacada retirada deste site
Outra folia
O sucesso do Carnaval de São Luís, com destaque para o circuito Beira-Mar, derrubou uma falsa impressão de que só Roseana Sarney sabia fazer festa popular. Tá bonito ver o novo circuito dando um banho de folia no Maranhão do passado.
Foto / Jardel Scott / imagem aérea dos foliões no entorno da antiga estação da Rffsa
Vários grupos de Tambor de Crioula se reuniram hoje (28.02) em frente à sede do Governo do Estado para denunciar a ausência da manifestação na programação do carnaval 2019. Para Simei Dantas, “o tambor de crioula durante décadas esteve presente no Carnaval do Maranhão alegrando os foliões”, recordou. Ela lembra que o Tambor de Crioula é patrimônio imaterial do Brasil e que, por isso, deve ser respeitado e valorizado através de mais espaços e visibilidade no carnaval.
Já Junior Catatau enfatiza que quase todo segmento ficou surpreso com as pouquíssimas apresentações agendadas para o auge do carnaval, época em que os tambores em massa ocupavam as praças, bailes, espaços e comunidades apoiadas pelo governo. Segundo Junior Catatau, “fica nítida a ausência dos grupos do tambor pela cidade, basta notar que em todo circuito de carnaval quem abria as apresentações eram os tambores. O coreiro também afirma que essa tese de que uma ocupação anual do tambor na Casa do Tambor seria o suficiente, não é verdadeira. Para Catatau, “a partir do momento que o Estado assinou o compromisso de ajudar na salvaguarda do tambor, muitas e muitas ações deveriam ser executas e a manifestação deveria ser priorizada. O Secretário fala de crise, mas previu em seu orçamento um volume robusto de recursos para contratação de som, trios elétricos a atrações nacionais. Fica evidente a falta de compromisso da atual gestão da Secretaria de Cultura com a manifestação. O que já vem acontecendo há tempos e piorou agora no carnaval. Portanto, uma de nossas pautas é a volta do Tambor de Crioula de forma massiva para as ruas, bailes e espaços culturais da cidade”, reivindicou Catatau.
Já Paulinho de Maré aponta a necessidade de um diálogo mais aberto e democrático entre governo e sociedade civil. Para Paulinho, “a Casa do Tambor de Crioula vem sendo má administrada, perdemos o valor de nosso cachê, e muitos tambores ficaram de fora da programação, enquanto outros pegaram apenas uma apresentação. Isso representa uma vergonha o que estão fazendo com o Tambor de Crioula.”
A manifestação foi importante para chamar a atenção do descaso do poder público com o Tambor de Crioula. Os manifestantes, caso não sejam atendidos em suas pautas, pretendem voltar amanhã para uma nova manifestação. Estiveram presentes: Simei Dantas, Paulinho de Maré, Junior Catatau, Mestre Bolota, Mestre Zé Banana, Felipe, Candinho, Dona Tereza, Mestre Gonçalinho, Correa, Cibica, Mônica, Claudia, Bigorna, Rosa Reis, Dona Maria, Rozira, Ianara, Socorro, Vitório e outros.
Imagem / divulgação: Grupos de tambor de crioula realizaram protesto em frente ao Palácio dos Leões
O Projeto Coletivo Papoético, articulado pelo poeta e jornalista Paulo Melo Sousa, teve início em dezembro de 2010 e, dentre tantas atividades culturais, realizou em 2012 o seu primeiro festival de poesia, buscando animar o meio cultural de São Luís. Depois desse evento, foram realizados mais dois festivais. O projeto foi formatado para acontecer num ambiente de bar. Após as apresentações das atividades culturais previstas, os participantes se confraternizam e continuam o papo de forma mais descontraída. Inicialmente surgiu num bar/sebo, depois se transferiu para o Restaurante / bar Cantinho da Estrela e, finalmente, ocupou o espaço do bar Taberna da Bossa, no Centro Histórico de São Luís.
O coletivo retoma a proposta, desta vez no Bar Latino, localizado na rua do Giz, anexo à Pousada Portas da Amazônia. “Entendemos a cultura como ferramenta necessária para o desenvolvimento da sociedade, sobretudo pelo incentivo ao hábito de práticas criativas que fortalecem a salvaguarda e o sentimento de pertencimento. Acreditamos que é possível construir através do desenvolvimento cultural uma sociedade mais esclarecida, mais capaz, com vontade própria e menos indiferente à vida social e política de sua localidade e do país, com inclusão cultural, com a multiplicidade de formas de transmissão de conhecimento, favorecendo a participação provocativa, criativa e transformadora de novos talentos na área, promovendo, dessa maneira, o fortalecimento da cidadania”, declara o poeta Paulo Melo Sousa.
O retorno da ação cultural acontece nesta quinta-feira (28 fevereiro), trazendo novamente à cena cultural da Ilha Tião Carvalho (imagem destacada), um dos ícones da música contemporânea do Maranhão e está vivendo um momento histórico no qual celebra 40 anos de carreira artística. Cantor e compositor, o artista interpreta composições de familiares, amigos e maranhenses renomados que marcaram sua trajetória artística, além de composições próprias cujas letras revelam um pouco da sua terra e suas memórias, garimpadas por meio das canções e ritmos que resgatam a força da sua ancestralidade quilombola nos rincões de Cururupu.
Seu repertório passeia pelos ritmos do bumba-meu-boi, cacuriá, tambor de crioula, tambor de mina, samba, carimbó e reggae, sempre reverenciando a cultura maranhense em seu trabalho autoral. Essa fidelidade às tradições maranhenses visa, também, fortalecer a representatividade dos afro-descendentes, promover o respeito e valorização da cultura maranhense e incluir as mais diferentes etnias nessa troca. Além do show com Tião Carvalho, acontecerá leitura de poesias com Dyl Pires, e criação da Confraria da Água Benta (degustação de cachaça), com sorteio de livros entre os presentes.
O Projeto Coletivo Papoético visa divulgar, revelar e incentivar a atual produção cultural maranhense, com o intuito de estabelecer um contato maior entre artistas, intelectuais, produtores culturais e a comunidade em geral, com incentivo à produção cultural, divulgação da arte e da cultura, realização de eventos culturais individuais e coletivos, visando despertar o interesse pela arte e a cultura na comunidade em geral, facilitar o conhecimento de novos nomes da cultura maranhense, fortalecendo a identidade cultural como instrumento para o cumprimento social da expressão cultural da comunidade.
SERVIÇO
O quê? Projeto Coletivo Papoético.
Onde? Bar Latino (rua do Giz, anexo à Pousada Portas da Amazônia – Centro Histórico de São Luís).
Quando? Dia 28 de fevereiro de 2019 (quinta-feira)
Hora? A partir das 19h30
Programação: Show com Tião Carvalho, leitura de poesias com Dyl Pires, criação da Confraria da Água Benta (para degustação de cachaça), com sorteio de livros entre os presentes.
Será cobrado couvert artístico: R$ 15 reais.
Imagens / divulgação
Fonte: Blog Buliçoso
A frase do velho Karl Marx – que nunca antes na história deste país foi tão combatido – cabe como uma luva de boxe, uma cabeçada de capoeira, um chute no pau da barraca já murcha dos alucinados por mamadeiras de piroca, admiradores da Ditadura Militar, LGBTfóbicos e racistazinhos de meia tigela, como se dizia no tempo de vovó. “As revoluções são a locomotiva da história” serve de epígrafe para o único evento carnavalesco de São Luís, assumidamente de protesto contra a atual conjuntura política e social do país.
O Bloco Ninguém solta a Mão de Ninguém vai se concentrar no Espaço Cultural Trem das Onze, Beira-Mar, em frente à Rffsa, na próxima sexta-feira (1), a partir das 18h. A festa também terá um ato de desagravo e indignação contra a violência de policiais militares que, na semana passada, invadiram o local, dispararam tiros para o alto e empurraram à força a proprietária, Iria de Fátima Machado, para o camburão. Iria é negra, militante de esquerda e neta de um maquinista da antiga estação da Rffsa, Raimundo Machado.
“Será um ato festivo. Em menos de dois meses, o governo Bolsonaro já se encontra mergulhado em escândalos de toda ordem, envolvendo denúncias de candidaturas laranja, relações com milicianos, instabilidade provocada pela ingerência de filhos e em saques às garantias estabelecidas pelo Estado Democrático de Direito”, afirma o Manifesto Mais Valia para nós é Folia, distribuído pela Comissão Organizadora. O evento conta com apoio da Agência Tambor, experiência pioneira no Maranhão em comunicação livre, popular e alternativa.
“Os movimentos progressistas e as organizações sociais precisam criar e estabelecer mecanismos de expressão para se contrapor ao discurso da mídia hegemônica que, via de regra, cria narrativas em defesa de interesses que não são necessariamente os interesses populares. O período carnavalesco, época da maior festa popular do Brasil, é uma inequívoca vitrine para mensagens que provoquem a necessária indignação nos embates contra um projeto de nação excludente e conservador”, explica o texto-convite.
O Bloco Ninguém solta a Mão de Ninguém é uma iniciativa da Buliçoso Produções Artísticas, do blog Buliçoso. Os ingressos custam R$ 25,00 (vinte e cinco reais) e podem ser adquiridos de modo digital pela plataforma: https://www.sympla.com.br/bloco-ninguem-solta-a-mao-de-ninguem__465824 ou pelo whatsapp: (98) 98302.1639.
SERVIÇO
Bloco Ninguém Solta a Mão de Ninguém
Quando: 1º de março/2019 (sexta de Carnaval)
Local: Espaço Cultural Trem das Onze (em frente à Refesa, na Beira-mar)
Ingressos: R$ 25,00
Mais
informações: (98) 98302.1639
Fonte: https://bulicoso.com.br
Escola de amestrados, país de robôs!
O Brasil está mergulhado em um pântano cultural que puxa para o fundo e mata algumas esperanças. Outras, pela dinâmica da História, não se deixarão tragar. É isso que nos anima em meio às notícias ruins.
A investida dessa vez é uma derivação do projeto Escola Sem Partido, vindo à tona pelo comunicado do Ministério da Educação às escolas, para que os estudantes cantem o hino nacional e sejam filmados, a pretexto de “incentivar a valorização dos símbolos nacionais”. Ainda por cima, os alunos teriam de ouvir uma carta cujo desfecho seria o bordão publicitário da campanha presidencial de Jair Bolsonaro.
O objetivo é claro: matar o sentido pleno da educação como prática de liberdade e desconstruir o Estado laico, regido por uma Constituição de 30 anos.
Diante das críticas, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez recuou e disse que não era bem assim. Mas, não nos espantemos se a elite pensante do governo voltar à carga com algo mais radical: além de cantar o hino nacional, os estudantes terão de ler trechos da bíblia.
Sob o manto de um suposto nacionalismo e apego aos valores cristãos, o atual governo brasileiro apresenta ideias e propostas antiquadas, como se o passado fosse gerar a salvação da pátria.
Isso não ocorre por acaso. É preciso entender o contexto.
A onda conservadora que destrói a República no Brasil é fabricada na mesma forma que gerou criaturas como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, turbinado pelo discurso que disseminou notícias falsas e ódio.
Na campanha e na gestão, Trump tem um fantasma e um alvo, respectivamente: a América voltará a ser grande e os inimigos são os mexicanos e os muçulmanos.
Mutatis mutandis, o Brasil voltará à glória do passado e os inimigos são a esquerda e o materialismo cultural.
Nesse contexto macropolítico, o governo ataca a escola para criar uma geração de estudantes amestrados e pais robotizados, alimentados pelas fake news que grassam como uma praga destruidora da capacidade de pensar e refletir.
Basta ver o episódio recente que atribuiu à esquerda a “proposta” de distribuir uma mamadeira erótica para as crianças.
Assim, a tentativa de perfilar estudantes para cantar o hino nacional chega a ser um desprezo pela educação diante de muitos problemas a resolver. Com tantas escolas sem teto nem material didático, salas sem professores, docentes com baixos salários, condições de trabalho precárias, desvio de dinheiro público nos fundos constitucionais, escolas sem água potável nem quadras esportivas… eis que o MEC está preocupado com (pasmem!) a cantoria do hino nacional.
Entendamos também a proposta do Ministério da Educação como parte da estratégia de comunicação do governo para desviar o debate sobre os grandes temas: a reforma da Previdência, a economia e a geopolítica.
Se fosse nacionalista e patriota, o governo estaria a defender as nossas reservas de petróleo e o patrimônio nacional, não se perfilando às investidas dos Estados Unidos para usurpar a maior riqueza mineral da Venezuela.
Caso este governo fosse realmente patriota e nacionalista, não estaria tentando aprovar a reforma previdenciária que vai criar uma legião de miseráveis no momento em que a proteção do Estado é fundamental – a velhice.
O plano ideológico da onda conservadora é um pacto geracional pela mediocridade. Amestra as crianças na escola para levá-las ao matadouro sem resistência quando estiverem idosos.
Isso é desumano.
Imagem do site El País: Estudantes perfilados fazem saudação nazista a Hitler
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), sancionou nesta segunda-feira (25) o Projeto de Lei 3.676/16, que disciplina o licenciamento ambiental e a fiscalização de barragens em Minas Gerais. O projeto havia sido aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa sexta-feira (22 de fevereiro) e aguardava sanção do governador.
A motivação de criar regras rígidas para o setor de mineração tem origem no Projeto de Lei de Iniciativa Popular, denominado “Mar de Lama Nunca Mais”, que começou a ser elaborado no final de 2015, após o rompimento da barragem de Fundão (em Mariana-MG), de propriedade da mineradora Samarco, Vale e BPH Billiton.
O Projeto de Lei de Iniciativa Popular teve mais de 50 mil assinaturas, coletadas por instituições públicas e movimentos sociais e levado à Assembleia Legislativa. Segundo o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a votação foi sendo “enrolada” por pressão das mineradoras junto aos deputados estaduais.
Mesmo diante da tragédia de Mariana os parlamentares rejeitaram o projeto em 2016, quando ainda tramitava na Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A proposição só foi aprovada em 2019 devido à pressão da opinião pública e dos movimentos sociais diante do rompimento da barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho.
“Após o crime reincidente da Vale, desta vez em Brumadinho, a casa finalmente foi pressionada, desta vez para votar às pressas e sem ouvir a população. O texto aprovado apresenta avanços no campo da fiscalização de barragens e, principalmente, no processo de licenciamento”, afirma o MAB.
O texto do Projeto de Lei 3.676/16 institui a Política Estadual de Segurança de Barragens, que deverá ser implantada de forma articulada à Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), consolidando a legislação federal e estadual sobre o assunto.
“Sem dúvida temos muitos avanços, mas é preciso melhorar no que diz respeito aos direitos dos atingidos. O MAB segue trabalhando para fortalecer o debate da Política Estadual de Direitos dos Atingidos. Enquanto as pessoas continuarem sendo vítimas, é preciso ter legislação que dê conta disso”, afirma Joceli Andrioli, militante do MAB.
O MAB aponta ainda a necessidade de rigor no processo de licenciamento e fiscalização de barragens, na criação de mecanismos que garantam direitos e segurança. “Temos ainda uma fragilidade no sistema, onde as empresas que fazem as perícias são contratadas pelas proprietárias das barragens. Isso possibilita um risco de fraudes como a que vemos no caso da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho”, complementa Pablo Dias, também do MAB.
Os principais pontos da nova lei são:
– Obrigatoriedade da realização de audiências públicas em toda a bacia hidrográfica;
– Exigência de licenças prévias de instalação e operação que garantam o licenciamento ambiental das barragens;
– Proibição da construção de barragens a montante, no mesmo formato das de Mariana e Brumadinho;
– Paralisação de alteamento (aumento das paredes das barragens com o objetivo de receber mais rejeitos);
– Proibição de licenças para a construção, ampliação ou alteamento de barragens em regiões que tenham comunidades no perímetro da zona de autosalvamento;
– Obrigatoriedade de um plano de desmonte da barragem ao fim de seu funcionamento;
– Estabelecimento do prazo de 90 dias para empresas apresentarem cronograma de planejamento da substituição de tecnologia em barragens a montante, o que deverá ser feito em até três anos;
Com informações do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens)
Imagem: MAB / Atingidos denunciam estragos e cobram providências sobre o rompimento da barragem de Mariana
Em tempos de migração do rádio AM para FM rememoramos o samba tema “Nas ondas do rádio AM”, do bloco organizado “Turma do Saco”, levado à passarela no Carnaval de São Luís, em 2016.
A letra (veja ao final) faz referência à história das rádios AM, aos programas e apresentadores emblemáticos e destaca o papel das emissoras na integração da ilha de São Luís aos municípios do continente.
Já no curso da migração das rádios AM para FM, o velho radinho de pilha com chiado e os programas comunitários e jornalísticos passam por transformações. Rádio atualmente é ouvido em aplicativo de smartfone e o chiado ficará apenas na lembrança dos apaixonados.
O samba-tema da Turma do Saco em 2016 foi resultado da parceria de três compositores: coronel Franklin Pacheco, Cesar Grafite e Luís Carlos Pinheiro, o Vovô.
No processo de fabricação da letra, a direção da escola e os compositores mergulharam em pesquisas na internet e consultaram especialistas, sobre o assunto.
Inspiração de Vovô
Compositor e intérprete do samba “Nas ondas do rádio AM”, Vovô é uma lenda na vida cultural de São Luís. Ex-integrante da Flor do Samba, ele foi passista, baliza, ritmista e tem a experiência de quem tocou, cantou e dançou em muitos carnavais. A identidade com o tema vem também da experiência de Vovô no rádio. Ele trabalhou como serviços gerais e porteiro na antiga rádio Ribamar AM e foi promovido aos microfones por Frank Matos, locutor veterano nas emissoras de São Luís e apresentador do carnaval na Passarela do Samba durante décadas. Vovô sempre cantarolava nos corredores da rádio e um dia foi convidado por Matos para gravar jingles de campanhas eleitorais. Frank Matos fazia os textos e Vovô cantava. “E foi então que eu comecei a aparecer dentro da cultura, quando as pessoas passaram a ouvir minha voz”, ressaltou Vovô.
A inspiração para compor o samba com os parceiros incluiu a vivência de ouvinte e radialista. “O rádio AM para mim é a matéria informativa geral. É a minha cara-metade de uma pessoa que eu não conheço. Mas, o radialista da AM fala com você com tanta intimidade que você do outro lado, ligado no seu dial, acha que ambos se conhecem. Então, o radialista passa a ser parte da tua família. O rádio AM para mim significa a informação em primeira mão, aquela informação com a linguagem que o povo gosta de ouvir”, justificou Vovô.
Sua trajetória no Carnaval inclui 14 títulos, oito seguidos, um segundo lugar e novamente seis em sequência. “Sou o intérprete que mais tem títulos no Carnaval maranhense”, celebrou Vovô. Na Turma do Saco há seis anos, ele já coleciona um vice-campeonato e um primeiro lugar. “Sou um profissional da alegria”, festejou.
Trajetória da Turma do Saco
O bloco organizado Turma do Saco surgiu da motivação de famílias e jovens do bairro Codozinho, alguns já integrantes de outras agremiações carnavalescas, remanescentes das batucadas denominadas “charangas”, que faziam arrastões pelas ruas do Centro de São Luís. O presidente da agremiação, Marcio Cavalcante, contou que o nome do bloco surgiu da rivalidade com outra brincadeira carnavalesca, sediada na Vila Gracinha.
A rivalidade entre as duas turmas foliãs ocorreu pela diferenciação da indumentária. “Certo ano eles da Vila Gracinha compraram um tecido lamê (adornado com finas lâminas prateadas) e fizeram uma espécie de abadá. O bloco do Codozinho quis se organizar, mas não tinha condição de comprar lamê. Então foram a uma padaria, juntaram uns poucos recursos e compraram sacos de trigo, cortaram, customizaram, fizeram a fantasia e batizaram Turma do Saco”, relatou Cavalcante.
Os tempos áureos da Turma do Saco remontam à década de 1980, mas nos últimos seis anos a agremiação vem se reinventando e melhorando, garantiu o presidente. Temas como a cultura africana, o circo e seus palhaços e o bairro Codozinho já alegraram os sambas na “nação sacoleira”, carinhosamente denominada entre os brincantes e simpatizantes. A Turma do Saco já coleciona 11 títulos, o último conquistado em 2013, com o samba em homenagem ao Bicho Terra.
Nas ondas do rádio AM
Samba-tema do bloco organizado Turma do Saco para 2016
Autores: Luis Carlos Pinheiro (Vovô), coronel Franklin e Cesar Grafite
Em 1941 no dial AM
Na frequência 1290
A ilha foi ligada ao Maranhão
E assim surgiu a primeira emissora para comunicação
Em 15 de agosto de 1941
Entrava no ar a PRJ.9
Com o interventor Paulo Ramos
E depois virou a rádio Timbira
É fascinante ouvir a Mirante
Difusora, Educadora
Rádio Ribamar, hoje Capital
Rádio Gurupi é a potente São Luís
Política, esporte, religião
Radionovela, cultura e informação
Tudo vira festa na programação
Quem manda é você
Debaixo do pé de cajueiro
Dona Carochinha animava a criançada
Boa tarde minha gente
Galeria musical da saudade
Canta Maranhão é descontração
Pra nossa cidade
Alô! Alô! Bom dia!
Um aviso pro interior
No programa do “Galinho”
Carlos Henrique anunciou
Me traz um cavalo com cela e outro na cangalha
Pra levar a carga
Que a Turma do Saco mandou.
Bloco da dupla formada por Alê Muniz e Luciana Simões se apresenta na segunda-feira de carnaval, dia 4 de março, no circuito da Beira-Mar. Antes, afina o repertório em ensaio aberto na praça dos Catraieiros, Praia Grande, no próximo sábado, dia 23. Entre os convidados, o cantor e compositor Siba (imagem acima) e a turma do Divina Batucada, da Madre Deus
O nome do bloco é uma homenagem à memória de Bota pra Moer, personagem da cidade que marcou os anos 50 e 60 – mistura de louco e gênio que fez história no imaginário popular. “O espírito é o mesmo do ano passado. Vamos levar pra rua a mensagem de que é preciso estar atento e forte, que a alegria é revolucionária. Esse personagem nos inspira a resistir e a ocupar as ruas”, afirma Alê Muniz.
Para 2019, Alê Muniz e Luciana Simões escreveram em parceria com o poeta Celso Borges duas canções para o período da folia: Ponta d’Areia e Demorô Moraes, este último uma homenagem ao baiano Moraes Moreira, principal atração deste ano. As duas músicas, além do frevo Bota pra moer, sucesso do ano passado, estão no repertório do bloco, que terá ainda clássicos do carnaval brasileiro e releituras de canções do próprio Moraes Moreira, Jorge Benjor, Sérgio Sampaio, Beth Carvalho, Caetano Veloso, etc.
Bota Pra Moer – Seu nome era Antônio Lima, pernambucano de Caruaru, que devido a sua grande inteligência, recebeu o apelido logo que chegou a São Luís. Bota Pra Moer lia com a maior naturalidade um jornal de cabeça para baixo e usava sempre roupas de segunda mão.
Uma de suas histórias mais engraçadas aconteceu na greve de 1951, que paralisou a cidade quando o povo se revoltou contra a posse do governador Eugênio Barros. Os grevistas entregaram a Bota Pra Moer a bandeira nacional e o colocaram à frente da marcha rumo ao Palácio dos Leões. Ao chegar à Praça Pedro II ele viu um grupo de policiais em frente ao Palácio e imediatamente entregou a bandeira, afirmando: “Até aqui eu vim, mas daqui pra frente arranjem outro que seja mais doido do que eu…”
SERVIÇO
BLOCO BOTA PRA MOER no ensaio pré carnaval
Dia 23 de fevereiro – às 17h
Praça dos Catraieiros, Praia Grande
Convidados: Siba, Divina Batucada e DJ Jorge Choairy
BOTA PRA MOER no carnaval
Dia 4 de MARÇO, das 16h às 20h30
Circuito Beira-Mar
Convidado: Moraes Moreira
Demorô, Moraes (Parceria: Alê Muniz, Celso Borges e Luciana Simões)
Demorô, Moraes
Demorô, Moreira
Ainda me lembro
da minha radiola tocando
besta é tu que não dançou
besta é tu que não sacou
a minha radiola tocando besta é tu, besta é tu
Demorô Moraes
Demorô Moreira
Ainda me lembro
no meu coração democrata
as três raças do Brasil
quem não viu, quem não viu
a minha radiola tocando
lá vem o Brasil descendo a ladeira
Demorô, Moraes
Demorô, Moreira
De São Luís a Salvador
do Pelourinho à Beira-mar
salve o Senhor do Bonfim
e São José de Ribamar
Imagem destacada: O pernambucano Siba será uma das atrações do Ensaio Geral do bloco Bota Pra Moer / Foto: divulgação