Uma nota publicada no site da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) manifesta solidariedade ao professor do Departamento de Comunicação Social (DCS) e jornalista Ed Wilson Ferreira Araújo, atacado por um texto depreciativo copiado em três blogs que o acusam de falta de ética.
As ofensas contra o docente foram disparadas após a reportagem publicada no Blog do Ed Wilson sobre uma investigação da Polícia Federal que apura desvios de R$ 4 milhões em obras no campus de Balsas, no sul do Maranhão, até 2015.
Após esta publicação surgiram as três postagens copiadas
acusando o professor de desprezar “princípios basilares do jornalismo e da
ética”. O mesmo texto cita diretamente os professores do curso, afirmando que a
reportagem do Blog do Ed Wilson “Estarrece os próprios colegas do Departamento
de Comunicação”
Confira aqui, aqui e aqui os três blogs que reproduziram as ofensas.
Diante das acusações e após um amplo diálogo e debate entre
os professores, o Departamento de Comunicação Social emitiu nota repudiando as
ofensas e manifestando solidariedade ao professor Ed Wilson Araújo.
Segundo a nota do DCS, “a matéria redigida contra o professor Ed Wilson é um exemplo de tudo aquilo que repudiamos em termos da comunicação online atualmente: o ataque a reputações de pessoas e instituições, produzindo desinformação e obnubilando a verdade, o que contribui para a desvalorização do próprio jornalismo, maculando uma das instituições/campos mais significativos na construção/consolidação da democracia: a Comunicação”.
Grupo de percussão carioca recebe aulas de ritmos maranhenses e realiza oficinas de pandeiro brasileiro no Convento das Mercês durante os festejos de São João
De 20 a 30 de junho, 100 integrantes da bateria do grupo
carioca Rio Pandeiro farão um intercâmbio cultural em São Luís do
Maranhão, com objetivo de conhecer de perto os ritmos maranhenses, os arraiais
dos festejos de São João e a rica cultura da cidade.
Os integrantes do Rio Pandeiro receberão aulas teóricas e
práticas sobre história, cultura e características dos ritmos maranhenses. As
oficinas serão ministradas pelo músico percussionista, arte-educador e
pesquisador da cultura popular Luiz Cláudio Monteiro Farias, que também
convidará grandes mestres locais. O principal destaque será o Boi de Leonardo,
que já foi homenageado pelo Rio Pandeiro durante o carnaval do Rio e
participará ativamente dessa imersão musical do grupo carioca.
Como parte da programação do Intercâmbio, dias 25, 26 e
27 de junho, das 16h30 às 18h30, o percussionista Tadeu Campany, mestre e
fundador do Rio Pandeiro, realiza oficina de pandeiro brasileiro no Convento
das Mercês. Quem tiver interesse em se inscrever para as aulas não precisa ter
pandeiro nem conhecimento prévio do instrumento, basta enviar um e-mail
para curso.riopandeiro@gmail.com. O
investimento é de R$ 50,00 (pelos 3 dias) e o pagamento é feito no
primeiro dia de aula.
Rio Pandeiro
Fundado há 10 anos pelo percussionista carioca Tadeu Campany, o Rio Pandeiro é um dos principais blocos de carnaval do Rio de Janeiro. Seu diferencial é valorizar os ritmos regionais da cultura popular brasileira presentes em todas as regiões do país. O repertório é variado: além de samba e partido alto, tem maracatu, ciranda, congada, xote, baião, côco, jongo, carimbó e muitos outros ritmos. Além do pandeiro, os alunos aprendem diversos instrumentos de percussão, como tamborim, caixa, surdo, chocalho, marabaixo, agogô, curimbó e alfaia. As oficinas do bloco acontecem o ano inteiro em três locais diferentes do Rio de Janeiro e os 200 alunos do curso formam a bateria do bloco durante o carnaval do Rio.
“O nosso objetivo é justamente conectar os
nossos alunos e o nosso público com a sonoridade que o Brasil
preserva de norte a sul. Além disso, nós somos o único grupo onde é
possível encontrar mais de 200 pandeiros brasileiros tocando juntos, ao mesmo
tempo. Queremos valorizar esse instrumento que é tão importante para tantas
manifestações culturais, em todos os cantos do nosso país”,
conta o percussionista Tadeu Campany.
Muito mais do que tocar ritmos regionais brasileiros, o Rio
Pandeiro proporciona aos seus integrantes experiências musicais diretamente em
sua fonte. Essa é a proposta do Intercâmbio Cultural Rio Pandeiro,
que são viagens para que as pessoas conheçam de perto e façam oficinas de
percussão com grupos de grande referência e importantes mestres da cultura
popular. Em contrapartida, o percussionista Tadeu Campany, ministra oficinas de
pandeiro brasileiro em todos os locais onde são realizados
os Intercâmbios.
Sobre o Intercâmbio Cultural Rio Pandeiro
Atualmente em sua sexta edição, o Intercâmbio Cultural
Rio Pandeiro já levou os alunos para Roma, na Itália (em 2012); para
Buenos Aires, na Argentina (em 2015); para Lambari, Minas Gerais (em 2016);
Belém do Pará (em 2017) e Fortaleza (em 2018).
“Dentre as viagens de pesquisa que sempre faço pelo Brasil,
o São João da capital maranhense está entre as mais impactantes manifestações
populares que já presenciei. A pluralidade estética e diversidade rítmica são
fatores que fazem de São Luís um lugar imperdível de se conhecer no país. O Boi
de Leonardo sintetiza toda essa beleza, força, tradição e encanto. Apresentado
pelo amigo e parceiro musical Luiz Cláudio, tive a honra de ser muito bem
recebido na comunidade da Liberdade durante a cerimônia de batismo do boi e
participar ativamente de um incrível ciclo até as apresentações nos Arraiais,
onde tive o prazer de me vestir de vaqueiro e tocar com o grupo. Saí de São
Luís tão maravilhado, que no carnaval de 2018 o Rio Pandeiro homenageou o
bumba-meu-boi, construiu o seu próprio boi e dedicou o carnaval aos amigos da
Liberdade. Agora, cumpro a promessa de trazer meus alunos para ver de perto,
com os próprios olhos, o que é o São João do Maranhão”, conta Tadeu Campany.
Vídeo do carnaval 2018 Rio Pandeiro – tema
Bumba-meu-boi:
SERVIÇO
Intercâmbio Cultural Rio Pandeiro em São Luís do
Maranhão – 20 a 30 de junho de 2019
– Oficina de Pandeiro Brasileiro:
Ministrada pelo percussionista carioca Tadeu Campany.
Dias: dias 25, 26 e 27 de junho
Horário: das 16h30 às 18h30.
Local: Convento das Mercês
Investimento: R$ 50,00
Inscrições pelo e-mail: curso.riopandeiro@gmail.com e zap: 21 98080-7115
*para iniciantes e intermediários. Pode se inscrever mesmo
quem nunca tocou nada no instrumento. Teremos pandeiros para emprestar.
Pagamento no primeiro dia da oficina, no próprio local.
– Oficina de Ritmos Maranhenses:
Ministrada pelo músico percussionista, arte-educador e
pesquisador da cultura popular Luiz Cláudio Monteiro Farias, com presença do
Boi de Leonardo.
*oficina exclusiva para integrantes do Rio Pandeiro
Dias: 25, 26, 27 e 28 de junho.
Horário: 10h às 13h
Local: Convento das Mercês.
Sobre Tadeu Campany
Percussionista, cantor, compositor e produtor musical carioca.
É o idealizador, professor e diretor musical do Rio
Pandeiro.
Natural do Rio de Janeiro, iniciou os estudos musicais no
Conservatório de Música, onde iniciou a carreira de percussionista. O seu
trabalho é estruturado através da frequente pesquisa das tradições populares no
Brasil onde o pandeiro e os tambores têm papel fundamental e são
protagonistas.
Tadeu Campany já dividiu palcos, estúdios e gravações com
grandes nomes da música brasileira, como: Danilo Caymmi, Nelson Sargento, Velha
Guarda da Portela, Ivo Meireles, Sandra de Sá, Alice Caymmi, Pepeu Gomes,
Carlos Malta, Pedro Luis, Walter Alfaiate, Marcos Suzano, Robertinho Silva,
Peninha, Guto Goffi, João de Aquino, Wilson das Neves, Pinduca, entre outros.
Atualmente, Tadeu faz parte da banda Aymoréco, do ator e cantor Chay Suede.
Autor do Livro “Pandeiro Brasileiro – Prática 1”, método com
o qual ministrou workshops pelo Brasil, Europa e América Latina, difundindo
através do som percussivo a brasilidade presente em efeitos, timbres e
ritmos.
Para citar alguns trabalhos, essa sonoridade pode ser ouvida
no disco “Serviço” (2013), do cantor e compositor Castello Branco, “Meanwhile
in Rio” (2014), do cantor e compositor inglês Jacob Perlmutter e “Spectrum”, do
produtor Diogo Strausz.
“Serviço” foi disponibilizado na internet e já ultrapassou a
expressiva marca de duzentos mil downloads, o que rendeu ao artista a indicação
ao “Prêmio MultiShow de Música”. “Meanwhile in Rio” foi lançado em Londres, com
ótima repercussão na crítica européia. “Spectrum” foi lançado no Brasil e no
Japão.
Tadeu Campany foi convidado pelo diretor Luiz Fernando
Carvalho para trabalhar na preparação de elenco da novela Velho Chico, da Rede
Globo. Durante 5 meses, o percussionista participou do trabalho intensivo de preparação
no Projac. No início das gravações da novela, Tadeu viajou com toda a equipe
para o Nordeste, também a convite do diretor Luiz Fernando Carvalho.
No teatro, Tadeu Campany participou, como músico em cena, do
espetáculo “Encantados”, do ator e diretor Henrique Guimarães. No cinema,
gravou na trilha do filme “Paysandu – 100 anos de Payxão”, lançado pela Urca
Filmes, em 2015.
Em 2007, ao lado dos principais mestres de bateria das
Escolas de Samba do Rio de Janeiro, foi responsável pela direção musical de
1.500 ritmistas na apoteótica abertura dos Jogos Pan-Americanos, realizada no
estádio do Maracanã, para um público presente de setenta mil pessoas. O
trabalho lhe rendeu o convite para integrar a direção de bateria da Escola de
samba Caprichosos de Pilares, onde atuou durante cinco anos, gravou quatro
discos e ganhou o título de campeão em 2012, com o prêmio Sambanet de melhor
bateria.
Em 2009, fundou o Rio Pandeiro: trabalho autoral que
contempla um curso abrangente de percussão popular e um Bloco de Carnaval, que
se apresenta em Laranjeiras, na Praça São Salvador, um sábado antes do carnaval
e se apresenta no sábado de carnaval no Campo de São Bento, em Icaraí.
Atualmente, o Rio Pandeiro conta com cerca de 200 alunos em suas turmas de
Laranjeiras, Tijuca e Niterói.
Tadeu Campany se apresenta com Lucy Alves em evento de
lançamento de Velho Chico
Percussionista, arte-educador e pesquisador da cultura
popular, Luiz Claudio, natural de Belém do Pará, chegou ao Maranhão no final da
década de 70. Lá desenvolveu extenso trabalho de pesquisa de campo coletando
material, convivendo e aprendendo junto a grandes mestres de tambor como Mestre
Bibi da Casa de Cultos Africanos Nagô, Mestre Eusébio líder Huntó da Casa das
Minas, Mestre Felipe e Mestre Leonardo do Tambor de Crioula e Boi de Zabumba,
Humberto do Maracanã do Bumba meu Boi e Dona Tété do Cacuriá, entre muitos
outros.
Em 1984 participou do I Colóquio Internacional de
Sobrevivências Religiosas Africanas na América latina e Caribe a convite da UNESCO,
onde foi membro da comissão cultural, e tradutor das palestras, trabalhando ao
lado de etnomusicólogos e antropólogos como Sérgio Ferreti e Pierre Verger. Em
1987 dirigiu o Beat and Beach, I encontro de percussão no Maranhão onde trouxe
músicos como Robertinho Silva, Layne Redmond, Marco Suzano para shows e
oficinas para a comunidade. Em 1987 criou o grupo FOGO DE MÃO, que participou
do PERCPAN, Panorama Percussivo Mundial, em Salvador em 1995, a convite de Naná
Vasconcelos, e do FAN em Belo Horizonte a convite de Djalma Correa, onde tocou
ao lado dos grandes nomes da percussão brasileira e mundial.
Tocou e gravou com Nelson Ayres, Ceumar, Naná Vasconcelos,
Chico Saraiva, a Barca, Péri, Flávia Bittencourt, Zeca Baleiro e Rita Ribeiro,
Monserrat, entre muitos outros artistas nacionais e internacionais.
Em 2012, gravou no estúdio Systems 2 em Nova York com o
renomado pianista brasileiro de jazz Rubens Salles, além de shows, e oficina de
ritmos brasileiros para alunos da Julliard School of Music de Nova York.
No momento, Luiz se dedica ao seu projeto Encantarias, que
passeia pela leitura fiel das tradições percussivas maranhenses com um EP que
contou com a participação de Zeca Baleiro e Chico César e ao recém-criado Selo
Zabumba Records que visa fortalecer a presença das manifestações populares no
rico e diversificado cenário musical brasileiro, registrando e mapeando as
diversas brincadeiras originais do estado do Maranhão.
Pelo segundo ano consecutivo, o Bumba-meu-boi de Guimarães se apresentará no Casa d’Arte Centro de Cultura. A apresentação, que faz parte do projeto No caminho do farol e das comemorações dos 5 anos do espaço, acontecerá no próximo dia 27 de junho, às 20h, durante a temporada de brincadeiras, na capital.
O Bumba-meu-boi de Guimarães, que é um dos grandes expoentes do sotaque de zabumba (existe há pelo menos três gerações), é procedente do Quilombo de Damásio, localizado na zona rural da cidade de Guimarães, interior do Maranhão.
Em 2018, a apresentação do Boi, no Casa d’Arte reuniu diversos vimarenses (nome que é dado a pessoa nascida na cidade de Guimarães), com a finalidade de fortalecer a brincadeira, que teve poucos convites para brincar na capital, e que através de uma campanha colaborativa conseguiu arrecadar fundos para a permanência do grupo, na ilha.
Este ano a campanha continua, para que o Boi possa alegrar, mais e mais arraiais da grande Ilha. E o encontro no Casa d’Arte, neste ano, já deve virar tradição de encontro de admiradores da região e daquele Sotaque de Zabumba.
Iniciativa de um grupo de professores, profissionais de Comunicação e leitores, a nota de solidariedade (abaixo) refuta os ataques disparados contra este jornalista depois da publicação de uma reportagem sobre desvio de recursos na construção do campus da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), na cidade de Balsas.
A reportagem do Blog do Ed Wilson, baseada em documentos e fontes seguras, revela os detalhes sobre a má gestão do dinheiro público na referida obra.
Após a publicação, surgiram postagens atacando o autor e não o conteúdo. É uma tática antiga e infrutífera. Afinal, quem briga com a verdade e a realidade, sempre perde.
Fico imensamente grato a tod@s que se manifestaram em defesa do Jornalismo.
Veja a nota:
Caro cidadão, jornalista, radialista e professor Ed Wilson
Estamos percebendo o que estão tentando fazer com o seu nome por conta da má prática que se estabelece em algumas instituições em momento de acirramento de campanhas pela disputa de poder.
Acusaram-no do que não fez. Tentam confundir para não se obrigarem a explicar.
Suas matérias, publicadas no seu blog e em outros meios, sempre demonstram preocupação social, base em fatos e rara qualidade linguística.
Continue assim. A polêmica é própria da política e do jornalismo, mas temos que saber ler (e ver) as coisas e entender que o bom texto prevalece em relação a discursos agressivos baseados no poder financeiro.
Conte com o nosso apoio.
Carlos
Agostinho Couto (UFMA)
Saturnino
Moreira (UEMA)
Larissa
Leda Rocha (UFMA)
Welbson
Madeira (UFMA)
José
Luís Diniz (ASCOM/MPMA)
Hélder
Machado Passos (UFMA)
Marcos
Franco Couto (jornalista – Balsas/MA)
Márcia
Coimbra (jornalista – São Luís/MA)
Luís
Carlos (Servidor Público Federal)
Antonio
Gonçalves (presidente do ANDES)
Marly
Dias (UFMA)
Carol
Libério (UFMA)
Flávia
Moura (UFMA)
Ramon
Bezerra (UFMA)
Rose
Ferreira (UFMA)
José
Reinaldo Martins (jornalista – São Luís)
Tarcísio
Ferreira (UFMA)
Sílvio
Rogério (UFMA)
Luciene
Amorim (IFMA)
Letícia Cardoso (UFMA)
Márcio
Monteiro (UFMA)
Danusa
Ferreira (professora rede estadual)
Mayron Regis (jornalista)
Marcellus
Ribeiro Alves (secretário estadual da Fazenda )
Paulo
César do Vale Madeira (juiz de Direito/ Amapá)
Giovana
Pelella (assistente social)
Celijon
Ramos (economista)
Carlos
Benalves (UFMA)
Juliana
Eugênio (jornalista – Imperatriz/MA)
Beto Matuck (cienasta)
Isabel Aquino (jornalista – São Luís/MA)
Josinaldo
da Luz (Economista)
Eloy
Natan (presidente do Sindicato dos Bancários)
Thaisa
Bueno (UFMA/Imperatriz)
Flavia
Regina Melo (jornalista, editora do blog Buliçoso)
Emilio
Azevedo (jornalista – Vias de Fato)
Moisés Mathias (jornalista)
Daniel
Lemos Cerqueira (UFMA/UEMA/UNIRIO)
Prof. Guilherme Ávila (UFMA/Universidade Nova de Lisboa)
Sirliane Paiva (Apruma/UFMA)
Joana Coutinho (UFMA)
Arleth Santos Borges (UFMA)
Maria Mary Ferreira (UFMA)
Ana Maria Lima (UFMA)
Silvana Martins de Araújo (UFMA)
Juliana Carvalho M. Teixeira (UFMA)
Micael Carvalho (COLUN/UFMA)
Cibelle Cristina Lopes e Silva (UFMA)
Lucelma Silva Braga (UFMA)
Marise Marçalina de Castro da Silva Rosa (UFMA)
Ana Paula Ribeiro de Sousa (UFMA)
Maria da Glória Serra Pinto de Alencar (UFMA)
Elena Steinhorst Damasceno (UFMA)
Diana Costa Diniz (UFMA)
Wescley Fernandes (UFMA)
Denise Bessa (UFMA)
Luiz Eduardo Neves dos Santos (UFMA)
Rosana Mendes Eleres de Figueiredo (UFMA)
James Araújo (UFMA)
Claudio Anselmo de Sousa Mendonça (COLUN/UFMA)
Willame Policarpo (jornalista e diretor da rádio comunitária Tropical, de Santa Luzia do Paruá)
Élida Neiva Guedes (UFMA)
Bartolomeu Rodrigues Mendonça (COLUN/UFMA)
Nilton Ericeira (Radialista – DRT 0001895/MA e estudante UFMA)
Paulo Melo Sousa (Jornalista – São Luís)
Junior Catatau (IFMA)
Marcos Figueiredo (UFMA)
Walkir Marinho (jornalista – São Luís)
Joanita Mota Ataíde (professora aposentada – UFMA)
Franklin Douglas (UEMA/IMEC)
Franci Gomes Cardoso (UFMA)
Claudia Santiago (jornalista, Núcleo Piratininga de Comunicação, Rio de Janeiro)
Grupo de Pesquisa do Departamento de Comunicação lança e-book com
participação de professores da UFMA e de outras universidade brasileiras;
evento também terá ensaio fotográfico poético, produzido pelas turmas de
Direção de Artes e Direção de Fotografia
O ObEEC (Observatório de Experiências Expandidas em Comunicação), do Departamento de Comunicação da UFMA, lança nesta quarta-feira, dia 19 de junho, às 17h, no anfiteatro de Comunicação (Centro de Ciências Sociais – CCSo), resultado de pesquisas realizadas nos últimos anos por professores do campo da Comunicação da UFMA e de outras universidade brasileiras, como a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Universidade Federal de Santa Maria, do Rio Grande do Sul (veja abaixo a lista de autores(as).
De acordo com o coordenador do ObEEC, professor doutor Márcio Leonardo Monteiro,
o evento reforça a importância da pesquisa em Comunicação no contexto social,
histórico e político do Brasil contemporâneo. “O lançamento desta
coletânea é significativa no momento político em que a universidade pública
está inserida neste contexto de riscos e retrocessos. Acreditamos que com a
pesquisa e a divulgação científica, podemos mostrar à sociedade a importância
do fomento para a continuidade dos nossos trabalhos”.
Na ocasião, também será apresentado o ensaio poético fotográfico
intitulado Persona(s), realizado por estudantes do curso de Rádio e Televisão,
resultado das disciplinas de Direção de Artes e de Direção de Fotografia, ambas
ministradas pela professora doutora Patrícia Azambuja. Segundo a professora, o
ensaio performa plasticamente possibilidades de existência humana com anseios,
alegrias, medos, questões individuais e coletivas. “Cada aluno/fotógrafo
buscou apossar-se, pelo viés criativo, das experiências das vida”, explica
a docente.
O evento começa às 17h e terá uma performance dos estudantes e uma mesa de lançamento do livro. A entrada é gratuita e não precisa de inscrição prévia. Participe!
Cidade localizada na Baixada Maranhense, Penalva teve bom desempenho nas mobilizações realizadas em 30 de maio e 14 de junho (dia da greve geral), ambos marcados por grandes concentrações de estudantes e outros segmentos da população do município.
Na greve geral as atividades reuniram aproximadamente 1.500 participantes, com atos culturais e políticos desde as 17h até 22h, organizados pelo Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsemp), Colônia de Pescadores Z-23 e Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.
A programação teve discursos das lideranças, protestos dos sindicalistas e estudantes, apresentação do grupo de capoeira Campo de Mandinga, do município de Viana, sob a coordenação do mestre Zequinha, dança portuguesa e vários cantadores de boi que apresentaram composições com versos críticos sobre a reforma da Previdência e as medidas do governo federal que cortam verbas da Educação.
As imagens e os relatos em áudio e vídeo postados nas redes sociais demonstram uma expressiva participação dos estudantes, professores e trabalhadores de várias categorias nas duas manifestações dos dias 30 de maio e 14 de junho.
Segundo os professores e dirigentes do Sindsemp, Gonçalo Mendes Neto e Amarildo Silveira Pereira, a participação preencheu as expectativas dos organizadores. “Os estudantes foram para as ruas com faixas, cartazes e gritos de guerra demonstrar a insatisfação contra os cortes na Educação. Eles sabem os reais motivos pelos quais estão se manifestando”, detalhou o educador Mendes Neto.
A Apruma tomou conhecimento do grande número de professoras e professores da UFMA que não chegou a preencher e encaminhar seu Plano Individual Docente (PID), ferramenta obrigatória e indispensável para elaboração do Planejamento Acadêmico.
Com isso, o Sindicato recorreu à Administração Superior para que reabrisse prazo para suprir essa lacuna, já que muitos professores julgaram ser dispensável o preenchimento.
Para que houvesse tempo hábil de conclusão dos processos, a Administração Superior decidiu, consultado o NTI, reabrir a plataforma durante DOIS DIAS NA PRÓXIMA SEMANA (entre os dias 17 e 21 de junho).
Várias reuniões foram feitas para resolver o problema. “Tivemos reunião com a Pró-reitoria de Ensino (PROEN) dia 24 de maio; não chegamos a uma solução, com a resistência à necessária reabertura da plataforma para que os professores pudessem fazer seus PIDs. Buscamos então reunir com a Reitoria para que interviesse e chegássemos a uma solução. Essa reunião aconteceu dia 28. A reitoria resolveu por uma nova reunião entre a própria Reitoria, a PROEN, e nós do Sindicato, que deixamos claro que não aceitaríamos que o docente fosse prejudicado. Este encontro aconteceu dia 6 de junho, inclusive com a presença de um técnico do NTI (Núcleo de Tecnologia da Informação) para avaliar a possibilidade de reabertura da plataforma”, explica Sirliane Paiva, presidente da APRUMA.
Diversas categorias de tralhadores vão realizar várias atividades nessa sexta-feira, 14 de junho, integrados à Greve Geral convocada pelas centrais sindicais, movimentos sociais e organizações de estudantes.
Em São Luís haverá concentração no Bacanga, a partir das 5 horas, e na Vila Itamar, na BR-135. À tarde, 13 horas, está previsto um ato público na praça Deodoro, em São Luís.
Outras cidades do Maranhão organizam mobilizações para denunciar os cortes de gastos na Educação, a reforma da Previdência e a retirada de direitos dos trabalhadores.
Também estão confirmadas paralisações em locais de trabalho como Caema, Eletronorte, órgãos do serviço público federal, bancários.
A greve geral é a terceira manifestação unificada de trabalhadores, estudantes e movimentos sociais. Nos dias 15 e 30 de maio milhões de pessoas se manifestaram em todo o país em defesa da Educação pública, do emprego com direitos assegurados e aposentadoria digna.
Os organizadores da greve esperam a adesão de um publico bem maior que os anteriores, considerando os novos fatos que revelam acordos subterrâneos da operação Lava Jato envolvendo o juiz Sergio Moro e o procurador Daltan Dallagnol.
Além da capital maranhense, diversas cidades pelo estado vêm articulando ações para a greve geral.
A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio da
Prefeitura de Campus (Precam), como resultado dos processos 23115.000050/2019-13,
23115.000052/2019-11, 23115.007604/2019-11, 23115.008495/2019-41 e 23115.009052/2019-78,
encaminhou um relatório respondendo à solicitação da Polícia Federal (Ofício nº
005/2019/SETEC/SR/PF/MA), que investiga uma série de desvios em obras no campus
de Balsas (região sul do Maranhão) na gestão de ex-reitor reeleito (2007-2015).
O modus operandi para desviar recursos tem semelhanças com o que aconteceu em outras construções mal executadas, inacabadas ou abandonadas, a exemplo do prédio da Biblioteca Central, em frente ao principal portão do campus do Bacanga, em São Luís.
Em Balsas, a lista de obras licitadas inclui as seguintes construções: pórtico de entrada (muro, cerca, guarita, subestação 75 KVA), casa de apoio, perfuração de poço artesiano de 350 metros, bloco de sala de aula, laboratório de ensino e pesquisa, centro administrativo, urbanizações, complementação da obra do centro administrativo. As obras são de responsabilidade de duas construtoras antes beneficiadas com recursos do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – Reuni, iniciado em 2007.
Segundo os documentos em posse da Polícia Federal, o prejuízo é de R$ 4.227.201,19 (quatro milhões, duzentos e vinte sete mil, duzentos e um reais e dezenove centavos), resultado de pagamentos feitos por serviços não executados, possível antecipação de pagamentos, “fabricação” de aditivos, medições incompatíveis com a área construída, desvio de valor do aditivo da obra para pagamento de funcionários, atrasos na execução e entrega, desacordo entre os serviços executados e as especificações técnicas, projeto arquitetônico incompleto, pagamento de adiantamento injustificado, valor pago não condizente com os serviços executados, ritmo de obra incompatível com o cronograma e serviços pagos sem a devida comprovação.
Entre as irregularidades apontadas, consta o desvio de recurso do aditivo da obra do Restaurante Universitário Terceirizado de Bacabal para pagar funcionários das obras do Prédio Administrativo de Balsas, pela construtora BS.
O documento encaminhado à Polícia Federal descreve o Relatório nº 02/2014, no qual consta o depoimento do Fiscal Residente de Balsas, que aponta o pagamento integral de obras não concluídas (página 2).
O Reitor da época é mencionado em uma circunstância nada condizente com a suposta eficácia atribuída a ele por seus seguidores. Segundo o Fiscal Residente, era preciso inaugurar o Centro Administrativo mesmo sabendo que a obra só estava pronta “pela metade”, atesta o relatório.
A morosidade nos trabalhos e a falta de conclusão das obras geram consequências nocivas ao desempenho acadêmico da UFMA porque a infraestrutura é um quesito fundamental na avaliação de cursos (Decreto 9235, de 15 de dezembro de 2017). “O Campus Provisório conta com infraestrutura insuficiente para funcionamento a contento. Por conta disso, atualmente, acontecem apenas 80 (oitenta) entradas anuais, quantidade muito inferior àquela anteriormente acordada junto ao MEC”, explicita o relatório (página 2), apontando que a instituição pode sofrer sanções administrativas e ficar impedida de emitir diplomas dos cursos.
Os serviços pagos e não executados resultaram em prejuízos gritantes à UFMA, conforme registra o relatório em posse da Polícia Federal. Uma licitação (Concorrência nº 10/2016-CEL/PCU – SIDEC nº 10/2016) para complementação do Centro Administrativo de Balsas, vencida pela empresa Zurc – Saneamento e Construções Ltda, foi orçada em R$ 1.903.679,98 (Um milhão, novecentos e três mil, seiscentos e setenta e nove reais e noventa e oito centavos), mas para concluir a obra era necessário R$ 343.371,81 (Trezentos e quarenta e três mil, trezentos e setenta e um reais e oitenta e um centavos), uma diferença de 82%.
As revelações sobre Balsas são desdobramentos das ações dos órgãos de fiscalização e controle nas obras iniciadas e não concluídas pela gestão passada. Os indícios já haviam sido apontados no relatório da Controladoria Geral da União (CGU), que fez várias recomendações à UFMA.
O diretor do campus de Balsas, ex-diretor de outros campi, imputa ao ex-Reitor a responsabilidade pelas obras inacabadas do Reuni em Balsas, quando entrevistado no processo que deu origem à investigação da Polícia Federal.
O QUE DIZ O EX-REITOR
O blog encaminhou um questionário com cinco perguntas à
Assessoria de Imprensa do ex-Reitor solicitando esclarecimentos sobre o
relatório. Em resposta, por meio de nota, o agora candidato à Reitoria afirmou
que desconhece as irregularidades apontadas e os relatórios onde constam as
denúncias. “Apesar de desconhecer as irregularidades suscitadas, assim como o
documento que as indicaria, afirmo que, durante a minha gestão, concluída em 13
de novembro de 2015, todos os atos praticados observaram fielmente a lei, o
decoro e a probidade, sendo aprovadas todas as minhas contas, sem que se
apontasse quaisquer indícios de fatos capazes de macular o meu trabalho à
frente da Reitoria da UFMA, inclusive quanto às contas relativas aos períodos
da obra do Campus de Balsas”, explicou.
O ex-Reitor também reconhece na nota que as obras não foram
concluídas. “Tenho acompanhado pela mídia, é verdade, que, mesmo passados quase
04 (quatro) anos do encerramento do meu mandato, a construção do Campus de
Balsas, até a presente data, não foi entregue”, registrou.
OPERADORES FORAM EXONERADOS
O esquema nas obras tinha operadores em vários níveis. A fiscalização realizada pela Precam era um setor estratégico, sob o comando de um ex-candidato a vereador em Barra do Corda pelo Partido Liberal, imortal na Academia Barra-Cordense de Letras e ex-secretário municipal na mesma cidade. Ele foi lotado na Reitoria em 2012, em cargo de comissão, mesmo já respondendo processo em uma fundação de apoio da UFMA e no cargo de secretário em Barra do Corda. Em 24/04/2017 o fiscal foi exonerado da Precam pela Reitora atual.
Já o diretor do Departamento de Projetos e Obras da Precam, técnico administrativo da Funasa (ingresso em 1984), foi cedido para o Hospital Universitário da UFMA (2002-2008) e depois levado para a Precam (2009-2016) também pelo ex-Reitor. Na obra abandonada da Biblioteca Central, ele era ao mesmo tempo fiscal e responsável por uma empresa terceirizada pela empreiteira contratada para executar a obra. Em 2016 foi exonerado da Precam pela atual Reitora. Esses fatos relacionados ao diretor do Departamento de Projetos e Obras também constam do relatório da Controladoria Geral da União (CGU)
O prefeito de Campus à época, também exonerado, era chefe imediato dos dois operadores citados acima. Há sinais de que teria enriquecido e aplicado o dinheiro em uma grife de sorveterias com loja no shopping mais luxuoso de São Luís.
Outro servidor da Precam era fiscal informal de fim de semana a mando do imortal da Academia Barra-Cordense de Letras.
Dois outros servidores nomeados no processo eram o fiscal residente e o engenheiro orçamentista.
Esse grupo não agia sozinho e sem uma coordenação de maior influência na gestão da Universidade.
Essa crônica foi colhida no calor dos estádios, observando
as cenas dos animais humanos no redemoinho das arquibancadas, onde alguns
torcedores são quase seres mergulhados no estado de natureza.
Em tempos de fake news
e obscurantismo, cabe uma boa reflexão sobre os significados da palavra
“torcedor”. Na gíria do futebol, é a pessoa que vai aos estádios animar seu
time no espaço coletivo da torcida, um território afetivo onde todos são
homogêneos, ungidos pelo sentimento de fidelidade, compromisso e adoração pela
equipe.
Na torcida tem-se a sensação de pertencimento à mesma
família, lugar de compartilhamento das afinidades e construção de uma
fidelidade infinita, jamais traída. A torcida é, portanto, um ambiente de
concretude das identidades convergentes para a adoração do time e dos seus símbolos.
As origens remotas da torcida estão nos jogos romanos, tempos
da política do pão e circo, quando ocorriam as grandes competições entre
gladiadores e animais selvagens, além de outros entretenimentos para as massas,
visando acalmar as animosidades do povo contra os governantes.
O Coliseu Romano era a grande arena onde os gladiadores
promoviam os espetáculos grotescos de violência e o templo da diversão para os
aficcionados cultivarem os seus ídolos. Pode estar aí a gênese da torcida.
Torcedor é um apaixonado. Sendo uma paixão, no sentido
filosófico, a torcida não tem racionalidade. Nesse sentido o torcedor é uma
pessoa cativa (vive no cativeiro das emoções), está preso às suas convicções
pelo instinto do fã, podendo evoluir para o fanatismo, como em algumas torcidas
organizadas e violentas, a exemplo dos hooligans, para ficar apenas em um caso.
Nesta etapa de desmoralização da Lava Jato, é sempre bom lembrar: as convicções não carecem de provas e argumentos lógicos que sustentem a verdade. Daí que o torcedor pode evoluir da torcida para a distorção dos fatos no jogo e sempre produzir uma versão favorável ao seu time. Por isso é muito comum a torcida aplaudir ou xingar o juiz, dependendo da ocasião, se o árbitro desagrada ou favorece o time do torcedor.
Amor e ódio são as duas paixões mais visíveis no campo de futebol.
Se o time manda bem no jogo, a torcida aplaude. Se falha, é condenado. Palmas e
xingamentos alternam-se no decorrer da partida ao sabor dos humores provocados
na torcida durante o desenrolar do jogo.
O torcedor é a quinta potência do pragmatismo porque só lhe
interessa o que é vantajoso e favorável.
As convicções do torcedor, independente da realidade concreta, são parecidas com a postura daquelas pessoas excessivamente movidas pelos afetos, capazes de torcer e distorcer os fatos ao sabor dos seus interesses pragmáticos. Está aí o terreno fértil para o fenômeno fake news, quando as crenças passam a ser o critério para adotar uma determinada versão dos fatos sem qualquer correspondência com a verdade.
Nessa crônica eu posso escrever sobre torcer e distorcer a
torto e a direito. Só não vale falar em (des)torcer, ou seja, deixar de torcer,
porque o torcedor é um ser cativo.
Destorcer está diretamente relacionado a endireitar,
equilibrar, deixar certo no lugar de torto. Essa palavra – destorcer – não cabe
ao torcedor porque ele é sempre tendencioso, apaixonado, guiado pelas crenças e
convicções de que o seu time está certo e o juiz, errado, quando a arbitragem
não lhe é conivente ou conveniente. Por isso o torcedor tende a distorcer a
arbitragem, ou aplaudi-la, quando é favorável ao time amado.
Esse é o torcedor passional da maioria dos estádios, movido
por alegria, tristeza, amor, ódio, cólera, medo, esperança, orgulho… Trata-se
de um bicho instintivo, guiado pelos impulsos naturais cegos, os sentimentos e
ações incontroláveis, às vezes, como no caso das brigas de torcida.
Torcer tem ainda um sentido político muito forte desde
sempre na constituição humana. O verbo
torcer conota ações bruscas sobre o corpo para dobrar a pele ou esticar os
músculos e os ossos. O beliscão é uma forma de torcer a pele.
Depois do beliscão veio a palmatória e em seguida os
“dispositivos” ou “aparelhos” para torcer algo, como o alicate ou a torquês,
originária do verbo torquere = girar, torturar, virar, torcer, voltar…
Durante a escravidão, os alicates eram usados para arrancar os dentes dos
escravos, apenas uma das modalidades de castigo no âmbito da tortura.
Nunca um homem fora tão torturado como Jesus Cristo, mas foi
na Idade Média que os dispositivos ganharam precisões científicas, sendo esta
prática um ramo de atividade próprio dos especialistas em fabricar aparelhos e
desenvolver técnicas específicas para o castigo corporal.
Trata-se de um expediente utilizado para obter uma confissão
forçada ou uma culpa do torturado mediante a covardia da violência física e
psicológica, em que uma pessoa aplica demasiados castigos corporais com
requintes de violência contra alguém indefeso.
A tortura é típica das ditaduras, como a brasileira, recheada de farto conjunto probatório. No futebol, um dos mais belos exemplos de resistência ao regime dos militares nos campos foi a Democracia Corintiana, um movimento liderado por Sócrates e sua indelével marca de não comemorar os gols, em protesto, erguendo apenas o punho. Era uma forma de protesto contra o autoritarismo.
Na Democracia Corintiana não havia dono do time. As decisões eram tomadas através do diálogo entre jogadores, comissão técnica e os dirigentes, construindo uma relação produtiva e saudável que extrapolava as quatro linhas.
Das suas muitas facetas, torcida tem sempre sofrimento.
Dentro e fora de campo. E nada como um escândalo para atiçar as paixões.
Dinheiro, poder e fama exagerados são ingredientes fundantes das extrapolações.
O termo paixão deriva do grego pathos, que significa
excesso, catástrofe, passagem, passividade, sofrimento e assujeitamento. As
paixões são desenfreadas e conflitantes, por isso o juiz é bom ou mau a cada
lance.
As paixões no futebol vinculam-se bastante aos ídolos de
cada time, daí o sentido da idolatria e, em alguns casos, do fanatismo. Torcer
é também sofrer, algo impregnado de tragédia grega, drama!
As paixões estão atracadas não só na performance dos ídolos
dentro das arenas. A vida privada movimenta os sentimentos e instintos dos
torcedores em dimensões estratosféricas com o advento das redes sociais,
ambientes propícios para a exaltação do corpo e da luxúria dos ídolos.
A bola da vez é Neymar Junior. O Brasil inteiro e parte do
mundo estão mobilizados em torno do debate sobre esse escândalo esportivo e
sexual. Não se sabe qual será o desfecho desse melodrama, no bom sentido.
Se ele bateu em um torcedor na arquibancada, o que seria
capaz de fazer com uma mulher numa suíte de hotel?! É certo que ele deve pagar pelos seus atos e ser
condenado, se for culpado.
Antes, tantos outros craques foram problemáticos. A tumultuada vida de Garrincha e
Elza Soares serviu de inspiração para filme. Por natureza Garrincha já era a
indisciplina em estado bruto – o jogador de pernas tortas contraria a perfeição
corporal dos atletas midiatizados na atualidade.
O “mau”
comportamento de Garrincha começava dentro de campo com os seus dribles de
cinema. Um jogador como ele, no futebol de hoje, não cabe em um esquema tático.
Fora de campo era mais indisciplinado, mexido pelas energias
do sexo e álcool. Alguns conseguem administrar as consequências; outros, perdem
o controle.
O futebol, como é o terreno das paixões, tem dessas coisas.
Vaias e aplausos alternam-se com imensa volatilidade nas torcidas.
Os ídolos carregam glórias e crepúsculos. Saudades do punho erguido de Sócrates e da Democracia Corintiana.