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A força da candidatura do PTista Luiz HENRIQUE Lula da Silva a deputado estadual

O PT do Maranhão está com boas chances de eleger dois deputados estaduais, ou até três. Entre os principais candidatos está o jornalista e secretário de Formação do PT Luiz Henrique Lula da Silva.

Com longa militância dentro e fora do PT, Luiz Henrique fez um amplo trabalho de mobilização ao longo de toda a pré-campanha, reunindo apoiadores nas áreas urbanas e rurais em todo o Maranhão.

“São muitas reuniões, plenárias, encontros, debates e dedos de prosa para construir uma candidatura coletiva, solidária, formada a partir da base, com a militância na veia. Nossa candidatura é um projeto coletivo, fruto da nossa militância que iniciou ainda na juventude, na rua Basson, no bairro Apeadouro, em São Luís”, detalhou Silva.

Luiz Henrique: compromisso e confiança

Nos eventos já realizados, colhendo sugestões dos apoiadores, o candidato montou os eixos da campanha que vão direcionar a atuação parlamentar, com foco em direitos humanos e democracia, juventudes, reforma agrária e defesa das comunidades tradicionais (quilombolas, indígenas e quebradeiras de coco) e desenvolvimento sustentável.

A plataforma do candidato tem especial atenção à defesa dos direitos e segurança das mulheres. “Diante do alto índice de violência e feminicídio, nosso mandato terá como uma das principais atuações a participação das mulheres nos debates e decisões fundamentais sobre políticas públicas de inclusão e proteção”, acentuou Luiz Henrique.

O núcleo de apoio no setor juventudes teve um evento próprio, denominado “Dizaê”, que reuniu dezenas de lideranças estudantis, quilombolas, assentados e militantes jovens de coletivos urbanos. O “Dizaê” apresentou uma carta-programa ao candidato, contendo as principais reivindicações das juventudes para compor os eixos da campanha.

Dizaê: juventude na vibe 13013

A democratização da comunicação é outro eixo presente não só na campanha, mas ao longo da militância de Luiz Henrique como um dos fundadores e presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão. “Nosso mandato será um esteio para o movimento de rádios comunitárias e estaremos na Assembleia Legislativa de portas abertas para defender as emissoras e o direito à comunicação livre, democrática e popular”, destacou.

Lula e Flávio Dino

Históricos: Luiz Henrique e João da Eletrônica
Luiz Henrique: PT pra toda a vida

Luiz Henrique adotou o sobrenome “Lula da Silva” pela identidade e defesa do legado dos dois governos do PT na Presidência da República e sobretudo pelo direito de Lula ser candidato, tese defendida pelo candidato em todas as suas agendas de campanha, dentro e fora do PT. “Nas minhas viagens pelo Maranhão é muito visível o desejo da população de votar em Lula e renovar o mandato do governador Flavio Dino. Esses dois projetos somam na nossa campanha e vamos vencer”, reforçou o candidato.

Para Luiz Henrique, é necessário alinhar as candidaturas no plano nacional e estadual, com o objetivo de fortalecer a aliança do campo democrático-popular. Caso Lula seja vetado, a chapa à Presidência da República será formada pelo PT e PCdoB, Fernando Hadad e Manuela Dávila.

Luiz Henrique na posse do governador Flávio Dino e em defesa da reeleição em 2018

“Vejo na reeleição de Flávio Dino a oportunidade para ampliar as mudanças que já estão sendo realizadas no Maranhão. Daí a importância de eleger deputados que possam atuar de forma propositiva junto ao governador. Eu me coloco nessa perspectiva de ser um representante dos movimentos sociais na Assembleia Legislativa”, sustentou Luiz Henrique, que foi um dos coordenadores da campanha de Flávio Dino, ainda na disputa eleitoral pela Prefeitura de São Luís, em 2008.

Com o bordão “compromisso e confiança”, Luiz Henrique se apresenta oficialmente candidato com o número 13013. Veja abaixo a biografia e o manifesto do candidato.

Biografia

Luiz HENRIQUE Lula da Silva é maranhense de São Luís. Suas raízes estão na rua Basson, no bairro Apeadouro. Lá ele cresceu, estudou e fez amigos. Seu primeiro emprego foi como office boy na Phocus Publicidade.

Iniciou sua militância na igreja, em grupos de jovens e no teatro. Participou do movimento estudantil e esteve presente na Greve de 1979, que conquistou o direito à meia passagem para os estudantes de São Luís.

Bons princípios semeados na união da família

Da Basson, ganhou o mundo. Ainda jovem partiu para Pedreiras, onde trabalhou como gerente comercial e posteriormente se constituiu médio empresário. Viveu 18 anos em Pedreiras e foi candidato a prefeito pelo PT, em 1996, ajudando a eleger o primeiro vereador petista naquela cidade.

Luiz Henrique no rio Mearim, em Pedreiras, cidade onde viveu 18 anos

A militância dentro e fora do PT é uma constante na vida de Luiz HENRIQUE Lula da Silva. Ele foi presidente da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão, entidade que ajudou a criar, em 1998, juntamente com a rádio comunitária Carcará FM, de Pedreiras. Luiz HENRIQUE Lula da Silva também é um dos criadores da Apoesp (Associação de Poetas e Escritores de Pedreiras), entidade que reuniu artistas e boêmios na terra de João do Vale.

Na área profissional, Luiz HENRIQUE Lula da Silva trabalhou em duas agências de publicidade e formou-se em Jornalismo. Durante o segundo governo Lula, foi gestor substituto da Delegacia de Desenvolvimento Agrário do Maranhão. No governo Jackson Lago, foi Secretário de Estado Adjunto de Cidades. É também fundador do Instituto Foco Cidadania, com atuação na habitação popular.

Luiz Henrique com a presidenta Dilma Roussef

Em 2008, coordenou a campanha de Flávio Dino para prefeito de São Luís e chefiou os gabinetes dos deputados federais Washington Luiz e Zé Carlos, ambos do PT. Atualmente, Luiz HENRIQUE Lula da Silva é Secretário de Formação do PT-MA.

A maior parte da sua vida é dedicada à organização do povo, à construção do PT e aos ideais que levaram LULA a mudar o Brasil.

Luiz Henrique com o saudoso governador Jackson Lago, tomando posse na Secretaria de Cidades

Movido por ideais, companheiro de tantas lutas, solidário, dedicado às causas populares, Luiz HENRIQUE Lula da Silva é homem de COMPROMISSO e CONFIANÇA e levará para a Assembleia Legislativa um projeto coletivo de parlamento.

Como tantos outros brasileiros que lutaram arduamente e conquistaram vitórias, Luiz HENRIQUE é um SILVA.

Luiz HENRIQUE Lula da Silva é um dos principais incentivadores da criação dos comitês populares LULA LIVRE e convida você a somar forças em 2018 para conquistar um mandato na Assembleia Legislativa, fazer juntos a vitória de Lula/Hadad e reeleger Flávio Dino 65 governador do Maranhão.

Manifesto 13013

Luiz Henrique Lula da Silva deputado estadual: uma candidatura raiz, partidária e coletiva

“Fé na vida, fé no homem, fé no que virá” (Gonzaguinha)

Esse manifesto é uma convocação da nossa militância para os grandes desafios de 2018: eleger Lula/Hadad presidente, renovar o mandato do governador Flávio Dino (PCdoB) e garantir uma expressiva e qualificada bancada de deputados federais e estaduais.

E a nossa tarefa eleitoral passa necessariamente pela eleição de LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA DEPUTADO ESTADUAL.

Time da coordenação 13013: compromisso e confiança

A conquista deste mandato é o desejo coletivo de milhares de pessoas, de todas as cores e gerações, reunindo mulheres, homens e juventude em torno de ideias, projetos e sonhos.

Para chegar até aqui fizemos uma longa caminhada. Percorremos mais de 100 municípios, reunindo assentamentos, sindicatos, diretórios do PT, associações, bairros, vilas, ruas e nas casas das pessoas. Por todos esses lugares semeamos esperança,  colhemos sugestões e dialogamos sobre ações reais para seguir mudando o Maranhão, desta vez na Assembleia Legislativa.

Apoiadores de Luiz Henrique no Encontro do PT

Somos muitos e estamos determinados a construir um mandato com a cara do PT, enraizado na nossa militância, nos movimentos sociais, na força que vem da juventude e do povo organizado, das mulheres e homens trabalhadores urbanos e rurais, indígenas, quilombolas e quebradeiras de coco.

Fruto de um grande movimento coletivo que a cada dia ganha mais força no Maranhão, apresentamos aqui as nossas motivações e bandeiras de luta, as razões de um mandato partidário, coletivo e popular.

Apoio dos movimentos sociais é forte na campanha

LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato a Deputado Estadual para denunciar o governo ilegítimo de Michel Temer, bem como a tentativa de eleger seus sucessores (PSDB, MDB e aliados) e as medidas golpistas contra o povo brasileiro. Esta candidatura visa combater a farsa jurídica da prisão de LULA sem prova; a escalada de violência e criminalização dos movimentos sociais; os assassinatos de lideranças políticas no campo e na cidade; e o extermínio da juventude negra e pobre na periferia, onde a vereadora Marielle Franco é apenas o caso mais visível.

LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato para defender a Petrobras como empresa estratégica do Brasil e preço justo para o gás de cozinha, a gasolina, o álcool e o diesel, atendendo as necessidades da maioria da população.

LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato para defender mais investimento do dinheiro público nos programas sociais, nas obras de infraestrutura e na indústria, para retomar a geração de emprego e renda.  

Luiz Henrique com trabalhadores rurais

LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato para defender a DEMOCRACIA, a volta de LULA a Presidência da República, o legado e a retomada dos programas Luz para Todos, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, PROUNI, aumento do crédito para agricultura familiar, aumento real do salário mínimo, dentre outros. Portanto, é candidato para, junto com Lula, construir o Brasil feliz de novo.

LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato para participar das mudanças implementadas pelo governo FLAVIO DINO, atuando na Assembleia Legislativa de forma propositiva para o Maranhão seguir mudando como estado sem dono, democrático, ampliando os programas Escola Digna, Sim, eu Posso!, Mais Asfalto, Mais IDH, IEMA e outas ações transformadoras.

Luiz Henrique e Lula: uma só voz

LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA é candidato para fortalecer o PT, ampliando sua inserção nos movimentos sociais e municípios, valorizando as lideranças locais, vereadores e a militância do partido.

LUIZ HENRIQUE é candidato para defender a democratização da comunicação, a agricultura familiar, as mulheres, os negros, quilombolas, os indígenas, a diversidade sexual e religiosa, as pessoas com deficiência e o desenvolvimento com respeito ao meio ambiente.

Agora é o momento de avançar e consolidar cada voto, apoio e parceria. Estamos juntos, irmanados em duas palavras que traduzem o sentimento construído ao longo de toda a sua militância e reafirmadas na pré-campanha: LUIZ HENRIQUE LULA DA SILVA É COMPROMISSO E CONFIANÇA.

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O poder do silêncio e o barulho da internet na Marcha Lula Livre

Está na ordem do dia o livro “Padrões de manipulação na grande imprensa”, de Perseu Abramo, obra atualizada na segunda edição (2016) com novos textos sobre os poderes da mídia.

Um desses poderes é o silêncio, o não-dito.

Esconder um fato com alto índice de informação é uma das técnicas de manipulação, denominada por Abramo “padrão de ocultação”.

Padrão de ocultação:

“É o padrão que se refere à ausência e à presença dos fatos reais na produção da imprensa. Não se trata, evidentemente, de fruto do desconhecimento e nem mesmo de mera omissão diante do real. É, ao contrário, um deliberado silêncio militante sobre determinados fatos da realidade…”.

Assistindo aos telejornais das grandes emissoras de TV, a maioria omitiu fatos relevantes que contemplam os valores-notícia fundamentais para agendar de forma coerente o pedido de registro da candidatura de Lula à Presidência da República.

Vejamos:

Desde o dia 10 de agosto, cerca de 5 mil militantes dos movimentos populares iniciaram a Marcha Lula Livre e caminharam por mais de 50 Km em direção a Brasília para reivindicar no TSE o direito de Lula ser candidato.

Ao chegar no TSE, hoje à tarde, por volta das 16h, a caminhada já reunia quase 50 mil pessoas, segundo os organizadores.

Antes da marcha, um grupo de sete militantes representativos entrou em greve de fome que já dura 16 dias. Nesse período eles receberam a solidariedade e o apoio de várias lideranças políticas, inclusive do Nobel da Paz, o arquiteto e escultor argentino Adolfo Pérez Esquivel.

Apenas nesses fatos, dois critérios de noticiabilidade (quantidade e qualidade) já seriam suficientes para um agendamento jornalístico.

Soma-se a esse conjunto de episódios o festival Lula Livre, que reuniu milhares de pessoas no Rio de Janeiro, com a participação de artistas do naipe de Chico Buarque e Gilberto Gil.

Embora a mobilização contenha os valores-notícia indispensáveis para gerar manchetes, a cobertura das grandes redes de TV ignorou os fatos.

Os jornais das grandes emissoras de televisão do Brasil suplantaram vários critérios de noticiabilidade que envolvem fatos pertinentes ao pedido de registro da candidatura de Lula.

Na TV Globo, a escalada desta quarta-feira (15) do Jornal Hoje, último dia para o registro de candidaturas, não houve uma referência sequer à mobilização de Brasília.

A lógica das TVs é ignorar os fatos e construir junto ao telespectador a falsa impressão de que não existe povo na rua em defesa de Lula.

Milhões de Lula

Negada na chamada grande mídia eletrônica, a marcha, a greve de fome e o festival pró-Lula tiveram ampla repercussão nas redes digitais.

Milhares de pessoas, utilizando o aparelho celular, fizeram transmissões ao vivo e publicaram vídeos sobre os eventos.

Apesar do oligopólio nos meios de comunicação, ainda muito forte, a descentralização e a circulação de informações por meio das redes digitais é um fato a ser considerado e estudado porque tem potencial para modificar a regra única da produção de conteúdo até então sob absoluto controle da chamada grande mídia.

A Marcha Lula Livre não deu manchete na TV Globo, mas circula nos celulares de milhões de brasileiros.

Não se trata de amar ou odiar Lula, nem de construir em torno dele um fanatismo ou igreja ideológica.

A grande mídia, sócia do golpe que tentou demonizar o PT e destituiu a presidente Dilma Roussef (PT), está diante de um constrangimento sem precedentes.

Lula preso lidera as todas as pesquisas. E a força maior dele cresce tanto nas mãos dos ativistas digitais quanto no meio popular, onde ainda nem chegou internet.

As TVs e os golpistas não sabem mais o que fazer com Lula.

Imagem: https://www.brasil247.com/

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Procuram-se os irmãos Teixeira

Amanda Silva *

Procuram-se informações, dicas, pistas do paradeiro da Tipografia e Tipogravura Teixeira no Maranhão. Ou até mesmo, sendo muito otimista, notícia dos descendentes dessa família. Sim! É final do século XIX e início do XX! É possível, logo, não custa perguntar. Mas vejamos um pouco do que se sabe da história da tipogravura dos Teixeira e o porquê dessa procura.

Os irmãos Pinto Teixeira eram sócios e comerciantes que gerenciavam a firma Gaspar Teixeira & Irmãos Sucs., no final do século XIX e início do XX, donos dos Armazéns Teixeira, uma espécie de loja de departamento, reduto de importados e modernidades, no qual também ofereciam diversos tipos de serviços, de Alfaiataria à Tipografia.

Dos três irmãos, um chama atenção pelo envolvimento com as artes gráficas da época. Alfredo Teixeira foi o responsável pela implantação de uma oficina completa de tipografia e de gravura em São Luís, exercendo também o cargo de diretor artístico da casa. Dentre os diversos impressos publicados pela Tipogravura Teixeira, destaco dois periódicos, a Revista Elegante e a Revista do Norte, ambas com a presença de fotografias/ fotogravuras impressas; a primeira, como cortesia, vindo junto com a revista, e a segunda, uma típica revista ilustrada da época.

E é exatamente isso que chama atenção: as fotogravuras. A impressão em larga escala de cópias de fotografias nas páginas dos periódicos só foi possível com o desenvolvimento tecnológico das prensas, do aperfeiçoamento dos processos de reprodução e impressão de imagens, da industrialização da imprensa, entre outras questões. Lembrando que estamos falando do final do século XIX e início do XX. E a Tipogravura Teixeira realizava esse trabalho aqui em São Luís.

Estou tentando ser otimista; e passar pelos percalços inerentes a uma pesquisa histórica é de praxe; afinal, o historiador não deixa de ser um detetive, que precisa ter a perspicácia da procura, na qual sai em busca não do tempo perdido, mas dos rastros deixados pela linha de sombra da memória… ou da história, como queiram.

Não é fácil, não é rápido, às vezes, nem é racional ou objetivo, e, em muitos casos, é preciso contar com um tico de sorte. Embora seja bastante recompensador.

Se você é desse tempo, ou seja, agora, divulgue, mostre, pergunte para o pai, para a mãe, puxa aquele papo com a avó, com o avô, aliás, é uma ótima oportunidade de puxar aquele papo gostoso, tomando um golinho de café com a avó, com avô, hein?! De saber como era São Luís “naquele tempo”. Compartilhem a pergunta no grupo da família no WhatsApp!

E é por isso, leitor, que cá estou utilizando este incrível canal que é a internet. Se você que está lendo isso agora conhece ou já ouviu falar dessa turma, entre em contato!

Essa pergunta/pesquisa não é aleatória, faz parte do meu trabalho (em andamento) de dissertação de mestrado, mas que, certamente, não se encerra nele. Do que for encontrado, partirão mais pesquisas.

Em breve publicarei mais sobre as revistas citadas e as outras publicações feitas pela Tipogravura Teixeira. É só aguardar!

Os Armazéns Teixeira ficavam na Praça João Lisboa, número 4, esquina com a Rua do Egito.  Na imagem, é o prédio da esquina, à esquerda. Reparem como era a Praça João Lisboa em 1900.

Imagem: Revista do Norte

Amanda Silva é mestranda em Cultura e Sociedade – PGCult (UFMA); graduada em História pela Universidade Estadual do Maranhão e graduanda em Artes Visuais (UFMA). Pesquisadora do Museu da Memória Áudio Visual do Maranhão – Mavam (2013-14); desenvolve pesquisas relacionadas a imagem.

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Qualidade das estradas: Clube de Engenharia assumindo a sua posição na sociedade

Por Arthur Ribeiro Bastos, engenheiro civil e sócio do Clube de Engenharia do Maranhão.

As estradas brasileiras são péssimas em qualidade e durabilidade. O nosso país, há muitos anos, tem um órgão especializado em transportes. O primeiro foi o Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), que deu origem a outro com maior abrangência, o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), ambos com o apoio do Instituto de Pesquisas Rodoviárias (IPR).

Esses órgãos prestaram serviços relevantes padronizando muitos equipamentos, análises e métodos rodoviários, inclusive o cálculo dos pavimentos, que é a base de suporte dos movimentos e os esforços que atuam sobre as rodovias. Embora nenhuma lei obrigasse o uso dessa metodologia, o país inteiro passou a adotá-la porque grande parte dos recursos para esse setor são do Governo Federal.

Acontece que o transporte rodoviário evoluiu em quantidade e tonelagem dos veículos e a metodologia de cálculo do pavimento permaneceu vinculada a um sistema americano patenteado por J. Porter em 1929, que se baseia na comparação entre as condições do nosso solo com a Brita Californiana, daí surgindo o Índice Suporte Califórnia (ISC), que no Brasil assumiu o nome de CBR e que continua sendo ensinado nos cursos de engenharia civil, embora seja um método totalmente empírico, sem nenhuma base matemática que o justifique. Apesar disso, o nosso país é um dos poucos no mundo a utilizá-lo.

Nesse contexto, as nossas estradas, com cerca de 1.700.000 km de extensão, jamais alcançarão um padrão de qualidade que justifique os investimentos que recebem anualmente.

Felizmente o DNIT, a partir deste ano, resolveu mudar a metodologia de cálculo dos pavimentos estabelecendo um novo modelo mecanístico-empírico para a previsão de desempenho dos pavimentos, a exemplo do que já é usado pelas concessionárias rodoviárias, que têm na durabilidade das suas estradas a razão principal dos seus lucros.

O Clube de Engenharia do Maranhão decidiu participar dessa verdadeira cruzada que será empreendida durante esse processo de mudança, que já começa a despertar, em alguns setores da engenharia, a costumeira reação que precede a perda de conforto ao ter que estudar a nova metodologia, que exige estudos de modelos matemáticos e de técnicas numéricas mais avançadas para a consolidação da qualidade das nossas rodovias.

Em primeiro lugar, alertamos as nossas universidades para a necessidade de reciclarem seus corpos docentes para poderem incluir em suas grades curriculares a nova disciplina, sob pena de continuarem ensinando aos seus alunos assuntos ultrapassados.

Em segundo lugar, sugerimos que o CREA/MA, ao analisar os projetos que lhe são apresentados para aprovação, adote a nova tecnologia de cálculo numérico, pois, em última análise, esse Conselho tem aprovado projetos cuja vida útil não atende aos prazos estabelecidos nos estudos, que é de dez anos. Afinal, o pavimento é a base do projeto e representa, em média, a metade do valor financeiro de uma estrada e, quando mal calculado, pode-se comparar a rodovia com um edifício, cuja fundação não foi bem dimensionada e a obra termina por desmoronar.

Acrescente-se que o custo atual das nossas rodovias, dependendo de suas características, oscila entre R$1.000.000,00 e R$ 1.500.000,00 por quilômetro, com vida média de cinco anos (às vezes até menos), enquanto que pela nova metodologia de cálculo e com técnica construtiva bem administrada e um bom serviço de conservação, pode durar o tempo necessário para o retorno do capital investido, isto é, dez anos, admitindo-se uma taxa interna de 10% a.a.

Queremos advertir as autoridades que têm sobre si a responsabilidade de contratar e executar novos projetos rodoviários, que o façam aplicando a nova maneira de cálculo dos pavimentos, pois executar projetos que sabidamente não atenderão as condições econômicas para as quais são projetadas significa cometer crime de responsabilidade.

O novo método de cálculo do pavimento cumpre também um objetivo ecológico, pois, na maioria das vezes, o próprio solo local é preparado com o uso de novas técnicas de estabilização, para resistir aos esforços submetidos, eliminando praticamente a necessidade de importação de materiais de outros locais – no nosso caso a conhecida laterita – que para ser escavada retira a vegetação existente, deixando vários buracos que acumulam água, onde proliferam mosquitos e outros vetores de doenças, além de desagregar as partículas sólidas do maciço desprotegido ativando o assoreamento das nascentes dos córregos e rios.

O valor do transporte do material importado, às vezes de muitos quilômetros de distância, é um fator que pesa no orçamento da obra, sem ele o custo do pavimento novo com maior durabilidade praticamente não altera os valores das restaurações atuais, além de melhorar o desempenho estrutural com o uso de material preparado sob novas técnicas de estabilização.

Nessa luta, o Clube de Engenharia do Maranhão se ressente do nosso Estado não possuir um órgão específico para cuidar exclusivamente do transporte, ou seja, um local de estudos e planejamento dos diversos modais, formando uma equipe de especialistas devidamente preparada e atualizada para assumir tecnicamente o setor, evitando que profissionais de outras regiões adotem aqui procedimentos, que, por vezes, não se ajustam às nossas necessidades e peculiaridades.

O Clube de Engenharia do Maranhão acrescenta que está montando um programa de controle estatístico da nossa rede rodoviária para estudar custos, tempo de execução das obras, situação atual e, principalmente, a vida útil dos projetos.

O objetivo do Clube de Engenharia do Maranhão, ao fazer essas observações, não é criticar qualquer segmento da sociedade. É esclarecer uma distorção técnica não observada no Brasil por muitos anos. E esse erro tem provocado graves prejuízos ao desenvolvimento econômico do país.

Assim, intenção é contribuir com as mudanças que, certamente, hão de resultar na melhoria da nossa malha viária e garantir maior segurança e conforto dos usuários maranhenses.

Arthur Ribeiro Bastos é engenheiro civil e sócio do Clube de Engenharia do Maranhão.

Imagem arquivo CNT deste site

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Quem disse que na rádio comunitária não pode ter publicidade?

Geremias dos Santos, coordenador executivo da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias – Abraço Brasil

Desde que o rádio entrou em atividade no Brasil em 1919 na cidade de Recife, o aparecimento das rádios comunitárias na década de 1990, foi o grande exemplo de democratização do meio de comunicação. Possibilitou assim, que as cidades pequenas e médias pudessem ter a sua emissora para a prestação de serviços e por isso tivemos milhares de transmissores ligados do norte ao sul e leste ao oeste brasileiro administrado por gente do povo.

No dia 19 de fevereiro de 1998 foi aprovada a lei que regulamentou o serviço de radiodifusão Comunitária em nosso país, a lei 9.612/98. Naquele dia, os parlamentares fizeram história em reconhecer que o verdadeiro instrumento de comunicação em defesa do povo é a rádio comunitária, proporcionado as cidades pequenas e médias entrarem no mundo da comunicação radiofônica com programas produzidos pela própria comunidade e falando de suas coisas cotidianas.

Contudo, a lei teve questões importantes que acabaram engessando as rádios comunitárias, como por exemplo, a proibição das comunitárias fazerem publicidade do comércio local. O “Mercadinho do Seu José” desta forma, não pode anunciar na rádio comunitária e com certeza jamais conseguirá anunciar numa rádio comercial pelos preços absurdos que são cobrados. Neste caso, nós temos uma situação extremamente complicada para a manutenção das rádios comunitárias que tem despesas fixas para sua manutenção.

Segundo o IBGE, no Brasil existem 5.570 municípios dos quais 70% tem uma população de 5.000 a 20 mil habitantes e é justamente nessas cidades que atua as cercas de 4.871 rádios comunitárias outorgadas pelo estado brasileiro. Proibir a veiculação de publicidade nesses micros emissoras é enfraquecer o comércio local que jamais terá condições financeiras de anunciar nas rádios comerciais.

Nota-se que o interesse das grandes emissoras comerciais e suas entidades não são apenas contra as rádios comunitárias, mas principalmente contra a população desses milhares de municípios que tem na emissora comunitária o seu principal meio de comunicação e talvez o único. São interesses gananciosos de um setor que se preocupa apenas com os lucros do que exercer seu verdadeiro papel na comunicação e a população local acaba sendo penalizada por esta postura. Justamente nestes municípios que não têm rádios comerciais, porque são pequenas cidades e não lucrativas, que estão presentes as rádios comunitárias prestando serviço para a comunidade local. Como proibir o comércio local de publicitar o seu pequeno negócio numa rádio comunitária?

Os argumentos utilizados pela entidade que representa as rádios e TVs comerciais no Brasil são justificativas que não se sustentam principalmente quando dizem que se aprovada a alteração da lei pelo parlamento brasileiro as rádios comunitárias extinguirá as pequenas rádios comerciais. Esse discurso demonstra verdadeira incompetência dos “proprietários” de rádios comerciais e valida que as rádios comunitárias estão no caminho certo e a cada dia conquistando o seu espaço na comunicação radiofônica e que precisam de alterações na lei para que aprimorem ainda mais a prestação de serviço para o povo brasileiro.

Deste modo, a publicidade foi proibida pela própria lei que reconheceu as rádios comunitárias e por isso será a alteração dessa lei que corrigirá este erro e desta forma os senadores brasileiros tem uma oportunidade histórica, depois de 20 anos, de modificar a lei 9.612/98 aprovando o projeto de lei no senado nº 55/16 que vai transformar o futuro das rádios comunitárias e do povo brasileiro, contribuindo assim, na luta incansável pela democratização da comunicação em nosso país.

O PLS 55/17 foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e agora vai tramitar na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal. Neste momento, o senado federal e as rádios comunitárias sofrem verdadeiros ataques histéricos e mentirosos por parte da grande mídia que a pretexto de defenderem seus interesses cometem crimes atacando as rádios comunitárias com impropérios caluniosos, difamatórios e injuriadores a fim de permanecerem com status quo eterno.

Interessante que a grande mídia é neoliberal e prega diuturnamente a livre concorrência e na hora que essa “concorrência” bate à sua porta acabam atuando com o discurso de reserva de mercado, ou seja, pimenta nos olhos dos outros….é refresco!

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Gastão Vieira na base de Flávio Dino põe mais dúvida na candidatura de Roseana Sarney

A movimentação de algumas figuras emblemáticas do sarneísmo na direção do governador Flávio Dino (PCdoB) põe densidade no argumento de que Roseana Sarney não é candidata “pra valer” ao governo do Maranhão.

As figuras emblemáticas são o deputado federal Pedro Fernandes (PTB) e o ex-deputado federal, ex-ministro do Turismo e presidente do PROS, Gastão Vieira.

Fernandes já está aquinhoado no governo. Seu filho, o vereador Pedro Lucas (PTB), ganhou a direção da Agência Metropolitana e é forte candidato a uma das 18 vagas na Câmara Federal.

Gastão Vieira, ainda não contemplado na máquina do Palácio dos Leões, tem confessado aos seus interlocutores que migrou para a base comunista sem contrapartida e “não está sendo fácil” encarar o rompimento com José Sarney (PMDB), traduzindo seu gesto político não como traição, mas “um ato de coragem”.

Fato concreto é que Vieira não sabe viver longe do poder. Depois de cinco mandatos de deputado federal e um ministério no governo Dilma Roussef (PT), todos no benefício de José Sarney, ele aparece na outra margem do rio e assume a candidatura à reeleição de Flávio Dino.

É um sinal a ser considerado na avaliação do cenário e aponta fragilidade na candidatura de Roseana Sarney.

Memória de 2008

Gastão declarou apoio a Dino em 2008

Embora se manifeste agora (2018) sobre o apoio ao governador, Gastão Vieira já “namorou” Flávio Dino, na eleição de 2008, quando ambos foram candidatos à Prefeitura de São Luís.

Flavio Dino (PCdoB) passou ao segundo turno contra João Castelo (PSDB).

Naquele conturbado 2008 Gastão Vieira foi o primeiro candidato derrotado no primeiro turno a declarar apoio a Flavio Dino (PCdoB). Esse gesto, segundo alguns analistas, contribuiu para “carimbar” o comunista com o surrado chavão: “é o candidato de Sarney”.

Os marqueteiros tucanos logo trataram de disseminar o chavão, que em parte surtiu efeito. Em determinado segmento do eleitorado, o apoio de Gastão Vieira a Flávio Dino serviu para colocar João Castelo como o candidato “anti-Sarney”.

À época, no auge da disputa, Gastão Vieira foi até aconselhado pelos marqueteiros de Flávio Dino a “não aparecer” na campanha depois da declaração de apoio.

Esse foi apenas um fato pontual, que não chegou a ser decisivo na disputa.

Decisivo mesmo foi o apoio do então governador Jackson Lago (PDT) a João Castelo (PSDB), colocando os Leões, sempre eles, para atropelar Flávio Dino na reta final.

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Grupo Sarney tenta recomposição com Lula após traição no impeachment de Dilma Roussef

Eleitor mais importante do Maranhão, onde sempre teve votações recorde, Lula voltou a ser cortejado pela eventual candidata ao governo, Roseana Sarney (PMDB), em oposição ao governador Flávio Dino (PCdoB). Ela declarou em uma rede social que está “com Lula” e manifestou apoio à campanha “Lula Livre”.

A corte de Roseana a Lula foi repudiada pelos petistas “raiz” no Maranhão, aqueles que se recusaram a apoiar a aliança entre o PT e o PMDB nas eleições de 2010 e 2014.

No fundo, a tentativa de reaproximação com Lula é um misto de oportunismo e desespero explícito do grupo liderado por José Sarney. A chance de Lula apoiar Roseana no Maranhão é quase zero.

Não é que Lula não queira. Ele até nutre profunda simpatia e preferência por José Sarney. A dificuldade da aliança PT/Sarney em 2018 no Maranhão é o cenário nacional, visto que os petistas e o PMDB estão em atrito desde o golpe que levou Michel Temer à presidência.

A aliança Roseana/Lula também está inviabilizada devido ao posicionamento da bancada federal do Maranhão no impeachment de Dilma Roussef (PT), quando os deputados e senadores sob influência de José Sarney votaram a favor da degola petista.

O PT nacional não perdoa essa traição, considerando que nos governos petistas José Sarney foi um dos principais beneficiários, em detrimento de aliados históricos da chamada esquerda.

Lula, sendo candidato, vai declarar apoio à reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB). Impossível não fazê-lo, visto que o comunista foi o principal “advogado” de Dilma Roussef durante o impeachment e segue militando na defesa de Lula Livre.

A relação nacional entre o PT e o PCdoB chegou a ser abalada quando Flávio Dino sinalizou apoio ao presidenciável Ciro Gomes (PDT), fato considerado uma heresia pelos petistas, que não admitem abrir mão da candidatura de Lula.

Depois, Flávio Dino e o PT contornaram a crise e tudo parece caminhar para um acerto entre os comandos petista e comunista no circuito nacional, onde tudo é decidido.

Assim, tudo conspira para uma dobrada Lula/Dino em 2018 no Maranhão.

Roseana Sarney, percebendo as pesquisas que colocam Lula na liderança, tenta uma reaproximação muito difícil de ser concretizada.

Fora da máquina do Governo do Estado, onde sempre ganhou eleições com certa facilidade, o grupo Sarney ainda não tem a candidatura de Roseana consolidada.

Ela, nesta etapa da pré-campanha, é uma dúvida.

Imagem: Em 2010, Washington Oliveira, Roseana Sarney e Raimundo Monteiro selaram a aliança entre o PT e Jose Sarney no Maranhão
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Gênios e espírito coletivo no futebol

De natureza coletiva, o futebol é um esporte fascinante. Nele há sempre as estrelas mais brilhantes.

É assim desde sempre e a cada competição algum jogador vai além dos demais, impulsionado pelas suas qualidades dentro de campo e pelos interesses dos patrocinadores. Afinal, futebol também é um negócio.

Na Copa de 2014, apesar dos gênios, a campeã Alemanha teve a marca do jogo objetivo, tecnicamente equilibrado, sem delegar a conquista do título a um gênio.

Em 2018 há vários jogadores especiais em diversas equipes. Por enquanto, ainda não brilharam as estrelas de Messi (Argentina) e Neymar (Brasil).

Por enquanto reluz absoluto Cristiano Ronaldo (Portugal), que de fato está com o desempenho merecedor das expectativas de que ele seria o grande guia do time.

Neymar ainda é dúvida.

A julgar pelos resultados até agora obtidos, a seleção brasileira precisa melhorar muito para chegar ao título.

Do jogo contra a Costa Rica o mínimo que se poderia esperar era uma goleada de 4 tentos, mas o time só desencantou no final, com um 2 x 0 que não convence nem os fanáticos.

Investir na genialidade de Neymar pode ser um equívoco, mas só o desenrolar dos jogos dirá se esse é o caminho correto.

Na minha modesta opinião, melhor seria apostar no jogo coletivo, sem salvadores da pátria, porque nesta copa nem os times desacreditados estão para brincadeira.

Foto: Jason Cairnduff/Reuters

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Vias de Fato: Qual o contraponto a Sarney no Maranhão? (parte 1)

A classe política maranhense iniciou o mês de junho discutindo pesquisas pré-eleitorais. No Brasil, elas costumam ser utilizadas como mais um instrumento para tentar manipular a opinião pública. E custam muito dinheiro, tornando-se um dos primeiros sinais da desigualdade econômica entre candidatos. Porém; como não são proibidas; temos que considerá-las.

A julgar pelos números recentemente divulgados poderemos ter, este ano, mais uma eleição bastante disputada para o governo do Maranhão.

Nos últimos vinte anos, entre 1994 e 2014, foram realizadas seis eleições gerais no Brasil. Em quatro delas, a eleição de governador foi decidida no Maranhão por um percentual muito apertado de votos, em torno de 1 a 2%. Esse aperto ocorreu em 1994, 2002, 2006 e 2010.

Isso pode se repetir esse ano? Pode, sim. É uma possibilidade.

Hoje só existe o atual governador Flavio Dino (PC do B) colocado claramente na disputa. Já é certo que ele vai concorrer à reeleição. E Dino vem sendo apontado por aliados como favorito absoluto, num ambiente de quase “já ganhou”. Mas ainda pairam várias dúvidas sobre quem serão seus adversários…

A possibilidade de um acirramento passa inicialmente pelas possíveis candidaturas do ex-candidato a prefeito de São Luís Eduardo Braide (PMN) e da ex-governadora Roseana (MDB). Eduardo Braide tem um potencial de crescimento eleitoral reconhecido por “gregos” e “troianos”, enquanto o que restou do grupo Sarney conhece muito bem o tabuleiro. Com essas outras duas candidaturas na disputa, a tendência é de um jogo acirrado. Essa análise tem sido senso comum.

Existe uma situação, no entanto, que já tomou conta da pré-campanha. A presença do nome do ex-senador José Sarney em vários discursos, dentro e fora do Maranhão. Esse é um fato que chama a atenção.

E o que representa José Sarney em 2018?

Aos 88 anos, sem mandato e correligionário de um presidente que está “nocauteado em pé”, ele não é exatamente alguém com um futuro político promissor. Muitos dos antigos servos se afastaram. Gastão Vieira, por exemplo, já é quase “mais um revolucionário” e Pedro Fernandes (PTB), o pai de Pedro Lucas, esnobou um cargo de Ministro de Estado. O que mudou? O que permanece exatamente igual?

O nome de Sarney aparece por conta da possível candidatura de Roseana ao governo. Mas isso, por si só, é justificativa para tanto falatório em torno dele? Vamos pensar juntos!

Há quem interessa hoje ter a figura do “Homem do Convento” no centro do debate? Esta eleição será plebiscitária? Um plebiscito em torno de Sarney faz algum sentido em 2018? Sim? Por quê? Em que termos? Uma candidatura de Roseana, hoje, nos remeteria a uma conjuntura parecida com a das décadas de 1990 e 2000? Quantos prefeitos apoiam Roseana, hoje? Quantos deputados? Empresários? Onde estão vários de seus ex-secretários? E por que o antes gigantesco grupo Sarney encolheu? Por que tantos que antes viviam caladinhos agora detonam com um Sarney ancião? Por que setores da imprensa nacional resolveram entrar nesse tema? Esse povo do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília descobriu que o Maranhão existe? Por quê? Onde está o interesse público nesse atual falatório? Vamos localizá-lo! Como se qualifica esse debate?

Nosso papel aqui é fazer essa provocação, com a autonomia e legitimidade de quem sempre fez e continuará fazendo oposição à estrutura oligárquica maranhense.

Ao longo de décadas, nesse mesmo Maranhão, normalmente não existe um debate entre os que efetivamente disputam o poder central. A verdadeira crítica não costuma ser praticada e quando é feita não é bem recebida, imperando a cultura do medo, vivida num ambiente historicamente autoritário. A sociedade – incluindo muitos “formadores de opinião” – depende muito do poder público, da dita “classe política”. E quando se aproximam as eleições, o debate segue ausente, sendo substituído por agressões entre governistas e dissidentes. Nesse processo a baixaria costuma ser regra, tornando-se crescente na medida em que se aproxima o dia da eleição. E o que deveria ser conteúdo político e informação é substituído por violência, mentira, calúnia e, mais recentemente, por um marketing eleitoral despolitizado, do tipo “propaganda de sabonete”.

E aí? No meio disso tudo, qual o contraponto a Sarney?

Sem dúvida, o ex-senador representou e ainda representa o que tem de pior na política. Mas hoje; já beirando os 90 anos e aposentado dos mandatos há quatros anos; como devemos tratá-lo?

Nós consideramos que o Coronel das Mercês precisa ser debatido a partir de seus métodos, ideias e práticas. Precisamos avaliar uma cultura política. Uma estrutura de poder.

No Maranhão existem vários (vários!) vereadores, deputados, prefeitos, juízes, desembargadores, senadores e governadores que seguem e praticam as mesmas ideias e métodos de Sarney. Olhem com atenção! O que muda é o alcance do poder de cada um.

Consideramos que essa é a avaliação e o debate a serem feitos, incluindo obviamente o mandato do atual governo Flávio Dino, eleito com um discurso baseado na palavra “mudança”.

Esse é o ponto central do debate na campanha eleitoral e pra depois dela. É saber qual agenda anti oligárquica. E se essa agenda está ou não está em curso no Maranhão. E quais são (ou seriam) os reflexos dela nas áreas social, política, cultural, econômica e ambiental.

O contraponto a oligarquia passa por esse debate.

Sarney já fez muito mal ao Maranhão, mas hoje, depois de tudo de ruim, seu nome não pode servir como uma cortina de fumaça para esconder a discussão em torno das verdadeiras questões que interessam o presente e o futuro do Estado.

Fonte: Jornal Vias de Fato

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Zé Reinaldo acende uma vela para Flávio Dino e outra para José Sarney

Simultaneamente, o deputado estimula a candidatura de Eduardo Braide e fragmenta os tucanos. Nesta etapa dinâmica da pré-campanha, atrapalha e ajuda o projeto da reeleição do governador.

É preciso ficar muito atento aos movimentos do deputado federal José Reinaldo Tavares (PSDB).

Um homem que se locupletou quase a vida inteira dos favores, cargos e privilégios da oligarquia deve ter aprendido muitos segredos com seu padrinho José Sarney.

Este mesmo animal político, movido por uma paixão (Alexandra Tavares) e poderes palacianos, lançou três candidatos – Aderson Lago (PSDB), Edison Vidigal (PSB) e Jackson Lago (PDT) – contra Roseana Sarney, em 2006, adubando a vitória da Frente de Libertação do Maranhão.

Pela primeira vez, desde 1965, José Sarney provou o fel de uma traição que lhe tirou o bem mais precioso – a chave do cofre do Palácio dos Leões. E o arquiteto dessa façanha foi seu meio filho José Reinaldo Tavares.

De todos os políticos que jogam no Maranhão, José Reinaldo conhece o poder e sabe usar as armas do governo e da oposição quando lhe convém aos interesses particulares.

Ele tem sangue frio, é pragmático e navega no mundo e no submundo das estratégias eleitorais.

José Reinaldo é tão frio que, mesmo depois de sentir o aperto das algemas na operação Navalha, em 2007, já escreveu vários artigos propondo uma repactuação com José Sarney.

Basta observar o ziguezague dele para perceber sua astúcia: nasceu, cresceu e se locupletou com José Sarney (PMDB), armou a vitória de Jackson Lago (PDT) contra Roseana Sarney (PMDB) em 2006, engajou-se na eleição de Flávio Dino (PCdoB) em 2014, rompeu com o governador comunista, filou-se ao PSDB e estimula a candidatura de outro partido PMN (Eduardo Braide) para o governo do Maranhão.

Ele fez uma trajetória igual à de qualquer político tradicional. Não importa se o governo é de esquerda, centro ou direita.

A essa altura do processo eleitoral, José Reinaldo acende uma vela para os comunistas e outra para seu velho amigo José Sarney, com o qual nunca rompeu, apenas afastou-se por uma circunstância especial de amor e poder.

Em maio de 2018, a cinco meses da eleição, José Reinaldo opera para implodir o PSDB e estimular a candidatura de Eduardo Braide (PMN). Por um lado, tenta alavancar o segundo turno; de outro, fragiliza a candidatura do tucano Roberto Rocha.

Observe atentamente. Para quem tem fama de agregador, quando montou a Frente de Libertação do Maranhão, José Reinaldo agora opera a diáspora da oposição.

Nessa dinâmica da política, qualquer resultado lhe pode ser benéfico.

Se a candidatura de Eduardo Braide vingar e for ao segundo turno, José Reinaldo pode refazer a ponte com José Sarney para derrotar Flávio Dino e se posicionar no pós-2022, quando haverá um campo aberto sem a figura do governador comunista na condição de candidato ao Palácio dos Leões.

Fragmentando a oposição com os ataques ao PSDB, José Reinaldo ajuda o governador agora em 2018 e cria um cenário que pode até ser decidido em primeiro turno.

Se Flávio Dino vencer, Tavares se reaproxima dos comunistas, usando o argumento de que implodiu a candidatura de Roberto Rocha e fragilizou a oposição.

José Reinaldo sabe que dificilmente se elege senador. O trabalho dele é articular, conspirar e colher os resultados.

Ele pode ser vitorioso pelo simples fato de levar a eleição para o segundo turno, caso consiga construir a candidatura de Eduardo Braide. Mas, terá ganho também se operar forte no desmonte do PSDB, atrapalhando a candidatura de Roberto Rocha.

De uma coisa temos certeza. José Reinaldo é um conservador de direita, mas se movimenta com qualquer grupo que atenda aos seus interesses privados.

Basta ver como se posiciona.

Sob o argumento de que Dilma Roussef e o PT eram corruptos, votou pela degola da presidente. Já na votação que levaria Michel Temer às barras da Justiça, foi contra.

Você, car@ leitor@, bem sabe onde e com quem ele aprendeu a jogar esse jogo.