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Lembranças do Amapá antes do apagão: trabalho ambiental e turismo na Amazônia

O Amapá tem uma localização privilegiada. É cortado pela linha do Equador, está encravado na maior floresta do mundo e a capital, Macapá, é a única do Brasil banhada pelo rio Amazonas

Chegada ao Porto de Santana, atracadouro principal do Amapá

Em 2010 fiz uma viagem de barco entre Belém e Macapá, capital do Amapá. Foram 27 horas navegando pelos rios da Amazônia a bordo de uma embarcação típica daquela região. Naquelas águas transitam pessoas do Norte e Nordeste do Brasil por diversos motivos: busca de trabalho, visita aos parentes, tratamento de saúde, mudanças de cidade, turismo e lazer.

Pássaros acompanham os barcos na hora do almoço

Durante o trajeto, além da riqueza cultural das personagens dentro do barco, é possível conhecer as belezas e as mazelas de uma parte da Amazônia.

O repórter nas águas da Amazônia

Na viagem encontrei uma família que estava dispersa há 20 anos e se reconectou através de cartas e mensagens enviadas para emissoras de rádio.

Veja a reportagem aqui e aqui

Uma década depois da minha viagem, Macapá ganha visibilidade na mídia nacional devido ao apagão que atingiu vários municípios do Amapá.

Fico tentando imaginar o sofrimento das pessoas diante da situação e a morosidade do governo federal para tomar providências e solucionar o problema.

Macapá estava invisível até então e só entrou no noticiário nacional em decorrência da tragédia.

Bem antes do apagão de 2020 registrei vários atrativos da orla de Macapá, também chamada “Zaguri” ou “Lugar Bonito”.

Panorâmica do “Zaguri” ou “Lugar Bonito”
Kitesurf na orla do rio Amazonas

É uma parte da cidade ao longo da margem do rio Amazonas onde está localizada a Fortaleza de São José e todo o entorno qualificado com pistas de caminhada, restaurantes, lanchonetes, pistas de caminhada e outros equipamentos destinados às práticas esportivas e de lazer.

Opções de alimentação e lazer no “Zaguri” ou “Lugar Bonito”

Um dos atrativos é um VLT turístico instalado em uma plataforma sobre a margem do rio.

Educação Ambiental

A viagem de 2010 trouxe à minha memória outra ida às terras amazônicas. Em 2001 fiz a primeira viagem ao interior do Amapá, em um trabalho de consultoria para implantar rádios comunitárias nas reservas extrativistas de Maracá e Cajari.

Através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), o projeto “Caravana Ambiental” trilhava as estradas do Amapá a bordo de uma perua (carro semelhante a uma van) com uma equipe multidisciplinar.

Os técnicos da Sema adaptaram o carro com um sistema de som denominado “rádio ambiental” e outros equipamentos didáticos como teatro de bonecos e projetor de filmes – o “cine ambiental”.

Além da “Caravana Ambiental”, a Sema ambicionava instalar estações de rádio FM nas próprias comunidades com o objetivo de melhorar o potencial de comunicação junto aos povos extrativistas e ribeirinhos.

Passei uma semana em uma escola agrícola localizada a 200 Km da capital (Macapá), ministrando aulas no projeto de montagem das emissoras comunitárias que posteriormente iriam atuar no trabalho educativo voltado para o desenvolvimento sustentável.

Reportagem sobre a “Caravana Ambiental” no Amapá

À época, registrei todo o trabalho em uma reportagem publicada no Jornal Pequeno (veja imagens), contanto detalhadamente as atividades desenvolvidas em prol do meio ambiente em Macapá.

Como se pode observar, existe uma variada agenda positiva nos territórios do Brasil. O Amapá é um deles.

VEJA MAIS IMAGENS

O repórter na cabine do barco
Acesso à Fortaleza São José
Entrada principal da Fortaleza São José
Guarita da Fortaleza São José e vista para a plataforma do VLT
Fortaleza São José tem vista para o rio Amazonas
Parte interna da Fortaleza São José
Praça em Macapá
Ruínas na Fortaleza São José
Canhões na Fortaleza São José
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Amapá: migrações, depredação da Amazônia e o rádio ligando as pessoas

Texto e imagens: Ed Wilson Araújo

O apagão no Amapá revela as contradições do modelo de desenvolvimento predatório na Amazônia. Com tanta água, sol e outros recursos naturais abundantes, falta logo energia?!

Essa região do Brasil vem sendo depredada pela busca insana de lucro dos “investidores” interessados unicamente na expropriação das riquezas, desprezando os modos de vida e a sobrevivência de brasileiros muito especiais.

Em 2010 viajei de barco no trecho Belém – Macapá. Foram 27 horas navegando pelos rios a Amazônia. Nessa aventura fiz uma reportagem sobre a migração de maranhenses para a Amazônia. Leia aqui

Barco navega 27 horas num mar de água doce
Chegada ao porto de Santana, no Amapá

Muitos desses migrantes são “rodados” nas fazendas do Maranhão e do Pará, trabalhando no roço da juquira e em tantas outras atividades, algumas em condições análogas à escravidão.

Nas embarcações que diariamente cruzam as águas amazônicas há muitas histórias, a exemplo dos irmãos personagens dessa reportagem que se conectaram depois de 20 anos desgarrados.

Francisco, a sobrinha e Miriam:
cartas e o rádio reconectaram a família

Ao longo da viagem muitas cenas da exploração de recursos naturais podem ser observadas, como a extração e transporte de madeira e a atuação de empresas de capital transnacional operando no território amazônico.

Nas águas dos rios amazônicos é possível observar
como a economia se movimenta nos lugares remotos

Em meio a tanta água e riqueza, a história de muitas famílias revela o Brasil profundo, marcado pela violência contra o meio ambiente, condições de trabalho degradantes e a interferência direta do capital internacional na soberania do nosso país.

Na próxima reportagem sobre a minha viagem ao Amapá vou escrever sobre as belezas da capital Macapá, localizada na beira do rio Amazonas.

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Conheça a hospitalidade em Ponta dos Almeida, um dos portos para chegar às ilhas de Cururupu

O porto e povoado de Ponta dos Almeida, também conhecido como Aquiles Lisboa, é um dos acessos às ilhas da Reserva Extrativista (Resex) de Cururupu. Nesse lugar aprazível você pode se hospedar na casa de dona Neném e seu Zé Cambeta, pessoas ilustres e receptivas que nos acolheram em mais uma viagem inesquecível pelo litoral ocidental do Maranhão.

Saindo da sede do município de Cururupu você dirige por cerca de uma hora em uma estrada rural até chegar em Ponta dos Almeida, onde pode tomar uma embarcação para as ilhas da Resex.

Nessa viagem nós fizemos o deslocamento até a ilha de Mangunça, em aproximadamente uma hora e meia de viagem, depois contornamos a ilha até chegarmos na praia da Taboa.

Não existem linhas regulares de barcos. Para fazer essa viagem você tem de juntar uma turma e alugar uma embarcação.

A viagem é mais confortável no começo do ano, quando caem as primeiras chuvas, ou após o período chuvoso, em agosto. Nesses dois períodos a estrada Cururupu – Ponta dos Almeida fica em condições razoáveis.

No período das chuvas intensas não é recomendável transitar pela estrada porque tem muitos alagamentos.

Imagens: Marizélia Ribeiro