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Andes: ditadura nunca mais, pela memória, verdade e justiça!

O golpe empresarial-militar de 1964 está completando 57 anos. É importante reafirmar que foram 21 anos de um regime político que atacou a classe trabalhadora com um imenso arrocho salarial e que reprimiu todas as suas manifestações, a exemplo das greves de Osasco, Contagem e do ABC paulista. Os governos militares, a serviço do imperialismo e da burguesia interna, interviram nas universidades brasileiras e massacraram a população indígena, camponesa e quilombola.

Esse longo período de exceção notabilizou-se pela cassação de milhares de ativistas, mas, também, pela prática do terrorismo de Estado. A ditadura prendeu milhares de opositore(a)s, inclusive religioso(a)s; torturou centenas de militante; forçando ao exílio um grupo importante de lideranças políticas, sindicais, estudantis e intelectuais. Para além dessa tragédia política, a ditadura de 1964 matou – em cifras oficiais – 434 homens e mulheres que lutavam em defesa das liberdades democráticas, contra os governos militares e em defesa dos interesses da classe trabalhadora e da democracia.

Dentro desse cenário político, um dos maiores ataques engendrados pela ditadura foi contra a universidade brasileira, partindo de uma orientação que advinha da ideologia da segurança nacional, centrado no chamado “inimigo interno”, que foi formulada pela ESG em consonância com agências internacionais, o regime autoritário usou fortemente dos seus organismos de repressão (SNI, Polícia Federal, AESI, CENIMAR, CISA, CIE, DOI-CODI, etc.) para agir sobre a universidade brasileira, chegando ao criminoso ato de assassinar 119 membros da comunidade universitária (97 homens e 22 mulheres), entre professore(a)s, estudantes e um técnico.

Foi criado durante esse período ditatorial um aparato de repressão interno ao ambiente da universidade. A AESI ou ASI (Assessorias Especiais de Segurança e Informações) tinha como finalidade vigiar, filtrar contratações, operar sobre possíveis ações do movimento estudantil, emitir relatórios para os órgãos de segurança do Estado ditatorial e denunciar membros da comunidade acadêmica para serem enquadrado(a)s no Decreto nº 477. Este decreto espúrio de 1969, ficou conhecido como o “AI-5 da educação” e tinha rito sumário para finalizar processos (20 dias).

Ainda nesse período tortuoso da história brasileira, o ensino privado foi expandido, os acordos com os EUA (MEC/USAID) comprovam a ingerência externa na educação, tendo sido aplicado um conjunto de reformas na universidade para colocá-la a serviço dos planos de desenvolvimento autoritário dos governos militares, como podemos entender a Lei nº 5.540/68. E, posteriormente, com a implementação da Lei nº 5692/71 que criou diretrizes e bases para uma educação totalmente voltada aos interesses profissionais como formas de servir aos capitalistas em nosso país.

O esquema repressor que se desenvolveu na universidade brasileira foi gerenciado para se representar nas formas administrativas por meio de seu caráter de controle interno, a exemplo de estatutos, regimentos, portarias e resoluções dos diversos conselhos. Ainda convivemos com esse entulho autoritário em muitas universidades, por meio das diversas permanências desse arcabouço no ambiente acadêmico.

Ao repudiarmos os 57 anos desse golpe e tudo que ocorreu com a ditadura empresarial-militar de 1964, precisamos alertar a comunidade universitária brasileira que estamos vivendo um grave momento político. Voltam à cena grupos obscurantistas e reacionários com o desejo político de romper as balizas da democracia formal com o nítido sentido de operar um “novo” regime de exceção. São hordas neofascistas, grupos golpistas que se confirmam como apoiadore(a)s do atual presidente da república, Jair Bolsonaro.

O Brasil vive uma intensa crise, cujo elemento mais contundente é a pandemia em virtude da Covid 19. O governo negacionista abriu as portas para o genocídio da nossa população, situando-se de forma perversa e com total irresponsabilidade diante da imensa mortandade.

Assim como, durante os anos da ditadura de 1964, lutamos e vencemos as trevas, agora, mais do que nunca, precisamos construir uma firme unidade de ação para enfrentar o(a)s golpistas neofascistas, defender a universidade brasileira e os serviços públicos. Temos que cerrar fileiras na luta pela vacinação já, para todos e todas.

Em defesa da democracia e da luta da nossa classe contra a tirania, denunciamos qualquer forma de comemoração desse evento nefasto da história brasileira. Tal atitude, ocorra onde ocorrer, deve merecer o nosso mais profundo repúdio.

Por nosso(a)s morto(a)s nem um minuto de silêncio, toda uma vida de combate!

Ditadura nunca mais! Brasília(DF), 31 de março de 20

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Apruma faz levantamento sobre trabalho remoto na UFMA

A Apruma (Associação dos Professores da UFMA), seção sindical do Andes, está realizando um levantamento junto aos docentes da Universidade Federal do Maranhão sobre as condições de trabalho no contexto da pandemia do Covid-19.

Responda ao levantamento clicando aqui

O objetivo do levantamento é coletar informações que possam subsidiar o debate, a posição e as proposições da Apruma quanto ao trabalho no contexto de isolamento social, bem como na expectativa de retorno gradual das atividades, pós-isolamento. 

A iniciativa da Apruma decorre da Resolução nº 1.999 publicada pela Universidade Federal do Maranhão, ad referendum, em 18 de maio/2020, que dispõe sobre o calendário acadêmico especial (2020.3), por meio de atividades remotas.

Segundo a direção da UFMA, a Resolução nº 1.999 foi baseada em um diagnóstico realizado junto a(os) alunos(as), professores(as) e técnicos administrativos acerca das condições para o desenvolvimento de atividades de ensino de forma remota, por meio de um questionário disponibilizado através da plataforma eletrônica Sigaa.

De acordo com a Apruma, muitos estudantes e professores, em reuniões e debates, questionam o formato do diagnóstico da UFMA, que não considerou aspectos mais amplos para tal atividade e a ausência de um debate abrangente com a comunidade acadêmica.

Assim, atendendo a sugestões dos docentes em reunião realizada no dia 19 de maio de 2020, a Apruma está realizando o levantamento próprio com o objetivo de mapear as condições de trabalho docente na forma remota, em suas múltiplas dimensões, visando coletar informações que possam subsidiar a entidade representativa dos professores no contexto atual.

Clique no link para responder às perguntas da Apruma

Imagem destacada capturada neste site

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Nota Pública: confira posicionamento da Apruma em defesa da democracia interna na UFMA e de repúdio à Medida Provisória 914

APRUMA: Nota Pública sobre a Medida Provisória 914/2019

  • MP interfere na autonomia das Instituições Públicas de Ensino Superior (IES) restringindo o processo de escolha de dirigentes das Universidades, Institutos Federais e do Colégio Pedro II

Em plena véspera de Natal, Jair Bolsonaro editou a Medida Provisória (MP) 914/2019, que ataca diretamente a Educação Pública, em mais uma demonstração de autoritarismo e de desprezo pela Constituição, pela democracia e pelas universidades, institutos federais e pelo Colégio Pedro II, diretamente atingidos pela medida, que nada tem de urgente, requisito fundamental para a edição deste tipo de instrumento legal.

A referida MP restringe o processo de escolha dos dirigentes dessas instituições, impondo a adoção de lista tríplice – mesmo onde atualmente não está prevista sua formação, como é o caso dos institutos federais. Segundo a Medida Provisória, essa lista deve ser formada após consulta às comunidades com peso desigual para seus membros (peso de 70% para o voto docente, 15% o dos técnicos-administrativos e 15% para o voto discente), rompendo com a tradição democrática de diversas universidades nas quais o voto já é paritário, como historicamente defendem o Andes Sindicato Nacional e a Apruma Seção Sindical.

Além disso, ela não obriga a nomeação do primeiro colocado, constituindo elemento de aparelhamento ideológico conservador alinhado ao bolsonarismo nas universidades, institutos e no Colégio Pedro II.

Não bastasse, impõe que as direções das unidades e subunidades acadêmicas sejam escolhidas diretamente pelos reitores – estes por sua vez escolhidos pelo presidente seguindo, portanto, o alinhamento ideológico demarcado acima. Tal medida rompe com a experiência democrática no âmbito dessas instituições, pondo fim aos processos de eleição direta desses cargos, como acontece atualmente. Com isso, pretende sequestrar a Educação e a Ciência brasileiras, fazendo-as reféns de sua ideologia e de seu autoritarismo, o que representa grave ataque à autonomia universitária inscrita na Constituição Federal.

Outra grave ingerência na Academia é a previsão, nesse instrumento, da permissão ao presidente para que nomeie dirigente dessas instituições pro tempore, sem qualquer consulta à comunidade, bastando para isso que se insinue irregularidades no processo de consulta para formação da lista tríplice, o que significa a ameaça de colocar universidades e institutos sob intervenção. É o que já acontece hoje na Universidade Federal da Grande Dourados e no CEFET-RJ.

São flagrantes as inconstitucionalidades da MP, bem como as graves ameaças que representa. Na UFMA, não de hoje vem a luta da Apruma e do Andes-SN para que, em vez de restringir, amplie-se a democracia na instituição, através de eleições diretas e paritárias para a Reitoria, Centros, Campi, Colégio Universitário, Hospital Universitário e todas as suas unidades e subunidades.

Ante tudo o que foi exposto, reafirmamos nosso mais veemente REPÚDIO à Medida Provisória 914, já expressos em Nota Pública pelo Andes-SN.

Essa situação exige nossa incansável luta em defesa da democracia interna na Universidade Federal do Maranhão, bem como do Artigo 207 da Constituição Federal de 1988, onde está inscrito o princípio da Autonomia Universitária, bem como da democracia em todas as IES.

Reiteramos a defesa que fazemos de que dirigentes devem ser escolhidos através de eleições diretas, com voto paritário ou universal, e que o processo se encerre no âmbito de cada IES. Que na UFMA as eleições se encerrem no âmbito de cada órgão: Reitoria, Centros, Campi, Colégio Universitário, Hospital Universitário e todas as suas unidades e subunidades sem necessidade, portanto, de elaboração de lista tríplice ou indicação de pro tempore, respeitando-se a vontade e escolha de quem constrói o cotidiano de cada um dos setores e órgãos da UFMA.

Para tanto, conclamamos toda nossa categoria docente, a comunidade universitária e a sociedade em geral a cerrar fileiras para derrotar mais esse ataque do governo Bolsonaro às Instituições Públicas de Ensino Superior, reafirmando ainda nossa firme posição de defesa incansável da Educação Pública, Gratuita, Laica e de Qualidade ofertada pelas universidades, institutos federais e pelo Colégio Pedro II, alvos de tão autoritária medida, que procuraremos, de todas as formas, derrubar.

São Luís, 15 de janeiro de 2020

A Diretoria da Apruma Seção Sindical

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Em defesa da Educação pública, chapa 1 apresenta propostas para dirigir a Apruma

Coletivo amplo formado por docentes de várias áreas, a chapa 1 “Amanhã vai ser outro dia: Apruma autônoma e democrática” prega a luta pela garantia dos direitos dos professores e professoras de toda UFMA (Bacabal, Balsas, Chapadinha, Codó, Grajaú, Imperatriz, Pinheiro, São Bernardo e São Luís).

O candidato a presidente pela chapa 1, Bartolomeu Mendonça, professor do Colégio Universitário (Colun), reafirma o combate às políticas de mercantilização da Educação pública, rejeição ao Future-se e autonomia da Apruma em relação aos partidos, governos e às reitorias.

Veja abaixo a carta-programa e os(as) integrantes da chapa 1

AMANHÃ VAI SER OUTRO DIA: APRUMA AUTÔNOMA E DEMOCRÁTICA

Nada mais apropriado para esses tempos de avanço do autoritarismo e da intolerância bradar que “amanhã vai ser outro dia”, como bem fora profeticamente apontado na música Apesar de Você, de Chico Buarque, quando se lutava contra a ditadura empresarial-militar no Brasil. Novamente, é preciso falar de esperança, sonhar, amar, lutar para que um outro dia, de garantia de direitos, de democracia, de respeito à liberdade e à diversidade, seja próximo e real. Os tempos atuais nos impõem enormes desafios pois as ameaças se apresentam em todas as dimensões de nossa vida.

Os atuais ataques expressam assim violentamente a retirada dos parcos direitos que as trabalhadoras e os trabalhadores conquistaram em sua longa e árdua jornada de lutas por direitos. A emenda constitucional do teto de gastos, a reforma do ensino médio, a reforma trabalhista ainda no governo golpista de Temer e a reforma da Previdência do governo de extrema-direita demonstram que o tempo de concessão ou conciliação acabou.

Hoje, a universidade pública se tornou o alvo prioritário do governo, seja através da tentativa de cerceamento da liberdade de cátedra, seja através de medidas que objetivam acabar com o tripé ensino, pesquisa e extensão, assim como destruir o princípio de ensino universal, gratuito e público. O Future-se, por exemplo, representa uma radical mercantilização do ensino superior, um ataque a autonomia universitária e a possibilidade real de perda de patrimônio físico e intelectual.

Compreendemos que esses ataques se alastram nas mais diversas dimensões. No âmbito dos costumes e da cultura, expressam o fortalecimento de uma visão reacionária da vida, em que o diferente deve ser padronizado, onde a arte se torna inimiga e o amor se coisifica. No âmbito dos direitos constitucionalmente garantidos, tais como o direito à saúde, à educação, à previdência, as propostas e medidas do atual governo federal expressam o avanço da locomotiva do capital internacional em se apropriar de tudo. E o governo Bolsonaro é a síntese fiel desse projeto.

Nesse contexto, é fundamental demarcar o projeto societário que interessa à classe trabalhadora e definir claramente as pautas de lutas em defesa da educação pública. Nessa direção, devemos nos questionar: qual o papel da Apruma nesse contexto? A serviço de quem e de que projeto societários devemos atuar?

Então, a grande questão é, queremos uma Apruma a serviço de  quê?

O 39º Congresso do Andes-SN, muito acertadamente apresenta como tema “Por Liberdades Democráticas, Autonomia Universitária e em Defesa da Educação Pública”. Assim como tem sido um acerto a tentativa constante de construir unidades amplas, sem oportunismo, sectarismo e autoproclamação com as mais diversas forças para derrotar a agenda reacionária e neoliberal do governo Bolsonaro. A inciativa de Fórum Sindical, Popular e de Juventude Por Diretos e Liberdades Democráticas objetiva isso.

Consideramos que sozinhos seremos todos esmagados, por isso, mesmo a contragosto da direção majoritária de nossa central sindical, a CSP-Conlutas, controlada burocraticamente por um partido político, estamos construindo, nacionalmente e localmente, unidades reais, nas ruas, visando reagrupar as forças progressistas e classistas. Fomos parte da organização dos atos em defesa da Educação Pública, como o histórico 15M e 30M, assim como as Greves Gerais contra a reforma da previdência.

Assim, entendemos que a Apruma deve se manter autônoma à partidos, aos governos e às reitorias. Retornar a um tempo em que as decisões da base e das nossas assembleias eram desrespeitadas através de política sectária e autoproclamatória seria uma derrota histórica.

Um sindicato deve ser uma ferramenta de luta pela garantia dos direitos dos docentes de toda UFMA (São Luis, Imperatriz, Balsas, Grajau, Codó, Bacabal, Chapadinha, São Bernardo e Pinheiro), lutando em defesa da carreira, como a Resolução de Progressão Docente 204/2017; garantia de horas para planejamento de Estágio Supervisionado; Reabertura de prazos para o PID, dentre outras conquistas.

QUEM SOMOS?

Somos professores e professoras cientes de que a nossa responsabilidade se amplia para o combate permanente à agenda ultraliberal e aos desmontes na Educação Pública.

Temos orgulho de ser parte da Apruma, seção sindical do Andes, entidade histórica que soma forças junto a tantas outras organizações de trabalhadores e trabalhadoras em defesa dos direitos da categoria docente e do serviço público, contra a privatização da Universidade.

Em tempos de crescimento das forças conservadoras, reafirmamos a nossa concepção de democracia na UFMA, contra qualquer autoritarismo.

Queremos contar com o seu apoio e a sua solidariedade para manter acesa a chama de luta e esperança por direitos, respeito às diferenças e a batalha permanente por novas conquistas.

Assim, nos dirigimos à categoria docente apresentando as principais propostas da chapa AMANHÃ VAI SER OUTRO DIA: APRUMA AUTÔNOMA E DEMOCRÁTICA.

NOSSAS PROPOSTAS:

– Defender os direitos dos trabalhadores: nenhum direito a menos!

– Defender a educação pública, laica, gratuita e com qualidade social em todos os níveis e modalidades;

– Combater as políticas de privatização e mercantilização do ensino superior como o FUTURE-SE, FUNPRESP e EBSERH;

– Lutar pela ampliação do financiamento público estatal com a destinação de recursos equivalentes a 10% do PIB para a educação pública;

– Lutar por reajustes salariais e a implantação da proposta de carreira de professor federal do ANDES-SN, que valoriza a categoria docente;

– Intensificar a luta pela recuperação da integralidade e pela extinção da contribuição social aos aposentados;

– Realizar anualmente encontro com aposentados com o propósito de compartilhar os desafios da luta sindical e construir suas pautas específicas;

– Defender a eleição direta em todas as unidades e subunidades da UFMA em todos os campi;

– Defender a manutenção das eleições diretas no Colégio Universitário, garantindo a autonomia da unidade como um importante espaço de ensino, pesquisa e extensão da educação básica federal;

– Mobilizar a comunidade universitária em defesa da democratização nas instâncias de decisão na UFMA;

– Lutar por eleições diretas para Reitor e por uma estatuinte exclusiva e paritária com representantes de docentes, discentes e técnico-administrativos;

– Lutar pela garantia de representação dos campi nos colegiados superiores;

– Continuar a luta por construção de creches na UFMA para atender a demanda da comunidade acadêmica e funcionar como campo de estágio;

– Combater toda forma de opressão (Racismo, Machismo, LGBTfobia, etc.);

– Trabalhar no fortalecimento da APRUMA-SS e ampliação de sua atuação junto aos docentes em todos os campi;

– Lutar pela aprovação de resolução específica com critérios objetivos para remoção de docentes entre os campi;

– Realizar uma vez por ano seminário acadêmico e sindical com docentes de todos os campi para debater as especificidades e desafios de cada um deles;

– Aprimorar os canais de comunicação com os sindicalizados e a sociedade;

– Promover atividades socioculturais e acadêmicas para integração dos sindicalizados e seus familiares;

– Defender a Resolução de Progressão Docente 204/2017 (CONSAD/UFMA);

– Ampliar a luta por concursos públicos para professores;

– Continuar articulando, em conjunto com outras entidades, a luta pela imediata recomposição do orçamento e ampliação das verbas para a Educação Pública;

– Lutar pela garantia da construção coletiva dos Projetos Político-Pedagógicos dos cursos da UFMA, sustentados na unidade teoria-prática, na integração do ensino, da pesquisa e da extensão e em uma educação crítica, libertadora, inclusiva e plural;

– Reivindicar a implantação de planejamentos de arborização em todos os campi e a adequada coleta e destinação do lixo;

– Promover atividades de economia solidária envolvendo povos e comunidades tradicionais assim como promover campanhas e debates relacionados com questões e conflitos ambientais e sua interface com projetos de desenvolvimento;

– Lutar pela garantia de condições dignas para o trabalho docente que possam propiciar o exercício da atividade laboral em ambientes que garantam a saúde física e psíquica do trabalhador.

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Andifes e Andes repudiam declarações mentirosas do ministro Weintraub sobre as universidades públicas

A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) publicaram notas públicas rebatendo as ilações do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que, durante uma entrevista, acusou as universidades públicas de possuírem “plantações extensivas de maconha” e “laboratórios de química” que se transformaram em usinas de fabricação de drogas sintéticas, como metanfetamina.

Para a Andifes, “o ministro da educação do Brasil, Abraham Weintraub, parece nutrir ódio pelas universidades federais brasileiras. Afinal, as instituições das quais deveria cuidar, cabendo ao Ministério estruturar e aperfeiçoar, são a todo o momento objeto dos ataques de sua retórica agressiva. Todos já vimos tal agressividade ser dirigida, por exemplo, contra estudantes (sobretudo as suas lideranças), contra professores — tratados como marajás, “zebras gordas” — e mesmo contra gestores (sobretudo gestoras), como se fossem adversários. Vemos ser desvalorizada a produtividade das nossas instituições e serem atacadas, em particular, as áreas pertencentes às humanidades. E, a todo o momento, números são chamados a servir à imagem distorcida de que as universidades são excessivamente caras e que, portanto, deveriam sofrer ainda mais restrições orçamentárias. Já o vimos, enfim, classificar as universidades federais como o lugar da “balbúrdia”, invocando outrora essa razão para um bloqueio orçamentário.”

Segundo a nota do Andes, “tal como em outras situações, Abraham Weintraub não apresenta nenhum dado que fundamente suas gravíssimas acusações. Apesar de afirmar que descobriu universidades que plantam extensivamente maconha ou produzem metanfetamina, o senhor ministro não apresenta uma única evidência que fundamente sua acusação. Trata-se, portanto, apenas de mais um ataque produzido por um governo que escolheu tomar a educação e a ciência como inimigos e obstáculos a serem combatidos e eliminados.”

“Desde os primeiros dias do governo Bolsonaro, o MEC foi aparelhado por seguidores de um astrólogo que têm nas universidades públicas um de seus principais inimigos. Ricardo Vélez-Rodríguez, o primeiro ministro da educação indicado por Jair Bolsonaro, tomou posse em 02 de janeiro afirmando explicitamente que combateria o “marxismo cultural”. Por conta dessa guerra, o MEC ficou meses inoperante”, pontua o Andes.

Leia as notas integrais da Andifes e do Andes

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Hoje! Apruma celebra 40 anos com palestra, exposição fotográfica, homenagens e chorinho

Acontece nesta segunda-feira, 24 de setembro, a partir das 18h, no Palácio Cristo Rei, sede da Reitoria da UFMA, na Praça Gonçalves Dias, Centro de São Luís, a cerimônia de lançamento da programação dos 40 anos de fundação da Apruma Seção Sindical. Devem comparecer docentes da Universidade Federal do Maranhão estão convidados, além de autoridades, representantes de outros sindicatos e movimentos sociais e da CSP Conlutas, central à qual a Apruma e o Andes são filiados.

O evento contará com a palestra “40 Anos de lutas e conquistas do movimento docente”, ministrada pela professora Franci Cardoso, segunda mulher a presidir a Apruma, no biênio 1995/1997 (ela retornou à presidência no início dos anos 2000), e pelos professores Agostinho Ramalho Marques Neto (presidente entre 1981/1983) e Antonio Gonçalves, atual presidente do Andes Sindicato Nacional e também por duas vezes presidente da Apruma.

Homenagens

Durante a cerimônia também serão homenageados, entre outras personalidades, os professores e professoras que estiveram à frente do movimento docente desde a constituição da Apruma como associação (posteriormente transformada em Seção Sindical do Andes Sindicato Nacional), em especial, aqueles que participaram da fundação da entidade.

Exposição

Haverá ainda o lançamento da exposição itinerante “40 anos de lutas e conquistas” que, depois da cerimônia no Palácio Cristo Rei, será levada aos centros e campi da UFMA, junto com o desenrolar da programação, que culminará com a festa de confraternização dos docentes em dezembro deste ano, como explica a professora Sirliane Paiva, presidente da Apruma.

A exposição mostrará momentos marcantes da história de luta dos professores e das professoras da Universidade, como a greve de fome feita em 1998 em defesa das universidades federais.

A cerimônia será encerrada com coquetel de confraternização e a apresentação do Instrumental Pixinguinha, tradicional grupo de choro maranhense.

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Professor da UFMA Antonio Gonçalves concorre à presidência do Andes

Docente no curso de Medicina, Antonio Gonçalves lidera a chapa 1 “Andes Autônomo e de Luta”, que disputa as eleições à diretoria do Sindicato Nacional para o biênio 2018/2020.

Saiba mais sobre a chapa 1 aqui

A eleição ocorre no momento de maior ataque aos direitos dos trabalhadores e de ameaças à Universidade em várias dimensões: cortes nos orçamentos destinados ao ensino, pesquisa e extensão, terceirizações, conservadorismo político e mecanismos já existentes de privatização.

Ex-presidente da Apruma (Associação dos Professores da UFMA), seção sindical do Andes – Sindicato Nacional, na gestão 2014-2018, Antonio Gonçalves integra o coletivo “Andes de Luta e pela Base”.

Também compõem a chapa 1 “Andes Autônomo e de Luta” os docentes Claudio Mendonça (Colégio Universitário), que disputa o cargo de 2º tesoureiro; Rosilda Dias (Enfermagem) e Aurean D’Eça Junior, escolhidos para representar a Regional Nordeste 1 (MA, PI e CE).

A votação será realizada dias 9 e 10 de maio. Nessa entrevista, Antonio Gonçalves fala sobre a conjuntura que ameaça direitos trabalhistas e apresenta as diretrizes gerais da chapa 1.

Blog – Como você avalia a gestão atual do Andes?

Antonio Gonçalves – A atual gestão do Andes Sindicato Nacional, que tem à frente a professora Eblin Farage, da Universidade Federal Fluminense, tem cumprido um papel fundamental na defesa dos direitos dos/das docentes das Universidades públicas e seus Colégios de Aplicação, assim como de Institutos federais e Cefet, na defesa da carreira única de professor federal, no combate à precarização do trabalho docente e do produtivismo que tem levado ao adoecimento físico e mental um grande número de professores/as. Cabe destacar ainda o protagonismo exercido pelo Andes-SN na organização da nossa categoria, em articulação com a CSP-Conlutas, que é a Central Sindical da qual fazemos parte, para o enfrentamento a todas as políticas que retiram direitos: teto no orçamento público, reforma do ensino médio, reforma trabalhista, lei da terceirização e a reforma da Previdência. Foi essa articulação que permitiu a construção da greve geral de 28 de abril de 2017.

Blog – Quais foram as conquistas do Andes na UFMA?

Antonio Gonçalves – O Andes-SN, através da Apruma Seção Sindical, contribuiu para adequar resoluções que interferem diretamente na atividade laboral docente, como aquela que estabelece os critérios para progressão e promoção na carreira do Magistério Superior; elaboração de análises críticas que nos permitiram construir planos de lutas, através dos diversos grupos de trabalho, que incluem políticas educacionais, seguridade social e assuntos de aposentadoria, política ambiental, agrária e urbana, política de ciência e tecnologia; combate a todas as formas de opressões: assédio moral, racismo, machismo, LGBTfobia, xenofobia e capacitismo, através do grupo de trabalho políticas de classe para questões etnicorraciais, de gênero e diversidade sexual; defesa jurídica de vários sindicalizados para a garantia de direitos e combate ao assédio moral. Enfim, várias têm sido as contribuições do Andes-SN na defesa dos/as docentes e da Educação pública.

Blog – A Universidade pública está na mira da privatização?

Antonio Gonçalves – Sim, essa indicação já constava no Consenso de Washington (1989) como uma política a ser implementada nos países do capitalismo periférico como o Brasil. Esclareço que a privatização pode ocorrer de várias formas não-clássicas: cobrança por cursos de especialização, parcerias público-privadas com venda de serviços pela universidade, entrega dos hospitais universitários para os ditos “novos modelos de gestão”, como a EBSERH, etc.

Blog – De que forma a Apruma, seção sindical do Andes, pretende atuar na UFMA?

Antonio Gonçalves – Tive a honra de presidir a Apruma no período de 2014-2018 e de ter contribuído para a manutenção de nosso sindicato independente em relação a governos, partidos políticos e administrações locais. Nossa organização tem sido pela base, são os/as professores/as que ditam os rumos do sindicato, cabe à diretoria executar tais determinações votadas em assembleias gerais. Tenho muita confiança na atual gestão da Apruma e sei que esses princípios históricos do nosso sindicato serão mantidos. Os/as docentes da UFMA reconhecem a Apruma como sua legítima organização sindical e a tem fortalecido como um espaço democrático e de luta.

Blog – Como foi o processo de definição da sua candidatura a presidente do Andes?

Antonio Gonçalves – Faço parte do “Andes de Luta e pela Base” que é um coletivo político que atua no Andes-SN. O núcleo Apruma fez a indicação do meu nome que foi votado e escolhido na convenção eleitoral do coletivo para disputar o cargo de presidente do sindicato, uma tarefa de muita responsabilidade diante da importância do Andes-SN no cenário político nacional. Sinto-me mais seguro e confiante nessa disputa por contar com valorosos/as apoiadores/as localmente e Brasil afora, e ainda por ter como companheiro/a de chapa o professor Claudio Mendonça (Colun) para o cargo de 2º tesoureiro; a professora Rosilda Dias e o professor Aurean D’Eça, que foram escolhidos para representar a Regional Nordeste 1 (MA, PI e CE).

Blog – Qual a sua mensagem aos professores da UFMA nesta eleição?

Antonio Gonçalves – Quero aqui assumir o compromisso na defesa por uma carreira estruturada, pela recomposição salarial e por melhores condições de trabalho. Dirijo-me ao conjunto dos /as docentes da UFMA para pedir o voto e o apoio nas eleições dos dias 09 e 10 de maio de 2018. Esta é a primeira vez, em seus quase 40 anos de existência, que um docente da Apruma disputa a direção nacional do sindicato. Nossa luta é em defesa da educação pública, nos seus diferentes níveis, gratuita, com financiamento público, com um padrão unitário de qualidade, laica, inclusiva e socialmente referenciada, que receba indistintamente os filhos e filhas da classe trabalhadora numa perspectiva emancipatória.

Blog – Na atual conjuntura politica do Brasil, qual é o impacto do governo Michel Temer sobre o ensino, a pesquisa e a extensão?

Antonio Gonçalves – A atual conjuntura política decorre de um golpe parlamentar, jurídico e midiático impetrado contra o povo brasileiro, pois diante de mais uma grande crise do capitalismo como a de 2008, não era mais possível garantir as altas taxas de lucratividade do mercado, era preciso para isso retirar mais direitos da classe trabalhadora.  Esse foi o desfecho de um período de governos de conciliação de classes. Para lograr esse intento é que foram aprovadas medidas como a Emenda Constitucional 95, que impôs um teto ao orçamento público, historicamente disputado pelo capital rentista; a reforma trabalhista, a terceirização ampla, geral e irrestrita e ainda pretendem nos retirar o direito à aposentadoria. A educação também é alvo dos golpistas, por isso aprovaram a reforma do ensino médio que busca impedir uma educação mais crítica e reflexiva, priorizando a formação de mão-de-obra para o mercado.

Nas universidades, o objetivo é a privatização por dentro, com todas as suas implicações danosas, tornando o acesso às universidades um privilégio para poucos que poderão pagar, por isso impõem um sucateamento perverso que compromete a qualidade de do ensino; cortam os recursos públicos da pesquisa e da extensão, abrindo caminho para o financiamento privado e a desresponsabilização do Estado na garantia de tais políticas públicas.