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Intercom divulga vencedores do Prêmio Luiz Beltrão

Portal Intercom – O Prêmio Luiz Beltrão de Ciências de Comunicação existe desde 1998 e reconhece pesquisadores e grupos de pesquisa que se destacam no meio acadêmico. A premiação é dada a quem produz trabalhos relevantes na área e busca consolidar o prestígio das comunidades acadêmica e profissional brasileiras.

Em 2025, a premiação recebeu 19 inscrições para as quatro categorias: Liderança Emergente, Maturidade Acadêmica, Instituição Paradigmática e Grupo Inovador. A Diretora Cultural da Intercom, Márcia Guena (Uneb) destaca a abertura e a ampliação da participação da comunidade para a premiação, que é tão relevante para o reconhecimento de trabalhos na área da comunicação.

A escolha dos(as) vencedores(as) é feita por um colegiado, composto pelos ex-presidentes da Intercom, pelo atual presidente da entidade e pelos vencedores em todos os anos do Prêmio Luiz Beltrão na Categoria “Maturidade Acadêmica”, que estão em dia com as obrigações estatutárias.

Conheça os/as vencedores/vencedoras do Prêmio Luiz Beltrão 2025:

Categoria Grupo Inovador

Vencedor: Grupo de Pesquisa Convergência e Jornalismo – ConJor

Categoria Instituição Paradigmática

Vencedor: Rede de Rádios Universitárias do Brasil – Rubra

Categoria Liderança Emergente

Vencedor: Anderson David Gomes dos Santos

Categoria Maturidade Acadêmica

Vencedora: Ana Regina Barros Rêgo Leal

A entrega de troféus de todas as categorias do Prêmio acontecerá no dia 04 de setembro, durante o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, no Sesc Glória, em Vitória (Espírito Santo), a partir das 18h30.

A etapa presencial do Congresso acontece de 01 a 05 de setembro, no Centro Universitário FAESA, em Vitória-ES. A programação está disponível aqui. A etapa remota é realizada um pouco antes, de 11 a 15 de agosto, diretamente pelo Portal de Sistemas da Intercom, local que até o dia 07 de agosto recebe as inscrições para ouvintes do evento. A programação preliminar das etapas remota e presenciais estão disponíveis no Site da Intercom.

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Semana de Gastronomia Regional apresenta sabores do Maranhão em Brasília

De 11 a 14 de agosto, Brasília será palco de uma verdadeira imersão na cultura e culinária maranhense durante a Semana de Gastronomia Regional, promovida pelo Departamento Nacional do Senac. Em sua sexta participação no evento, o Senac Maranhão levará à capital federal pratos típicos e elementos culturais marcantes, como os tradicionais azulejos portugueses que compõem a paisagem histórica de São Luís, cidade conhecida como a “Cidade dos Azulejos”.

A programação começa no dia 11 de agosto, com uma aula-show no Centro de Aperfeiçoamento em Gastronomia do Senac em Brasília, onde os chefs Igor Barros, Jorge Lucas e Leonardo Sabino apresentarão um cardápio repleto de sabores marcantes, com destaque para frutos do mar, temperos típicos e frutas da região.

De 12 a 14 de agosto, os Restaurantes-Escola do Senac em Brasília apresentarão no cardápio pratos tradicionais do Maranhão, como o famoso arroz de cuxá, o caldo de sururu, a casquinha de caranguejo e o pudim de cupuaçu, todos preparados pelo chef Igor Barros e sua equipe. As receitas exaltam a diversidade de influências da culinária maranhense, marcada pela fusão de elementos africanos, indígenas e portugueses.

Além de promover a gastronomia local, o evento evidencia o papel pedagógico dos Restaurantes-Escola, que aliam teoria e prática nos cursos de Gastronomia, Turismo e Hospitalidade. Para os alunos, esses espaços representam a vivência real do ambiente profissional, favorecendo a formação de excelência.

Para a gerente do Restaurante-Escola do Maranhão, Gabriela Vasconcellos, participar da Semana de Gastronomia é uma oportunidade de promover identidade e pertencimento: “É sempre um orgulho levar a cultura do Maranhão para ser conhecida por outras pessoas. Proporcionar a degustação da nossa rica gastronomia é muito importante, pois reforça as nossas raízes, e, através do evento Semana de Gastronomia do Senac, temos a oportunidade de despertar a curiosidade das pessoas pela nossa gente, pela cultura de uma forma geral”, afirma.

Quadro de Serviços:

11/08 – Aula-show de abertura
Local: Centro de Aperfeiçoamento em Gastronomia do Senac em Brasília
Horário: a partir das 19h (necessário realizar inscrição prévia)

12/08 – Almoço no Restaurante-Escola Senac Downtown Brasília
Endereço: Setor Bancário Norte, Quadra 1, Bloco B, nº 14 (Prédio da CNC)
Serviço: À la carte (menu executivo)

Horário: 12h às 15h

13/08 – Almoço no Restaurante-Escola Senac na Câmara dos Deputados
Endereço: Praça dos Três Poderes, Anexo IV, 10º andar
Serviço: Buffet livre

Horário: 12h às 15h

14/08 – Almoço no Restaurante-Escola Senac no Senado Federal
Endereço: Praça dos Três Poderes, Anexo II
Serviço: À la carte (menu executivo)

Horário: 12h às 15h

SUGESTÃO DE ENTREVISTADOS:

Chef Igor Barros – Chef Instrutor do Restaurante-Escola do Senac no Maranhão
Gabriela Vasconcellos – Gerente do Restaurante-Escola do Senac no Maranhão 
José Ahirton Batista Lopes – Diretor Regional do Senac no Maranhão

Maurício Aragão Feijó – Presidente do Sistema Fecomércio/ Sesc/ Senac no Maranhão

Fonte: Ascom Senac Maranhão

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#tbt do artigo “Sem o Colunão, JP desequilibra”

Esse artigo foi publicado em 2005, quando o Colunão, editado por Walter Rodrigues (WR) e encartado aos domingos no Jornal Pequeno (JP), deixou de ser veiculado no diário criado por Ribamar Bogéa.

O episódio passou ao largo do noticiário e da crônica política local. Fui um dos poucos jornalistas a comentá-lo publicamente no artigo (reproduzido abaixo), em solidariedade a Walter Rodrigues. Após deixar o JP, o Colunão partiu para vôo solo. Tive o privilégio de trabalhar nessa fase com o saudoso WR, que nos deixou em 18 de maio de 2010.

O acervo jornalístico de Walter Rodrigues está sendo digitalizado e disponibilizado ao público através de um projeto de pesquisa coordenado pelo professor da UFMA José Ferreira Junior (acesse aqui o repositório e reveja as publicações e depoimentos sobre WR)

Sem o Colunão, JP desequilibra
Ed Wilson Araújo *

As leituras dominicais seguem temporariamente sem o Colunão, uma das últimas reservas de debate e exercício do contraditório no jornalismo maranhense. O semanário editado pelo jornalista Walter Rodrigues, encartado no Jornal Pequeno, deixa de circular no matutino dos Bogéa por uma decisão unilateral do comando do JP.

Em 25 anos de jornalismo no Maranhão Walter Rodrigues acumulou méritos e também desafetos, fruto do trabalho de investigação que denunciou delegados torturadores, esquemas de corrupção, crime organizado, nepotismo no Judiciário e um rol de irregularidades no sarneísmo ou nos diversos espectros da oposição. Recentemente, enfrentou quase solitário uma posição contrária aos interesses da Companhia Vale do Rio Doce na instalação do pólo siderúrgico na ilha de São Luís e, por fim, criticou o projeto expansionista da Alumar em frontal desrespeito aos direitos trabalhistas.

As divergências editoriais entre o Colunão e o JP já vinham ocorrendo. Aos poucos, as manchetes do semanário e até o selo saíram da capa do diário. Mas o maior motivo, segundo Rodrigues, foi a pressão do gerente extraordinário do Médio Mearim, José Vieira, ex-prefeito de Bacabal. Vieira é aliado do diretor-geral do Jornal Pequeno, Lourival Bogéa, na eclética “cruzada” oposicionista que se forma para derrotar o sarneísmo.

Aos 54 anos, o glorioso Jornal Pequeno aproxima-se da maturidade abrindo atalhos no caminho traçado pelo seu fundador, Ribamar Bogéa. Focado no anti-sarneísmo, o jornal aderiu à Frente de Libertação do Maranhão virando pregoeiro do governador José Reinaldo, que vinha combatendo desde a eleição de 2002, acusando-o de abuso de poder econômico na campanha.

Não há como negar que em toda a sua construção simbólica o JP encampou boas causas. Cobriu com objetividade crítica vários episódios da política maranhense, acolheu os opositores da implantação da Alumar na década de 1980, denunciou os desvios de verbas públicas e projetos fantasmas da oligarquia, teve papel destacado na cobertura da CPI do Crime Organizado e em muitas ocasiões foi o único a abrir espaço e repercutir os temas sugeridos pelos movimentos sociais. Em síntese, o diário dos Bogéa tem um papel importantíssimo na resistência ao coronelismo midiático no Maranhão.

Mas a compulsão pela derrota da oligarquia a qualquer custo leva o JP a cometer equívocos, como o desencarte do Colunão. No percurso informativo das manhãs de domingo o semanário de Walter Rodrigues tornou-se leitura obrigatória para balizar opiniões, informações e interpretações veiculadas pelos diários. O Colunão veio a ser a espinha dorsal encartada no JP, dando sobriedade à apaixonada tendência pedetista-reinaldista do jornal. A investigação perspicaz, o texto refinado e o humor sutil de Walter Rodrigues passaram a compor um ponto de referência, um porto seguro no vendaval de manchetes muitas vezes maniqueístas e fantasiosas, filtrando interesses de grupos políticos que se apropriam dos meios de comunicação.

O desencarte do Colunão deixa muitos leitores “órfãos” do jornalismo independente. E deste episódio tiram-se muitas reflexões. Uma delas sobre a forma como atuam jornais e jornalistas reféns de linhas editoriais guiadas por interesses privados. No Maranhão não há empresários no ramo da mídia. Existem políticos que controlam as empresas e tentam submeter os profissionais de comunicação aos interesses dos proprietários dos jornais, rádios e TVs. Mas nem todos aceitam a submissão ou passam a ser coniventes com os interesses dos financiadores. Aqui e acolá, jornalistas experientes e novatos resistem às imposições dos donos dos meios de comunicação.

Breve retorno ao combatente Walter Rodrigues e vida longa ao JP, torcendo para que o diário dos Bogéa não se apequene na luta para derrotar o sarneísmo.

* Ed Wilson Araújo é jornalista

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#tbt do artigo “Precisamos ouvir os tambores e os orixás”

Por Ed Wilson Araújo
Texto publicado originalmente no jornal Vias de Fato, ano VIII, edição 68, São Luís dez/2017 – jan/2018

A tarde de 25 de outubro de 2017, no auditório central da UFMA, tem de ser contada e recriada em muitas narrativas, como faziam os antigos em volta da fogueira. Eu vou contar o que vi e ouvi, ainda no calor da emoção das palestras da quebradeira de coco Rosa Gregório e do índio Kum’Tum Akroá Gamela, na mesa de encerramento do I Seminário Comunicação e Poder no Maranhão.

A palestra formal começou por volta das 4 horas da tarde, quando Gregório e Gamela começaram a falar no palco principal. Se eu fosse escrever uma notícia, a regra jornalística manda disciplinar o tempo. Mas, olhando atentamente, percebi que eles iniciaram a palestra muito antes da cronologia fixa do evento.

No final da manhã, Kum’Tum Akroá Gamela empunhava o seu maracá e cantava e dançava com seus parentes no hall do auditório. A palestra já havia começado ali, naquele ritual dos ancestrais, invocando os espíritos das florestas e das águas e dos ventos.

Naquele momento, sintonizados no sacolejo do maracá e no movimento dos corpos, havia uma comunicação intensa, em alta voltagem, produzida pelo som do instrumento e do coro de vozes que acompanhava o canto guerreiro.

Aquilo para mim já era o rádio ao vivo, sintonizado em uma frequência não autorizada pela burocracia governamental do pomposo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Estavam reunidas magia e técnica, de tal forma que maracá virou microfone e coro de vozes se transformou em amplificador.

Em um dos momentos da sua palestra, Kum’Tum Gamela disse que na maioria dos protestos e manifestações realizados pelos povos e comunidades tradicionais eles usam, no máximo, o carro de som, mas o que dá a tônica da luta são os próprios dispositivos rústicos que de fato conseguem agregar, convocar e comunicar os indígenas, quilombolas e quebradeiras de coco.

Eu vi, também, no momento presente da fala de Kum’Tum Gamela, um garotinho de cocar na cabeça empunhando um tablet e filmando a palestra. O tambor tribal conectava-se à aldeia da aldeia global. Aquela cena ilustrou uma visada sobre como as tecnologias podem dialogar no ambiente da convergência de saberes e ideias.

Para além do bem e do mal, o tambor e a internet são duas plataformas de comunicação que reúnem distintas potencialidades. Penso que nesta fronteira está um ponto de convergência do I Seminário Comunicação e Poder no Maranhão, no que toca aos desafios da comunicação popular.

Não tenho receita pronta, mas algumas pistas. Cabe aos movimentos sociais do campo e da cidade construir uma expertise para usar os dispositivos antigos e as novas tecnologias a favor das narrativas dos invisíveis e oprimidos. Na melhor tradução de Kum’Tum Gamela, “o tambor é a voz dos orixás”, a fonte de conhecimento essencial na comunicação dos povos e comunidades tradicionais.

Alinhada a esse pensamento, a quebradeira de coco e líder sindical Rosa Gregório foi direto ao ponto: “os nossos encantados nos inspiram”. Na prática, esta sacada teórica se materializou em uma aula exemplar de edição jornalística.

Ela contou que a cobertura dos meios de comunicação sobre os povos do campo não foca o essencial – a cerca e o latifúndio. Os relatos jornalísticos, no geral, enquadram a mulher da roça na perspectiva do sofrimento. “Quebradeira de coco não é coitadinha”, frisou.

A fala de Rosa Gregório incorporou o sentido pleno da comunicação como direito humano fundamental e, dialeticamente, reivindicou o direito de informar e ser informada. No entendimento dela, as coberturas jornalísticas precisam “saber o que é o quilombola de verdade”, embalada na ideia de que as comunidades tradicionais precisam contar a sua própria história, a partir dos seus saberes e práticas culturais.

Das duas palestras, foi possível extrair uma tese corroborada pela tônica geral dos dois dias do I Seminário Comunicação e Poder no Maranhão. “A gente chegou ao poder, mas o poder controlado pelos nossos inimigos”, decifrou Kum’Tum Gamela, no contexto de que os governos petistas no Palácio do Planalto e o comunista no Maranhão ganharam eleições mas não fizeram mudanças profundas nas estruturas opressoras.

No que toca à distribuição de verbas publicitárias, o jornalista Emílio Azevedo falou direto e reto: os governos privilegiam os ricos para silenciar os pobres. Assim, comunicação é, sobretudo, uma questão de luta de classes.

O capital rentista associa-se aos conglomerados de mídia para produzir uma narrativa que garanta, acima de qualquer coisa, a reprodução do modo de produção capitalista, essencial ao abismo entre a casa grande e a senzala.

Para além dos meios e das mensagens, o ponto fixo concreto é esse: os poderes econômico, político e midiático operam a hegemonia.

Mas, longe de uma interpretação pessimista do mundo, o I Seminário Comunicação e Poder no Maranhão serviu para reunir pessoas movidas a sonhos e pautas comuns, turbinadas pela sede e fome de liberdade e democracia.

“A resistência está sendo feita, se comunicando do jeito que a gente sabe comunicar e não do jeito que os outros querem”, vaticinou Rosa Gregório. A lição mais importante contada por esta valente quebradeira de coco é a de que, no geral, ela não se sente representada na quase totalidade dos relatos jornalísticos.

Sem a necessidade dos requintes acadêmicos convencionais, o seminário também marcou pela qualidade na formação das mesas de conversa e na metodologia construída. Em um evento sobre comunicação e poder, ouvir os povos e comunidades tradicionais foi o maior ganho.

Eu não poderia chegar ao fim do presente texto sem lembrar o começo. A performance do professor de Teatro Luiz Pazzini, inspirada em Maiakóvski, serviu para abrir caminhos neste agitado mar da História que sempre haveremos de atravessar. Como diz o poeta:

 E então, que quereis?

Fiz ranger as folhas de jornal abrindo-lhes as pálpebras piscantes.

E logo de cada fronteira distante subiu um cheiro de pólvora perseguindo-me até em casa.

Nestes últimos vinte anos nada de novo há no rugir das tempestades.

Não estamos alegres, é certo, mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?

O mar da história é agitado.

As ameaças e as guerras havemos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando-as como uma quilha corta as ondas.

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Sindicato conquista vitórias na Justiça e garante R$ 3,7 milhões para bancários

Agência Tambor – O Sindicato dos Bancários do Maranhão (SEEB-MA) obteve duas importantes vitórias judiciais que garantem o pagamento de mais de R$ 3,7 milhões em direitos trabalhistas para servidores do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

A primeira conquista, divulgada nesta semana, foi referente à ação das 7ª e 8ª horas dos Analistas Técnicos Rurais do Banco do Brasil, reconhecendo o direito à jornada de 6 horas diárias, conforme determina a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A Justiça determinou o pagamento de R$ 3.211.107,95 aos bancários, correspondentes a duas horas extras por dia de trabalho, com todos os reflexos legais.

“Essa ação é resultado de anos de luta e organização coletiva. Cada centavo devolvido representa uma reparação histórica a esses trabalhadores, que tiveram seus direitos violados”, afirmou o coordenador jurídico do SEEB-MA, João Siguinez.

Além disso, o sindicato também venceu uma ação relacionada ao Adicional de Incorporação de Função (VP-GM) na Caixa, referente a um bancário de São Luís que havia exercido função por mais de 10 anos. A Justiça reconheceu o direito à incorporação da gratificação, mesmo após a reforma trabalhista e as resoluções da direção do banco. O valor pago foi de R$ 510 mil.

As decisões fortalecem a atuação do sindicato na defesa dos direitos da categoria e representam um importante precedente para bancários em situações semelhantes. O SEEB-MA reafirma seu compromisso com a valorização da classe trabalhadora e promete seguir atuando nas frentes jurídica, sindical e política para garantir reparações e novos avanços.

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Projeto “O samba não poupa ninguém” está de volta

Por Joãozinho Ribeiro

Depois do sucesso da primeira edição, no início do mês de maio, o projeto “O samba não poupa ninguém” retorna no dia 8 de agosto, no Restaurante Pedra de Sal, localizado no Centro Histórico, tendo como convidados especiais os talentosos artistas Fátima Passarinho, Fernanda Garcia, Adler São Luiz e Nivaldo Santos.

Na direção musical o multi instrumentista João Eudes, comandando o Regional Cena de Samba, formado pelos músicos Jovan Lopes (trombone), João Neto (flauta), Gustavo Belan (cavaquinho), Madson Peixoto (percussão) e Valdico Monteiro (percussão). Como anfitriões oficiais do evento, os cantores e compositores Allysson Ribeiro e Joãozinho Ribeiro.

Nesta segunda edição serão apresentados e interpretados mais quatro sambas inéditos de autoria do poeta e compositor Joãozinho Ribeiro pelos artistas convidados. Haverá também sorteio de livros e o lançamento oficial da ideia – para posterior discussão – do projeto de criação do Museu Maranhense do Samba.

Os ingressos serão disponibilizados para o público durante a semana do evento, ao preço único de R$ 25,00 (vinte e cinco reais).

A cada edição, serão convidados quatro artistas maranhenses, interpretando um samba inédito do poeta e compositor Joãozinho Ribeiro, e outros dois de livre escolha do participante.

Ao final do projeto, haverá a seleção de 15 sambas para o projeto de gravação dirigido pelo cantor e compositor Zeca Baleiro, que irão compor o álbum “O samba não poupa ninguém”, celebrando os 70 anos de existência do parceiro poeta e compositor Joãozinho Ribeiro.

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Casa d’Arte articula cadeia solidária para  publicação de livros

Agência Tambor – Uma obra que transforma em poesia vivências e as lutas de uma cultura que resiste em meio à invisibilidade dos territórios urbanos. No livro Na Lente do Viageiro, do poeta e cronista Francisco das Chagas Torres (foto destacada), indígena do povo Tremembé, o autor dá voz, em versos, à memória e à resistência de seu povo, que ainda luta pela retomada de seu espaço em contexto urbano.

A publicação é o primeiro trabalho impresso da Editora Social Casa d’Arte, criada em 2024 para apoiar autores e projetos editoriais com viés colaborativo. A obra foi lançada no mês de julho, no município maranhense de Raposa. A obra marca estreia da nova editora e dá voz à luta do povo indígena Tremembé pela retomada do território em contexto urbano no Maranhão.

“Se não fosse a Casa d’Arte, eu não seria oficialmente escritor hoje”, afirmou Francisco durante a entrevista ao programa Dedo de Prosa, da Agência Tambor, realizada na quarta-feira (30). O poeta relembrou que a vontade de escrever surgiu ainda na infância e que seus versos refletem o que viu e viveu: “tudo que eu escrevi eu ouvi ou vi”. A obra é dividida em dois blocos: Ferrões sem pontas, de teor mais crítico e social, e outro voltado a sentimentos como saudade e amor.

Segundo Luzenice Macedo, coordenadora da Casa d’Arte, que também participou da entrevista, a Editora Social nasceu do desejo de criar uma cadeia solidária para viabilizar a publicação de livros impressos que não se alinham à lógica comercial. “A gente entende que viabilizar livros é protagonizar falas muitas vezes emudecidas.

A escolha de abrir a editora com o livro do seu Torres é um ato político”, explicou. Ela destacou ainda que a iniciativa conta com o apoio do Instituto Maranhão Sustentável e da gráfica Sete Cores, que oferece condições especiais para viabilizar as publicações.

[Assista a entrevista completa com Francisco das Chagas Torres e Luzenice Macedo ao final desta matéria.]

Na Lente do Viageiro é uma expressão poética de pertencimento e denúncia. A luta do povo Tremembé pela demarcação de suas terras aparece no poema “Sem Amarras”, que abre o livro e afirma: “a luta maior é por reparação de itens que somos signatários, pois a história via contramão esquece que somos originários”. Francisco relembra que os Tremembé chegaram a Raposa em 1959, vindos a pé do Ceará, e que ainda enfrentam discriminação por não viverem em aldeias tradicionais.

A escolha pelo livro impresso, em tempos de domínio do digital, também foi tema da conversa. “O livro impresso tem mais encanto. Eu durmo com ele, levo para onde quiser. O virtual é mais difícil, ainda mais para a nossa geração”, comentou Francisco. Para Luzenice, o impresso possibilita uma experiência sensorial que ainda é fundamental, sobretudo para públicos que não têm familiaridade com as tecnologias.

O processo de produção da obra foi construído coletivamente, com envolvimento de profissionais voluntários na edição, revisão, diagramação, capa e comunicação. “Publicar é caro, complexo, mas quando a gente atua em rede, é possível”, ressaltou Luzenice. A editora também rompe com modelos tradicionais ao garantir que os direitos autorais permaneçam com os escritores e que os projetos sejam geridos de forma justa e transparente.

A repercussão do lançamento extrapola os limites do município de Raposa. “As pessoas não associam Raposa a território indígena, muito menos a um território criativo. Mas aqui há indígenas, há poesia e há luta”, afirmou Luzenice. Para o professor Ed Wilson, que participou da entrevista, a iniciativa ajuda a desconstruir o senso comum que marginaliza indígenas urbanos: “A memória é um espaço de disputa, e o livro é uma ferramenta para confrontar a história editada”.

O livro está à venda por R$ 50. Os exemplares podem ser adquiridos diretamente com o autor ou pelas redes sociais da Casa d’Arte. O próximo lançamento está marcado para o dia 9 de agosto, na casa de Francisco, em Raposa, e outros eventos estão previstos em São Luís e cidades vizinhas.

[Assista a entrevista completa com Francisco das Chagas Torres e Luzenice Macedo no canal da Agência Tambor.]

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Iphan identifica dois novos sítios arqueológicos no sul do Maranhão

Descoberta ocorreu durante fiscalizações no Sítio Arqueológico Fazenda Santa Maria e no Sítio da Fuga

Portal Gov – Ao longo de vistoria nos sítios arqueológicos Fazenda Santa Maria e da PM, em Tasso Fragoso (MA), ocorrida nos dias 22 e 23 de julho, uma equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Maranhão identificou duas novas áreas arqueológicas associadas àqueles sítios.

A ação, promovida pela superintendência do Iphan no estado e conduzida pela arqueóloga Mariana Zanchetta Otaviano, teve como foco a fiscalização, monitoramento e atualização de registros, além da realização de novos cadastros e acompanhamento do acervo sob guarda do Museu do Cerrado.

Na Fazenda Santa Maria, o novo sítio, provisoriamente denominado Santa Maria I, revelou na superfície diversos materiais líticos (objetos feitos de pedra), especialmente lascas de pedra resultantes da produção de ferramentas. No trajeto da fiscalização, a arqueóloga visitou outros pontos de interesse arqueológico e identificou mais um novo sítio, associado ao já conhecido Sítio da PM, nomeado Sítio da Fuga. 

As fiscalizações fazem parte do trabalho rotineiro do Iphan de acompanhamento do estado de conservação dos sítios arqueológicos e de controle dos bens arqueológicos da União. No Museu do Cerrado, a equipe verificou as condições de guarda dos acervos, realizou fotografias e registros dos materiais recolhidos nos novos sítios, além de vistoriar o conjunto já armazenado na instituição. 

Durante a visita, também foi realizada uma reunião com representantes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo de Tasso Fragoso. Na ocasião, foram discutidas as potencialidades turísticas, culturais e educacionais do patrimônio arqueológico local, com vistas à valorização e preservação desses bens para as futuras gerações reafirmando o compromisso institucional com a proteção e salvaguarda do patrimônio arqueológico brasileiro.

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Grupo Poeme-se: 40 anos de existência

Paulo Melo Sousa

Parece que foi ontem, mas já lá se vão 40 anos desde que, no dia 2 de agosto de 1985, um grupo de jovens resolveu se reunir e lançar, em São Luís do Maranhão, um Cartaz de Poesia chamado Poeme-se Nº 1. Lembrando a seminal poeta norte-americana Emily Dickinson, “viver é algo tão espantoso que sobra pouco tempo para qualquer outra coisa”. Creio que vivemos, de quatro décadas até hoje, muito mais coisas do que podemos ainda nos lembrar, e muitas dessas coisas foram espantosas. Uma delas foi propor a ampliação de uma agitação poética que já estava em curso e que começaria a fazer história ali naquele antigo Beco do Teatro, Centro Histórico da capital maranhense.

Existe uma precedência de toda essa narrativa. De fato, eu conheci o arte-educador Antônio João Leitão Nunes (mais conhecido como Nunes) no início de 1981. Iniciava na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o Curso de Desenho Industrial, e ele, o de Educação Artística. Como os dois primeiros anos dos referidos cursos tinham as mesmas disciplinas, frequentávamos as mesmas aulas, e foi aí que descobri que Nunes também gostava de poesia e ainda escrevia. Fizemos amizade e começamos a nos movimentar em torno da Literatura, participando de festivais, curtindo uma louca boemia. Um dos bares que frequentávamos era o Brazeiro Baby’s (do velho amigo Bastico), um muquifo que ficava na rua lateral da agência do Banco do Brasil da praça Deodoro. Ali, entre uma libação e outra, e ainda com a presença do poeta Ruy Lima (precocemente falecido em afogamento no rio Trombetas), que conheci através de Nunes, surgiu a ideia de se divulgar poesia de forma alternativa.

A proposta foi de se publicar poesia num cartaz, no tamanho A 4, mimeografado, por intercessão de Ruy Lima, que conseguiu o recurso. Além dele, também participamos, eu e Nunes, com poemas nesse cartaz, documento que se perdeu. Após impresso, o cartaz foi colado em paradas de ônibus por toda a cidade, com a ideia de se socializar a poesia junto às pessoas. Dessa semente surgiu uma articulação entre alguns poetas que já se conheciam, e daí a proposta amadureceu, o cartaz foi mais elaborado e, adotando o nome Poeme-se, sugerido pelo poeta Ribamar Filho, surgiu o Poema-Cartaz Poeme-se Nº 1, lançado no dia 2 de agosto de 1985, no bar do grande músico e compositor Cláudio Pinheiro (que nos deixou em 2024), situado no Beco do Teatro. No primeiro Poema-Cartaz participaram, além de mim, os poetas Ribamar Filho, Wagner Alhadef e Rezende. Nunes não teve poema publicado nesse primeiro Cartaz, por se encontrar fora de São Luís, na época.

Coincidência ou não, o dia escolhido para o lançamento do cartaz foi o dia de nascimento do grande poeta Nauro Machado, que mais tarde seria várias vezes homenageado pelo Grupo Poeme-se. Também por coincidência, aconteceu naquela noite um show musical no Teatro Arthur Azevedo, do já então célebre cantor e compositor Belchior. De tal maneira que, após a saída do show, o público se dirigiu ao bar de Cláudio Pinheiro, local cedido por ele a nós para promover a agitação literária, e conseguimos vender vários cartazes.

Conheci o poeta Ribamar Filho em dezembro de 1984, no Sapek’as Bar, um boteco localizado na rua das Flores, nos fundos da igreja de São João, cujo proprietário era conhecido como Sebá, no dia do lançamento da primeira revista literária (Uns & Outros) do grupo da Akademia dos Párias, galera que movimentou a cena literária ludovicense nos anos 1980. Fui apresentado a ele pelo Nunes, que já o conhecia. De imediato fizemos amizade, que se solidificou ao longo de farras em bares, encontros nos quais falávamos de poesia. Foi um momento em que a Literatura fazia parte do cardápio de toda uma geração, o que alimentou o contato entre vários poetas e permitiu a realização de alguns projetos, dentre os quais o lançamento do Poema-Cartaz Poeme-se Nº 1.

A partir dessa primeira investida, surgiu a prática de se imprimir poemas em camisetas, veio o Poeme-se Nº 2, e foi criado o Sebo do Poeme-se, na rua do Sol, numa sala cedida na então sede do PT em São Luís, sala Zé Hemetério (mais tarde, após a revitalização da Praia Grande, o Sebo mudou de endereço, indo se instalar na rua João Gualberto, no coração do Centro Histórico). Nesse local, começamos a realizar Leituras de Poesia. Eu escrevia um texto sobre determinado poeta, e publicava o mesmo, geralmente às quintas-feiras, no Jornal O Estado do Maranhão, conclamando as pessoas a participarem do evento, que era semanal.

Com o passar do tempo, vários novos poetas foram surgindo e fortalecendo o já consolidado Grupo Poeme-se: Cláudio Terças, Eduardo Júlio, Wilson Martins, Luís Henrique Resende, Ricardo Leão, Jurandir Mamede, Paulo Oliveira, Elício Pacífico, dentre outros, e alguns artistas do teatro, como Rosa Ewerton, Célia Seguins, Ellen Esse. Dessas leituras poéticas surgiram os recitais e, por extensão, as performances poéticas, dentre as quais se destacaram “Erótyka” e “O Inferno de Wall Street”, baseado no Décimo Canto do Livro “O Guesa”, de Sousândrade (apresentação realizada no Teatro do Centro de Criatividade Odylo Costa, Filho). Essa foi a última ação performática do Grupo Poeme-se, que foi desfeito em 1994. Foram ainda realizados Festivais de Poesia do Poeme-se (o primeiro deles vencido pelo poeta Eduardo Júlio no início de 1993), de forma espaçada, mas o que resistiu ao tempo foi o Sebo do Poeme-se, ainda em funcionamento e sob o comando do poeta Ribamar Filho.

Paulo Melo Sousa é poeta, jornalista, professor e membro da Academia Ludovicense de Letras

Texto publicado originalmente no blog Os Integrantes da Noite

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Campanha Agosto Dourado alerta sobre doação de leite materno

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES) iniciou as mobilizações alusivas à Campanha Agosto Dourado 2025, que este ano tem como tema “Cada gota carrega uma esperança”. O enfoque da campanha é o incentivo às ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno nos territórios no âmbito das ações da Atenção Primária em Saúde (APS), maternidades e Bancos de Leite humano do Maranhão.

“Falar sobre o aleitamento humano é essencial nos dias atuais, porque ele promove a saúde integral da criança e da mãe, fortalece o vínculo afetivo, reduz a mortalidade infantil e protege contra doenças na infância e na vida adulta. Além disso, o aleitamento materno contribui para a segurança alimentar e nutricional do bebê, é ecologicamente sustentável e socialmente equitativo, sendo uma prática que precisa ser valorizada e apoiada por todas as pessoas e instituições públicas e privadas”, afirmou o nutricionista e coordenador de Alimentação e Nutrição da SES, Leudimar Carvalho.

Na Rede Estadual de Saúde, a unidade referência para doação e coleta de leite humano é o Banco de Leite Humano da Maternidade de Alta Complexidade (MACMA), situada em São Luís, no bairro da Cohab. Em 2024, a MACMA coletou 1.426 litros de leite humano, conquistou 1.713 doadoras de leite e beneficiou 1.637 bebês.

O leite materno é o primeiro alimento que a criança deve ter, e preferencialmente o único nos primeiros seis meses de vida. Para os bebês que nasceram no período adequado de gestação, ele é um alimento que contribui para o fortalecimento do vínculo com a mãe e que auxilia no ganho de peso.

Já para os bebês prematuros (pré-termo), o leite traz benefícios extras, como acelerar o desenvolvimento físico e cognitivo.

Além do aspecto nutricional, o leite materno previne a diarreia, infecções respiratórias, reduzindo também o risco de alergias, diabetes e obesidade. Para a mãe, o ato de amamentar ajuda na recuperação pós-parto, reduz o risco de hemorragia e diminui as chances de desenvolver câncer de mama, ovário e endométrio.

Programação

A abertura oficial da programação da Campanha Agosto Dourado 2025 acontecerá no próximo dia 6 de agosto, no auditório da Defensoria Pública do Estado (DPE), situada no bairro Renascença, em São Luís. 

A SES, em parceria com o Ministério da Saúde, também realizará no período de 19 a 22 de agosto, as oficinas para qualificação de profissionais da APS e vigilância sanitária para atuarem como multiplicadores e monitoradores da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes, Mamadeiras e Chupetas (NBCAL) e da Estratégia Mulher Trabalhadora que Amamenta (MTA). As oficinas contarão com a participação do Ministério da Saúde.

Além disso, a programação contará ainda com a realização de exposição fotográfica com imagens de mulheres que amamentam e relatos sobre a suas experiências na amamentação de seus filhos.

A exposição será volante e estará presente em diferentes locais como no Edifício Almere Office, localizado no bairro do Calhau, em São Luís, onde fica sediada a Secretaria Adjunta da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde (SAPAPVS-SES), além de maternidades e outros espaços públicos.

Estrutura

O Estado do Maranhão dispõe de quatro Bancos de Leite no total. Em São Luís, mulheres que estão amamentando podem encontrar apoio, tanto para a nutrição de seus filhos, como para a doação de leite humano, no Banco de leite Humano da MACMA; e no Hospital Universitário da UFMA, localizado no Centro de São Luís.

No interior do estado, a assistência é ofertada na Maternidade de Alta Complexidade de Imperatriz (MARI) e na Maternidade Carmosina Coutinho, em Caxias.

Doação de Leite e Frascos

As mulheres que quiserem fazer a doação de leite e de frascos para armazenamento de leite humano, podem recorrer aos bancos de leite do estado. São eles: MACMA, em São Luís; MARI, em Imperatriz; e Maternidade Carmosina Coutinho, em Caxias.

Os frascos a serem doados devem ser de vidro, com tampa rosqueável e de plástico, do tipo café solúvel, com capacidade de 200 a 500 ml.

Além destes pontos fixos, o governo também disponibiliza pontos temporários para recebimento de frascos como no Hospital Genésio Rêgo (Vila Palmeira) e no Hospital Aquiles Lisboa (Bonfim).