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Escuta aí

Eloy Melonio*

Conversar é preciso, e viver também é preciso. E foi assim que nós, da subespécie Homo Sapiens, evoluímos e descobrimos que éramos iguais e inteligentes.

Foi conversando que começamos a nos entender. Mas nunca foi tão fácil conversar como nestes tempos de smartphone e redes sociais. Hoje não se precisa mais ter alguém ali do lado para bater um bom papo. É só pegar o celular ou o notebook, e pronto!

E também foi assim que, de conversa em conversa, percebi aquela mulher de uns 35 anos, com seu celular em punho, conversando, conversando. E todo dia era a mesma coisa.

Geralmente chegamos à pracinha do bairro quase ao mesmo tempo, por volta das seis e vinte da manhã. Ela senta-se num banco da praça, e eu vou direto para os equipamentos de atividade física que ficam numa área específica, a uns oitenta metros de onde ela está.

Para mim, essa parada na praça é parte do trajeto que faço em minhas caminhadas matinais. Para ela, talvez um descanso antes de chegar à casa onde trabalha, que deve ficar nas redondezas. Ou mais do que isso, é hora de “conversar”.

Começo a fazer meus exercícios. E ela, vai logo tirando da bolsa o smartphone. E tome conversa!

Comecei a prestar mais atenção às suas conversas. Porque, mesmo não estando lado a lado, conseguia ouvir boa parte do que ela falava. Mesmo com o vento tentando atrapalhar. Às vezes, falava alto e parecia não ter papas na língua. E sempre ia direto ao assunto.

― Eu não lhe disse que isso não ia dar certo. Agora segure as pontas aí.

Imagino que nossa amiga fala com seus parentes, amigos e conhecidos. Mas o que chama a minha atenção, é a autoridade com que expõe suas ideias, dá seus conselhos, faz suas observações. E cobra atitudes.

― A senhora tem de levar o Pai pra essa consulta. Próstata é coisa séria. Se a senhora não conseguir, vou ter de ir aí falar com ele pessoalmente.

É sempre assim, repreendendo, aconselhando, lembrando… E suas conversas são algo do tipo “sessão de aconselhamento”. E ela interpreta a conversa como se fosse uma consulta com um psicólogo, advogado. Pelo que ouço, seus interlocutores não apenas ouvem suas recomendações, mas obedecem.

― Eu não te disse que era só fazer a proposta que eles aceitariam!

Na segunda-feira, após as eleições, acho que falava com um irmão mais novo. E cobrava dele uma atitude.

― E aí, votou direitinho?

Cheguei até a imaginar que, do outro lado da linha, as pessoas agiam como naquele comercial do posto de combustível. Se alguém precisasse de um conselho, quisesse saber alguma coisa ou resolver algum “pepino”, ouviria da outra o seguinte: Fala com a Terezinha (“Lá no Posto Ypiranga”).

Já somos conhecidos e nos cumprimentamos quando passo pelo seu banquinho. Exceto se percebo que ela está muito concentrada na conversa. Aí ― para não atrapalhar ― finjo que estou olhando para um passarinho numa das muitas árvores da praça.

Dia desses, para minha surpresa, ao passar pela nossa personagem (Terezinha), ouvi o seguinte:

― Eu sabia que isso ia acontecer. Ele não levava a sério a sua doença.

Aí me lembrei do aforismo preferido de Machado de Assis, citado por Barreto Filho em seu “Introdução a Machado de Assis”: “A morte é séria e não admite ironia”.

E assim encerro nossa conversa parafraseando um sábio ditado popular: “Ouve quem quer, obedece quem tem juízo”.

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*Eloy Melonio é professor, escritor, poeta e compositor

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Rádio comunitária Cultura FM prossegue sabatina com os candidatos majoritários no Maranhão

A rádio comunitária Cultura FM, de Paço do Lumiar, município da região metropolitana da ilha de São Luís, conclui hoje a série de entrevistas com os candidatos ao Governo do Maranhão. O entrevistado será Roberto Rocha (PSDB), entre as 14h às 16h e você pode ouvir aqui.

Acesse também pelo aplicativo RádiosNet

Na próxima segunda-feira (24), das 11h às 12h da manhã, começa a série de entrevistas com os candidatos ao Senado e já estão confirmados:

Segunda-feira (24 set): Weverton Rocha (PDT)

Terça-feira (25 set): Eliziane Gama (PPS)

Quarta-feira (26 set): Edison Lobão (PMDB)

Quinta-feira (27 set): Sarney Filho (PV)

Sexta-feira (28 set): Saulo Arcangeli (PSTU)

Sábado (29 set): Saulo Pinto (PSOL)

Desde o dia 14 de setembro a emissora vem realizando sabatina com os candidatos ao governo, após o envio de convite a todos as coordenações de campanha. Foram entrevistados no estúdio Odívio Neto (PSOL), Ramon Zapata (PSTU) e hoje é a vez de Roberto Rocha (PSDB). O governador Flávio Dino (PCdoB), candidato à reeleição, participou da sabatina por telefone. As candidatas Roseana Sarney (PMDB) e Maura Jorge (PSL) não compareceram ao estúdio da emissora nem agendaram a participação à distância.

Lourival Oliveira e Antonio Luis entrevistam Odívio Neto (ao centro)

As entrevistas são realizadas dentro do programa Cultura News, com a participação dos radialistas Neuton Cesar, Antônio Luis e Lourival Oliveira. O diretor da emissora, Claudio Carneiro, afirma que o Jornalismo vem sendo prestigiado na Cultura FM, cumprindo um papel fundamental na comunicação comunitária, conforme determina a legislação.

A rádio comunitária Cultura FM também vai fazer a cobertura da eleição. “Dia 7 de outubro, a equipe de Jornalismo estará nas ruas fazendo o acompanhamento do processo eleitoral e após o encerramento da votação estaremos a postos no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e no cartório eleitoral de Paço do Lumiar informando os boletins de apuração, voto a voto. Toda a programação do domingo será dedicada a cobertura da eleição”, explicou o radialista Antonio Luís.

Os radialistas Antonio Luis Assunção e Neuton Cesar são militantes históricos do movimento de rádios comunitárias e atuam diretamente na Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão. Cesar é diretor de Relações Institucionais e Assunção integra na atual gestão o Conselho Fiscal, tendo sido diretor em outros mandatos da Abraço.

Todos os candidatos estão sendo indagados sobre políticas de comunicação e especificamente quais os compromissos e propostas que incidem sobre a relação entre governo e rádios comunitárias. Os candidatos ao Senado serão questionados sobre os projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional visando ampliar a potência das rádios comunitárias, permitir publicidade do comércio local e isentar as emissoras do pagamento do Ecad, entre outras proposições.

As entrevistas têm duração de uma hora, das 11h às 12h. No primeiro bloco os candidatos ao governo responderam sobre temas específicos como saúde, educação, saneamento básico e outros, mediante sorteio realizado ao vivo, no estúdio. No segundo bloco os concorrentes ao Palácio dos Leões foram indagados pelos apresentadores com perguntas livres. As entrevistas também tiveram abertura aos questionamentos dos ouvintes, que participaram ao vivo por telefone ou mediante perguntas enviadas nas redes sociais da emissora.

O formato da entrevista com os candidatos ao Senado será definido neste fim de semana, mas deve manter padrão aproximado da sabatina com os pretendentes ao governo.

Imagem do topo: Antonio Luís, Ramon Zapata, Saulo Arcangeli, Lourival Oliveira e Neuton Cesar

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“Acreditar, eu não”

Eloy Melonio

Acreditar ou não acreditar é, hoje, um dos dilemas mais difíceis dos usuários das redes sociais.

Não resta dúvida que “acreditar” é o verbo do momento. Compete com alguns poucos ao posto de “o mais importante” do universo digital. Entre eles, “empoderar” (que só consta em versões atualizadas dos dicionários), “seguir”, “pontuar”… e “coach” (sem versão em português). Este, inclusive, chamou minha atenção numa placa na parede de um prédio que dizia: I am coaching kids.

E assim, numa das acepções do Aurélio, acreditar é “confiar”. E é exatamente aí que mora o problema: confiar em quem, ou confiar em quê?

A torcida do Atlético-MG adotou o lema “Eu acredito” a partir da Copa Libertadores das Américas de 2013. E quando esse grito ecoava nas arquibancadas, torcida e time se fortaleciam para superar situações adversas e se enchiam de confiança na conquista do tão sonhado título inédito. E não é que deu certo!

Não obstante, acreditar, especialmente em coisas veiculadas nas redes sociais, não é tão simples ou seguro. É que hoje pisamos em terreno fértil para a disseminação de notícias falsas. Com o advento da comunicação digital, a verdade anda meio perdida num cipoal de dúvidas e confusão. Mente-se com a cara de pau de um malandro do bar da esquina. Planta-se uma mentira como quem planta uma semente de girassol.

Na propaganda gratuita na TV, a fala solta dos candidatos a presidente se enche de promessas que, sem nenhum filtro, chegam a milhões de lares por todo o país. Não estou dizendo que mentem antecipadamente, mas apenas lembrando que o que dizem hoje já foi dito ontem. Daí a dúvida dos eleitores. Se fizerem 50% do que prometem, nosso país entrará, em apenas quatro anos, para a rol dos desenvolvidos.

Com a mesma percepção, Tadeu Schmidt, apresentador dos Gols do Fantástico (9-9-2018), depois de ouvir algumas promessas do cavalinho do Internacional, forte candidato ao título do Campeonato Brasileiro, retrucou cético: “Qué isso, cavalinho? Parece até candidato!”

Minha inquietação é com a facilidade com que as pessoas, nas famigeradas redes sociais, repassam notícias sem nenhum filtro ou verificação da fonte. As “fake news” viajam na velocidade da luz em todas as direções. É com razão que o poeta detona: “Desconfio que estou ficando louco… /Tanta coisa me passa na cabeça,/ Que se senso me resta é já bem pouco.” (Via-Sacra e Outros Poemas, Marcelo Gama). Parece que o velho bom senso anda mesmo sumido nestes tempos de “passa-repassa”.

Um contato do WhatsApp me enviou um texto, pedindo que eu o repassasse. Respondi-lhe prontamente: “Não creio que este texto seja do juiz Sérgio Moro. Por dois motivos simples: ele não se inclinaria a falar abertamente sobre um assunto tão baixo, e o texto contém erros gramaticais secundários, o que não seria típico de um juiz de sua categoria”. E alfinetei: fake texto é fake news. Sua resposta, curta e seca: “É. Pode ser”.

Esse “pode ser” revela que ele não tinha certeza do que estava repassando. E, mesmo assim, não se limitou a verificar se o texto (e o contexto) fazia mesmo algum sentido. Ao contrário, de forma compulsiva e inescrupulosa, empenhou-se em “repassar” e pedir aos destinatários que fizessem o mesmo. E assim, mais uma vez recorro à poesia para elucidar tal atitude: “Enquanto a mentira berra, a verdade sussurra” (poema “A verdade e a mentira”, de Augusto Pellegrini).

As celebridades ― e agora os “digital influencers” ― gabam-se de ter milhares ou milhões de seguidores, cifras de dar inveja a Jesus Cristo. E com esse poder em seus dedinhos, vendem seus conteúdos (se possível, exagerando) para propagar pontos que visam a empoderar seus contratantes, em geral políticos e partidos. E de tal forma, o poder das palavras (e sua reputação) nunca esteve em tão alta evidência! Hoje todo mundo sabe tudo sobre todo mundo e sobre todas as coisas.

E assim, arrisco-me apenas a, de forma irônica, parafrasear uma citação de Latino Coelho: “De todas as artes a mais influenciadora, a mais empoderada, a mais lucrativa, é sem dúvida a arte da mentira”*.

Recorrendo mais uma vez à poesia, exalto o primeiro verso de um grande samba da saudosa Dona Ivone Lara: “Acreditar, eu não”. Dito isto, seria de bom alvitre se não nos deixássemos enganar por notícias que não têm raízes em fonte fidedigna, no bom senso ou na coerência.

Acredite ou não, confiar no que se lê e no que se ouve por aí está ficando cada vez mais perigoso.

Eloy Melonio é professor, escritor, compositor e poeta

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(*) “De todas as artes a mais bela, a mais expressiva, a mais difícil, é sem dúvida a arte da palavra.” (Latino Coelho, A Oração da Coroa)

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Ramon Zapata recebe documento “Mais que promessas: compromissos reais com a infância e a adolescência no Brasil”

O candidato ao governo do Maranhão pelo PSTU, Ramon Zapata, sua vice Nicinha Durans, o candidato ao senado federal Saulo Arcangeli e a candidata a deputada estadual Conceição estiveram presentes na sede da Unicef assinando o documento “Mais que promessas: compromissos reais com a infância e a adolescência no Brasil”.

O documento foi apresentado pela coordenadora da Unicef na Amazônia, Anyoli Senabria. Na ocasião Ramon Zapata apresentou o programa do PSTU voltado para a criança e o adolescente, além de apontar as lutas que o PSTU travou contra a proposta de redução da maioridade penal e a defesa e garantia do Estatuto da Criança e do Adolescente, as diversas denúncias de trabalho escravo infantil e contra o genocídio da juventude negra.

O PSTU se comprometeu com o documento que apresenta propostas de políticas públicas voltadas para este público, mas enfatizou que a raiz do problema está no modelo de sociedade que visa o lucro em detrimento da vida.

Foto: divulgação

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Federação de Umbanda e Cultos Afros pede investigação sobre vandalismo em terreiro no Sá Viana

A Federação de Umbanda e Cultos Afros do Maranhão, através do presidente interino – Givanilson Santos Avelar – emitiu nota de repúdio para lamentar o ato ocorrido nas primeiras horas da manha desta segunda feira (3), que resultou na depredação do Terreiro de Matão Deus é Quem Guia, localizado no bairro Sá Viana.

“É inadmissível que, na atualidade, sejamos surpreendidos com o comportamento de pessoas intolerantes e preconceituosas em relação aos cultos afro descentes. Enquanto entidade só nos resta lamentar, denunciar e acompanhar o trabalho das autoridades competentes para que um ato criminoso como esse não fique impune”, declarou o presidente.

Registrado na Delegacia da Vila Embratel pelo pai Jorge, de pronto o caso foi  levado ao conhecimento da Secretaria de Segurança Pública, na pessoa do próprio secretário – Jefferson Portela. Bastante indignado, o secretário determinou que a Delegacia Geral adotasse todos os procedimentos cabíveis a fim de que o baderneiro seja identificado e responda pelos prejuízos materiais ocasionados.

É oportuno salientar que a Constituição prevê a liberdade de religião, e a Igreja e o Estado estão oficialmente separados, sendo o Brasil um Estado laico. A legislação brasileira proíbe qualquer tipo de intolerância religiosa, sendo a prática religiosa geralmente livre no país, cuja Lei nº 7.716/89, alterada pela Lei nº 9.459/97 considera crime a prática de discriminação ou preconceito contra religiões. Veja abaixo na íntegra a nota emitida pela entidade.

Foto: depredação no Terreiro de Matão Deus é Quem Guia / divulgação

NOTA DE REPÚDIO

A Federação de Umbanda e Cultos Afros do Maranhão – através do seu presidente interino – Givalnilson Santos Avelar – vem de público repudiar o ato de vandalismo ocorrido na madrugada de segunda feira (3), que teve como vítima o terreiro de Matão Deus é Quem Guia, localizado no bairro do Sá Viana, sob o comando do Pai Jorge.

O caso já foi denunciado às autoridades competentes e enquanto entidade estaremos de perto acompanhando a apuração e punição dos responsáveis ou responsável.

São Luís, 03 de setembro de 2018.

Givanilson Santos Avelar.

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O talento musical de Fernando Atalaia

O cantor, compositor, músico, poeta, jornalista e produtor cultural maranhense Fernando Atallaia lançou seu mais novo sucesso, “A Noite”, balada que já vem fazendo a cabeça dos apreciadores da boa música do Maranhão. Fernando é autor de mais de 400 canções, nos mais variados ritmos e estilos.

Editor-chefe do site Agência de Notícias Baluarte, “A Noite” já pode ser ouvida e vista no canal da B Music, no Youtube.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=40&v=_QxmMWHlcEY

O disco do artista sai nas lojas especializadas de todo o país em dezembro.

Fonte: Blog Daniel Matos

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Hertz Dias, maranhense candidato à vice-presidência pelo PSTU, faz campanha em São Luís

O professor e rapper Hertz Dias de 47 anos, candidato a vice presidente pelo PSTU chega em São Luís nesta quinta para agenda de campanha. Ele é companheiro de chapa de Vera, operária sapateira de 50 anos e juntos formam a única chapa 100% negra que disputa a Presidência do país.

Na quinta ele participa de panfletagem na feira do João Paulo e de lançamento da candidatura de Saulo Arcangeli para o Senado do Maranhão. Na sexta faz campanha na Rua da Vala, local onde mora a outra candidata do PSTU ao Senado, Preta Lu.

Hertz e Vera possuem 2% dos votos no Estado segundo pesquisa Ibope e recentemente polemizaram com as falas racistas do vice de Bolsonaro que atribui o atraso do país aos negros e indios. O PSTU ajuizou representação junto ao Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos, da Saúde e da Proteção Social do Ministério Público do Rio Grande do Sul contra o General Mourão, pré-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), por crime de racismo.

“Repudiamos a fala do General. Esse tipo de postura reforça o preconceito, o racismo e a injustiça contra os indígenas e o povo negro. Seu comentário demostra que, assim como Bolsonaro, Mourão não conhece a história do Brasil. Temos uma dívida histórica com os índios e com os negros escravizados. A fala do General é racista e demonstra preconceito étnico. Exigimos apuração e que sejam tomadas as providências cabíveis”, afirmaram Vera e Hertz.

Hertz Dias finaliza a visita ao Maranhão com caminhada no bairro negro da Liberdade no domingo com a presença dos candidatos ao Governo do Estado Ramon Zapata e Nicinha Durans.

Foto / divulgação: Chapa do PSTU Vera e Hertz

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Encontro com apaixonados por Flávio Dino e Roseana Sarney

No mesmo lugar, em momentos distintos, encontrei duas pessoas apaixonadas por suas respectivas candidaturas: Flávio Dino (PCdoB) e Roseana Sarney (PMDB).

Cada uma elogiava efusivamente a sua escolha e defendia o voto na volta da “guerreira” ou na continuidade da mudança.

Eleição é isso, momento de exacerbação das paixões e enaltecimento dos afetos.

Após ouvir meus interlocutores, elaborei esse texto para indagar os leitores sobre o real interesse de uma eleição fundamental para o Maranhão.

Fundamental por dois motivos: 1) pode impor uma derrota quase sem volta à pessoa José Sarney (devido ao tempo), mas não ao sarneísmo; 2) no caso da reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB), implica em especular sobre o futuro do Maranhão pós-segundo mandato dinista.

Vendo os links de blogs em grupos de whats app, quase todas das candidaturas disponibilizam notícias sobre eventos dos mais variados tipos.

O candidato “x” fez isso e aquilo, o “y” recebeu apoio deste ou daquele prefeito, o “z” celebra a adesão de deputados e lideranças… e por aí vai.

Outra parte do noticiário dedica-se aos ataques pessoais, algumas vezes emoldurados em “fake news”, com o objetivo de atingir a honra das pessoas.

O Maranhão de 2018 ainda guarda resquícios do passado, da política anacrônica, dos maus hábitos que só prejudicam o interesse público.

O que tem a dizer Roseana Sarney, depois de quase 50 anos em que sua família dominou o Maranhão?

Roberto Rocha cresceu em mordomias. Filho de governador, tem convicção de que o Palácio dos Leões tem de ser a sua morada, novamente, por obrigação do povo.

A eleição polarizada entre Flávio Dino e Roseana Sarney oculta outras candidaturas relevantes, como as do PSOL e PSTU, por exemplo. Eles têm o que dizer e propor e precisam ser ouvidos e noticiados, a bem do interesse público e da democracia.

O PCdoB do governador Flávio Dino reeditou os “Diálogos pelo Maranhão” de 2014 e fez as “Escutas Territoriais”. Espera-se que destes eventos saia um programa de governo consistente e amplamente divulgado.

Mas, até agora, ganharam visibilidade a política de alianças, o jogo da demonstração de forças das coligações que reúnem o maior número de partidos, os insultos e as agressões, fake news e todas as outras armas de antigamente.

Ter muitos partidos aliados nem sempre é o caminho da vitória com sucesso. Veja-se o exemplo de Lula/PT com o PMDB, ainda por cima achando que as Organizações Globo eram amigas do PT…

Josimar Maranhãozinho está engajado em qual mudança?!

Enfim, o que menos se debate é programa de governo, as diretrizes, caminhos e metas para o Maranhão se desenvolver.

Priorizam-se as fórmulas mágicas dos programas de TV, as famosas maquetes e promessas de sempre, desprezando o debate essencial para o interesse público.

Penso que nesta eleição devemos exigir o bom debate, pautado em programas de governo, como deve ser uma eleição.

Deixar que a terra arrasada domine o pleito só serve para despolitizar a política.

Voltando aos meus interlocutores apaixonados do início do texto, disse a eles que não sou obrigado a escolher entre os candidatos ao Senado Edison Lobão/Sarney Filho x Roberto Rocha Eliziane Gama, sob o argumento de que precisamos derrotar o coronel de qualquer jeito.

Esse pragmatismo e as paixões exacerbadas resultaram no golpe e em outros despautérios.

É óbvio que entre Flávio Dino e a volta de Roseana Sarney existem diferenças abissais e não há qualquer chance de votar no passado. Aposto na reeleição do governador.

Mas, não basta um ajuste ao pragmatismo eleitoral. Queremos de fato e concretamente, no programa de governo e na condução da gestão, um contraponto real a José Sarney e à sua herança maldita – o sarneísmo.

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PT volta atrás e mantém calendário original do Encontro de Tática Eleitoral no Maranhão

A política é dinâmica.

Em 24 horas o PT nacional mudou novamente a data do Encontro de Tática Eleitoral.

Está valendo, portanto, o calendário inicial e a data de 27 de julho e não mais dia 2 de agosto.

Segundo o presidente do PT no Maranhão, Augusto Lobato, a decisão de retomar o calendário original foi resultado de um pedido dele à presidente do PT nacional, Gleisi Hoffman.

Até a presente hora e data está valendo o dia 27 de julho para o PT do Maranhão decidir sobre coligação e definição de candidaturas.

A tendência da maioria das forças petistas no Maranhão é apoiar o governador Flávio Dino (PCdoB) no projeto da reeleição.

Candidatura própria do PT não passa de boato.

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PT nacional adia decisão sobre coligações no Maranhão e mais 7 estados

O Encontro de Tática Eleitoral do PT no Maranhão seria realizado em 27 de julho, véspera da convenção que vai homologar a chapa liderada pelo governador Flávio Dino (PCdoB), mas foi adiado para 2 de agosto.

A postergação ocorre para acertar a negociação nacional entre o PT, o PCdoB e o PSB em torno da candidatura presidencial petista. A mudança de data visa mexer no tabuleiro e pressionar os comunistas e os socialistas a desistirem do apoio ao presidenciável Ciro Gomes (PDT).

Segundo a nota da Comissão Executiva Nacional do PT, a negociação nacional pode afetar os acertos nos estados, mudando as alianças locais.

O PT vai lutar até o fim para registrar o nome de Lula na disputa presidencial e quer a adesão do PCdoB e PSB à candidatura petista, mesmo que Lula seja trocado por outro candidato durante a campanha.

Apesar do adiamento do Encontro de Tática Eleitoral, no Maranhão a maioria do PT defende aliança com o governador Flávio Dino e a hipótese de candidatura própria está descartada.

Veja abaixo a resolução da Executiva Nacional do PT.

Resolução sobre Adiamento dos Encontros Estaduais dos Estados do Amazonas, Amapá, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Tocantins e Rondônia,

Considerando que o processo de negociação com PSB e PCdoB quanto ao apoio formal à candidatura do PT à Presidência da República ainda está em andamento, sem perspectivas de conclusão no curto prazo;

Considerando que os Encontros Estaduais que podem ser afetados por esta negociação devem ser realizados após a conclusão da mesma;

A Comissão Executiva Nacional do PT decide:

Os Encontros Estaduais de Tática Eleitoral e Definição de Candidaturas do PT nos Estados do Amazonas, Amapá, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Tocantins e Rondônia, ficam transferidos para o dia 02/08/2018.

São Paulo, 20 de julho de 2018.

Comissão Executiva Nacional do PT

Imagem retirada neste site