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Boi de Guimarães e encontro de vimarenses no Casa d’Arte

Pelo segundo ano consecutivo, o Bumba-meu-boi de Guimarães se apresentará no Casa d’Arte Centro de Cultura. A apresentação, que faz parte do projeto No caminho do farol e das comemorações dos 5 anos do espaço, acontecerá no próximo dia 27 de junho, às 20h, durante a temporada de brincadeiras, na capital.

O Bumba-meu-boi de Guimarães, que é um dos grandes expoentes do sotaque de zabumba (existe há pelo menos três gerações), é procedente do Quilombo de Damásio, localizado na zona rural da cidade de Guimarães, interior do Maranhão.

Em 2018, a apresentação do Boi, no Casa d’Arte reuniu diversos vimarenses (nome que é dado a pessoa nascida na cidade de Guimarães), com a finalidade de fortalecer a brincadeira, que teve poucos convites para brincar na capital, e que através de uma campanha colaborativa conseguiu arrecadar fundos para a permanência do grupo, na ilha.

Este ano a campanha continua, para que o Boi possa alegrar, mais e mais arraiais da grande Ilha. E o encontro no Casa d’Arte, neste ano, já deve virar tradição de encontro de admiradores da região e daquele Sotaque de Zabumba.

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Nota de solidariedade ao Blog do Ed Wilson

Iniciativa de um grupo de professores, profissionais de Comunicação e leitores, a nota de solidariedade (abaixo) refuta os ataques disparados contra este jornalista depois da publicação de uma reportagem sobre desvio de recursos na construção do campus da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), na cidade de Balsas.

A reportagem do Blog do Ed Wilson, baseada em documentos e fontes seguras, revela os detalhes sobre a má gestão do dinheiro público na referida obra.

Após a publicação, surgiram postagens atacando o autor e não o conteúdo. É uma tática antiga e infrutífera. Afinal, quem briga com a verdade e a realidade, sempre perde.

Fico imensamente grato a tod@s que se manifestaram em defesa do Jornalismo.

Veja a nota:

Caro cidadão, jornalista, radialista e professor Ed Wilson

Estamos percebendo o que estão tentando fazer com o seu nome por conta da má prática que se estabelece em algumas instituições em momento de acirramento  de campanhas pela disputa de poder.

Acusaram-no do que não fez. Tentam confundir para não se obrigarem a explicar.

Suas matérias, publicadas no seu blog e em outros meios, sempre demonstram preocupação social, base em fatos e rara qualidade linguística.

Continue assim. A polêmica é própria da política e do jornalismo, mas temos que saber ler (e ver) as coisas e entender que o bom texto prevalece em relação a discursos agressivos baseados no poder financeiro.

Conte com o nosso apoio.

Carlos Agostinho Couto (UFMA)

Saturnino Moreira (UEMA)

Larissa Leda Rocha (UFMA)

Welbson Madeira (UFMA)

José Luís Diniz (ASCOM/MPMA)

Hélder Machado Passos (UFMA)

Marcos Franco Couto (jornalista – Balsas/MA)

Márcia Coimbra  (jornalista – São Luís/MA)

Luís Carlos (Servidor Público Federal)

Antonio Gonçalves (presidente do ANDES)

Marly Dias (UFMA)

Carol Libério (UFMA)

Flávia Moura (UFMA)

Ramon Bezerra (UFMA)

Rose Ferreira (UFMA)

José Reinaldo Martins (jornalista – São Luís)

Tarcísio Ferreira (UFMA)

Sílvio Rogério (UFMA)

Luciene Amorim (IFMA)

Letícia Cardoso (UFMA)

Márcio Monteiro (UFMA)

Danusa Ferreira  (professora rede estadual)

Mayron Regis (jornalista)

Marcellus Ribeiro Alves (secretário estadual da Fazenda )

Paulo César do Vale Madeira (juiz de Direito/ Amapá)

Giovana Pelella (assistente social)

Celijon Ramos (economista)

Carlos Benalves (UFMA)

Juliana Eugênio (jornalista – Imperatriz/MA)

Beto Matuck (cienasta)

Isabel Aquino (jornalista – São Luís/MA)

Josinaldo da Luz (Economista)

Eloy Natan (presidente do Sindicato dos Bancários)

Thaisa Bueno (UFMA/Imperatriz)

Flavia Regina Melo (jornalista, editora do blog Buliçoso)

Emilio Azevedo (jornalista – Vias de Fato)

Moisés Mathias (jornalista)

Daniel Lemos Cerqueira (UFMA/UEMA/UNIRIO)

Prof. Guilherme Ávila (UFMA/Universidade Nova de Lisboa)

Sirliane Paiva (Apruma/UFMA)

Joana Coutinho (UFMA)

Arleth Santos Borges (UFMA)

Maria Mary Ferreira (UFMA)

Ana Maria Lima (UFMA)

Silvana Martins de Araújo (UFMA)

Juliana Carvalho M. Teixeira (UFMA)

Micael Carvalho (COLUN/UFMA)

Cibelle Cristina Lopes e Silva (UFMA)

Lucelma Silva Braga (UFMA)

Marise Marçalina de Castro da Silva Rosa (UFMA)

Ana Paula Ribeiro de Sousa (UFMA)

Maria da Glória Serra Pinto de Alencar (UFMA)

Elena Steinhorst Damasceno (UFMA)

Diana Costa Diniz (UFMA)

Wescley Fernandes (UFMA)

Denise Bessa (UFMA)

Luiz Eduardo Neves dos Santos (UFMA)

Rosana Mendes Eleres de Figueiredo (UFMA)

James Araújo (UFMA)

Claudio Anselmo de Sousa Mendonça (COLUN/UFMA)

Willame Policarpo (jornalista e diretor da rádio comunitária Tropical, de Santa Luzia do Paruá)

Élida Neiva Guedes (UFMA)

Bartolomeu Rodrigues Mendonça (COLUN/UFMA)

Nilton Ericeira (Radialista – DRT 0001895/MA e estudante UFMA)

Paulo Melo Sousa (Jornalista – São Luís)

Junior Catatau (IFMA)

Marcos Figueiredo (UFMA)

Walkir Marinho (jornalista – São Luís)

Joanita Mota Ataíde (professora aposentada – UFMA)

Franklin Douglas (UEMA/IMEC)

Franci Gomes Cardoso (UFMA)

Claudia Santiago (jornalista, Núcleo Piratininga de Comunicação, Rio de Janeiro)

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ObEEC lança coletânea sobre Experiências Expandidas em Comunicação nesta quarta, 19

Grupo de Pesquisa do Departamento de Comunicação lança e-book com participação de professores da UFMA e de outras universidade brasileiras; evento também terá ensaio fotográfico poético, produzido pelas turmas de Direção de Artes e Direção de Fotografia

O ObEEC (Observatório de Experiências Expandidas em Comunicação), do Departamento de Comunicação da UFMA, lança nesta quarta-feira, dia 19 de junho, às 17h, no anfiteatro de Comunicação (Centro de Ciências Sociais – CCSo), resultado de pesquisas realizadas nos últimos anos por professores do campo da Comunicação da UFMA e de outras universidade brasileiras, como a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Universidade Federal de Santa Maria, do Rio Grande do Sul (veja abaixo a lista de autores(as).

De acordo com o coordenador do ObEEC, professor doutor Márcio Leonardo Monteiro, o evento reforça a importância da pesquisa em Comunicação no contexto social, histórico e político do Brasil contemporâneo. “O lançamento desta coletânea é significativa no momento político em que a universidade pública está inserida neste contexto de riscos e retrocessos. Acreditamos que com a pesquisa e a divulgação científica, podemos mostrar à sociedade a importância do fomento para a continuidade dos nossos trabalhos”.

Na ocasião, também será apresentado o ensaio poético fotográfico intitulado Persona(s), realizado por estudantes do curso de Rádio e Televisão, resultado das disciplinas de Direção de Artes e de Direção de Fotografia, ambas ministradas pela professora doutora Patrícia Azambuja. Segundo a professora, o ensaio performa plasticamente possibilidades de existência humana com anseios, alegrias, medos, questões individuais e coletivas. “Cada aluno/fotógrafo buscou apossar-se, pelo viés criativo, das experiências das vida”, explica a docente.

O evento começa às 17h e terá uma performance dos estudantes e uma mesa de lançamento do livro. A entrada é gratuita e não precisa de inscrição prévia. Participe!

Lista dos(as) autores(as):

Autores:

Ana Carolina Escosteguy

Ana Paula Pereira Coelho

Ed Wilson Ferreira Araújo

Flávia de Almeida Moura (org)

Francine Tavares

Larissa Leda F. Rocha

Letícia Conceição M. Cardoso

Marcio Monteiro

Melissa Moreira Rabelo

Patrícia Azambuja

Ramon Bezerra Costa

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Penalva se destaca nas mobilizações em defesa da Educação e aposentadoria digna

Cidade localizada na Baixada Maranhense, Penalva teve bom desempenho nas mobilizações realizadas em 30 de maio e 14 de junho (dia da greve geral), ambos marcados por grandes concentrações de estudantes e outros segmentos da população do município.

Na greve geral as atividades reuniram aproximadamente 1.500 participantes, com atos culturais e políticos desde as 17h até 22h, organizados pelo Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsemp), Colônia de Pescadores Z-23 e Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais.

A programação teve discursos das lideranças, protestos dos sindicalistas e estudantes, apresentação do grupo de capoeira Campo de Mandinga, do município de Viana, sob a coordenação do mestre Zequinha, dança portuguesa e vários cantadores de boi que apresentaram composições com versos críticos sobre a reforma da Previdência e as medidas do governo federal que cortam verbas da Educação.

As imagens e os relatos em áudio e vídeo postados nas redes sociais demonstram uma expressiva participação dos estudantes, professores e trabalhadores de várias categorias nas duas manifestações dos dias 30 de maio e 14 de junho.

Segundo os professores e dirigentes do Sindsemp, Gonçalo Mendes Neto e Amarildo Silveira Pereira, a participação preencheu as expectativas dos organizadores. “Os estudantes foram para as ruas com faixas, cartazes e gritos de guerra demonstrar a insatisfação contra os cortes na Educação. Eles sabem os reais motivos pelos quais estão se manifestando”, detalhou o educador Mendes Neto.

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Apruma conquista reabertura de prazo para preenchimento do Plano Individual Docente

A Apruma tomou conhecimento do grande número de professoras e professores da UFMA que não chegou a preencher e encaminhar seu Plano Individual Docente (PID), ferramenta obrigatória e indispensável para elaboração do Planejamento Acadêmico.

Com isso, o Sindicato recorreu à Administração Superior para que reabrisse prazo para suprir essa lacuna, já que muitos professores julgaram ser dispensável o preenchimento.

Para que houvesse tempo hábil de conclusão dos processos, a Administração Superior decidiu, consultado o NTI, reabrir a plataforma durante DOIS DIAS NA PRÓXIMA SEMANA (entre os dias 17 e 21 de junho).

Várias reuniões foram feitas para resolver o problema. “Tivemos reunião com a Pró-reitoria de Ensino (PROEN) dia 24 de maio; não chegamos a uma solução, com a resistência à necessária reabertura da plataforma para que os professores pudessem fazer seus PIDs. Buscamos então reunir com a Reitoria para que interviesse e chegássemos a uma solução. Essa reunião aconteceu dia 28. A reitoria resolveu por uma nova reunião entre a própria Reitoria, a PROEN, e nós do Sindicato, que deixamos claro que não aceitaríamos que o docente fosse prejudicado. Este encontro aconteceu dia 6 de junho, inclusive com a presença de um técnico do NTI (Núcleo de Tecnologia da Informação) para avaliar a possibilidade de reabertura da plataforma”, explica Sirliane Paiva, presidente da APRUMA.

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Greve geral terá mobilizações e atos públicos em várias cidades do Maranhão

Diversas categorias de tralhadores vão realizar várias atividades nessa sexta-feira, 14 de junho, integrados à Greve Geral convocada pelas centrais sindicais, movimentos sociais e organizações de estudantes.

Em São Luís haverá concentração no Bacanga, a partir das 5 horas, e na Vila Itamar, na BR-135. À tarde, 13 horas, está previsto um ato público na praça Deodoro, em São Luís.

Outras cidades do Maranhão organizam mobilizações para denunciar os cortes de gastos na Educação, a reforma da Previdência e a retirada de direitos dos trabalhadores.

Também estão confirmadas paralisações em locais de trabalho como Caema, Eletronorte, órgãos do serviço público federal, bancários.

A greve geral é a terceira manifestação unificada de trabalhadores, estudantes e movimentos sociais. Nos dias 15 e 30 de maio milhões de pessoas se manifestaram em todo o país em defesa da Educação pública, do emprego com direitos assegurados e aposentadoria digna.

Os organizadores da greve esperam a adesão de um publico bem maior que os anteriores, considerando os novos fatos que revelam acordos subterrâneos da operação Lava Jato envolvendo o juiz Sergio Moro e o procurador Daltan Dallagnol.

Além da capital maranhense, diversas cidades pelo estado vêm articulando ações para a greve geral.

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Polícia Federal investiga desvios de R$ 4 milhões em obras no campus de Balsas até 2015

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio da Prefeitura de Campus (Precam), como resultado dos processos 23115.000050/2019-13, 23115.000052/2019-11, 23115.007604/2019-11, 23115.008495/2019-41 e 23115.009052/2019-78, encaminhou um relatório respondendo à solicitação da Polícia Federal (Ofício nº 005/2019/SETEC/SR/PF/MA), que investiga uma série de desvios em obras no campus de Balsas (região sul do Maranhão) na gestão de ex-reitor reeleito (2007-2015).

O modus operandi para desviar recursos tem semelhanças com o que aconteceu em outras construções mal executadas, inacabadas ou abandonadas, a exemplo do prédio da Biblioteca Central, em frente ao principal portão do campus do Bacanga, em São Luís.

Em Balsas, a lista de obras licitadas inclui as seguintes construções: pórtico de entrada (muro, cerca, guarita, subestação 75 KVA), casa de apoio, perfuração de poço artesiano de 350 metros, bloco de sala de aula, laboratório de ensino e pesquisa, centro administrativo, urbanizações, complementação da obra do centro administrativo.  As obras são de responsabilidade de duas construtoras antes beneficiadas com recursos do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – Reuni, iniciado em 2007.

Segundo os documentos em posse da Polícia Federal, o prejuízo é de R$ 4.227.201,19 (quatro milhões, duzentos e vinte sete mil, duzentos e um reais e dezenove centavos), resultado de pagamentos feitos por serviços não executados, possível antecipação de pagamentos, “fabricação” de aditivos, medições incompatíveis com a área construída, desvio de valor do aditivo da obra para pagamento de funcionários, atrasos na execução e entrega, desacordo entre os serviços executados e as especificações técnicas, projeto arquitetônico incompleto, pagamento de adiantamento injustificado, valor pago não condizente com os serviços executados, ritmo de obra incompatível com o cronograma e serviços pagos sem a devida comprovação.

Entre as irregularidades apontadas, consta o desvio de recurso do aditivo da obra do Restaurante Universitário Terceirizado de Bacabal para pagar funcionários das obras do Prédio Administrativo de Balsas, pela construtora BS.

O documento encaminhado à Polícia Federal descreve o Relatório nº 02/2014, no qual consta o depoimento do Fiscal Residente de Balsas, que aponta o pagamento integral de obras não concluídas (página 2).

O Reitor da época é mencionado em uma circunstância nada condizente com a suposta eficácia atribuída a ele por seus seguidores. Segundo o Fiscal Residente, era preciso inaugurar o Centro Administrativo mesmo sabendo que a obra só estava pronta “pela metade”, atesta o relatório.

A morosidade nos trabalhos e a falta de conclusão das obras geram consequências nocivas ao desempenho acadêmico da UFMA porque a infraestrutura é um quesito fundamental na avaliação de cursos (Decreto 9235, de 15 de dezembro de 2017). “O Campus Provisório conta com infraestrutura insuficiente para funcionamento a contento. Por conta disso, atualmente, acontecem apenas 80 (oitenta) entradas anuais, quantidade muito inferior àquela anteriormente acordada junto ao MEC”, explicita o relatório (página 2), apontando que a instituição pode sofrer sanções administrativas e ficar impedida de emitir diplomas dos cursos.

Os serviços pagos e não executados resultaram em prejuízos gritantes à UFMA, conforme registra o relatório em posse da Polícia Federal. Uma licitação (Concorrência nº 10/2016-CEL/PCU – SIDEC nº 10/2016) para complementação do Centro Administrativo de Balsas, vencida pela empresa Zurc – Saneamento e Construções Ltda, foi orçada em R$ 1.903.679,98 (Um milhão, novecentos e três mil, seiscentos e setenta e nove reais e noventa e oito centavos), mas para concluir a obra era necessário R$ 343.371,81 (Trezentos e quarenta e três mil, trezentos e setenta e um reais e oitenta e um centavos), uma diferença de 82%.

A Zurc Saneamento e Construções foi processada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) após investigação pela prática de submeter os trabalhadores a condições análogas à escravidão.

As revelações sobre Balsas são desdobramentos das ações dos órgãos de fiscalização e controle nas obras iniciadas e não concluídas pela gestão passada. Os indícios já haviam sido apontados no relatório da Controladoria Geral da União (CGU), que fez várias recomendações à UFMA.

O diretor do campus de Balsas, ex-diretor de outros campi, imputa ao ex-Reitor a responsabilidade pelas obras inacabadas do Reuni em Balsas, quando entrevistado no processo que deu origem à investigação da Polícia Federal.

O QUE DIZ O EX-REITOR

O blog encaminhou um questionário com cinco perguntas à Assessoria de Imprensa do ex-Reitor solicitando esclarecimentos sobre o relatório. Em resposta, por meio de nota, o agora candidato à Reitoria afirmou que desconhece as irregularidades apontadas e os relatórios onde constam as denúncias. “Apesar de desconhecer as irregularidades suscitadas, assim como o documento que as indicaria, afirmo que, durante a minha gestão, concluída em 13 de novembro de 2015, todos os atos praticados observaram fielmente a lei, o decoro e a probidade, sendo aprovadas todas as minhas contas, sem que se apontasse quaisquer indícios de fatos capazes de macular o meu trabalho à frente da Reitoria da UFMA, inclusive quanto às contas relativas aos períodos da obra do Campus de Balsas”, explicou.

O ex-Reitor também reconhece na nota que as obras não foram concluídas. “Tenho acompanhado pela mídia, é verdade, que, mesmo passados quase 04 (quatro) anos do encerramento do meu mandato, a construção do Campus de Balsas, até a presente data, não foi entregue”, registrou.

OPERADORES FORAM EXONERADOS

O esquema nas obras tinha operadores em vários níveis. A fiscalização realizada pela Precam era um setor estratégico, sob o comando de um ex-candidato a vereador em Barra do Corda pelo Partido Liberal, imortal na Academia Barra-Cordense de Letras e ex-secretário municipal na mesma cidade. Ele foi lotado na Reitoria em 2012, em cargo de comissão, mesmo já respondendo processo em uma fundação de apoio da UFMA e no cargo de secretário em Barra do Corda. Em 24/04/2017 o fiscal foi exonerado da Precam pela Reitora atual.

Já o diretor do Departamento de Projetos e Obras da Precam, técnico administrativo da Funasa (ingresso em 1984), foi cedido para o Hospital Universitário da UFMA (2002-2008) e depois levado para a Precam (2009-2016) também pelo ex-Reitor. Na obra abandonada da Biblioteca Central, ele era ao mesmo tempo fiscal e responsável por uma empresa terceirizada pela empreiteira contratada para executar a obra. Em 2016 foi exonerado da Precam pela atual Reitora. Esses fatos relacionados ao diretor do Departamento de Projetos e Obras também constam do relatório da Controladoria Geral da União (CGU)

O prefeito de Campus à época, também exonerado, era chefe imediato dos dois operadores citados acima. Há sinais de que teria enriquecido e aplicado o dinheiro em uma grife de sorveterias com loja no shopping mais luxuoso de São Luís.

Outro servidor da Precam era fiscal informal de fim de semana a mando do imortal da Academia Barra-Cordense de Letras.

Dois outros servidores nomeados no processo eram o fiscal residente e o engenheiro orçamentista.

Esse grupo não agia sozinho e sem uma coordenação de maior influência na gestão da Universidade.

Teria um chefe maior acima deles?

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Neymar, Garrincha e a Democracia Corintiana

Ed Wilson Araújo

Essa crônica foi colhida no calor dos estádios, observando as cenas dos animais humanos no redemoinho das arquibancadas, onde alguns torcedores são quase seres mergulhados no estado de natureza.

Em tempos de fake news e obscurantismo, cabe uma boa reflexão sobre os significados da palavra “torcedor”. Na gíria do futebol, é a pessoa que vai aos estádios animar seu time no espaço coletivo da torcida, um território afetivo onde todos são homogêneos, ungidos pelo sentimento de fidelidade, compromisso e adoração pela equipe.

Na torcida tem-se a sensação de pertencimento à mesma família, lugar de compartilhamento das afinidades e construção de uma fidelidade infinita, jamais traída. A torcida é, portanto, um ambiente de concretude das identidades convergentes para a adoração do time e dos seus símbolos.

As origens remotas da torcida estão nos jogos romanos, tempos da política do pão e circo, quando ocorriam as grandes competições entre gladiadores e animais selvagens, além de outros entretenimentos para as massas, visando acalmar as animosidades do povo contra os governantes.

O Coliseu Romano era a grande arena onde os gladiadores promoviam os espetáculos grotescos de violência e o templo da diversão para os aficcionados cultivarem os seus ídolos. Pode estar aí a gênese da torcida.

Torcedor é um apaixonado. Sendo uma paixão, no sentido filosófico, a torcida não tem racionalidade. Nesse sentido o torcedor é uma pessoa cativa (vive no cativeiro das emoções), está preso às suas convicções pelo instinto do fã, podendo evoluir para o fanatismo, como em algumas torcidas organizadas e violentas, a exemplo dos hooligans, para ficar apenas em um caso.

Nesta etapa de desmoralização da Lava Jato, é sempre bom lembrar: as convicções não carecem de provas e argumentos lógicos que sustentem a verdade. Daí que o torcedor pode evoluir da torcida para a distorção dos fatos no jogo e sempre produzir uma versão favorável ao seu time. Por isso é muito comum a torcida aplaudir ou xingar o juiz, dependendo da ocasião, se o árbitro desagrada ou favorece o time do torcedor.

Mané Garrinhcha, estilo popular e indisciplina. Foto capturada neste site

Amor e ódio são as duas paixões mais visíveis no campo de futebol. Se o time manda bem no jogo, a torcida aplaude. Se falha, é condenado. Palmas e xingamentos alternam-se no decorrer da partida ao sabor dos humores provocados na torcida durante o desenrolar do jogo.

O torcedor é a quinta potência do pragmatismo porque só lhe interessa o que é vantajoso e favorável.

As convicções do torcedor, independente da realidade concreta, são parecidas com a postura daquelas pessoas excessivamente movidas pelos afetos, capazes de torcer e distorcer os fatos ao sabor dos seus interesses pragmáticos. Está aí o terreno fértil para o fenômeno fake news, quando as crenças passam a ser o critério para adotar uma determinada versão dos fatos sem qualquer correspondência com a verdade.

Neymar Junior estilo ostentação. Foto do site O Tempo

Nessa crônica eu posso escrever sobre torcer e distorcer a torto e a direito. Só não vale falar em (des)torcer, ou seja, deixar de torcer, porque o torcedor é um ser cativo.

Destorcer está diretamente relacionado a endireitar, equilibrar, deixar certo no lugar de torto. Essa palavra – destorcer – não cabe ao torcedor porque ele é sempre tendencioso, apaixonado, guiado pelas crenças e convicções de que o seu time está certo e o juiz, errado, quando a arbitragem não lhe é conivente ou conveniente. Por isso o torcedor tende a distorcer a arbitragem, ou aplaudi-la, quando é favorável ao time amado.

Esse é o torcedor passional da maioria dos estádios, movido por alegria, tristeza, amor, ódio, cólera, medo, esperança, orgulho… Trata-se de um bicho instintivo, guiado pelos impulsos naturais cegos, os sentimentos e ações incontroláveis, às vezes, como no caso das brigas de torcida.

Torcer tem ainda um sentido político muito forte desde sempre na constituição humana.  O verbo torcer conota ações bruscas sobre o corpo para dobrar a pele ou esticar os músculos e os ossos. O beliscão é uma forma de torcer a pele.

Depois do beliscão veio a palmatória e em seguida os “dispositivos” ou “aparelhos” para torcer algo, como o alicate ou a torquês, originária do verbo torquere = girar, torturar, virar, torcer, voltar… Durante a escravidão, os alicates eram usados para arrancar os dentes dos escravos, apenas uma das modalidades de castigo no âmbito da tortura.

Nunca um homem fora tão torturado como Jesus Cristo, mas foi na Idade Média que os dispositivos ganharam precisões científicas, sendo esta prática um ramo de atividade próprio dos especialistas em fabricar aparelhos e desenvolver técnicas específicas para o castigo corporal.

Trata-se de um expediente utilizado para obter uma confissão forçada ou uma culpa do torturado mediante a covardia da violência física e psicológica, em que uma pessoa aplica demasiados castigos corporais com requintes de violência contra alguém indefeso.

A tortura é típica das ditaduras, como a brasileira, recheada de farto conjunto probatório. No futebol, um dos mais belos exemplos de resistência ao regime dos militares nos campos foi a Democracia Corintiana, um movimento liderado por Sócrates e sua indelével marca de não comemorar os gols, em protesto, erguendo apenas o punho. Era uma forma de protesto contra o autoritarismo.

Resistência à ditadura militar, a Democracia Corintiana foi um marco no futebol. Foto capturada no site O futebol e a escola

Na Democracia Corintiana não havia dono do time. As decisões eram tomadas através do diálogo entre jogadores, comissão técnica e os dirigentes, construindo uma relação produtiva e saudável que extrapolava as quatro linhas.

Das suas muitas facetas, torcida tem sempre sofrimento. Dentro e fora de campo. E nada como um escândalo para atiçar as paixões. Dinheiro, poder e fama exagerados são ingredientes fundantes das extrapolações.

O termo paixão deriva do grego pathos, que significa excesso, catástrofe, passagem, passividade, sofrimento e assujeitamento. As paixões são desenfreadas e conflitantes, por isso o juiz é bom ou mau a cada lance.

As paixões no futebol vinculam-se bastante aos ídolos de cada time, daí o sentido da idolatria e, em alguns casos, do fanatismo. Torcer é também sofrer, algo impregnado de tragédia grega, drama!

As paixões estão atracadas não só na performance dos ídolos dentro das arenas. A vida privada movimenta os sentimentos e instintos dos torcedores em dimensões estratosféricas com o advento das redes sociais, ambientes propícios para a exaltação do corpo e da luxúria dos ídolos.

A bola da vez é Neymar Junior. O Brasil inteiro e parte do mundo estão mobilizados em torno do debate sobre esse escândalo esportivo e sexual. Não se sabe qual será o desfecho desse melodrama, no bom sentido.

Se ele bateu em um torcedor na arquibancada, o que seria capaz de fazer com uma mulher numa suíte de hotel?!  É certo que ele deve pagar pelos seus atos e ser condenado, se for culpado.

Antes, tantos outros craques foram problemáticos. A tumultuada vida de Garrincha e Elza Soares serviu de inspiração para filme. Por natureza Garrincha já era a indisciplina em estado bruto – o jogador de pernas tortas contraria a perfeição corporal dos atletas midiatizados na atualidade.

O “mau” comportamento de Garrincha começava dentro de campo com os seus dribles de cinema. Um jogador como ele, no futebol de hoje, não cabe em um esquema tático.

Fora de campo era mais indisciplinado, mexido pelas energias do sexo e álcool. Alguns conseguem administrar as consequências; outros, perdem o controle.

O futebol, como é o terreno das paixões, tem dessas coisas. Vaias e aplausos alternam-se com imensa volatilidade nas torcidas.

Os ídolos carregam glórias e crepúsculos. Saudades do punho erguido de Sócrates e da Democracia Corintiana.

Foto do topo capturada neste site

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São Luís vai sediar Torneio Internacional de Robótica

Com três meses de inscrições abertas, mais de 85 equipes de onze estados do Brasil (São Paulo, Paraíba, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Santa Catarina, Ceará, Amapá, Acre, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais) garantiram vaga no Torneio Internacional de Robótica (ITR) que acontece no período de 26 a 30 deste mês, no Golden Shopping. O evento é realizado pelo Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema).

A competição representa a reta final do Torneio Juvenil de Robótica (TJR), que aconteceu no ano passado em João Pessoa, na Paraíba. Na ocasião, apenas os três primeiros colocados de cada modalidade se classificaram para a etapa que será realizada em São Luís, em conjunto com os campeões do TJR das edições da Argentina e Uruguai. As equipes passaram por etapas estaduais e nacionais até serem classificadas para a disputa internacional. 

Os estudantes precisam comprovar conhecimento ao encarar desafios que envolvem dança, resgate no plano, resgate em alto risco, viagem ao centro da Terra, sumô tradicional, MMA e cabo de guerra.

De acordo com o reitor do Iema, Jhonatan Almada, priorizar o investimento em educação é uma das metas mais eficaz do governo Flávio Dino. “É motivo de orgulho a capacidade criativa dos nossos jovens estudantes e professores em desenvolver a robótica educacional, e projetar o nome da nossa instituição no Maranhão, no Brasil e no mundo, a partir das conquistas que obtiveram em âmbito nacional e internacional. Esse é o resultado de um conjunto de esforços que nos leva a esse momento especial de sediar um evento de robótica internacional em São Luís”, destacou.

O Instituto participa com quinze equipes, sendo quatro da unidade plena de São Luís/Centro; três da unidade de Pindaré-Mirim e São José de Ribamar; as unidades plenas de Coroatá, Bacabeira, Axixá, Cururupu e Timon levam para a competição uma equipe cada. 

O coordenador de Práticas Experimentais em Robótica do Iema, Fábio Aurélio do Nascimento, ressaltou que a participação dos estudantes no evento representa a solidificação do trabalho do Instituto na robótica. “Este ano, o Iema chega com uma grande equipe e bem estruturada. É muito importante a participação dos nossos estudantes, pois representa a consolidação do trabalho desenvolvido nas unidades. Participamos pela primeira vez em 2017 na Paraíba, em 2018 na cidade de Guarulhos em São Paulo, e este ano queremos alcançar entre quatro e cinco títulos na competição”, destacou o coordenador acrescentando que a competição premia as melhores equipes do Brasil.

“O Iema hoje chega como favorita dessa competição, e é importante para os alunos, pois essa visibilidade é resultado de muito trabalho e esforço que eles vêm desenvolvendo junto com os professores ao longo do ano”, acrescentou.

Além das modalidades oficiais, a competição abrigará uma categoria para que os “Clubinhos da Robótica” possam competir garantindo a participação de 20 equipes na competição. As inscrições para os clubinhos interessados em participar do torneio iniciam na próxima segunda-feira (10).

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Artigo avalia as Políticas Culturais, cobra mais diálogo e participação nas decisões

Professor Junior Catatau

“Diferente de Lula e Dilma, o governo Flávio Dino não debate Políticas Públicas Culturais”

Podemos com certeza afirmar que uma das plataformas da eleição do atual governo do Estado do Maranhão foi baseada na promessa de diálogo permanente com a sociedade civil organizada, fortalecendo e ouvindo as deliberações de seus fóruns, colegiados, conselhos, conferências, etc. Foi essa uma das razões pelos quais vimos vários líderes populares se empenharem dia e noite no processo que culminou com a vitória do líder do PCdoB no Maranhão e agora governador do Estado.

Esperava-se assim, varrer do mapa da política maranhense o autoritarismo político que se fez marca dos governos oligárquicos aqui no Maranhão e no Brasil. Essa também foi um expectativa de todos os movimentos sociais quando elegeram pela primeira vez o Lula presidente da República, porque também acreditavam que estava na hora de eleger um governo que pudesse dialogar diretamente com a sociedade civil organizada através dos seus vários movimentos de base social organizada.

Nessa perspectiva mais na frente Dilma teria como uma das tarefas aprofundar essa relação de diálogo democrático, o que até de fato foi tentado com a aprovação do MROSC (Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil) e outras ações, mas Dilma viu o seu governo ruir e todo o sistema de participação popular foi inicialmente destruído pelo governo golpista de Temer, que extinguiu o Ministério da Cultura (Minc) e só recuou após o movimento nacional chamado Ocupa Minc, do qual eu fiz parte, ter alcançado nacionalmente sua tarefa de denunciar a destruição de todo Sistema Nacional de Cultura herdado dos governos petistas.

Recentemente, vimos mais uma vez radicalmente negado em toda sua forma e essência a participação social no campo da cultura pelo atual governo autoritário de Bolsonaro que numa canetada destituiu todos os Conselhos Nacionais, Comitês, Fóruns, etc. Façamos uma breve repaginação bem rápida e panorâmica do que avançou nos governos de Lula e Dilma no caso do Sistema Nacional de Cultura e a participação social, já que por uma questão de espaço e tempo não temos como fazer essa análise em outros campos de ação do governo federal na época e nem mesmo de todos os avanços consideráveis, no campo das Políticas Públicas Nacionais de Cultura dos governos petistas.

Podemos logo de início elencar que no campo da Cultura o governo Lula se pautou imediatamente pelo fortalecimento da participação social, dialogando diretamente com o Conselho Nacional de Cultura e outras formas de articulação e organização das entidades culturais. Desse momento herdamos o legado da realização de várias conferências nacionais de cultura, teias culturais, fóruns nacionais de cultura, etc. Como desdobramento dessa participação tivemos a elaboração do Plano Nacional de Cultura (PNC 2010) que continha metas e ações previstas até o ano de 2020 para todos os campos da diversidade cultural do Brasil.

O PNC foi fruto da Conferência Nacional de Cultura. Como desdobramento, também tivemos a criação do Procultura e do Programa Cultura Viva. Ambos visavam fortalecer ainda mais ações no campo da cultura, principalmente agora reconhecendo as culturas historicamente excluídas desse processo como a cultura negra em suas mais diversas formas de expressão, a cultura indígena, ribeirinha, cabocla, cigana e outras.

Neste aspecto foram criados vários prêmios e ações como os Pontos de Cultura do Brasil, que visavam o reconhecimento de todas as formas de organizações sociais e culturais que tinham como fundamento a diversidade cultural e a base comunitária. Enfim, foram muitas e tantas ações que não nos cabe aqui elencar todos, o que é uma tarefa impossível e que fica para os interessados em mostrar os avanços e pontos críticos desse momento, já que entendemos que a realidade é dialética.

Mas, por fim, devemos lembrar que foi exatamente na gestão do então ministro Gilberto Gil que o Tambor de Crioula do Maranhão foi registrado como um bem cultural imaterial (2007) da sociedade brasileira, o que nos deixou muito felizes e orgulhosos. Quanto a Dilma, podemos indicar dois legados de sua gestão nacional da cultura que foi a criação do MROSC, e da Lei Cultura Viva.

Sabemos hoje que todo esse processo de avanços no campo da cultura nacional foi interrompido bruscamente com o IMPEACHMENT da DILMA que, entre outras coisas, culminou com a extinção do MINC e todos os conselhos participativos como o fim da COMISSÃO NACIONAL DE PONTOS DE CULTURA, onde eu ocupei uma vaga como representante do Estado do Maranhão.

Nem vamos perder muito tempo falando da atual má gestão cultural do governo Bolsonaro que radicalmente além de reafirmar o fim do MINC extinguiu o CNPC e a CNPDC, paralisando todo o diálogo e participação social. Não é à toa que uma parte significativa de todo movimento cultural do Brasil foi para a ruas denunciar esse desmando e desgoverno do atual presidente que vê a Cultura e a Educação Pública como uma inimiga número um de seu projeto de destruição das Políticas Públicas Nacionais de Cultura. Por isso, nesse caso, devemos lembrar que a recriação do MINC e de todos os conselhos nacionais da área cultural como também social se fazem urgente.

Sem dúvida, além de defender a Educação Pública, os movimento sociais, inclusive de cultura, foram as ruas nos dias 15 e 30 de maio afirmar que uma sociedade sem Educação Pública de Qualidade, Gratuita, Laica, como também sem Arte, Poesia, Imaginário, Música e Cultura como também sem respeito ao pensamento crítico, a vida, a ciência, a sociologia e a filosofia, assim como aos mestres da cultura popular que são os(as) verdadeiros(as) guardiãs da cultura ancestral herdada de nossos antepassados, não chegaremos a lugar nenhum a não ser a barbárie.

Por isso, gritamos nas ruas viva a Democracia, a Liberdade e toda luta contra todas as formas de opressão. Viva Sócrates, Giordano Bruno, Marx, Zumbi, Mandela, Lula, Dandara, Maria Firmina, Maria Aragão, Gerô, Coxinho, Humberto, Alô Brasil, Patativa, Maria da Penha, Negro Cosme, Marielle, Paulo Freire, Agotime, Agostinho Neto, Nauro Machado, Magno Cruz, Haroldão, Beth Carvalho, Clementina de Jesus, Ivone Lara, João do Vale e tantos(as) outros(as).

Finalmente, voltando agora ao Maranhão, sabemos e fomos participantes desse processo que culminou com a vitória do Governo de Flávio Dino. Foi um momento de grande esperança porque acreditávamos que finalmente teríamos em nosso Estado um governo que em todas as frentes fortalecesse, ouvisse de forma autônoma todo movimento social organizado da cultura do tambor de crioula, das mulheres, da cidade, das quebradeiras de coco, dos movimentos dos Sem Terra, etc.

Como não cabe aqui um balanço geral, sob nossa ótica, mas que de fato, já se reconhece pequenos significativos avanços na relação com os movimentos sociais, ainda que já tecendo críticas a algumas conduções equivocadas como, por exemplo, o diálogo com o povo do Cajueiro e Alcântara, e tecendo considerações de que o governo atual precisa melhorar seu diálogo com os movimentos sociais, mas sem pautar o movimento e inverter a lógica.

Uma parte da gestão de Flávio precisa entender que os movimentos sociais são soberanos, têm sua própria forma de auto-organização e precisa de autonomia, já vemos por aí, uma série de reclamações a esse respeito aqui e acolá, mas esse assunto deixaremos para outro momento de análise.

Quanto ao campo cultural, que é o principal objeto do presente texto, podemos sem dúvida afirmar que o governo Flávio Dino é um verdadeiro desastre no campo de discussão de Políticas Públicas Culturais, isso sequer existe, são pouquíssimos ou quase nulos os espaços de participação social para o debate sobre quais as políticas públicas que poderiam pautar o Estado do Maranhão.

Devemos sim lembrar que cabe ao poder público incentivar a realização de seminários, conferências, fóruns, encontros temáticos, etc. que venham esboçar uma imagem do que pensam os fazedores de cultura, os produtores de cultura e artistas de uma maneira geral.

Fica-se triste em se constatar que o atual conselho estadual de cultura tem a maioria de suas reuniões esvaziadas, sem a presença de inúmeros gestores e sem o devido encaminhamento das deliberações tomadas em suas reuniões. No campo do debate de qual política pública queremos para o Maranhão atualmente o cenário é desanimador porque não tempos simplesmente nada que possamos apontar até agora como sendo uma marca ou fruto do atual governo.

Porque simplesmente, se não existe o diálogo, então, as pautas do movimento cultural acabam não sendo refletidas nas ações governamentais. De fato, a atual Secretaria de Cultura virou uma secretaria apenas de realização de dois eventos – o Carnaval e o São João – sendo que até nisso tem sido conduzida de maneira equivocada, porque, por exemplo, no último carnaval na ilha de São Luís, o que vimos foi uma centralização das ações do governo em apenas um circuito de carnaval, enquanto a maioria das comunidades carentes teve sequer acesso em suas próprias comunidades a algum evento.

Não é à toa que tivemos de fazer um protesto em frente ao Palácio do Governo Estadual para denunciar como o Tambor de Crioula foi praticamente varrido do mapa de toda programação cultural do Carnaval de 2019 e também a forma arrogante e autoritária como nos tratou o atual secretário de cultura Diego Galdino, que juntamente com uma parte de sua equipe ligada a Vanessa Leite tratam de maneira brutal, arcaica e autoritária vários fazedores de cultura que muitas vezes sequer conseguem um acesso coletivo de diálogo com a Secma, como também são de inúmeras formas perseguidos por exercerem seus direitos de cidadão, que é no mínimo ter um pensamento crítico sobre as ações de qualquer que seja o governo.

É para isso que estamos há mais de 30 anos como militante das causas sociais, culturais, educacionais e políticas que possam pelos menos atenuar o sofrimento dos segmentos culturais e sociais mais carentes e pobres dos inúmeros guetos, quilombos e senzalas urbanas e rurais que ainda existem em nosso Estado, como frutos de uma sociedade baseada exclusivamente na lógica do capitalismo selvagem, que é excludente por natureza.

Não é à toa que lutamos por uma sociedade mais justa, livre, autônoma, igualitária, afetiva, baseada na paz e no amor, ainda que não livre das contradições reais que emergem do capitalismo. Neste sentido, sugerimos que o atual governo ainda tem tempo de refazer e corrigir seus rumos e buscar um diálogo mais aberto e franco com os movimentos culturais, respeitando sua autonomia e liberdade de pensamento. Fica a dica, antes que seja tarde demais !!!!

Junior Catatau

Professor de Filosofia do IFMA, Mestre em Cultura e Sociedade pelo PGCULT/UFMA; Coordenador do NEABI/IFMA/CH; Ex- Coordenador do DCE/UFMA; Ex- Coordenador do CAFIL/UFMA; Ex-Presidente do Grêmio Estudantil Edson Luís/CEFET-MA; Artista Popular Maranhense do Tambor de Crioula, do Bumba-meu-Boi e da Batucada de Samba.

São Luís, 06 de Junho de 2019.

Imagem destacada capturada neste site / Ritual de aquecimento e afinação de tambores