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De tudo, muito.

Eloy Melonio é professor, escritor, poeta e compositor

Dizem que o verbo “dizer” joga nas duas pontas: ora é falar; ora, escrever.

É isso e muito mais: dar uma opinião, passar uma informação, exprimir um sentimento. E, nesse jogo lexical, cada um diz o que vem à mente ou ao coração. Sem se esquecer de que é a “palavra” que joga em todas as posições, inclusive no banco de reservas.

Se falei “dizer”, não é demais ouvir a voz da sabedoria. Aristóteles dizia que “o sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz”. Na filosofia popular, a gente se vira mesmo é com “tudo que é bom dura pouco” ou “tudo o que é demais sobra”.

Esses conceitos parecem coisa do passado. Não dizem mais a mesma coisa nestes novos tempos. E desconfio que o “bom senso” já não está com essa bola toda. Acho até que a teoria do “equilíbrio” não se sustenta mais. Ou você ataca (e se defende) pela direita ou pela esquerda. No meio do discurso, pode haver pedras.

E, por falar nisso, será que ainda existe esse negócio de “bom senso”?

Ao que tudo indica, é essa falta de equilíbrio o grande problema da sociedade. Por causa dele, muita gente cai do cavalo. Parece que está tudo fora do prumo. O velho “normal” já era, e grande lance agora é o novo. Não se diz e não se faz mais um monte de coisas como antigamente.

Viver esse novo tempo não é tarefa fácil. O excesso de alegria é chato. A revelação de inteligência pedantismo. Opiniões, sugestões, lições… quem as pediu?

Apesar de tudo, ainda há gente interessada no velho bom senso. Não dá pra levar a sério o que se vê, se ouve ou se fala nas redes sociais nem nas mídias tradicionais. Alguém acredita que o papa chamou os brasileiros de “cachaceiros”? Teria alguém coragem de dizer que os sintomas da Covid-19 não passam de “uma gripezinha”?

Muita gente reclama desse novo palco, com seus figurinos e falas. Toquinho, o parceiraço de Vinicius de Moraes, revela num vídeo sentir-se um estranho no ninho. Saudosista, relembra a infância e a adolescência marcadas pela pureza e ingenuidade. Em sua “Aquarela”, já parecia antever as cores desse novo mundo: “Nessa aquarela, não nos cabe/ Conhecer ou ver o que virá/ O fim dela, ninguém sabe/ Bem ao certo onde vai dar”; “Vamos todos/ Numa linda passarela/ De uma aquarela que, um dia, enfim/ Descolorirá”.

Como diz o outro, a nudez feminina é uma dessas poucas coisas positivas. Antigamente, corríamos às bancas para “comprar” a PLAYBOY do mês, que trazia uma famosa na capa: Luma de Oliveira, Xuxa, Adriane Galisteu. Hoje, anônimas desfilam nuas a um click no smartphone, sem nenhum custo. O que tem de gente rebolando, mostrando o bumbum, “não está escrito (nem dito)”. Gente que a gente conhece do barzinho, do shopping, das redes sociais. Amigos trocam vídeos e fotos com incrível naturalidade. Nesse novo tempo (com o perdão de Nelson Rodrigues), “toda nudez será prestigiada”.

Entre o velho e o novo, o mundo gira, e a vida segue. No campo das Letras, a choradeira é geral. “Tá tudo muito diferente”, diria Machado de Assis, caso se deparasse com Fernanda Montenegro e Gilberto Gil ao descer, numa quinta-feira qualquer, para o chá das cinco na sede da ABL. Letras, em seu sentido estrito, apenas na sigla ABL. Num contra-ataque, acho que os escritores podem facilmente entrar para a Academia dos Astrólogos ou dos Alquimistas.

Esse novo cenário é um turbilhão de “fake news”, retórica vazia, “haters”, insultos, agressões. Uma realidade na qual o eufemismo é uma figura de linguagem arcaica nos embates políticos, seja entre eles ou entre nós. Em nome da assertividade, jogam-se no lixo a ética, o respeito, os bons costumes e ─ acredite ─ o velho e cansado bom senso.

Bruninho, torcedor-mirim do Santos F.C., sentiu na pele essa pressão ao ser hostilizado por torcedores marmanjos do seu próprio time, no fim do jogo Santos x Palmeiras (7-11- 2021). Seu erro: pediu a camisa do goleiro do time adversário, de quem é fã. Situação assim faz-me lembrar da pergunta (que já calou) de Galvão Bueno: Pode isso, Arnaldo?

Hoje, todo mundo pode tudo. Tudo é de todos, e todos só é realmente todos se ─ em alguns casos ─ trocarmos a vogal da última sílaba da palavra por outra letra ou sinal.

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Rádio MEC e Rádio Nacional são patrimônios da sociedade brasileira e não podem ser desligadas

Manifesto da sociedade civil defende permanência das emissoras públicas

Em novo ataque ao direito à informação e à comunicação de qualidade, sem interferência do mercado ou do Estado, o governo federal quer desligar a Rádio MEC AM e a Rádio Nacional do Rio de Janeiro. As emissoras  integram o sistema público de comunicação previsto na Constituição e gerido pela da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

A ameaça é feita no  ano em que a primeira transmissão oficial de rádio no país completa 100 anos e às vésperas de a Rádio MEC celebrar o seu centenário, em 2023. Atualmente, a Rádio MEC opera somente na frequência 800 Mhz AM e a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, em 1.130 Mhz AM. Desde maio de 2021, a Nacional também está no dial 87,1 Khz FM, dentro da chamada faixa estendida em fase experimental.

Em fevereiro, a EBC informou a intenção de desligar as emissoras. A diretoria determinou a redução da potência com a intenção de desligá-las até abril. Dessa forma, ignorou a importância e a singularidade de cada uma e propôs o apagamento e a uniformização de suas programações. Hoje as duas emissoras têm perfis distintos.

Diante deste cenário, a Frente em Defesa da EBC e da Comunicação Pública, formada por entidades civis e organizações dos trabalhadores, reivindica:

1) Manter em operação com qualidade de áudio e potência as duas 2 emissoras AM no Parque de Itaoca, em São Gonçalo, durante a migração plena para a faixa FM;

2) Migrar a Rádio MEC AM RJ para o dial FM do Rio de Janeiro, assim como foi feito com a Nacional, que está em caráter experimental na frequência estendida 87,1 FM;

3) Conceder canais FM no dial de municípios do Norte e do Sul fluminenses para suprir a necessidade do ouvinte das rádios MEC AM e Nacional AM;

4) Aprovar na ALERJ os projetos de lei da Deputada Mônica Francisco (PSOL) e da Frente Parlamentar pela Democratização da Comunicação registrando as emissoras como Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro.

Rádio pioneira

A Rádio MEC AM é a rádio mais antiga do país em atividade e fará 100 anos em 2023. Além de manter e circular seu notável acervo histórico, tem no ar programas de divulgação científica, infantil e infanto-juvenil, cultural, especiais temáticos e toca segmentos da música popular que não têm espaço em emissoras comerciais, como ópera.

De 1936 à 1983, a  Rádio MEC foi uma só. Sua frequência e programação são oriundas da primeira emissora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1923 por Edgard Roquette Pinto e Henrique Morize com a Academia Brasileira de Ciências.

Herança da Rádio Sociedade, a Rádio MEC AM mescla programas dramatúrgicos, educativos (aulas, debates), documentários sobre escritores e movimentos literários, contação de histórias para crianças, divulgação cultural e musicais.

Quando, em 1983, é criada a MEC FM, a música de concerto migra para a nova frequência e são incorporados gêneros como choro e jazz. Este é o perfil da MEC FM desde então. Os demais programas, gêneros, formatos e conteúdos permaneceram na MEC AM.

Não é possível migrar essa programação para a MEC FM, porque esta é uma emissora cujo público é o da  música de concerto e instrumental. Migrar os programas da AM para a FM seria descaracterizar e acabar com as duas emissoras.

Diante dos desafios tecnológicos impostos pelo fim da frequência AM até o fim de 2023, é imprescindível um plano de migração para o FM que a EBC não apresentou. Os ouvintes precisam ser consultados. Não existe comunicação pública sem participação e controle social. Desligar as emissoras vai gerar um apagão para quem as ouve.

Rádio Nacional

A Rádio Nacional do Rio de Janeiro é focada na música popular e na informação. Se desligada, um dos setores que mais perde é o do samba, ritmo que é símbolo do estado do Rio de Janeiro e do país. A emissora, nas últimas décadas, se consolidou como referência na cobertura do carnaval carioca, abrindo ainda espaço para o funk e para o rap, gêneros que estão historicamente fora de qualquer dial. Mesmo assim, recentemente, perdeu o apresentador do programa “Ponto do Samba”, o jornalista Rubem Confete. Ele foi demitido aos 85 anos, depois de quase meio século na emissora.

Criada em 1936 como uma rádio comercial e incorporada à União em 1940, a Nacional foi a grande responsável pela Época de Ouro do rádio no Brasil. Nas décadas de 1940 a 1960 lançou tendências como as radionovelas, programas de auditório, de humor e radiojornalismo. Foi palco de uma constelação de artistas da dramaturgia e da música. Manteve ainda conjuntos musicais, coro e orquestra que deu origem à Orquestra Sinfônica Nacional, atualmente vinculada à Universidade Federal Fluminense (UFF).

O governo migrou a Rádio Nacional para a frequência 87,1 FM, na faixa estendida, que funciona de forma experimental e é pouco conhecida. Só pega na cidade do Rio, ao contrário da frequência AM, que tem alcance maior. Além disso, tradicionais aparelhos analógicos de rádio não conseguem sintonizá-la. Na prática, com o desligamento do parque de transmissão AM no Rio de Janeiro, essas emissoras históricas simplesmente deixam de existir e abandonam os ouvintes no interior.

Risco da unificação 

A EBC informou também sobre a intenção de unificar as diferentes emissoras que levam o nome de Nacional. Hoje, são cinco: a Rádio Nacional AM do Rio de Janeiro e a de Brasília, a Rádio Nacional FM de Brasília, a Rádio Nacional da Amazônia OC e a Rádio Nacional do Alto Solimões, que opera em FM na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru.

A Rádio Nacional FM de Brasília, que foi escolhida como a emissora para ser a “cabeça da rede”, toca, na maior parte da sua programação musical, MPB clássica. A direção atual da EBC quer inserir o sertanejo comercial contemporâneo, porém, deixando de fora uma quantidade enorme de expressões musicais, como samba e todas as suas derivações, pagode, frevo, rap e forró. A lista de ausências é longa.

A Nacional da Amazônia e a do Alto Solimões não são substituíveis pela Nacional FM de Brasília. Elas são emissoras específicas, que cumprem uma função social extremamente importante, têm sotaques diferentes e falam das necessidades das pessoas daquela região. A Rádio Nacional do Alto Solimões é um dos poucos veículos de comunicação aos quais os moradores dessa área gigantesca do território nacional têm acesso. Assim como a Nacional da Amazônia, supre a necessidade comunicativa local em uma região de vazio informacional, que é abandonada pela comunicação comercial.

O que está em curso é uma tentativa de uniformização e apagamento  dos conteúdos múltiplos, distintos e diversos historicamente oferecidos à população brasileira pelas emissoras públicas de Rádio, hoje pertencentes à EBC.

Conforme destacado pela Unesco, o rádio é um veículo de comunicação essencial no combate à desinformação, por ser barato e popular, de fácil produção e entendimento, por alcançar os lugares mais distantes do país, ter vocação para prestar serviços de utilidade pública e ser totalmente capaz de adaptar-se às novas tecnologias.

Convidamos ouvintes, pesquisadores e defensores da comunicação como direito humano a se opor a mais essa barbaridade que quer calar a cultura e o direito à informação.

Frente em Defesa da EBC e da Comunicação Pública

Comitê em Defesa das Rádios MEC e Nacional
Deputada e presidenta da Comissão do Trabalho na ALERJ, Mônica Francisco

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Sábado de choro no Creole Bar

O choro volta a ter endereço fixo em São Luís: neste sábado (5), a partir das 16h, o Grupo Upaon Açu se apresenta no Creole Bar (R. Aziz Heluy, Ponta D’areia). Na ocasião, haverá também discotecagem de Victor Hugo, profundo pesquisador do cancioneiro maranhense.

O Upaon Açu é formado por Luiz Jr. Maranhão (violão sete cordas), Wendell de La Salles (bandolim), Gustavo Belan (cavaquinho), Danilo Santos (flauta e saxofone tenor) e Gabriela Flor (pandeiro e voz). Os ingressos custam apenas R$ 20,00 e é obrigatório o uso de máscara de proteção para acesso às dependências.

A produção é de Ricarte Almeida Santos, via RicoChoro Produções. “A nossa pretensão é que São Luís volte a ter um calendário permanente de rodas de Choro ao vivo, como já aconteceu há mais de 10 anos, observadas todas as questões de segurança sanitária que o atual momento exige”, afirma o produtor.

O Upaon Açu reúne músicos de diversas formações, que se uniram especialmente para a ocasião, a estreia desse novo projeto. No repertório do grupo e do dj, clássicos do Choro, de nomes como Chiquinha Gonzaga, Jacob do Bandolim, João Pernambuco, Pixinguinha e Waldir Azevedo, além dos maranhenses Antonio Vieira, Cesar Teixeira, Chico Maranhão e Josias Sobrinho, entre outros.

Serviço

O quê: projeto Creole no Choro

Quem: Grupo Upaon Açu e DJ Victor Hugo

Onde: Creole Bar (R. Aziz Heluy, Ponta D’areia)

Quando: estreia dia 5 de março (sábado), às 16h

Quanto: R$ 20,00

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Abraço Brasil emite nota sobre extinção e migração de rádios históricas

A Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária (Abraço Brasil) defende o diálogo entre gestores, movimentos sociais, pesquisadores, anunciantes e ouvintes para a tomada de decisões sobre mudanças no cenário radiofônico

Nota de Repúdio
Extinção da Rádio MEC e da Rádio Nacional do Rio de Janeiro

A Abraço Brasil repudia as mudanças intempestivas que estão sendo processadas na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), notadamente a extinção e/ou migração de rádios históricas como a MEC AM e da Rádio Nacional AM, do Rio de Janeiro.

As referidas mudanças estão sendo efetivadas sem diálogo no conjunto da sociedade, atendendo apenas os interesses dos radiodifusores comerciais, cuja principal finalidade é o lucro.

Sem consulta às demais instituições e movimentos que atuam na área de comunicação, o governo federal oficializou a migração de emissoras da EBC para a faixa estendida, um segmento do dial ainda desconhecido da maioria da população e não adaptado para os aparelhos receptores convencionais de rádio utilizados pelo grande contingente de ouvintes espalhados nas zonas urbanas e rurais no Brasil de dimensões continentais.

As emissoras da EBC são patrimônios da radiodifusão nacional, cujo trabalho tem sido de fortalecer a democratização da comunicação, com programações focadas na educação, jornalismo, esporte e entretenimento, valorizando a produção cultural de qualidade nas diversas regiões do Brasil.

Quaisquer mudanças nesse segmento precisam ser feitas com diálogo e participação da sociedade, incluindo os radiodifusores, pesquisadores, movimentos sociais da área de comunicação, anunciantes e a audiência.

As mudanças atingem também o campo da comunicação comunitária!

As rádios comunitárias, pelas suas características de emissoras públicas e educativas, sem fins lucrativos, estão ameaçadas de ingresso forçado na faixa estendida, colocando-as em situação ainda mais desfavorável para os radiodifusores comunitários, a audiência e os anunciantes.

Chamamos atenção para o risco de colocar na faixa estendida (ou faixa escondida) centenas de rádios comunitárias que não têm logística e condições de produção e difusão para concorrer com as emissoras de grande porte em um novo território do dial desconhecido da maioria da população.

A faixa estendida pode até ser “um bom negócio” para as rádios comerciais e já posicionadas no mercado, mas é temerária para as emissoras comunitárias, demasiadamente limitadas pelas circunstâncias da Lei 9.612/98 que limita a potência, impede a veiculação de publicidade do comércio local e proíbe o acesso de verbas publicitárias dos governos federal, estadual e municipal, até mesmo no caso de veiculação de campanhas educativas.

Portanto, tais mudanças intempestivas e sem diálogo merecem reflexão e repúdio porque apontam uma tendência de silenciar as emissoras comunitárias na “faixa escondida”, acentuando a discriminação econômica, técnica e política já presente nesse segmento.

Geremias dos Santos
Presidente
Abraço Brasil

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Suspeito de mandar sequestrar jornalista, deputado estadual de Roraima é cassado

Fonte: Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)

O deputado estadual Jalser Renier (Solidariedade) teve sua cassação decretada na Assembleia Legislativa de Roraima no dia 28.fev.2022. Dos 19 deputados presentes à sessão, 18 votaram a favor da perda do mandato. Depois de 28 anos como deputado e na presidência da Assembleia, Renier foi punido por quebra de decoro parlamentar. Uma das causas do processo de cassação foi a suspeita de que ele teria ordenado o sequestro do jornalista Romano dos Anjos. 

Apresentador do programa “Mete Bronca”, da TV Imperial, afiliada da Record em Roraima, Romano dos Anjos foi sequestrado por homens armados e encapuzados em sua casa, enquanto jantava com sua esposa, em 26.out.2020. O jornalista ficou desaparecido por 12 horas. Foi encontrado na manhã seguinte, na zona rural da cidade, com hematomas e fraturas pelo corpo. À Abraji, Romano disse que, depois da cassação de Renier, pensa em retomar a vida normal. “Voltar a apresentar, voltar para a rádio”, afirmou.

Antes de perder o mandato, o deputado chegou a ser preso em seu gabinete na Assembleia, no dia 1.out.2021. A prisão do deputado fez parte da operação Pulitzer II, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e que visava a esclarecer o sequestro do jornalista. Renier ficou preso por cinco dias e saiu com um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Durante o processo de cassação, Renier apelou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e conseguiu suspender os trâmites no dia 23.fev.2022. A decisão do STF, no entanto, foi revertida cerca de 28 horas depois, como mostra reportagem da Abraji.

O deputado Soldado Sampaio (PCdoB) assumiu o cargo de presidente da Assembleia Legislativa logo depois da cassação e reverteu todas as medidas adotadas pelo ex-colega no curto período em que foi reconduzido ao cargo pelo STF.

Imagem destacada / Foto: Ascom/ Ale-RR / Deputado Jalser Renier perdeu o mandato por quebra do decoro parlamentar

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O filme “Idiocracia” e o conflito Rússia x Ucrânia

É preciso reiterar sempre o principal: o conflito entre a Rússia e a Ucrânia é de ordem geopolítica, diz respeito a um avanço da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), liderada pelos Estados Unidos (EUA), sobre os territórios da ex-URSS.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, à maneira de novo czar, reage a uma espécie de cerco protagonizado pelos EUA (leia-se Joe Biden, atualmente).

Naquela região cobiçada pelas grandes potências estão reservas e corredores de gás natural, petróleo e outros recursos naturais que movimentam e economia internacional.

Mas, além da motivação principal – econômica, política e militar – existem as peculiaridades inusitadas, como a ascensão do humorista Volodmir Zelenski à presidência da Ucrânia.

Zelenski chegou ao cargo impulsionado por uma série de TV denominada Servo do Povo, nome adotado para o partido político que o elegeu presidente.

Na série, Zelenski aparece metralhando um auditório imaginariamente representado pelo que ele condenava na “velha política”.

Por mera coincidência, o filme “Idiocracia” (leia mais aqui) tem como personagem principal o presidente de um país contagiado pela idolatria às personagens bizarras impulsionadas pelos meios de comunicação, especialmente pelos programas humorísticos e reality shows.

A película serve para mensurar não apenas sobre o atualíssimo bordão “a vida imita a arte”, ilustrativo para entender como a ficção projetou na realidade um presidente fabricado em série de TV.

“Idiocracia” reflete e refrata o obscurantismo, o negacionismo, o narcisismo exacerbado e o estilo grotesco visíveis em personagens como o ex-presidente da Rússia, Boris Yeltsin; o atual Vladimir Putin; o ex-presidente dos EUA, Donald Trump; o brasileiro Jair Bolsonaro e outras tantas figuras que representam não só um perfil de governante, mas uma mentalidade que parece ser anterior ao ingresso do ser humano na perspectiva civilizatória.

Na Grécia, idiota era a pessoa restrita ao ambiente da vida privada, sem interesse nos assuntos da cidade e nas questões do Estado. Em outras palavras, não participava das decisões sobre a polis. Para os gregos, idiota era uma pessoa sem instrução e, nessa condição, considerado inferior.

Ainda não havia naquela época histórica a conotação pejorativa sobre a expressão idiota.

O problema, na contemporaneidade, é a ressignificação do conceito e a expressiva participação dessa forma de comportamento na vida pública.

A internet e os equipamentos de produção e distribuição de conteúdo proporcionaram as condições materiais e virtuais para a difusão da idiotia como fenômeno social.

O idiota não é mais o indivíduo grego ensimesmado na sua tarefa de prover a vida doméstica sem se importar com a coletividade. Nos tempos atuais o idiota participa ativamente da polis, vai às manifestações de rua, prega a destruição das instituições, despreza a Ciência, repudia o Jornalismo, idolatra líderes bizarros, é agressivo, convicto da sua verdade e não admite o contraditório.

E tem idiota que vira presidente!

Enfim, os sinais do filme estão vivos em nosso cotidiano.

Tomara que a realidade não siga imitando tanto assim a ficção.

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Estudantes indígenas da rede pública do Maranhão são aprovados na UFPA

16 indígenas do município de Grajaú, pertencentes ao povo Guajajara, estudantes de escolas da rede pública estadual, foram aprovados em diversos cursos da Universidade Federal do Pará (UFPA) em 2022, inclusive para Medicina e Direito, ambos de ampla concorrência. 

Entre os estudantes que ingressarão na UFPA, está Suira Maira Bento Viana Guajajara, 21 anos, aprovada em Medicina. A jovem estudante expressou felicidade pela conquista e fala dos obstáculos enfrentados durante o período de preparação para o vestibular. A persistência e o apoio da família foram fundamentais para a aprovação. A estudante ressaltou o desejo de prestar serviços médicos para o seu povo em um futuro próximo. 

“Estou muito feliz por essa conquista, porque foram quatro anos de muita tentativa e, por muitas vezes, eu quis desistir, mas com ajuda de meus pais continuei lutando e graças a Deus a aprovação veio. Eu quero dizer para os jovens indígenas não desistirem de seus sonhos e continuarem lutando que uma hora vai dar certo. Futuramente, eu quero dar uma assistência médica melhor para o meu povo, cuidar da saúde deles”, disse a futura médica Guajajara. 

A conquista do povo Guajajara rumo à universidade não parou por aí. Outros estudantes também foram destaque e conseguiram aprovação para a UFPA 2022, em diversos cursos. Foram aprovados Brendha Alves Rodrigues Pereira Guajajara, Makario Lopes Chaves Guajajara, Kauane Vitória Vieira Guajajara, no Curso de Direito; Marcos Providência Gomes Guajajara e José Pedro Guajajara, em Engenharia Sanitária e Ambiental. 

Também foram aprovados Flávia Lopes Lima Guajajara e Darciane Praxedes Soares, Odontologia; Dhomini Sindra Guajajara, Economia; Shirlene Rodrigues Paulino Guajajara, Ciências Biológicas; Raimara Sousa da Silva Guajajara, Cinema e Audiovisual; Tiago Bento de Almeida, Engenharia Mecânica; Euriceia Tomaz Gonçalves, Desenvolvimento Rural; Augusto Neto Ribeiro Isaac e Geane Carvalho Guajajara, Farmácia; e Jonatas da Silva Guajajara, Engenharia Civil. 

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Presidente da Ucrânia é personagem do filme “Idiocracia”

O triunfo da imbecilidade sobre a civilização.

Eis uma das sínteses apropriada para enquadrar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, um comediante bem sucedido na peleja do humor fajuta catapultado ao palco da política.

Protagonista do seriado de TV denominado Servo do Povo, que depois virou partido político homônimo, Zelensky é um perfil ideal para situar o filme “Idiocracia”.

Na película, o presidente de um país imaginário é idolatrado pela massa entorpecida por consumismo e alienante programação dos meios de comunicação.

Para saber mais sobre “Idiocracia”, comparar e refletir sobre a vida real e a conflito entre Rússia e Ucrânia, leia mais aqui.

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Uso medicinal da cannabis sativa será debatido em seminário

Um debate necessário para a garantia de direitos e de qualidade de vida para quem depende de medicamentos à base de cannabis sativa. Esse é o objetivo do “I Seminário Estadual sobre Cannabis Medicinal: usos terapêuticos e perspectivas legais”, que será realizado pela Sedihpop no próximo dia 10 de março, das 8h30 às 18h, no Auditório do Palácio Henrique de La Rocque.

A programação inclui painéis informativos, relatos de experiências, estudos científicos e um panorama sobre os avanços e desafios para regulação e legalização das medicações à base de cannabis sativa. O seminário tem a parceria da Farmácia Viva da Secretaria de Estado da Saúde, Conselho Regional de Farmácia do Maranhão e Bellapharma.

Devido à pandemia da Covid-19 e necessidade de distanciamento, o evento será limitado a 100 pessoas presencialmente no Auditório Henrique de La Rocque. Para garantir a vaga presencial, o interessado deve realizar inscrição prévia pelo link: https://forms.gle/vz1rCn7A6wwKrme6A.

O I Seminário Estadual sobre Cannabis Medicinal também será transmitido ao vivo pelo canal da Sedihpop no YouTube: https://www.youtube.com/c/DireitosHumanosMaranhão. Para participação online, a inscrição não é necessária.

Os participantes do evento, nas duas modalidades, também terão direito a Certificado de Participação de 8 horas, mediante assinatura das listas de presença disponibilizadas no auditório; e link para confirmação de presença que será disponibilizado no chat do YouTube para quem estiver participando online.

SERVIÇO

O quê: I Seminário Estadual sobre Cannabis Medicinal: usos terapêuticos e perspectivas legais.

Quando: 10 de março, das 8h30 às 18h.

Onde: Auditório do Palácio Henrique de La Rocque (Av. Jerônimo de Albuquerque, s/nº, térreo – Renascença).

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Irmãos da guerra

O motivo principal da guerra é a geopolítica, mas não dá pra dizer que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, é progressista; e o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, é reacionário.

Putin governa a Rússia com mão de ferro, é homofóbico, racista e intolerante com seus opositores.

A Rússia faz hoje o que os EUA operam em outros cantos do mundo para controlar territórios, explorar recursos naturais, defender as fronteiras e expandir os seus domínios sobre áreas estratégicas, geralmente oprimindo os países mais fracos.