A construção de uma loja da Havan, do empresário bolsonarista Luciano Hang, está causando polêmica em São Luís, capital do Maranhão.
Desde a semana passada uma petição eletrônica circula nas redes sociais repudiando a instalação da réplica da Estátua da Liberdade, uma das marcas arquitetônicas da Havan – junção das sílabas iniciais dos nomes dos dois sócios-fundadores da empresa: Luciano Hang e Vanderlei de Limas.
O texto intitulado “Impeça Luciano Hang de agredir capital maranhense com réplica da Estátua da Liberdade” começa questionando a estranheza do monumento frente aos traços culturais de São Luís e carimba a escultura de “cafonice”.
“A quem interessa a instalação de uma réplica da Estátua da Liberdade, de 35 metros de altura, em São Luís, cidade que tanto se orgulha de suas tradições culturais, de seu conjunto arquitetônico, de suas raízes históricas e de sua gente? Sem que a população da capital maranhense tenha sido consultada a respeito, a loja de varejo Havan, do empresário Luciano Hang, está erguendo esse monumento à cafonice, ao mau gosto, em plena avenida que leva o nome de Daniel de La Touche, o navegador que deu por inaugurada a França Equinocial no Brasil, em 1612.”, diz a petição.
São Luís é Patrimônio Cultural Mundial, título concedido pela Unesco, em 1997, “por aportar o testemunho de uma tradição cultural rica e diversificada, além de constituir um excepcional exemplo de cidade colonial portuguesa, com traçado preservado e conjunto arquitetônico representativo. Por se tratar de uma cidade histórica viva, pela sua própria natureza de capital, São Luís se expandiu, preservando a malha urbana do século XVII e seu conjunto arquitetônico original. Em toda a cidade, são cerca de quatro mil imóveis tombados: solares, sobrados, casas térreas e edificações com até quatro pavimentos”, segundo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
A cidade também é conhecida por denominações informais criadas pelo gosto popular, tais como Ilha do Amor, Cidade dos Azulejos e Jamaica Brasileira.
Em outro trecho, a petição contra a Estátua da Liberdade cobra um posicionamento austero do Iphan sobre a implantação do monumento em uma cidade histórica:
“Alguém consegue imaginar uma Estátua da Liberdade em Olinda, Ouro Preto ou Diamantina? Não dá. A exemplo de São Luís, são cidades tombadas pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Em qualquer um desses sítios urbanos, instituições como o Iphan reagiriam com rigor”, enfatiza o texto.
Até o momento dessa postagem já havia 937 assinaturas na plataforma Avaaz. São Luís supera 1 milhão de habitantes (1.014.837), de acordo com o IBGE.
Enquanto a petição circula e ganha adeptos, a construção avança no bairro Cohajap e já recebe currículos para a contratação de empregados.
Luciano Hang é um dos mais caricatos entre os bolsonaristas. Costuma vestir roupas nas cores verde e amarela e fazer declarações grotescas em defesa do presidente Jair Bolsonaro.
Mas, ele não é só engraçado. Contra Luciano Hang pesam denúncias de enriquecimento ilícito, fruto de tenebrosas transações financeiras.
Diversas reportagens facilmente acessadas na web fazem referência aos indícios de corrupção no patrimônio do empresário, codinominado “Véio da Havan”. Veja no Correio Braziliense, Congresso em Foco, Uol e até mesmo na revista Veja.
A fortuna da rede estende seus tentáculos ao futebol. A marca Havan aparece em camisas de times de várias divisões, como Flamento (série A), Vasco (série B), Athletico Paranaense, Chapecoense, Brusque e Cascavel.
8 respostas em “A Ilha do Amor contra a Estátua da Liberdade”
Penso que, se a loja se localizasse no centro histórico, realmente não caberia. Ela está localizada em área de arquitetura contemporânea. Ademais, trata-se de um estilo da loja, assim como a arquitetura de sua fachada que imita a Casa Branca. Alguém implicou com o boneco gigante da Potiguar?
Prezada Itacira, um dos argumentos dos idealizadores da petição contra a Estátua da Liberdade diz que o boneco da Potiguar é um mobile, ou seja, pode ser retirado a qualquer momento. Já a estátua é de concreto e permanente.
É uma idiotice esse grupo comunista querer mandar em uma bem privado. A loja havan é uma propriedade privada e não publica, Na constituição Federal garante a liberdade do bem privado . No Maranhão vivemos uma democracia e não um regime totalitário de ditadura comunista. Esse pessoal que é contra perdeu totalmente o senso de realidade e vivem presos numa bolha de ideologias,problematizam tudo. Vão trabalhar e parem de atrapalhar o desenvolvimento o povo maranhense . Um outro exemplo é a base de Alcântara que tem tudo para desenvolver aquela cidade linda que hoje tudo é precários inclusive a saúde . Trabalhar em um projeto de desenvolvimento sustentável agregada participação do povo é muito importante.
Pois pronto todo dia agora quando passo na frente da Havan eu lembro da nossa identidade cultural, capital francesa no Brasil, de nome São Luis, Rei de França, nad amelhor que a Estátua da liberdade doada pela França aos EUA para refrescar diariamente minha memória!
Eu acho que é muita falta do que fazer.
Realmente é falta de o que fazer desses IDIOTAS, Estão igualzinho a esquerda que não deixa o País avançar, São contra tudo e não mostram soluções, a tal da CPI outra vagabundagem e uma cortina de esconderijo de políticos corruptos.
Sim, porque o Patrimônio não é o Centro é a Cidade inteira. Taí que não sabia.
Fica tão evidente que isso não tem nada a ver com isso, e sim uma disputa política desesperada, somente porque o proprietário é um apoiador do Presidente.
Acho que tá na hora de mostrar serviço e deixar de picuinha.
O importante são as oportunidades que estão chegando junto com o Empreendimento.
Se a estátua fosse no sítio histórico teria sentido a petição, porém fica bem distante. Tudo isso porque o dono da Havana é Bolsonarista e os protecionistas são comunistas. A petição é um fracasso. Por que não contra os arranha céus construído vá Ilha do amor, como o do antigo Banco do estado e o edifício João Goulart onde funcionava a rádio e TV difusora? Comunista e vão trabalhar que essa não cola. O povo que emprego e trabalho para não morrer de fome. Chega de babaquice, não é gente?