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Viva os tambores de São Luís e de todo o Maranhão

Leitura de Josué Montello com vista para o Centro Histórico de São Luís
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A profecia de João Chiador

Texto e foto: Junior Lemos

João Chiador, um dos principais ícones do bumba meu boi do Maranhão, em uma de suas mais belas toadas suplicou a “Nossa Senhora Mãe Aparecida não me deixe morrer de medo pelo o que pode acontecer diante de negras profecias”.

Nesses tempos de tantas incertezas, obscurantismo, dúvidas e um futuro incerto, o filho do cantador Cândido Reis, Chiador já anunciava “que é chegada a hora da transformação, para o que der e vier e seja o que Deus quiser”.

Essa toada ou “hino” ecoa sempre em todos os “terreiros” do Maranhão que, este ano, infelizmente adormece sem o seu tradicional brilho, magia, sotaques, bailados, numa mistura e integração do sagrado e profano, com as bênçãos de Santo Antonio, São Pedro, São Marçal e São João.

Chiador, que fez história no Batalhão Pesado do Boi da Maioba, ao lado de tantos amos, compositores, poetas da cultura popular do Maranhão destilaram e destilam poesias, sons e cenários de tantas histórias e lendas do São João do Maranhão.

O fundador e amo do Boi de Pindaré, Bartolomeu dos Santos, o Coxinho, é uma das eternas vozes e uma “carimbada” do folclore maranhense. Autor da toada “Novilho Brasileiro (Urrou)”, de 1972, é reconhecida como o Hino Cultural e Folclórico do Maranhão.

Raimundo Makarra em seu “Boi de Lágrimas” revela em versos um filme que passa na cabeça de todos, que no mês de junho “acompanha” os bois em seus mais variados sotaques para o “Sabiá, que já mostrou seu canto,

Zé de França Pereira, que viu esse boi tão pequeno chegar” e, agora em silêncio temporário, adormecido, há de “levantar o boi e vai, pro amo ver, que o boi também chora, também sente dor” e nós possamos nos “embriagar” de poesia, sons, ritmos, ritos e “danças” da vida.

E, como tão bem narrou Josias Sobrinho em versos o sonho, o desejo de Catirina “que só quer comer da língua do boi”, se eternize para que “quando alguém olhar pra ela, pensa que lhe dão valor” e que o “boi da cidade possa estraçalhar o coração, a mulher bonita chave de prisão”, figura essencial que transmite o belo, o sentimento, leveza, amor e dor, partes de um todo.

Para finalizar essa “viagem”, pequena elucubração, vamos rezar, reverenciar a Oração Latina de César Teixeira para celebrarmos a vida “pelo sangue da ferida no chão, que não cicatrizará, nem tampouco deixará de abrir

a rosa em nosso coração” e possamos dizer SIM “a quem nos quer abraçar”, pois, somente “com as bandeiras na rua, ninguém pode nos calar”.

Rogo a São Pedro, São João, Santo Antônio e São Marçal, que o brilho, as matracas, tambores e pandeirões ecoem uma nova esperança, o brilho sol e Lua, a nos enamorar, e seguir, contemplar e valorizar a rica e tradicional cultura como nos ensinou Humberto de Maracanã: “esta herança foi deixada por nossos avós, hoje cultivada por nós pra compor tua história, Maranhão”.

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Campanha busca apoio financeiro para o Boi de Guimarães na temporada junina

As dificuldades financeiras do bumba boi de Guimarães para fazer as apresentações na temporada junina do Maranhão motivaram amigos, colaboradores e fãs da brincadeira a realizar uma campanha com o objetivo de arrecadar recursos para viabilizar as despesas com transporte, hospedagem e alimentação dos brincantes durante os festejos de São João, São Pedro e São Marçal, em São Luís.

A campanha de doações, mediante cartão e boleto, é fruto de uma parceria entre o Instituto Casa d’Arte e a professora da Ufma e pesquisadora de cultura popular, Letícia Cardoso.

Para doar qualquer quantia, basta acessar o site do Instituto Casa d’Arte onde estão todos os links para fazer as transferências via cartão e boleto. O dinheiro arrecadado será destinado ao deslocamento dos brincantes e à logística para apoiar a temporada de apresentações nos arraiais.

O site também disponibiliza o histórico sobre o Boi de Guimarães, um dos mais importantes do Maranhão.

Em 2018, o Boi de Guimarães completa 47 anos de existência institucional e mantém a tradição de apresentar sua arte todos os anos na capital, São Luís.

Enfrentando várias dificuldades e limitações financeiras, desloca-se de Guimarães, no dia 23 de junho (véspera de São João), após o ritual de batismo realizado no terreiro da comunidade.