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Cururupu, berço do Carnaval

Cláudio Coutinho (Baiaco)

É chegada a quarta-feira de cinzas. Percebo entre todos, muita alegria, quase um dever cumprido, mas também tristezas pelo fim da folia. 

O som das bandas nas praças e dos blocos tradicionais no “corredor da folia” varam a madrugada.

Recolho-me cansado e moído, antes da meia noite, mas não consigo dormir, tampouco acompanhar os foliões na avenida.

Da janela do meu quarto, aprecio os últimos suspiros desta festa tradicional, que movimenta e enche de orgulho filhos e amigos de Cururupu. A cidade está com o triplo da sua população, mas não se vê um murmurinho que não seja da alegria das escolas de samba e dos blocos tradicionais.

Agora, ao amanhecer, tudo volta ao normal. Vejo o vai-e-vem de carroças descendo e subindo as ruas e os últimos foliões, trôpegos, em verdadeira procissão, indo para as suas casas, silenciosamente, em carros de bois, burros ou de carona em motos e bicicletas, exaustos pelos quatro dias de muita folia.

Morro de inveja por não ter a força e disposição do “irmão Artur” que, aos 86 anos, bebeu o dia inteiro, brincou e dançou até meia noite e, o melhor, não se lembra de nada e amanheceu sem ressaca.

A festa é popular e cheia de religiosidade. São Benedito, sempre citado, é o padroeiro e protetor deste povo ordeiro, por excelência, brincantes fortes e talentosos músicos do sopro, cordas e percussão.  

Por isso, há 40 anos bebo nesta fonte de inesgotável riqueza cultural. 

Blocos e escolas possuem ritmos e composições próprios. Cada agremiação tem seus líderes, da própria comunidade, que dão o ritmo da batida e misturam a ascendência afro do tambor de crioula, mina, sambas de roda ao reggae jamaicano e brega paraense. É um caldeirão de influências movendo o ano inteiro este povo, que respira carnaval. 

O carroceiro, o político, o empresário, o servidor público e o empregado dividem o mesmo palco. 

Que maravilha!  

É tudo que precisamos, harmonia e convivência pacífica. 

Cururupu valoriza os ancestrais e homenageia seus mestres carnavalescos, é  “raiz”. Nada deve aos sambistas cariocas, paulistas ou baianos. Mestre Mandioca, Burrica, Lulu, Cabedá Pilherga, Dorinha, Osvaldino, Mael, Manezinho e muitos outros são lembrados e imortalizados em sambas.

Eu sou Cláudio Coutinho, (Baiaco), quase um Cururupuense. Amo essa gente.

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Silvan Alves e Roberto Fernandes na minha tese de doutorado

O rádio ficou triste hoje (20 de fevereiro) com o falecimento do jornalista e radialista Silvan Alves.

Eu já o conhecia desde adolescente pela minha condição de ouvinte, mesmo sem nunca tê-lo encontrado pessoalmente. O rádio tem essa virtude: conecta as pessoas que não se vêem.

Mas, o tempo e o meu engajamento profissional proporcionaram alguns contatos pontuais com Silvan Alves, até que chegou o momento de entrevistá-lo para a minha pesquisa de doutorado realizado na PUC do Rio Grande do Sul.

Investiguei a produção e a recepção dos programas jornalísticos no rádio AM. Na seleção dos programas, optei pelos apresentadores Silvan Alves (Difusora AM) e Roberto Fernandes (Mirante AM), este último vítima da covid em abril de 2020.

Profissionais de Comunicação reconhecidos pelas suas habilidades nas ondas sonoras e na TV, ambos foram fundamentais para o sucesso da minha pesquisa.

As informações colhidas junto a Silvan Alves proporcionaram à minha pesquisa a compreensão da dinâmica do rádio AM e sobre a participação da audiência nos programas jornalísticos.

Tive grandes ensinamentos com ele e Roberto Fernandes.

Foram, sem dúvida, grandes comunicadores populares, no sentido rigoroso do termo aplicado a um tipo de retórica que dialogava com a audiência provocando um engajamento fantástico, fidelidade, rituais de ouvir e interatividade.

Ambos estão registrados no meu novo livro (fruto da pesquisa mencionada) que será lançado depois do Carnaval.

O título é “Ouvintes falantes: produção e recepção dos programas jornalísticos no rádio AM”, publicado pela editora Appris.

Nesta obra devo muito a Silvan Alves e a Roberto Fernandes.

Viva o rádio!

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41º Congresso do Andes reitera a luta por recomposição salarial, ajuda aos Yanonami e a desfiliação da CSP-Conlutas

Deliberações estão na Carta de Rio Branco. Documento também destacou a história de luta e resistência no estado do Acre

CARTA DE RIO BRANCO

Fonte da imagem destacada e texto: site do Andes-SN

Acre acolheu o 41º Congresso do ANDES-SN entre os dias 6 e 10 fevereiro de 2023, num momento ímpar para fortalecer a luta em “Defesa da Educação Pública e a Garantia dos Diretos da Classe Trabalhadora”.

O que conhecemos hoje como Estado do Acre surge para o sistema mundo europeu ocidental, dentro do conceito de expansão fronteiriça, na segunda metade do século XIX. Para o colonialismo euro/brasileiro, essa parte da Amazônia era vista como terra a ser conquistada, sendo a natureza e os humanos que a habitavam como obstáculos a serem removidos. Nossa historiografia trata como desbravadores, conquistadores, pioneiros, aqueles que movidos pela ganância, pela motivação de acumular riquezas, trouxeram o ecocídio e o genocídio para a natureza e as populações originárias da região.

A resistência permitiu que cem anos depois, nas décadas de 1970/1980 do século XX, as populações originárias remanescentes se juntassem a seringueiros, coletores de castanhas, ribeirinhos, mateiros, caçadores, pescadores e pequenos produtores que também foram submetidos à exploração de suas forças de trabalho pelo capitalismo expansionista. Dessa união surgiram os “povos da floresta”, articulação necessária para fortalecer suas lutas e manterem-se vivendo como gostam de viver.

A conquista de demarcação de terras indígenas e a criação de Reservas extrativistas são frutos desses processos, contudo, o capital mantém seus capatazes atentos para não parar os processos de destruição. Em sentido contrário, a luta para manter conquistas é também uma luta pela sobrevivência. A construção da unidade dessas 3 diversas categorias, até aqui, permitiu sua existência, ainda que permanentemente ameaçada, especialmente no último período.

Assim, é fundamental reconhecer a importante derrota do Governo fascista nas urnas, num contexto de avanço da extrema direita mundialmente, que é funcional e atrelada ao projeto do Capital.

Aqui no Brasil não é e nem será diferente. O desafio de mobilizar e organizar as e os trabalhadores é imenso para barrar a ofensiva do capital e do fascismo. Espraia-se em todos os cantos e políticas, atenta contra a vida na materialidade da indissociabilidade entre a exploração e as opressões. No Brasil, o desafio para revogar as contrarreformas, a limitação do teto dos gastos sociais, o processo de privatização da Educação em curso, a reforma do ensino médio, o REUNI digital, somam-se a tantas  o que fere-outras, como a de garantir a exoneração do(a)s interventores(as) nas IES  de morte a democracia e autonomia universitárias.

Aprovamos o Plano de Luta Geral e dos Setores, com a continuidade da construção da campanha pela recomposição salarial a partir da avaliação de conjuntura e movimento docente debatidos em Plenária. Nas questões organizativas e financeiras destacaram-se a aprovação de ajuda humanitária ao povo Yanonami e a desfiliação do ANDES-SN da CSP-Conlutas.

Neste Congresso aprovamos o regimento eleitoral para a direção do próximo biênio (2023/2025). Foram lançadas quatro Chapas para concorrer à Direção do ANDESSN, que se realizará nos próximos dias 10 e 11 de maio do corrente ano. Momento especial, decisivo para qualificar as propostas e o debate de como enfrentaremos os desafios aprovados pela base neste Congresso e fortalecermos a unidade na luta.

E, nesse sentido, falando em desafios, permitam que essa Carta retrate os do último período. Este é o último congresso em que a atual direção estará junta. Atravessamos, até então, um dos períodos mais dramáticos de nossa histórica recente. Iniciamos essa gestão no decurso da pandemia de COVID-19 e num contexto de avanço da extrema direita, do negacionismo, de fake news bem como de aprofundamento de todo o tipo de preconceito, discriminação, perseguição, violência e ameaça de golpe. Setecentas mil pessoas morreram, amigos e amigas, familiares, colegas, alguns e algumas dele(a)s estariam aqui entre nós, com certeza. Não esqueceremos! Tivemos medo, adoecemos, trabalhamos em condições precárias. Não esqueceremos! Perdemos nosso amigo e funcionário do ANDES-SN, Marcos Goulart! Presente!!! Vivemos uma tragédia. Não podemos esquecer! Sobrevivemos e vamos honrar a memória de quem foi vitimado por um governo genocida! Não esqueceremos…

Lutamos pela vida, pelo direito à vacina! Enfrentamos e engavetamos, por ora, com nossa mobilização, a PEC 32 em unidade com outras categorias; mobilizamo-nos pela recomposição salarial! Estivemos e protagonizamos a campanha Fora Bolsonaro nas ruas e nas urnas, nacionalmente e nos estados. Organizamos a luta contra as intervenções nas IES, realizamos duas Campanhas Nacionais: “Em Defesa da Educação Pública” e “Universidades Estaduais e Municipais: quem conhece, defende”.

Contribuímos para eleger Lula no 2º turno e garantir a democracia, a vida e o direito de lutar. Mas, sabemos o quanto será necessário ficar atentos(as) e fortes! Revogar as contrarreformas e avançar em nossas pautas e agenda de lutas exigirá unidade, força e mobilização de nossa base.

Importante lembrar que neste período aprovamos realizar CONADs Extraordinários e reuniões deliberativas dos setores para que a democracia interna fosse assegurada durante o necessário isolamento social. A atual diretoria reuniu-se virtualmente por quase um ano antes do 40º Congresso, realizado em Porto Alegre (RS), quando muitos e muitas de nós pudemos nos conhecer e nos abraçar.

Aqui registramos o abraço a funcionárias e funcionários do ANDES-SN por toda a dedicação e apoio durante esse processo, bem como às seções que abraçaram nossos eventos nacionais. À ADUFAC, que nos acolheu com tanta responsabilidade e cuidado no 41º Congresso, nosso profundo agradecimento.

As cartas constituem-se como um registro histórico do contexto em que deliberamos nossa agenda de lutas e deixar esse reconhecimento é muito importante.

Por fim, o chamamento do 41º Congresso é o de reafirmarmos o lugar do ANDESSN de onde nunca saiu: das ruas, da independência e autonomia classista, contra todas as formas de exploração e opressões, em defesa da democracia, da educação pública e do trabalho docente.

Viva a luta da classe trabalhadora!

Viva a luta antirracista, antimachista, antilgbtqiap+fóbica, antifascista, viva a luta dos povos originários.

Precisamos avançar muito!!!

VIVA O ANDES-SN

Rio Branco (AC), 10 de fevereiro de 2023

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Maranhão terá representantes na 24ª Plenária Nacional do FNDC

O jornalista Emilio Azevedo (da Agência Tambor) e a sindicalista Joanilde Pires são os representantes (delegados) titulares que vão representar o Maranhão na 24ª Plenária Nacional do FNDC, de 3 a 5 de março, em São Paulo. Na suplência ficaram Nielsen Furtado e Elziene França.

Os nomes foram indicados na plenária local das organizações do Maranhão envolvidas na criação do Comitê Estadual do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação). Participaram da plenária, realizada dia 14 de fevereiro, representantes de sindicatos, jornalistas, CUT Nacional, CUT Maranhão, Agência Tambor e Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão.

A reunião deliberou também mobilizar o maior número de entidades para filiar e participar da construção do Comitê Estadual (Maranhão) do FNDC.

O FNDC é uma organização surgida nos anos 1990 que reúne associações, sindicatos, movimentos sociais, organizações não-governamentais e coletivos com os seguintes objetivos: formação crítica sobre mídia e poder, construção de políticas públicas na área de Comunicação, espaço de debate e formulação teórica e prática sobre democratização da comunicação.

As plenárias são etapas constitutivas de um processo mais amplo de fortalecimento do FNDC.

Entidades que desejem se filiar ou atualizar o cadastro de filiação junto ao FNDC podem fazer no site sistema.fndc.org.br.

Qualquer dúvida, faça contato com o FNDC por email (secretaria@fndc.org.br) ou por telefone (61) 98121-1480 (falar com Pedro Vilela, secretário-executivo).

SOBRE O FNDC

A entidade atuou na finalização dos trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte de 1988 que preparava a nova Constituição Federal. Ao final, foi instituído o capítulo V da Carta Magna, com artigos que tratam especificamente da Comunicação. 

Como o resultado da Assembleia Constituinte não foi tão promissor quanto as expectativas do movimento à época, as entidades que formavam a então Frente Nacional por Políticas Democráticas de Comunicação (FNPDC) decidiram que era preciso manter um esforço permanente de mobilização e ação na busca de políticas que democratizassem de fato a área. Assim, criaram, em 1991, a associação civil FNDC, com atuação no planejamento, mobilização, relacionamento, formulação de projetos e empreendimento de medidas legais e políticas para promover a democracia na Comunicação. Quatro anos depois, no dia 20 de agosto 1995, o FNDC passou a existir como entidade. (Fonte: fndc.org.br)

PRINCIPAIS ATUAÇÕES

Colaboração junto ao Movimento de Rádios Comunitárias;

Regulamentação da cabodifusão;

Reforma da Lei de Imprensa;

Criação do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CCS);

Campanha contra a aprovação da Emenda Constitucional que permitia a entrada de capital estrangeiro em empresas de comunicação;

Publicação da pesquisa referência sobre a concentração da mídia no Brasil: “Os Donos da Mídia”.

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Cresce em 50% número de jornalistas mortos em todo o mundo

Fonte: Site da Abraji

O ano de 2022 foi marcado pelo aumento de 50% no número de jornalistas mortos em decorrência do exercício profissional ou em acidentes de trabalho. De acordo com o relatório anual Killing the Messenger, divulgado na última terça-feira (31.jan.2022) pelo International News Safety Institute (INSI) em parceria com a Cardiff School of Journalism, ao menos 85 profissionais de imprensa de todo o mundo morreram no ano passado.

O relatório aponta que a maioria dos jornalistas foi baleada (50) ou vítima de carros-bomba, mísseis, esfaqueamentos ou espancamentos. A guerra da Ucrânia está entre as razões para esse aumento — pelo menos 14 jornalistas, locais e estrangeiros, morreram nas primeiras semanas do conflito em 2022.

Pelo quarto ano consecutivo, o México lidera o ranking dos países mais perigosos para jornalistas, com 16 profissionais mortos. O levantamento registra que este não é um fato isolado, tendo em vista que o número de casos na América Latina triplicou em comparação ao ano anterior. A diretora do INSI, Elena Cosentino, avalia que os ataques à imprensa por parte do governo Bolsonaro contribuíram para a violência contra jornalistas na região. 

“É impossível não ver uma conexão, por exemplo, entre os assassinatos na Amazônia do jornalista britânico Dom Phillips e do especialista Bruno Pereira, e a retórica do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro que, durante anos, fomentou hostilidade e, muito possivelmente, violência contra jornalistas e conservadores”, afirma Cosentino.

A pesquisa do INSI ainda ressalta que entre os assassinatos mais preocupantes de 2022 está o caso da repórter Shireen Abu Akleh, do jornal Al Jazeera, baleada pelo exército israelense enquanto realizava a cobertura de um confronto na cidade palestina de Jenin, na Cisjordânia. A jornalista foi alvejada por militares mesmo utilizando um colete à prova de balas com a palavra “imprensa” e um capacete.

Outros monitoramentos

Um levantamento realizado pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) aponta a América Latina como a região mais letal para jornalistas em 2022. Foram identificados 30 jornalistas mortos, respondendo por quase metade dos 67 casos registrados. Os dados mostram que os profissionais que cobrem crime, corrupção, violência armada e meio ambiente são os que correm maior risco. 

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) também divulgou números preocupantes. As estatísticas apontam que, com 86 casos, um jornalista foi morto a cada quatro dias. O informe também ressalta que a América Latina e o Caribe concentram mais de 50% dos crimes e ainda destaca três casos que ocorreram no Brasil — dos jornalistas Givanildo Oliveira, Dom Phillips e Luiz Carlos Gomes.

Os assassinatos de Givanildo Oliveira e de Dom Phillips estão sendo acompanhados pelo Programa Tim Lopes, iniciativa criada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em 2017, com o objetivo de dar continuidade às reportagens interrompidas de jornalistas assassinados no Brasil. 

Relatório da Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil, lançado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), registrou que a violência política no Brasil atingiu de forma brutal os jornalistas e comunicadores do país. O número de ataques no ano passado chegou a 376; e o ex-presidente Jair Bolsonaro foi o principal agressor, sendo responsável por 104 casos. 

Em março, a Abraji lançará a segunda edição do relatório de monitoramento de ataques a jornalistas no Brasil, com a consolidação e análise dos dados coletados ao longo do ano de 2022, que inclui informações do projeto Violência de Gênero contra Jornalistas. O levantamento ainda contará com um capítulo especial sobre o panorama das agressões contra profissionais de imprensa durante o período eleitoral.

“Os dados mostram os principais desafios e ameaças para o exercício da profissão no Brasil e indicam as principais recomendações para o poder público, as plataformas, as empresas de jornalismo e para os próprios jornalistas”, explica a assistente jurídica da Abraji, Leticia Kleim. 

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Os homens-cobertor constroem o comunismo na prisão

Publicado no site do NPC (Núcleo Piratininga de Comunicação)

[Por Sérgio Domingues] Bobby Sands era a principal liderança da comunidade dos homens-cobertor, criada na prisão de Long Kesh, em Belfast, em 1978. Ele e seus companheiros protestavam espalhando suas fezes nas celas que ocupavam.

É o que relata o livro “Vivendo nas Fronteiras do Capitalismo”, de Denis O’Hearn e Andrej Grubačić. Mas a resistência desses militantes do Exército Republicano Irlandês (IRA) também produziu momentos bonitos. 

A atividade noturna favorita dos detentos era o “livro da hora de dormir”, em que os melhores narradores contavam histórias depois que os guardas deixavam a ala. 

Do interior de suas celas, eles gritavam seus relatos, enquanto o restante ouvia e comentava.

Quando a história era boa, a narração podia se arrastar por muitas noites. Incluíam desde biografias de lideranças indígenas às aventuras de um desertor da marinha americana no Vietnã.

Dezenas de prisioneiros contrabandeavam centenas de histórias, poemas e desenhos todas as semanas. A produção cultural foi uma forma importante utilizada pelos homens-cobertores para se apropriar dos espaços prisionais e travar o confronto coletivo com as autoridades.

Sands compôs de cabeça o poema épico “O Crime de Castlereagh”, com mais de cem versos. Além de recitá-los para seus companheiros, ele os escreveu em papéis de cigarro e conseguiu contrabandeá-los para serem publicados. 

Em 1980, Sands elegeu-se para o parlamento britânico, mesmo estando na prisão. Mas, logo depois, ele e mais nove companheiros morreriam em uma greve de fome. 

Uma linda história de resistência em meio a tanta imundície. Não à toa, Sands costumava dizer a seus companheiros que aquilo que haviam construído era o mais perto que chegariam de um verdadeiro comunismo.

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Musical “Marrom”, em homenagem a Alcione, estreia em São Luís

As vendas de ingresso já iniciaram. Espetáculo com texto e direção Miguel Falabella fica em cartaz de 2 a 4 de março, no Teatro Arthur Azevedo, celebrando 50 anos de carreira da cantora

Imagem destacada / divulgação / Alcione entre Miguel Falabella e Jô Santana

Depois do grande sucesso em São Paulo e Rio de Janeiro, onde foi visto por mais de 60.000 mil pessoas, “Marrom, O Musical”, chega na terra de sua homenageada.

Com o oferecimento do Ministério da Cultura, Governo do Estado do Maranhão e Rede, o musical tem o texto e direção de Miguel Falabella e idealização Jô Santana, com patrocínio da Equatorial Energia e apoiado pela Boa Vista Serviços. Para adquirir o ingresso é necessário acessar o site da Ingresso Digital (clique aqui) ou na bilheteria do teatro. Os valores variam entre R$ 30 e R$ 120.

Com quantas histórias se faz a vida de uma artista com 50 anos de carreira? Um simples ser humano pode contá-las ou seria preciso convocar uma entidade ao mesmo tempo sagrada e profana – quiçá um bando inteiro delas?

Como falar de Alcione sem falar do Maranhão? Impossível! Por isso, o que se verá no palco é uma história triste que acaba em festa, a história do boi revisitada, entremeada com a biografia dessa maranhense ilustre, que lá atrás foi apenas uma menina no meio de nove irmãos, filha de Filipa e João Carlos.

Alcione pode ser muitas: menina, mulher, uma loba, filha amorosa, musicista apaixonada, perseguidora de sonhos. De onde ela veio, qualquer criança sabe, desde sempre, a história do boi. Aliás, ela e o boi são ambos filhos do Maranhão – terra tão amada e muito cantada pela Marrom. E de lá vieram 4 quatro artistas para integrar ao elenco e boa parte dos mais de 300 figurinos também foram bordadas em São Luís, na Cooperativa Cuxá, numa parceria sociocultural promovida pelo Instituto Humanitas360.

Geração de emprego

Marrom, o Musical traz 20 atores e atrizes em cena, texto e direção de Miguel Falabella e como uma grande produção acaba movimentando não só a cena, mas também a economia da cidade. São mais de 250 empregos diretos e indiretos gerados neste período, desde a concepção até o fim da turnê.  

Segundo Miguel Falabella, Alcione é uma mulher de atitudes. “Quando Jô Santana me convidou para, a princípio, dirigir o espetáculo que encerra sua trilogia do samba, sobre Alcione, uma das maiores intérpretes da música brasileira, não só aceitei encantado, como percebi que, para encenar um espetáculo que me satisfizesse plenamente como realizador, eu precisaria também assumir a dramaturgia. As minhas expectativas são altas e tenho razões para que sejam. Alcione é minha amiga, uma mulher de atitudes e coragem memoráveis. Contar sua vida é mergulhar nas raízes de uma das mais ricas culturas populares do Brasil – a maranhense.

O espetáculo pretende reafirmar o teatro como um ato de comunhão que vai fazer rir, chorar, cantar junto, se espantar, se emocionar, ser criança de novo, encontrar o desconhecido. “Vive bem quem sempre espera um gracejo”. Quem vier de olhos e braços abertos, vai certamente sair da plateia, depois das quase duas horas – pouco para contar e cantar tanto – como Alcione é com relação à vida e à arte: agradecida!

O ator e produtor Jô Santana, diretor da Fato Produções, é o idealizador da “Trilogia do Samba”, começando em 2016 com o musical “Cartola – O Mundo é um Moinho”, em 2018, com “Dona Ivone Lara-Um Sorriso Negro”, e encerrando em 2022 com “Marrom, o Musical.”

SERVIÇO 

“Marrom, o Musical” – Um espetáculo de Miguel Falabella

Idealização: Jô Santana

Elenco: Ágata Matos; Anastácia Lia; Daniela Santana; Eddy Norole; Edgard Bustamante; Fernando Leite; Hipólyto; Jefferson Gomes; Joyce Cosmo; Leandro Villa; Leilane Teles; Letícia Nascimento; Leticia Soares; Lilian Valeska; Lucas Wickhaus; Luci Salutes; Mariana Gomes; Millena Mendonça; Rafael Leal e Rafael Machado.

Músicos

Bruno Vieira: Violão 7 cordas

Diego Pereira: Bateria

Felipe Mota: Baixo

Guilherme Montanha: Sax, Flauta e Clarinete

Márcio Guimarães: Percussão e Cordas

Palloma Lima: Trompete

Ficha Técnica

Um espetáculo de Miguel Falabella

Idealização: Jô Santana

Diretora Assistente: Iléa Ferraz

Arranjos, Direção Musical, Piano e Regência

Coreografia: Bárbara Guerra e Rafael Machado

Cenografia: Zezinho Santos e Turíbio Santos

Figurinistas: Lígia Rocha, Marco Pacheco e Jemima Tuany

Iluminador: Felipe Miranda

Direção de Produção: Renato Araújo

Coordenação de Produção: Selma Santos

Produção Executiva: Márcia Alves

Stage Manager: Ricardo Santana

Assistentes de Produção: Igor Reis e Marcela Lima

Temporada: 2 a 4 de março de 2023.

Sessões: De quinta a sábado (quinta e sexta às 20h30 e sábado às 16h e 20h30)

Duração: 2h (com intervalo de 15 minutos).

Local: Teatro Arthur Azevedo

Endereço: Rua do Sol, s/n – Centro

Valores: plateia e frisas R$ 120,00 (inteira) e R$ 60,00 (meia)

Camarote: R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia)

Galeria Balcão – R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia)

Ingressos à venda: ingressodigital.com

Classificação: livre

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São Luís tem futuro? A atual legislatura da Câmara Municipal deixará um legado perverso para a cidade?

Guilherme Zagallo

Fonte: Agência Tambor / Imagem: chaminé na zona rural de São Luís / Claudio Castro

A qualidade do ar no município de São Luís está péssima, e deve piorar caso seja aprovada a proposta de revisão do Plano Diretor apresentada pelo Poder Executivo e que está prestes a ser votada pela Câmara Municipal de Vereadores.

Com efeito, em agosto de 2021 passou a funcionar a rede pública de monitoramento da qualidade do ar da cidade com seis estações de coleta de dados, cujos resultados estão parcialmente disponíveis para consulta pública pela internet no endereço https://xrtransparencia.azurewebsites.net/#/maps, link externo obtido no site da Secretaria de Indústria e Comércio do Maranhão com dados atualizados a cada 12 minutos.

Ocorre que o resultado mais frequente das medições de qualidade do ar realizadas por estas estações públicas indicam que a qualidade do ar está péssima, que é o pior nível de qualidade do ar previsto pela Resolução Conama n° 491/2018, que também estabeleceu os níveis máximos de cada poluente na atmosfera.

Para ler o artigo completo, clique no site da Agência Tambor

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Plano Diretor: mais de 80 entidades assinam carta pedindo a devolução da proposta para a Prefeitura de São Luís

O debate necessário sobre a legislação urbanística ganha força nas organizações do campo democrático na capital do Maranhão. Nesse fim de semana começou a circular uma carta alertando sobre os riscos de a Câmara Municipal aprovar a revisão do Plano Diretor (PD) sem fazer um diálogo amplo, participativo e com intensa divulgação para que a população possa tomar conhecimento do assunto.

Os vereadores podem colocar o tema em votação ainda na semana do Carnaval!

Na carta, as entidades pedem a devolução da proposta de revisão do PD para a Prefeitura de São Luís e convocam uma manifestação para essa terça-feira (14), 8h, em frente à Câmara Municipal.

“O projeto abre a possibilidade real do aumento da poluição, de doenças, falta de água, mais e mais inundações, calor, falta de mobilidade urbana, congestionamentos; liquida a zona rural, destrói dunas, acaba com o Sítio Santa Eulália, promove o caos!”, diz a carta.

Veja abaixo o documento na íntegra e a lista das organizações signatárias:

Alerta geral!

São Luís em vigília!

A ilha está de olho na Câmara Municipal de São Luís. Estamos com toda nossa atenção voltada para vereadoras e vereadores da cidade!

EXIGIMOS que o projeto de Plano Diretor que hoje está na Câmara Municipal seja devolvido para a prefeitura, seguindo a recomendação do Ministério Público Estadual.

Só sairemos dessa vigília quando esse projeto for devolvido!

O projeto compromete profundamente a vida em nossa cidade e em nossa ilha. 

É um projeto de morte!

Sua aprovação seria um escândalo!

É uma típica iniciativa de extrema-direita!

O projeto é violento, ilegal, estruturado em fake news; desconsidera a ciência, as instituições democráticas, a participação social e exclui os vulneráveis.

Não tem nenhum compromisso social, destruindo ainda mais com o nosso já maltratado meio ambiente, o que resta de natureza.

O projeto abre a possibilidade real do aumento da poluição, de doenças, falta de água, mais e mais inundações, calor, falta de mobilidade urbana, congestionamentos; liquida a zona rural, destrói dunas, acaba com o Sítio Santa Eulália, promove o caos!

 Nesse processo, também esperamos que o vereador Paulo Victor (PCdoB) – com o poder de presidente da Câmara Municipal que tem – esteja em favor da vida e da Ilha, da cidade, de toda a sociedade, atuando com firmeza nesse processo de devolução.

Assinam este documento:

• Agência Tambor

• Aliança Palestina – MA

• APRUMA – Seção Sindical ANDES

• Associação Agroecologica Tijupá

• Associação Brasileira de Rádios Comunitárias no Maranhão – Abraço-MA

• Associação de Deficientes Visuais do Maranhão

• Associação Hortigranjeiro Horticultores de Pedrinhas

• Associação Justiça nos Trilhos (JnT)

• Central Sindical e Popular – CSP Conlutas

• Centro Acadêmico de História da UFMA

• Centro de Estudos e Educação da Classe Trabalhadora do Estado do Maranhão – CEMARX

• Coletivo de Comunicação Popular Pinga Pinga

• Coletivo de Mulheres do Maranhão Iêda Batista

• Coletivo Disparada – MA

• Coletivo Marginais

• Comissão de Transporte Alegria Maracanã

• Comissão Pastoral da Terra – CPT – Regional Maranhão

• Conselho Ambiental da Apa Maracanã – CONAN

• Conselho Diretor – IFMA CCH

• Conselho Gestor da Resex Tauá-Mirim

• Conselho Indigenista Missionário – CIMI – Regional Maranhão

• Conselho Municipal de Segurança Alimentar de São Luís

• Conselho Pastoral dos Pescadores – CPP – Regional Maranhão

• Conselho Regional de Serviço Social – 2a Região MA

• Diretório Acadêmico de Biologia – UFMA

• Diretório Acadêmico de Comunicação (DACOM), Gestão Vladimir Herzog – UFMA

• Fórum Carajás

• Fórum Maranhense de Entidades de Pessoas com Deficiências e Patologias

• Fórum Maranhense de Mulheres

• Fórum Permanente das Entidades e Movimentos de Usuários do SUS de São Luís e do Maranhão – FÓRUM SUS SLZ/MA

• Grupo Ato de Amor (Paço do Lumiar – Maranhão)

• Grupo de Desenvolvimento, Política e Trabalho – GEDEPT/ UEMA

• Grupo de Estudos de Dinâmicas Territoriais – GEDITE/UEMA

• Grupo de Estudos de Política, Lutas Sociais e Ideologias – GEPOLIS – UFMA

• Grupo de Estudos e Pesquisas das Formas Sociais – UFMA

• Grupo de Estudos em Democracias, Estados e Territorialidades na América Latina – GAL – UFMA

• Grupo de Estudos, Pesquisa e Debates em Serviço Social e Movimento Social – GSERMS/UFMA

• Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente – GEDMMA/ UFMA

• Grupo de Pesquisa e Extensão em Lutas Sociais, Igualdade e Diversidades – LIDA/UEMA

• Grupo de Pesquisa em Etnologia e Imagem da UFMA

• Grupo Solidariedade é Vida

• Instituto São Luís Acessível

• Laboratório de Análise Territorial e Estudos Socioeconômicos – LATESE/UEMA

• Laboratório de Extensão, Pesquisa e Ensino em Geografia – LEPENG/UFMA

• Levante Popular da Juventude- MA

• Movimento de Defesa da Ilha

• Movimento de Resistência dos Professores – MRP

• Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST – Maranhão

• Movimento Mulheres em Luta – MML

• Movimento Nacional da População de Rua – MNPR Maranhão.

• Movimento Nacional de Luta Pela Moradia – MNLM

• Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe

• Mulheres Unidas da Cidade Nova

• NEAB-UFMA

• Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular  – NAJUP – Negro Cosme – UFMA

• Núcleo de Estudos em Território, Cultura e Planejamento – MARIELLE/UEMA

• Núcleo de Estudos Socioambientais – NES – da UFMA

• Observatório de Desenvolvimento Regional – Observa DR – PPDSR – UEMA

• Observatório de Políticas Públicas e Lutas Sociais (OPPLS/PPG-UFMA)

• PSOL – Diretório Municipal de São Luis

• PSOL – Maranhão

• PSTU

• Rede de Agroecologia do Maranhão – RAMA

• Resistência – PSOL (MA)

• Resistência Cultural Upaon Açu – Re(o)cupa

• SINASEFE – Seção Maracanã

• SINASEFE – Seção Monte Castelo

• Sindeducação

• Sindicato dos (as) Trabalhadores (as) nas Entidades e Centrais Sindicais, Associações, Federações, Órgãos de Classe, Entidades Não Governamentais e Partidos Políticos no Estado do Maranhão – SINTES-MA

• Sindicato dos Professores da UEMA e UEMASUL – SINDUEMA Seção Sindical do Andes

• Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Estado Do Maranhão – SINDSALEM

• Sindicato dos Urbanitários do Maranhão – STIU-MA

• Sindicatos dos Bancários do Maranhão – SEEB – MA

• Sintrajufe – MA

• União Beneficente do Rio dos Cachorros

• União da Juventude Socialista – UJS (Maranhão e São Luís)

• União de Moradores de Alegria Maracanã – UMBAM

• União de Moradores do Taim

• União Estadual Por Moradia Popular

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Sintes repudia demissão no Sindjus

Dois sindicatos estão em conflito.

De um lado, o Sintes-MA (Sindicato dos/as Trabalhadores/as nas Entidades e Centrais Sindicais, Associações, Federações, Órgãos de Classe, Entidades Não Governamentais e Partidos Políticos no Estado do Maranhão). Estes trabalhadores e trabalhadoras são denominados sindicatários.

Do outro, o Sindjus (Sindicato dos Servidores da Justiça do Maranhão).

O Sintes (veja nota abaixo) alega que uma das suas diretoras e funcionária do Sindjus, Vania Soares Silva, foi demitida injustamente. Segundo a organização dos sindicatários, “em um ato extremista, no último dia 31 de janeiro de 2023, o senhor presidente do Sindjus/MA demitiu a funcionária Sindicatária VANIA SOARES SILVA, diretora de Assuntos Previdenciários do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Sindicais do Estado do Maranhão – SINTESMA, detentora de estabilidade sindical”.

Ainda de acordo com o Sintes, o Sindjus/MA é reincidente e em janeiro de 2015 demitiu um funcionário que também detinha estabilidade sindical por representar a categoria sindicatária.

Já o Sindjus emitiu uma nota (leia aqui na íntegra) afirmando que cumpre os direitos trabalhistas. “Sobre a suposta estabilidade sindical da ex-funcionária, por conta de esta integrar a Diretoria do Sintes-MA, após ofícios encaminhados por este, questionando o desligamento da senhora Vânia Soares Silva, o Sindjus-MA submeteu a contenda à sua Assessoria Jurídica que se manifestou pela permissividade da rescisão do contrato de trabalho da ex-funcionária”, afirma a entidade.

Compare as notas dos dois sindicatos (abaixo do Sintes e neste link do Sindjus).

NOTA DE DENÚNCIA E REPÚDIO

SINDICATO DOS SERVIDORES DA JUSTIÇA DO MARANHÃO COMETE INJUSTIÇA

Os tempos dos desmandos e do egocentrismo que massageiam egos conflituosos ainda estão embutidos na sociedade brasileira. Alguns atores ainda possuem o infeliz entendimento de que podem se sobrepor às leis constituídas. Em um espaço onde a lei deveria ser um pilar de sustentação e o trabalhador ter seus direitos respeitados, não passa de um circo de horrores. O Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do Maranhão – Sindjus/MA, com apenas um ato irracional, jogou na latrina as leis trabalhistas que asseguram estabilidade ao trabalhador que exerce mandato sindical. Com apenas um equívoco intelectual o Sindjus/MA fere as leis e demonstra que nem todos podem receber o adjetivo de “TRABALHADOR”.

Em um ato extremista, no último dia 31 de janeiro de 2023, o senhor presidente do Sindjus/MA demitiu a funcionária Sindicatária VANIA SOARES SILVA, diretora de Assuntos Previdenciários do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Sindicais do Estado do Maranhão – SINTESMA, detentora de estabilidade sindical.

Cabe, a nós, do SINTES/MA, denunciar nesta nota que o empregador Sindjus/MA, já é reincidente na prática antissindical, e de forma imoral, em um passado recente datado de janeiro de 2015, demitiu um funcionário e nosso dirigente sindical naquela ocasião, que também detinha estabilidade sindical por representar a categoria dos(as) trabalhadores(as) Sindicatária.

A prática antissindical do Sindjus/MA ignora sumariamente a condição de dirigente sindical da Sindicatária VÂNIA SOARES SILVA. E assim, de forma autoritária, não valoriza e nem reconhece os funcionários do Sindjus/MA como trabalhadores iguais a eles.

Todos os dirigentes do Sindjus/MA em nada se diferem da companheira Sindicatária VÂNIA SOARES SILVA, no que tange, todos ocuparem a mesma posição na pirâmide social.

Chega a ser paradoxal que um dirigente sindical não respeite a representatividade de outro. Chega a ser vil que um trabalhador disponha do cargo para oprimir outro. Chega a ser covarde. Mas, não é estranha essa prática. Os oprimidos tendem a ser opressores mais severos que seus algozes quando exercem cargos de destaques.

Assim, o SINTES/MA vem denunciar e repudiar veementemente a demissão sumária e sem justo motivo da companheira e sindicalista VÂNIA SOARES SILVA, e funcionária do Sindjus/MA. Diante deste ato patronal imoral do Sindjus/MA, a direção do SINTES/MA já tem buscado todas as medidas cabíveis para a sua reintegração ao local de trabalho para que labore normalmente, seja respeitada e valorizada.

O SINTES/MA não irá se acovardar frente a esse desmando de quem não se enxerga mais como TRABALHADOR e nem faz jus ao cargo que exerce para representar uma categoria. São Luís – MA, 09 de fevereiro de 2023.

Atenciosamente, Diretoria do, SINTES-MA – Sindicato dos (as) Trabalhadores (as) nas Entidades e Centrais Sindicais, Associações, Federações, Órgãos de Classe, Entidades Não Governamentais e Partidos Políticos no Estado do Maranhão.