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Movimentos sociais repudiam a ditadura com outdoors em São Luís

Para denunciar os 57 anos do golpe civil-militar no Brasil, deflagrado em 31 de março de 1964, diversas organizações dos movimentos sociais (veja abaixo) realizam ações por memória, justiça e verdade.

Material de divulgação da campanha unificada mostra painel de outdoors

Uma das iniciativas é a distribuição de outdoors em São Luís com os motes “Fora Bolsonaro” e “Ditadura Nunca Mais”, “vacina já” e “auxílio emergencial de R$ 600,00”. As placas começaram a ser visualizadas desde terça-feira (30/03) como parte da campanha unificada de sindicatos, entidades de direitos humanos e pela cidadania.

O objetivo dos outdoors é dar visibilidade e denunciar a interrupção do processo democrático no Brasil nos anos 1960, bem como alertar para a conjuntura atual, no governo Jair Bolsonaro, apologista de ditaduras, da tortura e da violação de direitos humanos.

Além das peças publicitárias estão sendo realizados eventos remotos, palestras e debates sobre os impactos do golpe civil-militar de 1964 e os efeitos da ditadura no Brasil.

Ao longo de toda a semana o tema “ditadura nunca mais” será pautado com entrevistas diárias na Agência Tambor.

Entidades parceiras: ABJD, APRUMA, Agência Tambor, DCE-UFMA, MST, Sindicato dos Bancários, SINDEDUCAÇÃO, SINASEFE, SINDUEMA, SINTECT-MA, SITIU-MA, SINTRAJUFE.

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Detalhes tão pequenos de nós três: Miriam Leitão, o filho-repórter da Rede Globo e a nora no golpe contra a democracia no Brasil

Muita coisa ainda precisa ser explicada para montar o quebra-cabeças do impeachment da presidenta Dilma Roussef, em 2016, seguido da condenação e prisão do ex-presidente Lula, em 2018.

Os dois fatos, combinados, revelam uma armação grotesca do parlamento, do judiciário e da mídia para destruir as instituições brasileiras, atropelando o Estado Democrático de Direito e os princípios elementares da República.

Parte do golpe é computado à ação coordenada dos meios de comunicação, sob a liderança das Organizações Globo, tendo amplo apoio dos outros conglomerados de mídia.

A operação Lava Jato, hoje totalmente desmoralizada, teve seus momentos de glória nas escaladas dos telejornais globais, onde pontificavam várias personagens elevadas à condição de portadores da verdade.

Uma delas é a estrelada Miriam Leitão, voz autorizada do jornalismo econômico, atuando na Rede Globo como franco-atiradora encarregada de estraçalhar todos os dias a política econômica dos governos do PT.

Miriam Leitão é a mãe do repórter Vladimir Neto, autor de um livro que se tornou uma espécie de “bíblia” da Lava Jato.

Miriam Leitão, Sergio Moro e Vladimir Netto celebrando o best seller

O livrão de capa branca e título em letras pretas garrafais tem na estampa uma foto do ex-juiz Sergio Moro olhando para o alto, como se estivesse encarando o próprio Deus.

Intitulado “Lava Jato: o juiz Sergio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil”, o livro é uma xaropada de elogios ao magistrado.

Capa do best seller de Vladimir Neto: a bíblia da Lava Jato

A obra inclusive serviu de inspiração para a série “O mecanismo”, dirigido por José Padilha, efusivamente lançada antes da eleição presidencial de 2018, no auge da onda lavajateira que tomava conta dos país.

No seu best seller de bajulação a Sergio Moro, o filho de Miriam Leitão retrata o magistrado como um profissional que age com “rigor e coragem” ao conduzir a Lava Jato “com maestria” e como integrante de uma geração de juízes “que trabalha com afinco em busca de resultados”.

Moro é tratado no livro de Vladimir Netto como juiz de resultados

Outro detalhe importante: o filho de Miriam Leitão, Vladimir Netto, é casado com a jornalista Giselly Siqueira, uma profissional da informação que ocupou cargos estratégicos no sistema de justiça brasileiro, conforme abaixo:

  • Assessora de Imprensa da OM Comunicação, de agosto de 1999 a novembro 2001, sendo essa empresa a responsável pelas ações de divulgação da Ajufe (Associação dos Juízes Federais), corporação onde atuava o ex-juiz Sergio Moro;
  • Secretária de Comunicação do Ministério Público Federal / PGR, de agosto de 2005 a agosto de 2013, nas gestões de Antônio Fernando de Sousa e Roberto Gurgel, no período da Ação Penal 470 (Mensalão) e Ação Penal 707 (Caixa de Pandora);
  • Secretária de Comunicação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de agosto de 2014 a julho de 2016, na gestão de Ricardo Lewandowski; 
  • Assessora-chefa de Comunicação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de julho 2016 a fevereiro de 2018, durante a gestão de Gilmar Mendes;

Em seu perfil no Linkedin, Giselly se apresenta como Consultora na “Vnetto” Comunicação. Em tempos de pejotização, “Vnetto” é a abreviatura de “Vladimir Netto”.

Quando Sergio Moro deixou a Lava Jato para assumir o Ministério da Justiça, a convite do presidente Jair Bolsonaro, adivinhe caro(a) leitor(a), quem foi convidada para assumir a Assessoria Especial de Comunicação?

Ela mesma, Giselly Siqueira, a esposa de Vladimir Netto e nora de Miriam Leitão.

Sua permanência na chefia da comunicação do ministro Sergio Moro foi rápida. Ela pediu demissão em julho de 2019, no auge das revelações da Vaza Jato pelo The Intercept Brasil, apontando o ex-juiz da República de Curitiba como peça central de um conluio operado junto aos procuradores da Lava Jato, tendo Deltan Dallagnol como principal interlocutor, com o objetivo de condenar sem provas e prender o ex-presidente Lula.

Os fatos concretos são esses:

1 – Miriam Leitão, comentarista de ponta da Rede Globo, atuou para dinamitar a política econômica dos governos petistas;

2 – Vladimir Netto, filho de Miriam Leitão, escreveu um tratado de puxa-saquismo do então juiz Sergio Moro, obra tratada como a “bíblia” da Lava Jato;

3 – A jornalista Giselly Siqueira, ocupante de cargos influentes no sistema de justiça, teria informações privilegiadas sobre investigações.

Por fim, cabe uma pergunta: imagine um jantar em família na casa de Miriam Leitão, com o filho e a nora… sobre o que eles conversavam nos anos de 2016 a 2018?

Miriam Leitão só não imaginava que o golpe desembocaria em Jair Bolsonaro. Então, ela própria passou a ser alvo das hostilidades e da intolerância do monstro que, direta ou indiretamente, ajudou a criar.