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Dilema: Eliziane Gama entre a bíblia e a foice & martelo

A senadora eleita no Maranhão, Eliziane Gama (PPS), vive um grande dilema político.

Evangélica, ganhou a eleição na chapa do PCdoB, liderada pelo governador reeleito Flávio Dino, com a anuência da Assembleia de Deus.

A comunidade evangélica sabia, desde sempre, que cristãos e comunistas caminharam juntos na eleição.

Após a vitória, a senadora declarou apoio no segundo turno ao petista Fernando Haddad, sendo fortemente censurada pela cúpula da Assembleia de Deus, que preferiu Jair Bolsonaro (PSL).

A censura do número 1 da Assembleia de Deus, pastor Aldi Damasceno, fez Eliziane Gama recuar. Ela não participou da caminhada com Fernando Haddad em São Luís, puxada pelo governador Flávio Dino, onde estava presente o outro senador eleito, Weverton Rocha (PDT), além de vários deputados estaduais e federais vitoriosos em 2018.

Haddad ganhou no Maranhão com 73% dos votos.

Gama alegou “tratamento de saúde” para justificar sua ausência do palanque do petista nas ruas do Anil, bairro tradicional da capital do Maranhão.

Passado o segundo turno, eis que a senadora eleita se manifesta no twitter, desta feita sugerindo o nome do governador Flávio Dino para eventual disputa presidencial em 2022.

Depois da twittada de Eliziane Gama, resta ver como vai se posicionar a cúpula da Assembleia de Deus, hostil aos comunistas na ideologia, mas beneficiária de cargos no Governo do Maranhão.

Os sentidos do comunismo e do cristianismo são compatíveis. Ambos tratam de justiça, fraternidade, amor, partilha… mas algumas igrejas evangélicas não conseguem admitir esta sintonia e costumam demonizar o que chamam de esquerda.

Mesmo assim, aceitam cargos e favores dos governos de todos os tipos, inclusive daqueles comandados pelo PCdoB.

É o caso da cúpula da Assembleia de Deus no Maranhão.

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Pastor Damasceno, devolva os cargos de capelão!

A disputa eleitoral de 2018 mexeu nas profundezas abissais da Assembleia de Deus. Em um áudio amplamente divulgado, o pastor Pedro Aldi Damasceno, presidente da Ceadema (Convenção Estadual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão), censurou a senadora eleita, evangélica Eliziane Gama (PPS), após ela ter declarado apoio no segundo turno ao presidenciável do PT, Fernando Haddad.

O pastor utiliza linguagem agressiva para demonizar Haddad e conclamar os evangélicos a votarem no candidato do PSL, Jair Bolsonaro, defensor da tortura e principal inimigo dos princípios cristãos de igualdade, tolerância e solidariedade.

Deputada federal e militante da Assembleia de Deus, Eliziane Gama foi eleita senadora na chapa do governador reeleito Flávio Dino (PCdoB). A aliança entre comunistas e cristãos era de amplo conhecimento da comunidade evangélica e avalizada inclusive pelo presidente da Ceadema.

Durante o primeiro mandato do governador do PCdoB, a Assembleia de Deus foi beneficiária dos cargos de capelão distribuídos a várias denominações religiosas e à Igreja Católica. “Apoiamos o governador, trabalhei a favor dele, votamos, elegeu no primeiro turno com apoio do povo evangélico” disse Damasceno, para em seguida repudiar o apoio de Eliziane a Haddad.

O presidente da Ceadema afirmou que vai mobilizar a cúpula da Assembleia de Deus e o seu rebanho contra a declaração da senadora eleita. “Eu vou pedir o apoio de todos os pastores da Mesa Diretora, do Conselho de Ética e Disciplina, do Conselho Consultivo, de todas as comissões e de todas as missionárias para se posicionar contrário ao pronunciamento de apoiar o Haddad”, ameaçou o pastor.

Pastor Cavalcante e Mical, eleitos na base do governador do PCdoB

Nesta campanha há eleitores de todos os tipos. Tem aqueles marombados que bradam “fora PT” e estacionam na vaga do idoso no supermercado. E tem pastores que aceitam cargos do governo do PCdoB e demonizam o petista Haddad.

Assim, a fala do principal líder religioso da Assembleia de Deus no Maranhão é recheada de hipocrisia. O pastor sempre soube que o PT e o PCdoB são aliados desde 1989 e caminharam juntos com Lula em todas as disputas presidenciais. Ele também tinha pleno conhecimento de que o governador foi um dos principais defensores da presidenta Dilma Roussef (PT) durante o processo do impeachment.

Hipocrisia tem limite

A filha do pastor Pedro Aldi Damasceno, Mical (PTB), foi eleita deputada estadual na coligação da base do governo comunista, formada pelos partidos PPL/PTB/PROS/PPS, a mesma que também elegeu para a Assembleia Legislativa o pastor José Alves Cavalcante, presidente da Convenção dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão (Comadesma).

Eliziane Gama, senadora eleita, é filha do pastor Newton Gama. Aldi sempre soube que ela concorreu ao Senado sob as bênçãos do governador do PCdoB.

O presidente da Ceadema também faz uso de falsas informações para justificar o repúdio a Haddad, acusando o candidato petista de querer “fechar as igrejas” e a vice Manuela Dávilla de ter feito referência homossexual a Jesus Cristo. “Um cara desse que a vice disse que Jesus é gay é uma miséria”, desqualificou Aldi.

Todo o discurso do pastor é um péssimo exemplo aos seus fiéis. Na condição de líder da Assembleia de Deus, onde há crentes honrados, ele deveria pedir desculpas e mandar de volta ao Palácio dos Leões os cargos de capelão ofertados pelo governador comunista.

É o mínimo que poderia fazer, além de se desculpar também pela disseminação de falsas informações sobre a vice Manuela Dávila e o presidenciável Haddad.

Deus, na sua infinita misericórdia, haverá de julgar essas atitudes e as palavras do pastor, que finaliza a sua pregação comandando o voto dos evangélicos no defensor da tortura. “Nós vamos votar no Bolsonaro, porque é um homem que tem umas proposta (sic) que vai dar continuação o direito de liberdade de nossa igreja e a pregação do santo evangelho de Jesus Cristo”, enfatizou.

Por fim, façamos justiça a Eliziane Gama. Ela foi muito hostilizada durante a campanha eleitoral por ter votado “sim” no impeachment e ter sugerido a convocação de Lula na CPI da Petrobras. Com esses gestos, atraiu a ira petista e foi carimbada de “golpista”.

No segundo turno, diante da polarização Haddad x Bolsonaro, declarou apoio ao petista. A senadora eleita pode até ser conservadora, mas está longe do fascismo e não declararia apoio a quem defende torturadores.

Agora, é aguardar os movimentos futuros para saber se o pastor que hoje censura amanhã será beneficiário de outros favores no governo e até mesmo da senadora eleita e censurada.

De imediato, este líder religioso que se locupletou com as benesses do governo do PCdoB deveria fazer um gesto de grandeza – devolver os cargos de capelão da Assembleia de Deus.

O tempo dirá se o antipetismo de Aldi Damasceno é coerente ou apenas da boca para fora, usando o nome de Deus em vão!

Imagem do topo/divulgação: Eliziane e Aldi em conflito

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Nota oficial do PT reitera veto à candidatura de Eliziane Gama ao Senado

Um documento assinado pelo presidente do PT no Maranhão, Augusto Lobato, reafirma a decisão do Encontro de Tática Eleitoral, realizado dia 27, no qual o partido nega apoio à candidatura de Eliziane Gama (PPS) ao Senado.

Atuais deputados federais, Eliziane Gama e Weverton Rocha (PDT) integram a chapa majoritária do governador Flávio Dino (PCdoB), que concorre à reeleição, tendo como vice Carlos Brandão (PRB).

Os petistas não perdoam as atitudes de Eliziane Gama no curso das investigações que criminalizaram o PT. Na CPI da Petrobras, ela propôs a convocação de Lula para depor e prestar esclarecimentos sobre denúncias de corrupção. A parlamentar também votou “sim” ao impeachment da então presidente Dilma Roussef (PT).

O veto dos petistas à candidata ao Senado, que já ecoava com veemência nas palavras de ordem (“golpista! golpista!”) durante o Encontro de Tática Eleitoral, é agora oficial em nota assinada pelo presidente do PT Augusto Lobato.

O comunicado também informa que o partido decidiu fazer aliança para a reeleição do governador Flávio Dino e ter chapa própria para as candidaturas de deputado estadual e federal. “E não apoiar a candidatura ao Senado de Eliziane Gama”, frisou a nota.

As decisões tomadas no Encontro de Tática Eleitoral foram homologadas na convenção do PT dia 28 de julho.

A candidata ao Senado repudiada no evento petista também foi alvo de manifestações durante a própria convenção que consolidou 15 partidos na coligação pró-Flávio Dino. No evento lotado, o bordão “golpista” voltou a ser pronunciado no momento em que Eliziane Gama discursava.

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Rótulo de “golpista” e disputa entre evangélicos prejudicam a candidatura de Eliziane Gama ao Senado

O governador Flávio Dino (PCdoB) soma pelo menos três critérios para escolher a deputada federal Eliziane Gama (PPS), vinculada à Assembleia de Deus (AD), como a segunda candidata ao Senado: partido, gênero e religiosidade.

Pela ordem dos critérios, temos o seguinte: o PPS soma na contagem geral dos partidos da base governista; a presença feminina equilibra e valoriza a chapa; o segmento evangélico sente-se representado na majoritária.

Ocorre que, além do racha nas igrejas (veja detalhes abaixo), a deputada tem rejeição no PT, legenda importante no tempo de propaganda na coligação de Flávio Dino.

Os petistas não cansam de recordar que Eliziane Gama votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff e, antes disso, tentou convocar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva para depor na CPI da Petrobras.

Para o PT, a parlamentar evangélica cometeu dois pecados imperdoáveis.

Eliziane fez coro com a direita no impeachment. Foto: reprodução

Estes atos são intolerados na base petista, que não admite a escolha da deputada para compor a chapa majoritária liderada pelo PCdoB, partido-irmão do PT e de Lula desde 1989.

Filiado a uma legenda com denominação “comunista”, Flávio Dino (PCdoB) já sente o açoite do conservadorismo, somado à esperteza da oposição sarneísta, que enxerga até nos bons atos do governo alguma perversidade inspirada na foice e no martelo.

Assim, a presença evangélica na chapa acalma parte do eleitorado conservador. Mas, embora o governador tenha anunciado a composição majoritária, os 14 partidos da coligação palaciana ainda vão realizar encontros estaduais para fechar os acordos.

Portanto, não é definitiva a participação de Eliziane Gama como candidata ao Senado.

Questões morais também podem influenciar negativamente a base evangélica.

Este blog não costuma tratar de assuntos da vida privada de nenhum político, a não ser que fatos reservados passem a ter interesse público. É o caso de Eliziane Gama, divorciada e casada novamente, atitude não recomendável na Assembleia de Deus (AD), cuja moral religiosa preconiza a indissolubilidade da família original.

Contradições

A presença feminina da AD na chapa majoritária acolhe uma fatia do eleitorado que tende a rejeitar o governador comunista.

No entanto, nem tudo converge para Eliziane Gama. No campo político-religioso, os assembleianos e as outras denominações não mais constituem o rebanho fiel a uma só candidatura.

Como diz o povo sábio do Maranhão, “em tempo de murici, cada um cuida de si”. O ditado traduz os interesses fragmentados de todos os tipos de denominações e pastores, inclusive aqueles da teologia da prosperidade.

Senador Lobão e o segundo suplente pastor Bel. Foto: reprodução

No geral, as lideranças políticas das igrejas evangélicas são atraídas pela força gravitacional do Palácio dos Leões em todos os governos, agraciados com vantagens e favores, a exemplo dos postos de capelães.

Rebanho dividido

Muitas decisões na AD são tomadas em cúpula, sem ouvir a base, reproduzindo a lógica pragmática da maioria dos partidos políticos.

No emaranhado de interesses e denominações, as igrejas alinham e divergem de acordo com os projetos eleitorais majoritários e proporcionais, sob a liderança dos pastores e das cúpulas que controlam as convenções.

Pastor Pedro Aldi, o homem da Ceadema. Foto: reprodução

O presidente da Ceadema (Convenção Estadual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão), pastor Pedro Aldi Damasceno, terá uma representante familiar nas eleições 2018. Sua filha, Mical Damasceno, será candidata a deputada estadual em 2018.

Entretanto, no meio ao rebanho há sempre ovelhas desgarradas.

Eliziane Gama não é consenso na AD, onde também milita na política Herber Waldo Silva Costa, o famoso “pastor Bel”, segundo suplente do senador Edison Lobão (PMDB) e alinhado a uma eventual candidatura de Roseana Sarney (PMDB).

Por outro lado, soma na base comunista o pastor Luiz Carlos Porto (PDT), ex-vice-governador de Jackson Lago.

Já a pré-candidatura de Maura Jorge (PSL) ao governo, o palanque do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no Maranhão, estaria apalavrada com o deputado pastor Marco Feliciano (Podemos), manda-chuva na AD Catedral do Avivamento.

Estes são alguns detalhes dos grandes conflitos na AD, uma organização onde perpassam disputas em torno de interesses financeiros, políticos e religiosos, conforme o(a) leitor(a) pode ver abaixo.

Os 3 rachas na Assembleia de Deus

Durante 25 anos, de 1990 a 2015, a CGADB (Convenção Geral da Assembleia de Deus no Brasil) esteve sob a mão de ferro do pastor José Wellington Bezerra e do seu filho José Wellington Costa Junior.

Várias dissidências na CGADB fizeram emergir outros líderes. Em 2010 o pastor Silas Malafaia ascendeu à direção da AD Vitória em Cristo, inconformado com a dominação dos Wellington (pai e filho) sobre o rebanho.

Pastores Samuel Câmara e José Wellington disputam fiéis. Foto: reprodução

Após a morte e Paulo Leivas Macalão, um ícone da AD mãe, localizada em Belém (PA), o bispo Manoel Ferreira assumiu a liderança e começaram as dissidências, surgindo uma nova organização, em 1989 – a Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil — Ministério de Madureira (Conamad).

Essa foi a primeira grande divisão da AD em toda a sua existência. Na Conamad destacou-se o pastor Samuel Ferreira, um dos filhos do bispo Manoel Ferreira, elevado ao cargo de bispo primaz vitalício.

A Conamad flexibilizou as regras rígidas presentes na CGADB, permitindo as mulheres usarem joias e maquiagem, por exemplo.

As eleições para o comando das convenções são altamente disputadas, inclusive com suspeitas de fraude, gerando disputas judiciais intensas.

Após tentar o controle da CGADB, sem sucesso, o pastor Samuel Câmara criou sua própria tendência – a CADB (Convenção da Assembleia de Deus no Brasil), que já  teria alcançado 10 mil pastores filiados, ameaçando o poder da CGADB.

Um dos principais atrativos da CADB é a ordenação de mulheres em todas as funções, provocando uma revolução no rebanho, visto que as servas de Deus podem assumir postos de comando na denominação.

Os sucessivos rachas na esfera nacional das convenções, bem como as mudanças morais e organizativas, têm forte repercussão eleitoral, considerando que a AD é a maior denominação pentecostal do Brasil.

Portanto, não há como diminuir a força dos evangélicos na política. Convidado a pregar na Cruzada Interdenominacional, realizada na praça Maria Aragão, em outubro de 2017, o pastor Geziel Gomes pede a Deus que mova o coração do governador Flávio Dino.

Ouça AQUI

As palavras do pastor fecharam a oração do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PDT), pedindo bênçãos a São Luís. A cidade está mesmo precisando.

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Gleisi Hoffmann afirma que o PT tem vontade e nome para compor a chapa majoritária de Flávio Dino

Em jantar no Palácio dos Leões, quinta-feira (19), presidentes de 14 partidos foram comunicados sobre a chapa majoritária que busca a reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB). Os pré-candidatos a vice e ao Senado são, respectivamente, Carlos Brandão (PRB); Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PPS).

O presidente do PT no Maranhão, Augusto Lobato, que é também assessor especial do governo, participou da cerimônia de anúncio da chapa.

Apesar do precioso tempo de propaganda eleitoral, do simbolismo de Lula e da militância fiel ao governador, o PT não está contemplado na chapa majoritária.

Porém, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, concedeu entrevista hoje (20) pela manhã ao jornalista Roberto Fernandes (na rádio Mirante AM) e afirmou que o partido tem planos para o Senado no Maranhão. Segundo Hoffmann, a chapa majoritária ainda pode sofrer modificações, a depender das decisões internas do petismo.

Presidentes dos partidos ouviram o governador, mas a chapa pode mudar

Na entrevista, Gleisi elogiou o governador Flávio Dino e assegurou que ele tem sido fiel à defesa da esquerda, da democracia e do presidente Lula.

No entanto, a presidente afirmou que o partido tem vontade e nome para compor a chapa majoritária, citando Marcio Jardim como pretendente ao Senado.

“Eu tenho acompanhado mais de longe, ainda não decidimos. É algo que vamos decidir discutindo com o partido aí e também no âmbito nacional, mas sei que tem para compor a chapa majoritária do governador o nome do Marcio, que está à disposição aí para o Senado. Isso tudo mostra que a gente tem a vontade de participar, queremos integrar essa chapa e ajudar o Maranhão e o Brasil”, frisou Hoffmann.

Uma parte do PT no Maranhão ainda não digeriu a deputada federal Eliziane Gama (PPS) para o Senado.

Considerada “golpista”, a deputada fez vários movimentos para encurralar o governo Dilma Roussef no transcurso do impeachment, até o voto final pela derrocada petista.

Embora aceite outros golpistas e direitistas na base e em áreas influentes do governo Flávio Dino, parte do PT maranhense veta o nome de Eliziane Gama.

Como as decisões no PT do Maranhão sempre são tomadas em obediência à direção nacional, a entrevista de Gleisi Hoffmann deixa uma dúvida no ar.

Além disso, os partidos da base governista ainda terão encontros estaduais e congressos para tomar decisões sobre a tática eleitoral de 2018. Uma nova reunião com as legendas aliadas ao governador será realizada em maio para fazer os ajustes finais da chapa majoritária.

No jantar dos Leões o governador bateu o martelo, mas ainda não virou a ponta do prego.

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Desfiliação em massa no partido de Marina Silva: Rede Sustentabilidade perde 141 militantes de 12 municípios, no Maranhão

O projeto da “nova” política não vingou na Rede Sustentabilidade, no Maranhão, onde 141 militantes comunicaram desfiliação, em carta destinada à direção nacional e estadual da legenda, controlada pela presidenciável Marina Silva.

Veja a lista dos(as) desfiliados(as) ao final do texto.

A carta não expõe detalhadamente os motivos da desfiliação, mas fontes consultadas pelo blog revelaram que o descontentamento da militância já vinha ocorrendo devido às velhas práticas de autoritarismo da cúpula partidária, posições conservadoras no cenário nacional e ausência de democracia interna para a tomada de decisões.

Estas críticas, discretamente, estão logo no primeiro parágrafo da carta de desfiliação coletiva (veja abaixo), onde são apontados os vícios do partido e a decepção da militância diante da promessa não cumprida de uma organização política distinta das legendas convencionais.

“Defendemos a grande política, a democracia de alta intensidade, a participação popular ativa da base, a ética, e um partido com uma concepção minimamente progressista, sendo esses os propósitos principais que acreditávamos encontrar ao decidirmos nos filiar ao partido Rede Sustentabilidade”, enfatiza o documento.

Entre os que deixam a Rede estão fundadores, militantes e dirigentes que participaram das primeiras articulações para criar a nova legenda.

Em março de 2016, o Blog do Ed Wilson revelou que a deputada federal Eliziane Gama (hoje no PPS) havia colocado seu próprio irmão, Eliel Pereira Gama, no cargo de 1º presidente e porta-voz da Rede Sustentabilidade em São Luís. Reveja aqui

À época, o blog apurou que a indicação do irmão da deputada não era um caso isolado e situações semelhantes vinham se repetindo em vários municípios do Maranhão, onde a composição dos diretórios e as alianças para a campanha de 2016 estavam sendo feitas no padrão da velha política, negociando apoios sem critério de alinhamento ideológico ou coerência com o programa da Rede Sustentabilidade.

Criado sob a promessa da “nova” política e das boas práticas, a Rede já nasceu com defeito de fábrica ao agregar excessivamente sua imagem na liderança de Marina Silva, somando-se ao agravante da eleição de 2014, quando ela foi alçada à cabeça da chapa presidencial após a morte de Eduardo Campos (PSB).

Marina teve um crescimento vertiginoso, mas acabou em queda livre e no segundo turno apoiou Aécio Neves (PSDB) contra Dilma Roussef (PT).

O destempero ideológico de Marina Silva acabou contaminando a Rede e, na base dos diretórios estaduais e municipais, as velhas práticas políticas do clientelismo e pragmatismo eleitoral acabaram dominando o partido.

Abaixo, a carta de desfiliação e os nomes dos militantes e dirigentes que deixam a legenda.

CARTA DE DESFILIAÇÃO COLETIVA DO PARTIDO REDE SUSTENTABILIDADE – MA

Para: Direção Nacional da REDE SUSTENTABILIDADE

C/C: Direção Estadual da REDE SUSTENTABILIDADE-MA

São Luís (MA), 09 de março de 2018.

Prezados e Prezadas,

Nós, abaixo assinados, fundadores, militantes e dirigentes que contribuíram modestamente, mas de forma comprometida e propositiva para existência da REDE, manifestamo-nos, conforme o que se segue:

  1. Defendemos a grande política, a democracia de alta intensidade, a participação popular ativa da base, a ética, e um partido com uma concepção minimamente progressista, sendo esses os propósitos principais que acreditávamos encontrar ao decidirmos nos filiar ao partido Rede Sustentabilidade;
  2. Vivemos momentos de uma crise profunda na política brasileira, e que requer uma posição muito bem definida e, no Maranhão, vive-se ainda um período em que a cultura política de base familiar, de parentela, oligárquica, do coronelismo, patrimonialista e autoritária, é predominante, que influencia a formação de cenários contra os quais enfrentamos, mas que não encontramos a retaguarda partidária para nos fortalecer, animar e engrossar a luta, sem contar as grandes desigualdades também fortes;
  3. Nós entendemos que a dinâmica partidária é permeada por contradições próprias do modelo de sociedade em que vivemos. Entretanto, faz-se imprescindível que em meio ao debate interno, prevaleça o respeito, o consenso crítico e a polidez daqueles que buscam encontrar coletivamente as respostas e traçar estratégias, táticas e encaminhamentos consequentes;
  4. Essas questões e outras situações que não cabe aqui relacionar, mas que é do conhecimento do Elo Nacional, chegamos à conclusão de que não há mais condições para permanecermos na REDE;

Diante do exposto, e por não mais concordar com os rumos que este partido vem trilhando tomamos a decisão de pedir nossa desfiliação.

Queremos agradecer a acolhida no partido, e desejamos sucesso na luta dos militantes sérios que permanecem.

Assinam:

1 Anthony Dantas – Porta-Voz (Imperatriz)

2 Paulo Menis (Imperatriz)

3 Antônio Moraes (Imperatriz)

4 Sílvio Bembem – Fundador nacional (São Luís)

5 Cláudio Moraes – Fundador nacional (São Luís)

6 Nonato Moraes – Fundador nacional (Viana)

7 Ana Margarida – Fundadora nacional (São Luís)

8 Shirley Martins – Fundadora nacional (São Luís)

9 Joan Botelho (São Luís)

10 Joel Beserra (São Luís)

11 Francisco Ribeiro Cruz (São Luís)

12 Maria da Cruz – Filiado (São Luís)

13 Gilmar Dias da Silva – Porta-Voz (João Lisboa)

14 Antônio Carlos Santos Silva – Porta-Voz (Itapecuru)

15 Acácio Silva – Dirigente (Itapecuru)

16 Antônio José Santos Silva (Itapecuru)

17 Antônia Teixeira Araújo (Itapecuru)

18 Adailton Neves Verde (Itapecuru)

19 Antônio José Reis (Itapecuru)

20 Antônio Ozimar Mendes (Itapecuru)

21 Benedito Campelo Amorim (Itapecuru)

22 Clemilto Santos de Sousa (Itapecuru)

23 Cleomenes Gouveia (Itapecuru)

24 Dalziza Nascimento Silva (Itapecuru)

25 Evanio Rodrigues Vidinha (Itapecuru)

26 Francisco Costa dos Santos (Itapecuru)

27 Francisco das Chagas Nogueira Amorim (Itapecuru )

28 Jose Domingos Oliveira (Itapecuru)

29 José da Silva Filho (Itapecuru)

30 Jamilson Marcedo da Silva (Itapecuru)

31 José Maria Amorim (Itapecuru)

32 Maijara Mendes Pereira (Itapecuru)

33 Maria José Lopes Almeida (Itapecuru)

34 Rener Bandeira de Melo (Itapecuru)

35 Raimundo Nonato dos Santos Fonseca (Itapecuru )

36 Raimundo João Coimbra Gonçalves (Itapecuru)

37 Valdirene Barbosa Sousa Correa (Itapecuru)

38 Vitorino Alexandre Mendes Bezerra (Itapecuru)

39 Jurandir Aquino Area Leão (Itapecuru)

40 José Mendes Sobrinho (Itapecuru)

41 Maria Cleonice de Araujo Santos (Itapecuru)

42 José Ribamar dos Reis (Itapecuru )

43 Ferdinan Lima Lisboa (Itapecuru)

44 Miguel dos Anjos Pereira (Itapecuru)

45 Maria Cleide Dutra Silva (Itapecuru)

46 Anfiloquio Alves Sousa (Itapecuru )

47 Francisco de Assis Mendes dos Santos (Itapecuru)

48 Josielma Ferreira dos Santos (Itapecuru)

49 Erasmo Lopes da Silva (Itapecuru)

50 Geraldo de Souza F. Filho –  Candidato e Prefeito em 2016 (Buriti).

51 Maria de Fátima Costa Freitas (Buriti)

52 João Batista Oliveira da Costa (Buriti)

53 Cleonice Pereira Lima (Buriti)

54 José Ribamar Mendes de Freitas (Buriti)

55 Cláudio Marinho de Sousa (Buriti)

56 José Luís Sousa do Carmo (Buriti)

57 Ivanice Pereira Assis (Buriti)

58 Diego Rafael Marinho Martins.

59 Edmar Silva Castro – Porta-Voz (Axixá)

60 Eliane Cristina Abreu Castro (Axixá)

61 Lorena Cristine Abreu Carvalho (Axixá)

62 Marcelo Melo Marques – Porta-Voz (Paço do Lumiar)

63 Maria Zélia Moreno de Araújo –Porta-Voz (Paço do Lumiar)

64 Alan Jorge Rodrigues (Paço do Lumiar)

65 Benedito Danis Silva Araújo (Paço do Lumiar)

66 Celso Portugal da Rocha (Paço do Lumiar)

67 Cleyton Abreu Araujo (Paço do Lumiar)

68 Creusimar Sousa da Rocha (Paço do Lumiar)

69 Cristiano Barbosa Campos (Paço do Lumiar)

70 Daniel Vieira Dutra (Paço do Lumiar)

71 Delice Rosa de Sá Menezes (Paço do Lumiar)

72 Dintheiverson Gomes Rocha (Paço do Lumiar)

73 Domingos da Conceição Rodrigues (Paço do Lumiar)

74 Elias Viveiro dos Santos (Paço do Lumiar)

75 Elizio Pinheiro (Paço do Lumiar)

76 Esmeraldina Santos Campos (Paço do Lumiar)

77 Francinete Fernandes Dutra (Paço do Lumiar)

78 Francisco Pereira de Sousa (Paço do Lumiar)

79 Joaquim Ribeiro Sodré Costa (Paço do Lumiar)

80 José dos Santos Cordeiro de Melo (Paço do Lumiar)

81 José Edmar Nunes Melo (Paço do Lumiar)

82 José Eraldo Ribeiro Melo (Paço do Lumiar)

83 Juvenal Lobato (Paço do Lumiar)

84 Luciana Hayana Azevedo Serra Castro (Paço do Lumiar)

85 Luzinete Ribeiro Melo (Paço do Lumiar)

86 Márcia Cristina Lobato Ramos (Paço do Lumiar)

87 Maria da Piedade Sá Meneses Santos (Paço do Lumiar)

88 Maria do Rosário de Fátima C Silva (Paço do Lumiar)

89 Maria Gracilene Morais Cruz (Paço do Lumiar)

90 Maria Luziene Ribeiro Melo (Paço do Lumiar)

91 Maria Rosete Reis (Paço do Lumiar)

92 Mayara Diniz Silva (Paço do Lumiar)

93 Moacir Sodré Costa (Paço do Lumiar)

94 Neire Santa Cantanhede Gomes (Paço do Lumiar)

95 Sergio Sousa da Rocha (Paço do Lumiar)

96 Silvana Teresa Santos Marques (Paço do Lumiar)

97 Carlos Lucena – Porta-Voz (Montes Altos)

98 Anderval Vanderlei Alves (Senador Lá Roque)

99 Eliete Castro Oliveira (Senador Lá Roque)

100 Gilmar Nascimento dos Santos (Senador Lá Roque)

101 Jardeane da Silva Alencar (Senador Lá Roque)

102 Jean Rocha Macedo (Senador Lá Roque)

103 Jhon Randson Macedo de Oliveira (Senador Lá Roque)

104 Josimar de Jesus Araujo (Senador Lá Roque)

105 Maria Elza Silva Sousa (Senador Lá Roque)

106 Nalu Fonseca Morais (Senador Lá Roque)

107 Odailson Silva Santos (Senador Lá Roque)

108 Ramiro da Conceição Melo (Senador Lá Roque)

109 Ray Sousa Alves Miranda (Senador Lá Roque)

110 Rubmar Rodrigues de Sousa (Senador Lá Roque)

111 Sandra Maria Macedo de Oliveira (Senador Lá Roque)

112 Vera Lucia Martins Oliveira (Senador Lá Roque)

113 Zenilson Dos Santos (Senador Lá Roque)

114 Adão José Bezerra P. Cutrim Pinto -Porta-Voz (São João Batista)

115 Edilene Paiva Ferreira – Porta-Voz (São João Batista)

116 Johnathan Davi Ferreira Teixeira (São João Batista)

117 Dayanne Aguiar Cutrim (São João Batista)

118 David Derik A. Cutrim – Candidato a prefeito 2016 (São João Batista)

119 Silvana de Jesus Barros de Oliveira (São João Batista)

120 Claudiana Cutrim (São João Batista)

121 Fabio Pires (São João Batista)

122 Timóteo Santos Barros (São João Batista)

123 Gilson Cutrim (São João Batista)

124 Djalma Campus Ferreira (São João Batista)

125 Jeane dos anjos Pereira (Igarapé do Meio)

126 Edson Rodrigo Lima Costa (Igarapé do Meio)

127 Antônio Mendes Pereira (Igarapé do Meio)

128 Antônio José Andrade (Igarapé do Meio)

129 Antônio Alves dos Santos (Igarapé do Meio)

130 Ronilson Silva Araújo (Igarapé do Meio)

131 Raimunda nonato Sena Costa (Igarapé do Meio)

132 Maria do Bom Parto dos Anjos Pereira (Igarapé do Meio)

133 Odenir da Conceição Costa (Igarapé do Meio)

134 Marcelino Barbosa de Souza (Igarapé do Meio)

135 Raimundo da Silva Pereira (Igarapé do Meio)

136 Luís Pereira de Matos (Igarapé do Meio)

137 Edilene Santana da Silva (Igarapé do Meio)

138 Antônio Nascimento (Igarapé do Meio)

139 Edimilson Lopes (Igarapé do Meio)

140 João Francisco Mendes Pereira (Igarapé do Meio)

141 Maria Alzenir Gomes do nascimento (Igarapé do Meio)