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O Livro de Ordem e o ‘canetinha’

José Henrique Campos Filho *

Brasileiros de todas as classes, desde sempre, acalantam o sonho da casa própria – “Quem casa quer casa”, diz um ditado popular. São  várias as formas de realizar esse desejo, sendo a mais comum o financiamento por meio de programas governamentais.

Há opções de financiamento para variados gostos e bolsos: apartamentos de luxos, casas em condomínios de alto e médio padrão e, também, as opções populares, em empreendimentos localizados, na grande maioria dos casos, em áreas periféricas das cidades. Em todos esses casos, o comprador recebe o imóvel pronto para morar sem ter qualquer ingerência na execução da obra. Quando muito pode interferir no layout do imóvel.

Existe, também, outra possibilidade, diante das opções oferecidas. É quando o cliente resolve querer algo personalizado. Neste caso, ele adquire o terreno, contrata um engenheiro de sua preferência e elabora, a quatro mãos, o imóvel dos seus sonhos.

Com o projeto pronto, financiamento aprovado e licenças emitidas, ele se vê diante da possibilidade de se tornar um empreendedor. E olha que empreendimento! Procura uma empresa de engenharia ou um engenheiro e delega essa responsabilidade. Tem aqueles, entretanto, que decidem dirigir sua própria construção. Pensa em procurar um engenheiro, mas, um ‘amigo’ diz que conhece outro profissional (um não engenheiro) que faz ‘baratinho’ e é ai que começa seu tormento. 

Obra instalada, tapumes colocados, o empreendedor recebe a visita do CREA e é surpreendido com uma multa considerável, pois ele não foi informado, pelo profissional que contratou, da imprescindibilidade de um engenheiro para ser o responsável técnico da obra. Ai alguém informa que é preciso de um engenheiro só para assinar uma ART. Ele vai atrás de um amigo ou amigo de um amigo e acaba encontrando o famoso engenheiro ‘canetinha’ que, por uma gorjeta, joga o seu diploma na lama, assinando a ART sem ser o responsável pela obra.

É ai que o “empreendedor pessoal” fica totalmente vulnerável. As várias etapas da construção são feitas sem qualquer protocolo ocasionando, assim, diversas “patologias construtivas”. Em geral essas obras, quando prontas, geram “dor de cabeça” ao proprietário pelo resto da vida. São paredes úmidas, telhados problemáticos, pintura soltando, vazamentos e dezenas de outras patologias.

Assim como o exercício da Medicina é privativo ao médico e a advocacia ao advogado, também a construção é privativa do engenheiro. E não se fala aqui em defender nichos de mercado. O que se defende, sim, é o direito que a sociedade tem de ter acesso a obras seguras e confortáveis que atendam, plenamente, o sonho da casa própria. E isso só é possível com a presença do engenheiro.
Para se construir uma casa ou um prédio é imprescindível que o engenheiro esteja presente em todas as fases, dirigindo, orientando e fiscalizando o processo construtivo. De outra forma, improvisando, tudo sai errado. São paredes sem prumo, encanamentos vazando, instalações elétricas inseguras e vigas subdimensionadas.

O CREA-MA tem grande responsabilidade neste problema. O CONFEA já determinou a obrigatoriedade do Livro de Ordem, um diário de obra que torna compulsória a presença do engenheiro em todas as etapas de uma construção. Falta o CREA-MA implantar e fazer valer essa determinação, que garante o emprego do engenheiro e segurança para a sociedade. Colocar em prática essa medida do CONFEA representará um grande avanço para a construção civil no Maranhão. Será quando, finalmente, teremos, em cada obra, a presença de um engenheiro. Assim, os problemas construtivos seriam evitados e o profissional de engenharia teria seu papel reconhecido na sociedade.

José Henrique Campos Filho é engenheiro civil, empresário, ex-secretário de Administração e Previdência do Estado do Maranhão e presidente em exercício do Clube de Engenharia do Maranhão.

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Candidatos ao Governo do Maranhão debatem engenharia, arquitetura e construção civil

Candidatos ao Governo do Estado debatem, nesta semana, o tema “A engenharia, a arquitetura e a construção civil para o desenvolvimento do Maranhão” com profissionais das áreas de engenharia e arquitetura e empresários do setor da construção civil.

Os debates começam, nesta segunda-feira (17), e prosseguem até sexta-feira (21), no auditório do Edifício Marcus Barbosa Intelligent, na Avenida dos Holandeses, 6916 – bairro do Calhau, em São Luís.

A promoção é do Clube de Engenharia do Maranhão (CEM), Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Estado do Maranhão (Ademi-MA), Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Maranhão (CAU-MA), Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-MA) e o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias do Maranhão (IBAP/MA).

Cada candidato vai responder 10 perguntas, objetivas, direcionadas às áreas de engenharia, arquitetura e construção civil. Estarão presentes, também, estudantes dos cursos de engenharia e os de arquitetura e urbanismo de instituições de ensino superior, públicas e privadas.

Para o presidente do CEM, Emanuel Miguez, os profissionais da área de construção civil, empresários e governos devem se unir para consolidar um caminho que garanta a retomada do desenvolvimento e geração de empregos.

O presidente da Ademi-MA, Cláudio Calzavara de Araújo, diz que construção civil tem um papel decisivo na economia e na geração de empregos, pois é a indústria que alavanca as demais indústrias.

Veja o calendário dos encontros

Ramon Zapata (PSTU) – segunda-feira (17) às 17h

Maura Jorge (PSL) – segunda-feira (17), às 19h;

Odívio Neto (PSOL) – terça-feira (18), às 17h;

Flavio Dino (PC do B) – terça-feira (18), às 19h;

Roberto Rocha (PSDB) – sexta-feira (21) às 19h.

Roseana Sarney (MDB) – a confirmar

Serviço

O quê:  Encontro de candidatos ao Governo do Estado com engenheiros, urbanismo e construção civil para o Desenvolvimento do Maranhão”;

Quando: de segunda (17) a sexta-feira (21);

Onde: Edifício Marcus Barbosa Intelligent, na Avenida dos Holandeses, 6916 – bairro do Calhau, em São Luís.