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Sambista Teresa Cristina faz apelo à unidade das esquerdas e canta música de Gonzaguinha

Entrevistada nessa segunda-feira (22), no programa Roda Viva, da TV Cultura, a sambista Teresa Cristina entoou a canção “De volta ao começo” para traduzir a sua esperança na reencarnação da democracia no Brasil. A música lançada em 1980 deu título ao oitavo LP de Luiz Gonzaga do Nascimento Filho, o saudoso Gonzaguinha (veja letra abaixo).

A cantora, emocionada, ofereceu a música às lideranças políticas vinculadas ao campo progressista e fez um apelo à coesão, mencionando os nomes de Lula, Boulos, Flavio Dino, Marcelo Freixo e Ciro Gomes.  “Se unam, deem o jeito de vocês, mas a gente precisa de vocês unidos para derrotar esse monstro”, frisou, entre lágrimas.

Teresa Cristina virou referência nas redes sociais durante a pandemia pelos seus comentários sobre política, manifestando posição crítica ao governo Jair Bolsonaro. “O artista, hoje, que não acha necessário se posicionar, está perdendo o bonde. Em algum momento, ele vai ser atingido”, destacou.

Questionada sobre os critérios adotados nas transmissões da sua live, ela mencionou os critérios adotados nas apresentações: “No Quilombo do Amor (batismo da live), não entra ódio, mentira, fake news. Eu não canto para bolsominion e nunca quis isso. Se essas pessoas demonizam a arte, está fazendo o que na minha live?”.

Veja abaixo a letra da música De volta ao começo, composição de Gonzaguinha:

E o menino com o brilho do sol

Na menina dos olhos

Sorri e estende a mão

Entregando o seu coração

E eu entrego o meu coração

E eu entro na roda

E canto as antigas cantigas

De amigo irmão

As canções de amanhecer

Lumiar e escuridão

E é como se eu despertasse de um sonho

Que não me deixou viver

E a vida explodisse em meu peito

Com as cores que eu não sonhei

E é como se eu descobrisse que a força

Esteve o tempo todo em mim

E é como se então de repente eu chegasse

Ao fundo do fim

De volta ao começo

Ao fundo do fim

De volta ao começo

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A ausência sentida de Ciro Gomes na defesa de Lula

O pré-candidato do PDT a presidente da República, Ciro Gomes, cometeu um equívoco ao se ausentar das mobilizações em São Bernardo do Campo.

Nesse momento delicado da conjuntura, o pedetista sabe que a causa maior não é a defesa de Lula, mas da democracia.

Ele sabe, mas não ajuda na construção coletiva de um campo de resistência.

O Brasil está na iminência de uma fase ainda mais violenta do golpe, que pode boicotar a realização das eleições diretas.

Ciro, na condição de uma liderança política expressiva, não poderia se omitir.

O PSOL, oriundo de uma dissidência do PT, compreendeu a complexidade do golpe. Guilherme Boulos esteve com Lula em vários momentos, apesar das diferenças.

Até o ultraradical Partido da Causa Operária (PCO) agitou bandeiras em São Bernardo do Campo.

O cenário exige unidade mínima do campo democrático para enfrentar o golpe no que pode ter de ainda mais agressivo.

Lula é uma peça importante que estão querendo descartar do tabuleiro, mas é a democracia que está em jogo.

Ciro Gomes, inteligente que é, tem pleno conhecimento da conjuntura e do que pode vir, mas seu destempero não admite a solidariedade a Lula.

É uma pena.